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Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qua Ago 29, 2012 12:36 pm
por Bourne
Minsky and MMT in the News
Author: L. Randall Wray · August 29th, 2012 · Comments (11)
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Here is a very nice summary of the approach to crises taken by Hyman Minsky (disclosure: it quotes yours truly):

Fuente: http://www.economonitor.com/lrwray/2012 ... -the-news/

http://money.usnews.com/money/personal- ... o-its-real

I am providing the link because this is a good antidote to the usual “Minsky moment” or euphoric bubble approach to Minsky usually taken. That is more Kindleberger than Minsky. Kindleberger was a great economist and a close personal friend to Minsky, but Minsky’s approach did not rely on irrationality. No “tulip bulb mania” for Minsky. In my view, his approach is much more relevant to the GFC of 2007, and also to the Great Crash of 1929. Sure there were bubbles and irrationality, and sure those made things worse, but they do not explain the dynamics.

Most economists are still trying to catch-up to the MMT explanation of what went wrong with the Euro project. MMT got it right as early as the mid 1990s. Others are trying as best they can to provide an ex post explanation to make up for the fact that they never “saw it coming”. Here’s a very early piece by Warren Mosler, that got it right–from 1997. If I recall correctly, this was Bill Mitchell’s first Coffee conference at Newcastle. Warren (correctly) explained what is wrong with pegging exchange rates. Of course the EMU upped the ante by going whole hog as nations dropped their own currencies and adopted a foreign currency–the Euro. The rest, as we say, is history. Read it here: http://econintersect.com/wordpress/?p=25700

It just warms the cockles of one’s heart to see that many economists are now trying to “rediscover” the insights of MMT. (See here: http://nakedkeynesianism.blogspot.com/2 ... l?spref=fb) Still, some find it very hard to shake the bonds of old-style approaches, such as the Kaldor-Thirlwall gold standard approach to current account balances. They mix up the constraints imposed by fixed exchanged rates or currency boards or currency unions with supposed current account balance constraints. As such, they think that Greece’s problem is that it ran trade deficits, not that it gave up its currency.

They accuse MMT of supposed logical problems. Our argument: a country that retains its own sovereign currency with a floating exchange rate has an “additional degree of freedom”–it can still pursue full employment at home, while letting the exchange rate float. It has at its disposal a number of alternative ways to deal with a current account “imbalance” should it choose to do so. Their interpretation: ”had the EZ been a currency area like the US, it could not have balance of payment crisis….So the problem is that the EZ is not the US, since if it were, no BoP crisis would have occurred!” No, of course this is not our argument.

Our argument: if the EMU had been formulated along the lines of the US, a current account deficit of a member state–say, Greece–would have been of no more consequence than the current account deficit of a US state–say Alabama. We do not talk of kicking Alabama out of the US because of chronic trade deficits with other US states. By the same token, if Greece had stayed out of the EMU, it might well have run current account deficits, but it would have had more policy space to deal with them (if it desired to do so) if it had its own floating currency. The argument is simple, it is straight forward, and it is correct. But those who never saw the EU crisis coming are still playing catch-up.

Our argument: a country that adopts a foreign currency (or otherwise pegs its exchange rate) has less discretion than one that retains its own sovereign and floating currency, and in many relevant cases must abandon full employment at home to try to keep the peg. It is not hard to find examples–in the EMU and all over the globe. Critics charge we never look under the covers deeply enough to examine any country except the US–the issuer of the international reserve. The charge is false. Read Warren’s piece. We’ve been very clear on these matters. Yes, the US enjoys some advantage–it takes two to tango but everyone wants to tango with the US dollar. Many want to tango with Australia and the UK and Canada. Fewer want to tango with Rwanda. It is thus easier for the US or Oz to run current account deficits. Yes!

But the MMT principles apply to all sovereign countries. Yes, they can have full employment at home. Yes, that could lead to trade deficits. Yes that could (possibly) lead to currency depreciation. Yes that could lead to inflation pass-through. But they have lots of policy options available if they do not like those results. Import controls and capital controls are examples of policy options. Directed employment, directed investment, and targeted development are also policy options.

Unfortunately, many learn the wrong example from–say–Greece. Rather than the obvious conclusion that giving up currency sovereignty ties hands of government, many conclude that Greece is an example of what goes wrong if you run a trade deficit. It is the wrong lesson–based on a tired old theory that was, itself, based on gold standard thinking.

We’re off gold. We’re not going back. Get over it.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Qui Ago 30, 2012 1:41 pm
por marcelo l.
cabeça de martelo escreveu::arrow: http://www.fundforpeace.org/global/?q=fsi-grid2012

Portugal em melhor lugar que EUA, RU, Espanha, etc? Estranho não?! :?
Faltou dizer que a ideia de demonstrar a instituição são fortes e fracas é importante hoje no debate sobre desenvolvimento econômico do Estado-nação, o Daron Acemoglu é um dos principais expoentes e popular, tem a exposição das ideias nos livros, artigos e no blog http://whynationsfail.com

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Seg Set 03, 2012 6:15 pm
por marcelo l.
Thomas Wright: "What if Europe Fails?"


Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 10:43 am
por DSA
Troika pede a Grecia que aumente a semana laboral de 5 para 6 dias por semana!

Trabalho!!! muito trabalhinho!!

Eu ja nem digo nada!

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 10:46 am
por cabeça de martelo
Dizes sim! Dizes a mesma coisa 3 vezes!!! :twisted: :lol:

Em relação ao que a Troika quer...brevemente ao pé de si!... :evil:

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 10:55 am
por Túlio
DSA escreveu:Troika pede a Grecia que aumente a semana laboral de 5 para 6 dias por semana!

Trabalho!!! muito trabalhinho!!

Eu ja nem digo nada!

Aguardem para breve a restauração da ESCRAVIDÃO!!! :evil: :evil: :evil: :evil:

(((Nas antigas Grécia e Roma um homem podia vender-se a si mesmo para pagar dívidas...)))

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 11:19 am
por marcelo l.
Parece-me aquelas negociação que você coloca o bode na sala para todo mundo reclamar, retira e consegue o que você realmente queria.

O que a troika quer é mais horas trabalhadas e alongamento do tempo para conceder aposentadoria.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 11:31 am
por Túlio
marcelo l. escreveu:Parece-me aquelas negociação que você coloca o bode na sala para todo mundo reclamar, retira e consegue o que você realmente queria.

O que a troika quer é mais horas trabalhadas e alongamento do tempo para conceder aposentadoria.

Não sei em que o tale de bode altera o fulcro da questão: o fato é que a tale de "troika" está botando cada vez mais despudoradamente o dedinho no delicado equilíbrio da balança entre Capital x Trabalho. Isso SEMPRE acaba mal...

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 12:41 pm
por tflash
Trabalho não especializado e mal pago, entenda-se. É isso o que os "parceiros" da UE querem. A exigência de esforços que sufocam a recuperação económica e que tolhem o investimento do estado em educação, por exemplo, só tem um objectivo final. A transformação da periferia europeia num enorme parque industrial do norte, onde se fabrica os produtos que o norte idealizou por um preço muito baixo. É esse o reajuste que eles querem e deixam fazer. Os governos morderam o "isco" do Euro e agora tem que dançar ao som da banda.

Quando se fala em criar uma industria competitiva em Portugal ou na Grécia, não são empresas locais que vendem os seus produtos ao exterior. Isso seria fazer concorrência aos gigantes instalados. O competitivo que eles desejam é mão de obra chinesa e pouca capacidade intelectual local para criar produtos de alta tecnologia e valor que vão concorrer nos mercados com o Norte.

É isto que ninguém fala e eu acredito que é a verdade que ainda se esconde.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 12:53 pm
por marcelo l.
Túlio escreveu:
marcelo l. escreveu:Parece-me aquelas negociação que você coloca o bode na sala para todo mundo reclamar, retira e consegue o que você realmente queria.

O que a troika quer é mais horas trabalhadas e alongamento do tempo para conceder aposentadoria.

Não sei em que o tale de bode altera o fulcro da questão: o fato é que a tale de "troika" está botando cada vez mais despudoradamente o dedinho no delicado equilíbrio da balança entre Capital x Trabalho. Isso SEMPRE acaba mal...
Não vou discordar, só que a maioria dos casos que eu vi até hoje, a dupla IMF/WB é responsabilizada no começo de alguma política duríssima para se ventilar depois pelo governo nacional que passou uma lei dura mas que poderia ser pior.

Utilizando o que o tflash bem colocou, interessa também a certos seguimentos da "burguesia mediterrânea" entrar nessa divisão de trabalho, provavelmente veremos no futuro bem próximo uma notícia com sacrifício da população (no caso portuguesa) que esta parcela do empresariado irá ganhar e depois, segundo o discurso, eles dividiram o bolo.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 1:11 pm
por LeandroGCard
tflash escreveu:Trabalho não especializado e mal pago, entenda-se. É isso o que os "parceiros" da UE querem. A exigência de esforços que sufocam a recuperação económica e que tolhem o investimento do estado em educação, por exemplo, só tem um objectivo final. A transformação da periferia europeia num enorme parque industrial do norte, onde se fabrica os produtos que o norte idealizou por um preço muito baixo. É esse o reajuste que eles querem e deixam fazer. Os governos morderam o "isco" do Euro e agora tem que dançar ao som da banda.

Quando se fala em criar uma industria competitiva em Portugal ou na Grécia, não são empresas locais que vendem os seus produtos ao exterior. Isso seria fazer concorrência aos gigantes instalados. O competitivo que eles desejam é mão de obra chinesa e pouca capacidade intelectual local para criar produtos de alta tecnologia e valor que vão concorrer nos mercados com o Norte.

É isto que ninguém fala e eu acredito que é a verdade que ainda se esconde.
Também acho que é bem por aí.

Para competir com a China os europeus do norte querem mão de obra semi-escrava como a chinesa, mas seus povos não aceitariam isso. Então "outros povos" terão que ser convencidos a entrar nesta "parceria" pela competitividade européia, pelo bem de todo o continente :roll: .


Leandro G. Card

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 1:21 pm
por Bourne
Olhe bem,

A diferença que na ásia em geral os países e sociedades estão se beneficiando do sistema. Eles aproveitaram a janela de oportunidade para avançar no desenvolvimento econômico e industrial que dificilmente teriam sozinhos. Na medida em que avança o processo construíram formas de integração que conciliam a liberdade individual de cada país e igualdade.

Na Europa foi ao contrário. Ao tentar criar uma integração profunda social e econômica conseguiram aprofundar as diferenças e criar um ambiente propício a instabilidade, especialmente para os países periféricos. Enquanto o norte da Europa vai bem. A Alemanha e Dinamarca estão é um ótimo momento. O problema é que as discrepâncias minam a sustentabilidade da eurozona e projeto da UE. Está na hora de mudar rumo ao aprofundamento da integração. Já que voltar vai sair caro.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 2:03 pm
por tflash
Mas mudar para quê?

Os periféricos que tinham juros quase gratuitos e endividaram-se nesse enquadramento,m estão a pagar "rendas" aos países do norte por causa dos juros dos resgates. A economia estagna, portanto, não surge concorrência. Eles podem vender os seus produtos sozinhos e é de lembrar que os países do sul não podem pôr entraves económicos a produtos do interior da união.

Não há riscos de surgir uma marca Portuguesa ou grega que venha competir com uma Mercedes ou uma Bayer. O que pode acontecer é eles usarem a mão de obra mais barata para produzirem, dentro da UE, um produto mais económico. Sempre com os lucros a irem para a matriz.

Se houvesse interesse em criar uma convergência real, algo que pudesse por fim a estes desequilíbrios seria a UE alocar verbas para o desenvolvimento da industria, da educação e da inovação como medida acessória à mera cobrança de juros por empréstimos que só existem por ter havido uma alteração radical do mercado. Ora, nós sabemos que esses juros tem que ser pagos com dinheiro que iria para a educação, para apoio às empresas e etc.

O que é que a Alemanha lucra com isso?

Muito! A conversa que eles estão a estender a mão aos gastadores irresponsáveis do sul não é verdadeira. Parques industriais moribundos a preço de saldo, técnicos especializados que trabalham por salários de miséria. Do outro lado um investidor com recursos que ainda beneficia dos juros do dinheiro que os periféricos lhe pagam.

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 2:08 pm
por Bourne
Justificava do por que mudar em uma imagem.

Imagem

Re: Crise Econômica Mundial

Enviado: Ter Set 04, 2012 2:43 pm
por marcelo l.
Posso ter visto os dados errados até o momento, mas além do Euro no caso português a dívida pública era baixa e a privada alta, Portugal capitalizou essa dívida para não sacrificar o setor privado principalmente financeiro e agora como resultado o país precisa se apertar.

A crise foi ótima para esses grupos econômicos, eles receberam uma ajuda governamental e pagam menores salários para seus empregados. E ainda dentro do modelo proposto poderão fazer negócios de produtos é verdade de menor valor agregado mas sem riscos já que serão protegidos pelas regras do bloco da UE e sem pressões trabalhistas.

Não é apenas que esse modelo funciona muito bem para os países do norte, mas também para poderosos grupos econômicos nacionais que ainda podem mudar-se para paraísos fiscais dentro da própria UE para pagar menos tributos e se dizerem "portugueses".

A saída da crise humildemente é dizer se tem que perder no euro que sejam todos, agora o modelo proposto é para alguns, aí concordo com Túlio isso não vai acabar bem.