zela escreveu: ↑Qui Abr 21, 2022 12:38 pm
Deixe-me ver se entendi. Mudaram pra um calibre com maior recuo, com carregadores com 20 munições, pra supostamente enfrentar um inimigo com um colete balístico fodástico?
Não era melhor investir na munição 5,56 que já está em uso??
IMHO, no futuro vão esquecer isso e partir pra outro programa...
Todo material tem limite físico e o 5.56 mm não é diferente. Acho que pra melhorar penetração do 5.56 mm, só aumentando o estojo para poder aumentar o comprimento do projétil, pois além de Chumbo e Liga de Aço bem dura, poderiam colocar Tungstênio, mas ai é carro pra burro.
Mas isso também não defende o .277 Fury. A força em Joules que um .277 Fury projeta é de 3,653 J, uma munição .308 Winchester HPBT Sniper 1 que a CBC comercializa entrega 3.658 J, o ganho aqui é que o 6.8 mm é uma munição mais achatada, o que lhe garante desempenho superior ao 7.62 mm, porém a pressão do .277 Fury chega a até 550 MPa contra 430 MPa do .308, o que faz do .308 HPBT ter um recuo bem menor. Esse .277 Fury é um calibre muito mais poderoso do que ele deveria ser, não a necessidade de calçar projétil que deveria ser disparado por um fuzil de precisão num fuzil de assalto, não faz sentido isso.
Existem calibres 6.5 mm com pressão igual ao .308 que tem capacidade de perfurar coletes balísticos a 300 metros de distância, oferecendo um recuo muito menor e uma capacidade maior do que o .277 Fury.
Quando a Sig Sauer convidou alguns veteranos pra testar o agora chamado XM5 e XM250, os caras faltou jogar pedra na munição, por nem num estande de tiro conseguirem realizar disparos em sequência com precisão, devido ao recuo monstruoso do fuzil. E é um fuzil de assalto, não adianta atingir alvos a 800 metros, se um Fuzileiro não consegue reagir rapidamente a um alvo a 150-200 metros de distância sem ter que pressionar a arma contra o chão ou contra parede pra mitigar o recuo.
Ainda sim, já existem soluções para mitigar o recuo que não sejam freios de boca, como sistema de recuo balanceado e sistema de recuo compensado e a Sig Sauer preferiu pegar uma AR-15, perfumar ela e calçar .277 Fury do jeito que está.
O Lobby da Sig Sauer é fortíssimo na US Army, afetaram o HK416 e empurraram o lote inicial de P320, que veio parecendo ser PT 24/7, disparando quando caia de 5 metros de altura, sendo que a US Army aprovou a pistola com queda acima de 10 metros, que segundo eles, foi testada nesse requisito kkkkk. Quase teve ação judicial sobre isso e a Sig foi obrigada a concertar as pistolas.
Um outro problema é quanto a durabilidade dos canos, especialmente da metralhadora. O que foi visto da proposta da Sig, é que são canos com tecnologia atual mesmo, forjados a frio, com cromo no interior do cano. Eu lembro de ver reviews de um calibre similar, do .270 Winchester, que é feito para disparos a mais de 1 km, porém todo mundo lembra dele para falar do .277, sobre como já o .270Win simplesmente comia os canos de fuzis de precisão e o .277 causa uma pressão ainda maior. Até mesmo o .270 Winchester Short Magnum, produz 55% mais energia que o .277 Fury e a mesma pressão do .270Win.
O .270 Winchester causa pressão de 450 MPa e entrega exatamente a mesma quantidade de energia em Joules que o .277 Fury e ele já era conhecido como comedor de canos de fuzis de precisão, que atiram numa cadência muito baixa. Imagine agora uma metralhadora, com cano de tecnologia atual, disparando em regime de 800 tiros por minuto e fuzis de assalto, que disparam em cadência moderada.