MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Vamos brincar com gráficos.
O primeiro sobre a evolução da dívida pública liquida e bruta em dezembro/2001 e outubro/2014. A liquida é mais divulgada por que supostamente indica melhor a solvência, mas possui como grande problema descontar os créditos do governo para o setor privado como empréstimos de bancos públicos e títulos de outros países. Enquanto a bruta indica o quando o país deve.
Observem o buraco entre as duas. A Divida liquida caiu de 60% para casa de 20%, mas a a bruta se manteve estável na casa de 60%. Indica que é sustentável e que existe solvência devido ao prazo de vencimento foi dilatado de menos de 12 meses para 60 e ter predominância de títulos pré-fixados. Porém não tem nada de confortável como economistas petistas que são ignorados pintam. Principalmente quando jogam dados da dívida liquida e não dizem o que está no meio. E aquele buraco enorme entre 2011 e 2014 é a politica de ampliação dos empréstimos públicos, uso das estatais e subsídios diversos.
Ao mesmo tempo em que o governo muda regras e dá a pedaladas para dizer que cumpriu a meta, coisas do seu Arno Agustin, compromete a transparência e cria custos adicionais na rolagem e negociação do endividamento, com efeitos internos e externos. Mudar as regras tem efeitos muito piores do que adminitir que não cumpriu e tem um plano de recuperação.
A outra é que a meta de inflação nunca foi cumprida de fato. Apensar de ser 4,5, raramente a inflação esteve por lá.
Depois tenho que ouvir os amigos vermelhinhos dizem que a estabilidade de curto prazo na política fiscal e monetária foi conquistada e, portanto, a preocupação é o longo prazo. Eles não devem ler os mesmos dados que eu e outra metade do mundo.
E como a política fiscal no Brasil é esquisita. Na decomposição da divida liquida fica claro como cresce no fim do ano e os anos de eleição são marcado por maior gasto, seguido de ajuste do novo governo. O movimento deveria ser evitado pela estrutura das instituições fiscais e composição de regras, mas não evita. Só transformou o problema.
Um dia terá que ser alterado o regime de compras, gestão da dívida pública, gastos e arrecadação. Quando só os ETs sabem.
O primeiro sobre a evolução da dívida pública liquida e bruta em dezembro/2001 e outubro/2014. A liquida é mais divulgada por que supostamente indica melhor a solvência, mas possui como grande problema descontar os créditos do governo para o setor privado como empréstimos de bancos públicos e títulos de outros países. Enquanto a bruta indica o quando o país deve.
Observem o buraco entre as duas. A Divida liquida caiu de 60% para casa de 20%, mas a a bruta se manteve estável na casa de 60%. Indica que é sustentável e que existe solvência devido ao prazo de vencimento foi dilatado de menos de 12 meses para 60 e ter predominância de títulos pré-fixados. Porém não tem nada de confortável como economistas petistas que são ignorados pintam. Principalmente quando jogam dados da dívida liquida e não dizem o que está no meio. E aquele buraco enorme entre 2011 e 2014 é a politica de ampliação dos empréstimos públicos, uso das estatais e subsídios diversos.
Ao mesmo tempo em que o governo muda regras e dá a pedaladas para dizer que cumpriu a meta, coisas do seu Arno Agustin, compromete a transparência e cria custos adicionais na rolagem e negociação do endividamento, com efeitos internos e externos. Mudar as regras tem efeitos muito piores do que adminitir que não cumpriu e tem um plano de recuperação.
A outra é que a meta de inflação nunca foi cumprida de fato. Apensar de ser 4,5, raramente a inflação esteve por lá.
Depois tenho que ouvir os amigos vermelhinhos dizem que a estabilidade de curto prazo na política fiscal e monetária foi conquistada e, portanto, a preocupação é o longo prazo. Eles não devem ler os mesmos dados que eu e outra metade do mundo.
E como a política fiscal no Brasil é esquisita. Na decomposição da divida liquida fica claro como cresce no fim do ano e os anos de eleição são marcado por maior gasto, seguido de ajuste do novo governo. O movimento deveria ser evitado pela estrutura das instituições fiscais e composição de regras, mas não evita. Só transformou o problema.
Um dia terá que ser alterado o regime de compras, gestão da dívida pública, gastos e arrecadação. Quando só os ETs sabem.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Levy critica: Tesouro assumiu “responsabilidades desproporcionais”147
Fernando Rodrigues 29/12/2014 10:03
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Joaquim-Levy-e-Guido-Mantega-encontram-se-em-Brasilia-foto-Valter-Campanato-Agencia-Brasil_201412040002
Joaquim Levy (esq.) com Guido Mantega (4.dez.2014)
Futuro ministro da Fazenda reconhece erro na política econômica de Dilma Rousseff
Para Levy, ações no setor de energia produziram “deterioração das contas públicas”
Dilma segurou preço de energia em 2014 porque era um ano eleitoral
Presidente obrigou o Tesouro “a assumir responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”
O futuro ministro da Fazenda a partir de 2015, Joaquim Levy, fez duras críticas à atual política econômica conduzida pela presidente Dilma Rousseff.
Ao falar sobre tarifas de energia, Levy afirma que houve “deterioração das contas públicas”, entre outras razões, porque o Tesouro assumiu “responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”.
Em entrevista à jornalista Claudia Safatle (a íntegra está disponível para assinantes), o futuro ministro não aponta o dedo de maneira direta para Dilma Rousseff, mas deixa suas críticas mais do que implícitas. As tais “responsabilidades desproporcionais'' assumidas pelo Tesouro Nacional se deram por determinação direta da própria presidente da Repúblicas –ela queria que as contas de luz fossem mantidas artificialmente baixas durante 2014, um ano eleitoral.
Segundo Levy, agora a chamada Conta de Desenvolvimento Energético vai passar “para a tarifa de consumo”, ou seja, para todos os brasileiros que pagam suas contas de luz. “É uma conta que ultrapassou R$ 10 bilhões ao ano e que, se mantida no Tesouro, terá implicações perigosas para o ‘rating’ da dívida pública”, afirma o futuro titular da Fazenda.
A fala do ministro indicado tem também um pouco de torcida. Ele dá a entender que não sabe se tudo funcionará como se espera. “Nessa conta [do setor de energia] houve recentemente o reconhecimento de um passivo de mais de R$ 8 bilhões no chamado sistema isolado, sem que haja indicação de como ele será equacionado. Vai precisar determinação para acertar essas contas, além de um pouco de sorte para a situação hídrica melhorar”.
Em outras palavras, apesar de todo o esforço do governo impondo uma contenção econômica para os brasileiros, tudo pode fracassar se não chover no nível necessário.
Também chama a atenção na entrevista de Levy o paralelo que faz entre a situação atual do Brasil e o estado da economia dos EUA em 2008, quando eclodiu uma forte crise mundial.
Trata-se de mais uma crítica à condução atual da política econômica (arquitetada pelo atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, com total apoio da presidente Dilma Rousseff).
Levy fala que a crise financeira-bancária que eclodiu nos EUA em 2008 foi decorrência da decisão do “governo Bush de sustentação do crescimento baseada em desonerações tributárias e expansão do crédito garantida pelo Tesouro americano”. E também porque George W. Bush “fechou os olhos ao aumento de alavancagem geral para manter o desemprego baixo”. Conclui Levy: “O coquetel se completava com o corte de impostos para agradar parcelas chaves do eleitorado e algum protecionismo”.
Guardadas algumas proporções, os erros de George W. Bush foram em grande parte repetidos no Brasil nos últimos anos pela política econômica adotada por Dilma Rousseff.
AJUSTE FISCAL
Levy anunciou também que a economia que o governo fará em 2015 (o “superávit primário”) será de R$ 66 bilhões.
Neste ano de 2014, a economia do governo federal ficará em torno de R$ 10 bilhões.
Essa economia, o “superávit fiscal”, é necessária para equilibrar as contas públicas, pagar juros da dívida do governo e controlar as expectativas dos agentes econômicos. Em outras palavras, é necessário dar um “cavalo de pau” na economia em 2015 para que, em teoria, o país volte a crescer de maneira mais robusta em algum momento a partir de 2016.
Tudo considerado, o que Joaquim Levy quer dizer em sua entrevista à Claudia Safatle é que 2015 será um ano difícil, com inflação alta e uma economia quase parada.
Eis alguns trechos da entrevista de Levy, que será determinante no comportamento do mercado financeiro nesta segunda-feira (29.dez.2014):
Nova política fiscal: “O reequilíbrio [da economia] exige mudança de preços relativos e cuidado com a expansão do crédito. E uma reorientação imediata da política fiscal”.
Cenário externo: “Olhando para onde vão as duas grandes economias do mundo, o Brasil tem que mudar rápido. Os estímulos fiscais e monetários das grandes economias estão sendo retirados. Nos EUA, os estímulos fiscais saíram de cena desde 2013, inclusive com o Tesouro vendendo ações das empresas em que teve que intervir. Não vai precisar de muita paciência para ver os juros curtos nos EUA subirem. A China acabou com os estímulos fiscais a grandes investimentos públicos e vem se desengajando cada vez mais do apoio ao imobiliário, focando agora em questões estruturais, como o financiamento das cidades para dar cidadania aos migrantes. E está administrando a inflação baixa, puxada pela queda do preço das commodities, inclusive petróleo”.
Riscos para bancos brasileiros: “Aqui não há riscos imediatos no sistema financeiro em si. Mas vale lembrar que a crise financeira global de 2008 veio da política do governo Bush de sustentação do crescimento baseada em desonerações tributárias e expansão do crédito garantida pelo Tesouro americano. Para tentar que a economia crescesse tanto quanto no período Clinton, Bush expandiu o crédito imobiliário fácil, apoiado na garantia do Tesouro a empresas como a Fannie Mae. Ele fechou os olhos ao aumento de alavancagem geral para manter o desemprego baixo. O coquetel se completava com o corte de impostos para agradar parcelas chaves do eleitorado e algum protecionismo.
Ajuste fiscal em 2015: [chegará a R$ 100 bilhões?] “Tecnicamente o ajuste implicará passar de um primário de talvez R$ 10 bilhões este ano para R$ 66 bilhões no ano que vem. Considerando outras pressões, como subsídios que terão que diminuir, o esforço será um pouco maior, mas não dá para validar esse número de R$ 100 bilhões”.
Preços de energia: “Um primeiro passo já dado foi para estancar a deterioração das contas públicas, que vinha levando o Tesouro a assumir responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade. As tarifas de energia elétrica passarão, a partir de 2015, a refletir o custo da geração térmica, evitando acúmulo de passivos. Aí, o próximo passo será acomodar urgentemente os subsídios, que vêm crescendo muito, exigindo devolver a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] para a tarifa de consumo. É uma conta que ultrapassou R$ 10 bilhões ao ano e que, se mantida no Tesouro, terá implicações perigosas para o “rating'' da dívida pública. Aliás, nessa conta houve recentemente o reconhecimento de um passivo de mais de R$ 8 bilhões no chamado sistema isolado, sem que haja indicação de como ele será equacionado. Vai precisar determinação para acertar essas contas, além de um pouco de sorte para a situação hídrica melhorar. Mas vale a pena”.
Expansão da economia ao exterior: “Sem prejuízo de atender à demanda interna é, realmente, indispensável expandir o perímetro da nossa economia. A expansão do nosso comércio exterior, mesmo em um quadro em que a economia internacional não anda muito forte, vai ser essencial. E vai requerer esforço e agilidade, porque os principais parceiros regionais enfrentam problemas e a possibilidade de ampliar os estímulos fiscais e creditícios se esgotou”.
Destino dos bancos públicos: “Tentar superar a dualidade do crédito não vai significar o fim dos bancos públicos, notadamente os já ou eventualmente listados em Bolsa. Por outro lado, permitirá que a política monetária adquira outra conformidade, aumentando sua potência e dando continuidade à gradual redução da amplitude dos seus ciclos, observada desde os anos 90. E não custa lembrar: em geral, quando acaba a dualidade, muito mais gente tem acesso ao bem ou serviço. Não ficou mais difícil viajar ou trabalhar quando se superou ou diminuiu a dualidade nos mercados de câmbio e de trabalho– a oferta e acesso ao credito tenderá a aumentar, inclusive para as pequenas e médias empresas.
Firmeza do governo com a nova política econômica: “Acredito que os fatos devem mostrar a disciplina. Há bastante harmonia entre o que a equipe econômica vem falando. A própria presidente acenou com a abertura de capital da Caixa, o que tende a mudar a dinâmica de governança da instituição e, provavelmente, até alguns aspectos do seu posicionamento estratégico”.
Assinantes do jornal “Valor” podem ler a íntegra da entrevista de Joaquim Levy à jornalista Claudia Safatle.
_________________
Já deu uma no meio da orelha da dentuça com esse comentário.
Fernando Rodrigues 29/12/2014 10:03
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Joaquim-Levy-e-Guido-Mantega-encontram-se-em-Brasilia-foto-Valter-Campanato-Agencia-Brasil_201412040002
Joaquim Levy (esq.) com Guido Mantega (4.dez.2014)
Futuro ministro da Fazenda reconhece erro na política econômica de Dilma Rousseff
Para Levy, ações no setor de energia produziram “deterioração das contas públicas”
Dilma segurou preço de energia em 2014 porque era um ano eleitoral
Presidente obrigou o Tesouro “a assumir responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”
O futuro ministro da Fazenda a partir de 2015, Joaquim Levy, fez duras críticas à atual política econômica conduzida pela presidente Dilma Rousseff.
Ao falar sobre tarifas de energia, Levy afirma que houve “deterioração das contas públicas”, entre outras razões, porque o Tesouro assumiu “responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade”.
Em entrevista à jornalista Claudia Safatle (a íntegra está disponível para assinantes), o futuro ministro não aponta o dedo de maneira direta para Dilma Rousseff, mas deixa suas críticas mais do que implícitas. As tais “responsabilidades desproporcionais'' assumidas pelo Tesouro Nacional se deram por determinação direta da própria presidente da Repúblicas –ela queria que as contas de luz fossem mantidas artificialmente baixas durante 2014, um ano eleitoral.
Segundo Levy, agora a chamada Conta de Desenvolvimento Energético vai passar “para a tarifa de consumo”, ou seja, para todos os brasileiros que pagam suas contas de luz. “É uma conta que ultrapassou R$ 10 bilhões ao ano e que, se mantida no Tesouro, terá implicações perigosas para o ‘rating’ da dívida pública”, afirma o futuro titular da Fazenda.
A fala do ministro indicado tem também um pouco de torcida. Ele dá a entender que não sabe se tudo funcionará como se espera. “Nessa conta [do setor de energia] houve recentemente o reconhecimento de um passivo de mais de R$ 8 bilhões no chamado sistema isolado, sem que haja indicação de como ele será equacionado. Vai precisar determinação para acertar essas contas, além de um pouco de sorte para a situação hídrica melhorar”.
Em outras palavras, apesar de todo o esforço do governo impondo uma contenção econômica para os brasileiros, tudo pode fracassar se não chover no nível necessário.
Também chama a atenção na entrevista de Levy o paralelo que faz entre a situação atual do Brasil e o estado da economia dos EUA em 2008, quando eclodiu uma forte crise mundial.
Trata-se de mais uma crítica à condução atual da política econômica (arquitetada pelo atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, com total apoio da presidente Dilma Rousseff).
Levy fala que a crise financeira-bancária que eclodiu nos EUA em 2008 foi decorrência da decisão do “governo Bush de sustentação do crescimento baseada em desonerações tributárias e expansão do crédito garantida pelo Tesouro americano”. E também porque George W. Bush “fechou os olhos ao aumento de alavancagem geral para manter o desemprego baixo”. Conclui Levy: “O coquetel se completava com o corte de impostos para agradar parcelas chaves do eleitorado e algum protecionismo”.
Guardadas algumas proporções, os erros de George W. Bush foram em grande parte repetidos no Brasil nos últimos anos pela política econômica adotada por Dilma Rousseff.
AJUSTE FISCAL
Levy anunciou também que a economia que o governo fará em 2015 (o “superávit primário”) será de R$ 66 bilhões.
Neste ano de 2014, a economia do governo federal ficará em torno de R$ 10 bilhões.
Essa economia, o “superávit fiscal”, é necessária para equilibrar as contas públicas, pagar juros da dívida do governo e controlar as expectativas dos agentes econômicos. Em outras palavras, é necessário dar um “cavalo de pau” na economia em 2015 para que, em teoria, o país volte a crescer de maneira mais robusta em algum momento a partir de 2016.
Tudo considerado, o que Joaquim Levy quer dizer em sua entrevista à Claudia Safatle é que 2015 será um ano difícil, com inflação alta e uma economia quase parada.
Eis alguns trechos da entrevista de Levy, que será determinante no comportamento do mercado financeiro nesta segunda-feira (29.dez.2014):
Nova política fiscal: “O reequilíbrio [da economia] exige mudança de preços relativos e cuidado com a expansão do crédito. E uma reorientação imediata da política fiscal”.
Cenário externo: “Olhando para onde vão as duas grandes economias do mundo, o Brasil tem que mudar rápido. Os estímulos fiscais e monetários das grandes economias estão sendo retirados. Nos EUA, os estímulos fiscais saíram de cena desde 2013, inclusive com o Tesouro vendendo ações das empresas em que teve que intervir. Não vai precisar de muita paciência para ver os juros curtos nos EUA subirem. A China acabou com os estímulos fiscais a grandes investimentos públicos e vem se desengajando cada vez mais do apoio ao imobiliário, focando agora em questões estruturais, como o financiamento das cidades para dar cidadania aos migrantes. E está administrando a inflação baixa, puxada pela queda do preço das commodities, inclusive petróleo”.
Riscos para bancos brasileiros: “Aqui não há riscos imediatos no sistema financeiro em si. Mas vale lembrar que a crise financeira global de 2008 veio da política do governo Bush de sustentação do crescimento baseada em desonerações tributárias e expansão do crédito garantida pelo Tesouro americano. Para tentar que a economia crescesse tanto quanto no período Clinton, Bush expandiu o crédito imobiliário fácil, apoiado na garantia do Tesouro a empresas como a Fannie Mae. Ele fechou os olhos ao aumento de alavancagem geral para manter o desemprego baixo. O coquetel se completava com o corte de impostos para agradar parcelas chaves do eleitorado e algum protecionismo.
Ajuste fiscal em 2015: [chegará a R$ 100 bilhões?] “Tecnicamente o ajuste implicará passar de um primário de talvez R$ 10 bilhões este ano para R$ 66 bilhões no ano que vem. Considerando outras pressões, como subsídios que terão que diminuir, o esforço será um pouco maior, mas não dá para validar esse número de R$ 100 bilhões”.
Preços de energia: “Um primeiro passo já dado foi para estancar a deterioração das contas públicas, que vinha levando o Tesouro a assumir responsabilidades totalmente desproporcionais à sua capacidade. As tarifas de energia elétrica passarão, a partir de 2015, a refletir o custo da geração térmica, evitando acúmulo de passivos. Aí, o próximo passo será acomodar urgentemente os subsídios, que vêm crescendo muito, exigindo devolver a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] para a tarifa de consumo. É uma conta que ultrapassou R$ 10 bilhões ao ano e que, se mantida no Tesouro, terá implicações perigosas para o “rating'' da dívida pública. Aliás, nessa conta houve recentemente o reconhecimento de um passivo de mais de R$ 8 bilhões no chamado sistema isolado, sem que haja indicação de como ele será equacionado. Vai precisar determinação para acertar essas contas, além de um pouco de sorte para a situação hídrica melhorar. Mas vale a pena”.
Expansão da economia ao exterior: “Sem prejuízo de atender à demanda interna é, realmente, indispensável expandir o perímetro da nossa economia. A expansão do nosso comércio exterior, mesmo em um quadro em que a economia internacional não anda muito forte, vai ser essencial. E vai requerer esforço e agilidade, porque os principais parceiros regionais enfrentam problemas e a possibilidade de ampliar os estímulos fiscais e creditícios se esgotou”.
Destino dos bancos públicos: “Tentar superar a dualidade do crédito não vai significar o fim dos bancos públicos, notadamente os já ou eventualmente listados em Bolsa. Por outro lado, permitirá que a política monetária adquira outra conformidade, aumentando sua potência e dando continuidade à gradual redução da amplitude dos seus ciclos, observada desde os anos 90. E não custa lembrar: em geral, quando acaba a dualidade, muito mais gente tem acesso ao bem ou serviço. Não ficou mais difícil viajar ou trabalhar quando se superou ou diminuiu a dualidade nos mercados de câmbio e de trabalho– a oferta e acesso ao credito tenderá a aumentar, inclusive para as pequenas e médias empresas.
Firmeza do governo com a nova política econômica: “Acredito que os fatos devem mostrar a disciplina. Há bastante harmonia entre o que a equipe econômica vem falando. A própria presidente acenou com a abertura de capital da Caixa, o que tende a mudar a dinâmica de governança da instituição e, provavelmente, até alguns aspectos do seu posicionamento estratégico”.
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Já deu uma no meio da orelha da dentuça com esse comentário.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
A entrevista tá em http://www.valor.com.br/brasil/3837952/ ... firma-levy
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Os 4,5 anos para vencimento eram pouco, mas agora tem tendência para cair na casa de três anos. O problema é a dificuldade de rolar a dívida e não garantias de longo prazo que não vai haver um estouro e não conseguir se financiar, eventualmente levando a reestruturação.
Nos países que tem nível de endividamento bruto e liquido parecido ou maior que o Brasil tem uma situação mais confortável por que em média jogam o prazo dos títulos da dívida para 10, 15 ou 20 anos. A flexibilidade e corte de custos são enormes.
Nos países que tem nível de endividamento bruto e liquido parecido ou maior que o Brasil tem uma situação mais confortável por que em média jogam o prazo dos títulos da dívida para 10, 15 ou 20 anos. A flexibilidade e corte de custos são enormes.
Compromissadas fecham ano em R$ 890 bi
Por Lucinda Pinto
O ano de 2014 deve terminar com sinais de piora das condições de financiamento do governo junto ao mercado. De um lado, a dívida mobiliária do Tesouro deve ter um resgate líquido próximo de R$ 125 bilhões. De outro, o estoque de operações compromissadas, instrumento de curtíssimo prazo gerido pelo Banco Central, deve alcançar o maior volume para um fim de período, perto de R$ 890 bilhões, um crescimento de 75% em relação a 2013. A combinação desses dois elementos mostra que a busca por aplicações de curto prazo ganhou ímpeto nos últimos meses, como reflexo das inúmeras incertezas que cercam o cenário econômico local e também externo. E o resultado é a redução do prazo médio da dívida do governo nas mãos do mercado financeiro, importante termômetro de percepção de risco.
A dívida mobiliária emitida pelo Tesouro deve chegar ao fim do ano com um prazo médio de 4,50 anos, ou 55,20 meses, no teto da banda estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento do Tesouro (PAF), segundo estimativa do diretor-geral da Tullett Prebon, Christiano Clemente. Já as operações compromissadas - venda de títulos emitidos pelo Tesouro para a carteira do Banco Central, com compromisso de recompra no dia seguinte, em três meses ou seis meses - têm "duration" (prazo médio) de 24 dias, ou 0,8 mês. Se fossem contabilizadas conjuntamente, o prazo médio cairia para 39 meses, ou 3,3 anos.
As compromissadas e a dívida mobiliária não são apenas geridas por órgãos diferentes. São também instrumentos de natureza diversa - a dívida é emitida pelo Tesouro com o objetivo de financiar o caixa do governo, enquanto as compromissadas têm a função de equilibrar a liquidez do sistema, ou seja, têm função de política monetária. Feita a distinção, é possível dizer que ambas representam uma forma de empréstimo do mercado ao governo. E por isso fazem parte do que se chama de dívida bruta.
"Embora sejam instrumentos diferentes, é possível olhar os dois de forma conjunta, porque é para eles [BC e Tesouro] que o mercado empresta", afirma Clemente. "De forma purista, o aumento das compromissadas representa a expansão da dívida e, portanto, deveria ser contabilizada conjuntamente", diz um especialista, que prefere não ser identificado.
Um dos indicadores de qualidade da dívida é seu prazo médio. Ter uma dívida de vencimento breve deixa o emissor mais suscetível a períodos de instabilidade de preços, porque ele se vê obrigado a repactuar mais frequentemente as suas condições de financiamento. No caso brasileiro, não há uma deterioração que comprometa o perfil sustentável da dívida mobiliária, muito menos imponha riscos de solvência. De todo modo, esses números mostram que houve, ao menos, uma pausa na melhora das condições de gerenciamento da dívida porque o investidor prefere ficar no curto prazo ou, no mínimo, exige um prêmio mais alto para financiar o governo.
"Se o prêmio de papéis de um ou dois anos emitidos pelo Tesouro estivesse atrativo, os agentes não estariam colocando seu dinheiro em compromissadas só por causa do prazo", diz um analista. Para ele, o fato de o Tesouro não estar rolando integralmente a dívida - ou por baixo apetite do investidor ou por se recusar a pagar o prêmio pedido por esses agentes - foi, em o principal motivo da explosão das compromissadas. "O investidor olha para frente e tem receio do que vai acontecer com a inflação e, consequentemente, com a política monetária. Também opera sem saber quais os efeitos que uma mudança na taxa de juros nos Estados Unidos pode provocar nos preços dos ativos", diz o profissional.
Segundo cálculos da Tullett Prebon, sem considerar as emissões feitas pelo Tesouro para o BNDES, a dívida mobiliária deve encerrar 2014 com resgate líquido de R$ 125 bilhões. Se forem incluídas as operações feitas para o banco de fomento, então as emissões devem ficar aquém dos resgates em R$ 63,4 bilhões.
Já as compromissadas vêm mostrando acelerado ritmo de expansão e, em 2014, devem ter a maior taxa de crescimento dos últimos anos. A expansão deve ser de 75% em relação a 2013, quando o volume ficou estável ante o observado ao ano anterior. Em 2012, o crescimento havia sido de 60% e em 2011, de 20%. Assim, a relação dívida/compromissada deve fechar o ano perto de 39,6%, levando-se em conta a estimativa de que a Dívida Pública Federal (DPF) encerre 2015 nos de R$ 2,246 trilhões. No ano passado, a proporção era de 23,9%.
Outra explicação para a expansão das compromissadas nos últimos anos é a formação das reservas internacionais. Entre 2008 e 2012, período em que a política monetária flexível do Federal Reserve ampliou a oferta de dólares no mundo, o BC comprou moeda no mercado e ampliou as reservas. Os reais injetados na economia tiveram de ser enxugados por meio das compromissadas. Mas não há leilão de compra de dólares desde abril de 2012, o que significa que é a busca por aplicações mais curtas e, alguns momentos, mais atrativas, que está por trás do crescimento do estoque dessas operações.
Fonte: http://www.valor.com.br/imprimir/notici ... m-r-890-bi
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Dilma está caminhando a passos largos no plano nefasto de destruir a econômica do Brasil e nos entregar a miséria total nos obrigando a compactuar com ao bolivarianismo.
Não lembro de ter presenciado um presidente com tanta capacidade de fazer coisas erradas e sem sentido como a dentuça.
Temo muito pelo Brasil!
Não lembro de ter presenciado um presidente com tanta capacidade de fazer coisas erradas e sem sentido como a dentuça.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Olhe bem, nem tanto.
Nos terríveis tempos de FHC I, o prazo médio chegou a dois meses. Na era Lula com o dedo do Levy que foi para quase 30 meses e fechou acima de 40 no governo Dilma I. Além de nacionalizar a dívida pública externa e tirar o risco cambial da conta.
O revês veio do esforço dos últimos quatro anos e o fracasso dos malucos da equipe econômica anterior. E como política fiscal tem defasagens que demoram meses ou anos agora que chegou o resultado.
veremos se o ajuste do Levy volta a criar condições para dilatar o prazo e cortar custos.
Nos terríveis tempos de FHC I, o prazo médio chegou a dois meses. Na era Lula com o dedo do Levy que foi para quase 30 meses e fechou acima de 40 no governo Dilma I. Além de nacionalizar a dívida pública externa e tirar o risco cambial da conta.
O revês veio do esforço dos últimos quatro anos e o fracasso dos malucos da equipe econômica anterior. E como política fiscal tem defasagens que demoram meses ou anos agora que chegou o resultado.
veremos se o ajuste do Levy volta a criar condições para dilatar o prazo e cortar custos.
- prp
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
"Uma vez, num vilarejo, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria macacos por $10 cada. Os aldeões sabendo que havia muitos macacos na região foram à floresta e iniciaram a caça aos macacos.
O homem comprou centenas de macacos a $10 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça. Aí, o homem anunciou que agora pagaria $20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para $25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por $50! Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões: "Olhe todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender por $35 a vocês e quando o homem retornar da cidade, vocês podem vender-lhe por $50 cada."
Os aldeões, espertos, pegaram todas as suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Eles nunca mais viram o homem ou seu assistente, somente macacos por todos os lados.
E agora? Entendeu como funciona o mercado de ações?"
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O homem comprou centenas de macacos a $10 e então os aldeões diminuíram seu esforço na caça. Aí, o homem anunciou que agora pagaria $20 por cada macaco e os aldeões renovaram seus esforços e foram novamente à caça.
Logo, os macacos foram escasseando cada vez mais e os aldeões foram desistindo da busca. A oferta aumentou para $25 e a quantidade de macacos ficou tão pequena que já não havia mais interesse na caça.
O homem então anunciou que agora compraria cada macaco por $50! Entretanto, como iria à cidade grande, deixaria seu assistente cuidando da compra dos macacos.
Na ausência do homem, seu assistente disse aos aldeões: "Olhe todos estes macacos na jaula que o homem comprou. Eu posso vender por $35 a vocês e quando o homem retornar da cidade, vocês podem vender-lhe por $50 cada."
Os aldeões, espertos, pegaram todas as suas economias e compraram todos os macacos do assistente.
Eles nunca mais viram o homem ou seu assistente, somente macacos por todos os lados.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Possui concluir depois disso que a Dilma anda comprando macaco e sacaneando todo mundo.
Macacos me mordam!
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Deveriam ter feito isso lá em 2010/2011.
Depois eu que falo muita bobagem. Todas medidas dentro do esperado. A não ser que estive no mundo de matrix.Governo endurece regras para benefícios trabalhistas
Mudanças alteram critérios para abono salarial, seguro- desemprego e auxílio-doença. Intenção é poupar até R$ 18 bilhões por ano
No primeiro pacote de medidas duras de ajuste das contas públicas, o governo Dilma Rousseff anunciou mudanças nas regras de pagamento de cinco benefícios trabalhistas e previdenciários – abono salarial, seguro-desemprego, seguro-defeso, pensão por morte e auxílio-doença. O governo espera economizar ao menos R$ 18 bilhões por ano aos cofres públicos.
As alterações, classificadas como “correções de distorções” pelo ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, terão impacto principalmente para os novos beneficiários.
As medidas, que tornam mais difícil o acesso aos benefícios, serão enviadas em duas medidas provisórias ao Congresso, sem que o Palácio do Planalto tenha negociado o teor do pacote com a base parlamentar. Essa fórmula repete o padrão adotado pela presidente Dilma em seu primeiro mandato, o que causou muita reclamação e problemas ao governo no Congresso.
Ao apresentar o pacote, Mercadante justificou a falta de negociação com o atual Congresso em razão da renovação dos parlamentares. “Não houve ainda consulta à base”, admitiu o ministro. “Estamos aguardando a posse, 47% dos deputados são novos, um terço do Senado será renovado. Apresentamos e negociamos com as centrais sindicais.”
Impopulares
Questionado sobre a impopularidade das medidas, que mexem com direitos trabalhistas – algo que a presidente Dilma afirmou que não faria “nem a pau” durante sua campanha de reeleição –, Mercadante discordou. “Eu não concordo que, necessariamente, são medidas impopulares. Eu senti, inclusive, na conversa com vários líderes sindicais, que eles não só aguardavam as mudanças como sabem que as distorções têm de ser corrigidas. Não estamos acabando com os programas. Todos estão sendo mantidos”, afirmou.
“Nós estamos mudando as regras de acesso para os direitos serem preservados de forma sustentável, essas regras de acesso têm de ser alteradas. Agora, temos de corrigir distorções. O FAT e a Previdência são um patrimônio de todos. Então, se não garantirmos a sustentabilidade da Previdência, as futuras gerações vão pagar um preço caro.”
Embora tomadas para corrigir problemas e irregularidades nos programas, segundo o governo, as medidas não são exatamente populares. O pacote aumenta os tempos de contribuição e, em alguns casos, reduz o valor dos benefícios pagos.
As mudanças no seguro-desemprego, por exemplo, são justificadas pelo governo pelo fato de 74% estarem sendo pagos a quem está entrando no primeiro emprego. “Os mais jovens estão mais dispostos a fazer experimentos com o mercado de trabalho”, explicou Mercadante.
Resultado fiscal tem rombo de R$ 19,6 bi
O governo Dilma Rousseff deve fechar 2014 com uma marca negativa na política fiscal. Com o anúncio feito ontem de um novo rombo de R$ 8,1 bilhões nas contas públicas em novembro, o chamado resultado fiscal do conjunto de União, Estados e municípios acumulou um buraco de R$ 19,6 bilhões neste ano. Este é o pior resultado em toda a série histórica, iniciada em 1996, e sinaliza que o ano deve ser o primeiro a terminar com um déficit primário.
De saída após quase oito anos no cargo, o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, garantiu que haverá um superávit “de dois dígitos” nas contas em dezembro. Mas para zerar o déficit acumulado entre janeiro e novembro, esse eventual resultado positivo terá de ser de R$ 20 bilhões – hoje, isso é considerado impossível, mesmo entre os mais otimistas técnicos do governo.
Foi praticamente abandonado, também, o objetivo de poupar R$ 10,1 bilhões para o pagamento dos juros da dívida pública, o chamado superávit primário.
Atípico
“O ano de 2014 foi atípico”, disse ontem Augustin. De fato, o ano que se encerra amanhã conseguiu registrar indicadores fiscais ainda piores do que em 2013, que terminara com o pior esforço fiscal da história – apenas 1,9% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2014, apenas nos meses de janeiro, março, abril e outubro o governo central registrou superávit. Nos outros sete meses, o governo teve déficit nas suas contas.
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Novas regras
Confira quais as principais mudanças anunciadas ontem pelo governo:
Abono salarial
Para ter acesso ao benefício, o trabalhador passará a ter de comprovar seis meses ininterruptos de trabalho com carteira assinada. Na regra atual, o abono é concedido com apenas um mês de contribuição. O valor do benefício, que hoje é de um salário mínimo, passa a ser proporcional ao tempo de serviço, como no 13º salário.
Seguro-desemprego
Para ter acesso serão necessários 18 meses de trabalho com carteira assinada e não mais seis meses. Para a segunda solicitação do seguro, o trabalhador deverá ter contribuído por 12 meses com o INSS. Já no terceiro acesso ao seguro, o trabalhador terá de ter ocupado um emprego formal pelo mínimo de seis meses.
Pensão por morte
Será preciso comprovar o pagamento de 24 meses da contribuição previdenciária para ter acesso ao benefício, além de ter dois anos de casamento ou união estável. O valor a ser recebido será de 50% do salário-benefício para o cônjuge, seguido de acréscimos de 10% por dependente até poder completar 100% do total do vencimento. O benefício mínimo segue sendo de um salário mínimo por pensão.
Benefício vitalício
Também acaba o benefício vitalício para cônjuges jovens. Será vitalício apenas para quem tem até 35 anos de expectativa de sobrevida (hoje, pessoas com 44 anos ou mais). A partir desse limite depende da idade. Entre 39 a 43 anos de idade, o tempo de pagamento, por exemplo, cai para 15 anos de pensão.
Auxílio-doença
Foi determinado o aumento do prazo de afastamento pago pelo empregador antes do início do pagamento do auxílio-doença pelo INSS, de 15 para 30 dias para segurados empregados. Também será fixado um teto no valor do auxílio-doença, equivalente à média das últimas 12 contribuições.
Seguro-defeso
A partir de agora, os pescadores não poderão receber o seguro-defeso se já forem beneficiários de outros programas sociais, como o Bolsa Família. Eles precisarão ter pelo menos três anos de registro como pescador artesanal. Terão de comprovar comercialização de pescador ou pagamento de contribuição previdenciária por pelo menos 12 meses. A concessão do salário mínimo do benefício será avalia por um Comitê Gestor do Seguro-Defeso.
http://www.gazetadopovo.com.br/economia ... abalhistas
- Viktor Reznov
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Os otimistas acreditam que a 2015 a economia vai ficar tão ruim que todos vamos estar comendo bosta até o final do próximo ano. Já os pessimistas acham que não vai ter bosta pra todo mundo.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
"Dilma avacalha os novos ministros econômicos".
Blog Rota 2014 - 04.01.15.
Para assumir o segundo mandato, Dilma interrompeu os banhos de Sol na praia que adorna a base naval de Aratu, na Bahia. No discurso de posse, queimou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Reempossada, Dilma voltou à praia. Lendo os jornais, abespinhou-se. E tostou o novo ministro do Planejamento, ordenando-lhe que divulgasse um autodesmentido.
De duas, uma: ou o sol da Bahia derreteu a memória de Dilma ou Levy e Barbosa entraram numa fria. A presidente faria um bem a si mesma se chamasse seus dois auxiliares econômicos para uma nova conversa. Não se sabe o que disse a ambos quando os convenceu a assumir o abacaxi que herdou para si mesma. Mas já está claro que, expressando-se no mesmo idioma, os três se desentenderam.
Dilma queimou Levy no trecho do discurso inaugural em que virou a página da campanha presidencial. Para trás. A certa altura, ela disse: “As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia.” Por um instante, teve-se a impressão de que a oradora falaria sério. Mas ela retornou ao palanque na frase seguinte:
“Isso, para nós todos, não é novidade. Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos trabalhadores e dos empresários. Mesmo em meio a um ambiente internacional de extrema instabilidade e incerteza econômica, o respeito a esses fundamentos econômicos nos permitiu colher resultados positivos. Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar.”
Quem assistiu deve ter perguntado aos seus botões, que não responderam porque também não entenderam nada: “Se a economia encontra-se estabilizada, se os cofres públicos estão em ordem, se a inflação não fugiu ao controle e se os resultados são tão positivos, por que diabos Dilma mandou ao olho da rua o companheiro Guido Mantega?''
“Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer”, disse Dilma noutro trecho. “Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas. […] Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários.” Esse palavrório refrigerado não combina com o compromisso árido assumido por Levy, sob refletores, de entregar um superávit de 1,2% do PIB já em 2015. Em reais, isso significa algo como R$ 100 bilhões. Contra esse pano de fundo, o “menor sacrifício possível'' se parece muito com o sorvo de um gigante faminto.
Um dia depois da posse da presidente, assumiram seus postos alguns dos 39 ministros. Entre eles Nelson Barbosa. Já na pele de titular do Planejamento, ele deu uma entrevista. Indagado sobre a fórmula de reajuste do salário mínimo, sapecou: “Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo''.
Levada às manchetes, a frase alcançou Dilma na praia. Irritada, ela tocou o telefone para Aloizio Mercadante, seu economista de cabeceira. Depois, ordenou a Barbosa que se imolasse em praça pública, desmentindo-se por escrito. Foi obedecida. Em sua nota, Barbosa foi curto e fino. Escreveu que “a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente.”
A regra vigente prevê que o mínimo sobe conforme a inflação do ano anterior, acrescida da variação do PIB de dois anos antes. Essa fórmula só vale até este ano de 2015. Para renová-la ou modificá-la, o governo terá de enviar um projeto ao Congresso. Barbosa apenas antecipou uma mudança que lhe parecia decidida.
Auxiliares de Dilma dizem que, de fato, o tema vinha sendo debatido internamente. Mas a presidente avaliou que o novo chefe do Planejamento atravessou o carro na frente dos bois. Nessa versão, Dilma só pretendia levar a novidade à vitrine no segundo semestre. Agora, babau.
Uma coisa é preciso dizer sobre Dilma: ela cada vez se dá melhor com ela mesma. Não fosse pela insistência de Lula, não teria dado o cavalo-de-pau econômico, sequestrando a agenda de ajustes do adversário tucano. Executada a guinada, a inadequação é cada vez mais evidente.
Dilma com Levy e Cia. a tiracolo vai passando a impressão de uma presidente que, no vaivém entre a praia baiana e o carpete brasiliense, vestiu o maiô de banho por cima do conjunto de saia e blusão que usou na posse.
No fundo, o modelito dos sonhos de Dilma é mesmo Guido Mantega, um ministro prêt-à-porter, pronto para ser usado. Uma evidência de que, como na moda, os gestores econômicos vão e vêm, mudam sempre; o ridículo é que é permanente. Resta saber até que ponto Levy e Barbosa estão dispostos a aceitar a avacalhação.
Blog Rota 2014 - 04.01.15.
Para assumir o segundo mandato, Dilma interrompeu os banhos de Sol na praia que adorna a base naval de Aratu, na Bahia. No discurso de posse, queimou o novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Reempossada, Dilma voltou à praia. Lendo os jornais, abespinhou-se. E tostou o novo ministro do Planejamento, ordenando-lhe que divulgasse um autodesmentido.
De duas, uma: ou o sol da Bahia derreteu a memória de Dilma ou Levy e Barbosa entraram numa fria. A presidente faria um bem a si mesma se chamasse seus dois auxiliares econômicos para uma nova conversa. Não se sabe o que disse a ambos quando os convenceu a assumir o abacaxi que herdou para si mesma. Mas já está claro que, expressando-se no mesmo idioma, os três se desentenderam.
Dilma queimou Levy no trecho do discurso inaugural em que virou a página da campanha presidencial. Para trás. A certa altura, ela disse: “As mudanças que o país espera para os próximos quatro anos dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia.” Por um instante, teve-se a impressão de que a oradora falaria sério. Mas ela retornou ao palanque na frase seguinte:
“Isso, para nós todos, não é novidade. Sempre orientei minhas ações pela convicção sobre o valor da estabilidade econômica, da centralidade do controle da inflação e do imperativo da disciplina fiscal, e a necessidade de conquistar e merecer a confiança dos trabalhadores e dos empresários. Mesmo em meio a um ambiente internacional de extrema instabilidade e incerteza econômica, o respeito a esses fundamentos econômicos nos permitiu colher resultados positivos. Em todos os anos do meu primeiro mandato, a inflação permaneceu abaixo do teto da meta e assim vai continuar.”
Quem assistiu deve ter perguntado aos seus botões, que não responderam porque também não entenderam nada: “Se a economia encontra-se estabilizada, se os cofres públicos estão em ordem, se a inflação não fugiu ao controle e se os resultados são tão positivos, por que diabos Dilma mandou ao olho da rua o companheiro Guido Mantega?''
“Mais que ninguém sei que o Brasil precisa voltar a crescer”, disse Dilma noutro trecho. “Os primeiros passos desta caminhada passam por um ajuste nas contas públicas. […] Faremos isso com o menor sacrifício possível para a população, em especial para os mais necessitados. Reafirmo meu profundo compromisso com a manutenção de todos os direitos trabalhistas e previdenciários.” Esse palavrório refrigerado não combina com o compromisso árido assumido por Levy, sob refletores, de entregar um superávit de 1,2% do PIB já em 2015. Em reais, isso significa algo como R$ 100 bilhões. Contra esse pano de fundo, o “menor sacrifício possível'' se parece muito com o sorvo de um gigante faminto.
Um dia depois da posse da presidente, assumiram seus postos alguns dos 39 ministros. Entre eles Nelson Barbosa. Já na pele de titular do Planejamento, ele deu uma entrevista. Indagado sobre a fórmula de reajuste do salário mínimo, sapecou: “Vamos propor uma nova regra para 2016 a 2019 ao Congresso nos próximos meses. Continuará a haver aumento real do salário mínimo''.
Levada às manchetes, a frase alcançou Dilma na praia. Irritada, ela tocou o telefone para Aloizio Mercadante, seu economista de cabeceira. Depois, ordenou a Barbosa que se imolasse em praça pública, desmentindo-se por escrito. Foi obedecida. Em sua nota, Barbosa foi curto e fino. Escreveu que “a proposta de valorização do salário mínimo, a partir de 2016, seguirá a regra de reajuste atualmente vigente.”
A regra vigente prevê que o mínimo sobe conforme a inflação do ano anterior, acrescida da variação do PIB de dois anos antes. Essa fórmula só vale até este ano de 2015. Para renová-la ou modificá-la, o governo terá de enviar um projeto ao Congresso. Barbosa apenas antecipou uma mudança que lhe parecia decidida.
Auxiliares de Dilma dizem que, de fato, o tema vinha sendo debatido internamente. Mas a presidente avaliou que o novo chefe do Planejamento atravessou o carro na frente dos bois. Nessa versão, Dilma só pretendia levar a novidade à vitrine no segundo semestre. Agora, babau.
Uma coisa é preciso dizer sobre Dilma: ela cada vez se dá melhor com ela mesma. Não fosse pela insistência de Lula, não teria dado o cavalo-de-pau econômico, sequestrando a agenda de ajustes do adversário tucano. Executada a guinada, a inadequação é cada vez mais evidente.
Dilma com Levy e Cia. a tiracolo vai passando a impressão de uma presidente que, no vaivém entre a praia baiana e o carpete brasiliense, vestiu o maiô de banho por cima do conjunto de saia e blusão que usou na posse.
No fundo, o modelito dos sonhos de Dilma é mesmo Guido Mantega, um ministro prêt-à-porter, pronto para ser usado. Uma evidência de que, como na moda, os gestores econômicos vão e vêm, mudam sempre; o ridículo é que é permanente. Resta saber até que ponto Levy e Barbosa estão dispostos a aceitar a avacalhação.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Vejo o dedo da presidente agindo.
Temos que Nelson Barbosa foi superestima. Talvez, seja apenas mais um de traseiro largo com nova imagem. Pelo si ou não, saberemos nos próximos meses.
A forma que foi anunciada a nova provável regra do mínimo pelo ministro, depois desmentida por nota do ministério do planejamento, sem uma posição oficial e firme prosseguem com as trapalhadas recentes. No fim das contas estoura na credibilidade e política econômica do governo.
Temos que Nelson Barbosa foi superestima. Talvez, seja apenas mais um de traseiro largo com nova imagem. Pelo si ou não, saberemos nos próximos meses.
A forma que foi anunciada a nova provável regra do mínimo pelo ministro, depois desmentida por nota do ministério do planejamento, sem uma posição oficial e firme prosseguem com as trapalhadas recentes. No fim das contas estoura na credibilidade e política econômica do governo.
Planejamento diz que reajuste do mínimo vai obedecer regra vigente
Nesta sexta (2), novo ministro havia dito que mudaria a forma do cálculo. Ministério emitiu nota neste sábado para corrigir a informação.
O Ministério do Planejamento divulgou uma nota no início da tarde deste sábado (3) para informar que, ao contrário do que havia afirmado o novo ministro Nelson Barbosa nesta sexta, não haverá mudança na forma de cálculo do salário mínimo a partir de 2016.
"O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, esclarece que a proposta de valorização do Salário Mínimo a partir de 2016 seguirá a regra de reajuste atualmente vigente", diz o texto deste sábado. Veja íntegra da nota do Planejamento abaixo.
Na sexta, ao tomar posse no ministério, Barbosa havia dito que o governo iria "propor uma nova regra para 2016 a 2019 nos próximos meses". Ele ainda afirmou que a proposta manteria aumento real (acima da inflação) para o salário mínimo nos próximos anos.
O atual formato de correção do salário mínimo contempla a variação da inflação do ano anterior, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.
A fórmula vigente foi criada em 2008, no governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e perde a validade em 2015. Com isso, um projeto deve ser enviado ao Congresso para estabelecer a regra para os próximos anos. Na nota deste sábado, o Planejamento diz que o projeto mantendo a fórmula atual será enviado ao Congresso "ao longo deste ano".
Salário mínimo em 2015
Decreto presidencial publicado na última terça-feira (30) no "Diário Oficial da União" reajusta o salário mínimo para R$ 788 a partir do dia 1º de janeiro de 2015. O novo valor representa reajuste de 8,8% sobre o salário mínimo anterior, de R$ 724. De acordo com o decreto, o valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 26,27 e o valor horário, a R$ 3,58.
Em agosto, quando foi apresentado o Projeto de Lei Orçamentária elaborado pelo governo, o salário mínimo determinado era de R$ 788,06. Segundo a assessoria do Ministério do Planejamento informou na ocasião, o impacto do aumento do salário mínimo nas contas públicas, com o pagamento de benefícios, seria de R$ 22 bilhões em 2015.
Medidas já anunciadas e objetivos do governo
O governo já anunciou, nas últimas semanas, medidas para tentar reequilibrar as contas públicas. De janeiro a novembro, as contas do setor público registraram um déficit primário – receitas ficaram abaixo das despesas, mesmo sem contar juros da dívida – de R$ 19,64 bilhões, segundo números divulgados pelo BC.
Foi a primeira vez desde o início da série histórica do BC (em 2002 para anos fechados), que as contas do setor público registraram um déficit nos 11 primeiros meses de um ano. Até o momento, o pior resultado, para este período, havia sido registrado em 2002 (superávit de R$ 53,73 bilhões).
Recentemente, o ministro indicado da Fazenda, Joaquim Levy, anunciou a recomposição do chamado superávit primário (economia para pagar juros da dívida pública) para 1,2% do PIB em 2015 e para, ao menos, 2% do PIB em 2016 e 2017. O esforço fiscal prometido para 2015 é de R$ 66,3 bilhões, dos quais R$ 55,3 bilhões referem-se à parcela do governo.
Para ajustar as contas públicas no próximo ano, e registrar o superávit primário prometido, economistas avaliaram que o governo federal poderá elevar tributos e cortar benefícios.
Nesta semana, foi confirmado o aumento do IPI de carros, que já está valendo, assim como mudanças de regras na concessão do seguro-desemprego, abono salarial, pensões por morte e auxílio-doença, medidas que vão justamente nessa direção.
As mudanças no seguro-desemprego, no seguro-defeso, pensões por morte e auxílio-doença, vão significar uma economia de R$ 18 bilhões por ano para o governo a partir de 2015, informou nesta segunda-feira (29) Nelson Barbosa, indicado pela presidente Dilma Rousseff para ser ministro do Planejamento no segundo mandato.
Além disso, o governo também subiu a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), que serve de referência para empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e subiu os juros de linhas de crédito do banco estatal para o setor produtivo - nas linhas de crédito do Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Essas medidas contribuem para diminuir o valor dos subsídios em 2015.
Veja íntegra da nota do Ministério do Planejamento:
"O ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão, Nelson Barbosa, esclarece que a proposta de valorização do Salário Mínimo a partir de 2016 seguirá a regra de reajuste atualmente vigente. Essa proposta requer um novo projeto de lei, que deverá ser enviado ao Congresso Nacional ao longo deste ano.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão"
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
Acho que da para ter uma desculpa porque ele não tinha assumido e não sabia a diretrizes da dentuça, mas claramente a caipirota deu uma cagada nele para mostrar quem manda.
Por isso outros não quiseram o cargo, já prevendo....
Por isso outros não quiseram o cargo, já prevendo....
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O possivel fato do PIB de 2014 e 2015 serem pifios tb pode tornar aceitável manter o reajuste atual.
Nenhuma das medidas novas previa ignorar a inflação, logo daria sempre crescimento real. Que no caso do nosso PIB atual esta na faixa do 1% acima da inflação.
Mas dilma logo logo vai ter que ver que se tentar manter as coisas como a 4 anos atrás a economia vai pro buraco. O discurso pode até se manter como o de 4 anos atrás, mas a pratica não vai dar.
E ela ta precisando economizar bem mais que os 18bi que vai economizar com lei trabalhista ja que o decifit foi de 6% ano passado e não vejo os gastos públicos diminuindo na voracidade de sempre.
Nenhuma das medidas novas previa ignorar a inflação, logo daria sempre crescimento real. Que no caso do nosso PIB atual esta na faixa do 1% acima da inflação.
Mas dilma logo logo vai ter que ver que se tentar manter as coisas como a 4 anos atrás a economia vai pro buraco. O discurso pode até se manter como o de 4 anos atrás, mas a pratica não vai dar.
E ela ta precisando economizar bem mais que os 18bi que vai economizar com lei trabalhista ja que o decifit foi de 6% ano passado e não vejo os gastos públicos diminuindo na voracidade de sempre.
Editado pela última vez por Sterrius em Dom Jan 04, 2015 1:26 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
O Nelson Barbosa saiu (brigado e feio) com o Guido Mantega. Foi chamado por que ela um dos poucos economistas acadêmicos respeitados e com capacidade técnica simpático ao PT. Depois dessa repensaria meus conceitos e se tenho liberdade de trabalhar.
Apesar de gente como Alexandre Tombini, conhecido por ser de nádegas largas e obedecer a presidente, está lá e não liga com os outros diretores do BC fazerem piadas com ele. Além de saber que ganhará uma mesa no corredor quando o Dilma sair do poder.
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Um pouco de histórica....
O Barbosa tem PhD na New School for Social Research. Um centro periférica de formação na estrutura acadêmica norte-americana por ser heterodoxa e estar a margem das grandes discussões acadêmicas e políticas. Lá esse tipo de gente não tem chance de inserção e tende a ir para lugarem ainda mais periféricos tentando vender o discurso que estão certos e o mundo errado. De lá que saem os "keynesianos estruturalistas" que tem modelos extremamente irreais com a modelagem das relações políticas e econômicas que parecem não-factíveis.
O centro dos debates norte-americanos estão com gente formada em Harvard, UCLA, MIT, Chicago, Stanford, Columbia e Illinois com outras mais intermediárias e modestas. Para eles a New School for Social Research é insignificante que as vezes trazem ideias interessantes que concordem com a gente, mas quem sai de lá não recebe confiança. Inclusive o pessoal mais progressista do MIT e Stanford, aqueles que descobriam e trouxeram o Piketty para os EUA falar de desigualdade e da necessidade de novas políticas sociais e econômicas.
Não é tão grave quanto no Brasil em que os capineiros da economia da Unicamp se acham a última bolacha do pacote e veem coisas que ninguém viu em keynes. Eles mandam no governo Dilma e ela é um deles. Eles se espalharam por outros centros pelo Brasil, mas hoje perderam a credibilidade e os jovens phds estão condenados a irem mais para a periferia. Nem a francesada e norte-americanos enxergaram, talvez só as universidades do interior britânico que enxergaram algo parecido. Mesmo nos programas sérios de economia os avaliadores ficam com os dois pés atrás quando veem um candidato campineiro. O governo atual está ajudando muito nesse implosão e descrença generalizada.
O PT tem o sério problema de atrair campineiro que quer vender sua verdade do mundo e não discutir com os inferiores. Nos tempos de Lula, Palocci e Dirceu dizem que em 2002, após a eleição, contam nenhum deles confiava na cúpula campineira, tinham certeza que se tocassem as políticas propostas quebravam o país. Portanto, chamaram gente boa com formação impecável, confiável e que não era maluca. Entre eles o Joaquim Levy que é formado em Chicago e sempre fez economia de verdade. A Dilma demitiu todo mundo e deu poderes extraordinários aos campineiros e companheiros de guerra. O mais nojento do governo é um tal de João Sicsú que não entendo como fala tanta besteira em tão poucas palavras.
O caso do BNDES, Caixa e BB se tiverem podres e ingerências vai levar todos os campineiros para o limbo por que eles mandam nesses bancos desde 2003 e na gestão Dilma fizeram o que quiseram.
Apesar de gente como Alexandre Tombini, conhecido por ser de nádegas largas e obedecer a presidente, está lá e não liga com os outros diretores do BC fazerem piadas com ele. Além de saber que ganhará uma mesa no corredor quando o Dilma sair do poder.
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Um pouco de histórica....
O Barbosa tem PhD na New School for Social Research. Um centro periférica de formação na estrutura acadêmica norte-americana por ser heterodoxa e estar a margem das grandes discussões acadêmicas e políticas. Lá esse tipo de gente não tem chance de inserção e tende a ir para lugarem ainda mais periféricos tentando vender o discurso que estão certos e o mundo errado. De lá que saem os "keynesianos estruturalistas" que tem modelos extremamente irreais com a modelagem das relações políticas e econômicas que parecem não-factíveis.
O centro dos debates norte-americanos estão com gente formada em Harvard, UCLA, MIT, Chicago, Stanford, Columbia e Illinois com outras mais intermediárias e modestas. Para eles a New School for Social Research é insignificante que as vezes trazem ideias interessantes que concordem com a gente, mas quem sai de lá não recebe confiança. Inclusive o pessoal mais progressista do MIT e Stanford, aqueles que descobriam e trouxeram o Piketty para os EUA falar de desigualdade e da necessidade de novas políticas sociais e econômicas.
Não é tão grave quanto no Brasil em que os capineiros da economia da Unicamp se acham a última bolacha do pacote e veem coisas que ninguém viu em keynes. Eles mandam no governo Dilma e ela é um deles. Eles se espalharam por outros centros pelo Brasil, mas hoje perderam a credibilidade e os jovens phds estão condenados a irem mais para a periferia. Nem a francesada e norte-americanos enxergaram, talvez só as universidades do interior britânico que enxergaram algo parecido. Mesmo nos programas sérios de economia os avaliadores ficam com os dois pés atrás quando veem um candidato campineiro. O governo atual está ajudando muito nesse implosão e descrença generalizada.
O PT tem o sério problema de atrair campineiro que quer vender sua verdade do mundo e não discutir com os inferiores. Nos tempos de Lula, Palocci e Dirceu dizem que em 2002, após a eleição, contam nenhum deles confiava na cúpula campineira, tinham certeza que se tocassem as políticas propostas quebravam o país. Portanto, chamaram gente boa com formação impecável, confiável e que não era maluca. Entre eles o Joaquim Levy que é formado em Chicago e sempre fez economia de verdade. A Dilma demitiu todo mundo e deu poderes extraordinários aos campineiros e companheiros de guerra. O mais nojento do governo é um tal de João Sicsú que não entendo como fala tanta besteira em tão poucas palavras.
O caso do BNDES, Caixa e BB se tiverem podres e ingerências vai levar todos os campineiros para o limbo por que eles mandam nesses bancos desde 2003 e na gestão Dilma fizeram o que quiseram.