Não esquecendo os problemas criados pelo ocidente e o NATO malvado, lembrei-me de que a guerra civil na gloriosa Russia matou 15 milhões de pessoas, que os impérios sul americanos eram tão violentos que se exterminavam literalmente uns aos outros matando até ao último ser vivo e não querendo passar pelos massacres do império chinês mesmo contra a sua própria população, não querendo falar nas matanças do império Mughal, enfim...
Voltando à Síria...
Os factos que foram apresentados falam por si. Os relatórios não apontam quem foi o culpado, mas quem souber somar dois com dois tem que concluir o que é evidente.
Haverá sempre os fanáticos que irritados com o facto, se vão agarrar às teorias da conspiração como sempre fazem.
A situação chegou já ao patético com o ministro russo Lavrov a dizer que se tinha que estudar melhor a questão, porque ainda havia uma freira que disse que tinha visto os terroristas com uma bomba.
A Russia é um país que gosta de teorias da conspiração mais que qualquer outro e quanto maior é a desconfiança relativamente à informação, maior é o espaço para as teorias conspirativas.
A questão agora é a mesma.
Há uma guerra civil na Síria. Desde que os gloriosos foguetes russos mataram 1400 fascistas, entre os quais 300 crianças malvadas e agentes do capitalismo raivoso, já deverão ter morrido mais 2000 a 3000 pessoas, considerando as médias (são valores muito fluidos como é óbvio).
Os socialistas, depois de ter terminado a ameaça americana foram novamente buscar a artilharia pesada e voltaram a bombardear as posições detidas pelos rebeldes.
Parte das cidades está a transformar-se numa fortaleza, e ninguém contou aos socialistas sírios o que acontece quando uma cidade é reduzida a pó.
Quando a artilharia massacra uma área urbana, quando está tudo tão desfeito que não há alvos claros, os canhões deixam de ser necessários, os tanques são inuteis e só uma arma pode realmente ter um efeito claro: As armas químicas.
É verdade que nem os nazistas as utilizaram em Estalinegrado, mas os nazistas tinham medo de uma resposta com armas químicas.
Aparentemente, quem lançou o ataque sabia que o outro lado não tinha as mesmas armas para ripostar.
Os «rebeldes» não têm como ganhar o conflito, não enquanto não houver uma força moderada, que tenha força para controlar mais terreno que os extremistas islâmicos.
Isto não é impossível, mas neste momento não há nada a fazer.
Criar uma guerra civil entre rebeldes de várias fações, só levaria a uma vitória de Bashar e por isso os extremistas são tolerados.
A força deles cresce à medida que o tempo passa e que as posições se radicalizam e nada se faz para armar os grupos não controlados pelos extremistas.
Ao contrário do que os russos tentam dizer, não há na Síria uma guerra entre os terroristas islâmicos e o regime socialista de Bashar.
Essa é a história que também Kadafi contava, quando dizia que se o regime dele desaparecesse a Alqaeda controlaria todo o norte de África, do Suez a Casablanca.
O cadáver já foi arrastado pelas ruas e com todos os problemas que há no norte de África, a Alqaeda ainda não controla o norte de África e nas áreas onde tinha mais controlo (norte do Mali) o seu poder reduz-se a uns quantos berberes disfarçados. Perigosos, claro, mas já não controlam cidade nenhuma.
Da mesma maneira na Síria, só poderá haver um futuro promissor, quando as forças moderadas que existem na Síria tiverem armas para lutar contra Bashar e para controlar os extremistas que neste momento agem por conta própria.
Quando a Bashar, ele está condenado.
Não voltará a governar uma Síria em paz.
Os russos não deverão estar muito longe de tentar uma solução nesse sentido. Eles sabem que manter Bashar não os leva a lado nenhum. Precisam de novas caras, que possam prometer alguma coisa, e ao mesmo tempo garantir algumas facilidades para a Russia (e já agora o pagamento da dívida síria aos russos)
Esperemos para ver.