Jobim diz que França tem vantagem tecnológica para venda de caças
20 de novembro de 2010, em Concorrências Internacionais, Noticiário Internacional, Noticiário Nacional, Personalidades, Política, por Luiz Padilha
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Mas ministro disse que é preciso considerar também os preços dos caças. Compra de aeronaves pode ser acordada ainda neste ano, disse Jobim
O ministro da Defesa Nelson Jobim afirmou que a autonomia tecnológica da França pode deixar o país na frente na lista de concorrentes na venda de caças ao Brasil. A declaração foi feita nesta sexta-feira (19), após o jantar da câmara de comércio Casa França-Brasil que condecorou o presidente Lula com o prêmio personalidade do ano. A cerimônia aconteceu no Rio.
“A França tem uma autonomia tecnológica. Os franceses têm tecnologia própria. Então há uma possibilidade nesse sentido. O estado americano não participa da transação. O estado americano pode a qualquer momento bloquear a transferência de tecnologia acordada num contrato com uma empresa americana. E na França não acontece sim”, explicou Jobim.
No entanto, o ministro ressaltou que há outros quesitos importantes e que vão influenciar o Brasil na compra dos caças. “Há de se considerar o preço também. Se o presidente Lula desejar, vamos nos reunir na próxima semana ou no início de dezembro para resolvermos logo isso”.
Questionado por jornalistas se se candidataria a uma vaga como ministro da Defesa no gorverno Dilma, Nelsom Jobim se esquivou, e disse: “Eu não sou candidato a nada, já deixei de ser candidato há muito tempo. A questão é saber se eles precisam”.
Lula é elogiado por Sarkozy
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira (19) que nenhum país deve “pedir licença para deixar de ser pobre”. Lula esteve no Rio de Janeiro, onde foi agraciado com o prêmio Personalidade França/Brasil, oferecido pelo Câmara de Comércio Casa França/Brasil.
“O mundo hoje se debate em recessão e crise. Reverter esse desperdício de vidas e de energia talvez seja mais urgente e mais oportuno. O que está em jogo é uma convergência de interesses que a lógica não consegue reverter. Ninguém deve pedir licença para deixar de ser pobre. A duras penas, o mundo aprendeu nos últimos anos quais são suas lições”, disse Lula.
As homenagens ao presidente Lula contaram com uma mensagem do presidente da França, Nicolas Sarkozy, que foi exibida em um telão, e a quem Lula fez um agradecimento especial. Sarkozy elogiou a relação comercial entre os dois países e disse que Brasil e França são parceiros “privilegiados” para fazer reformar arrojadas e barrar a especulação financeira.
Sarkozy disse ainda que há mais de 500 empresas francesas instaladas no Brasil, o que significa uma geração de mais de 400 mil empregos. Ele terminou sua fala dizendo “ que o mundo precisa da visão e audácia de Lula”. Sarkozy, na mensagem, ainda fez uma brincadeira com Lula, dizendo que o presidente indicou uma mulher para a Presidência para “não ter concorrência ao título de homem do ano”. Ele ainda disse que Lula é uma fonte de “inspiração e sabedoria”.
“Eu não sei se eu mereço metade dos elogios que eu recebi”, disse o presidente Lula.
Em seu discurso, feito de improviso, Lula ressaltou ainda a cooperação existente entre França e Brasil na área de defesa. O presidente destacou ainda cooperações nas áreas de transporte, meio ambiente, tecnologia, saúde, agricultura, e disse que o Brasil está aberto a novas parcerias. “Nosso país dispõem de trunfos para ampliar a presença no mercado europeu”, disse o presidente.
O presidente voltou a defender a participação do Brasil no Conselho de Segurança da ONU. Lula disse que conta com o apoio do atual e do ex-presidente francês Jacques Chirac, para que o Brasil assuma esse posto. O presidente também reclamou do que ele chamou de “guerra cambial” que está sendo feita pelos Estados Unidos na tentativa de equilibrar sua economia.
“Nós não temos de pedir licença a ninguém. E nós não nascemos só para bater palmas. A segunda coisa é que nas relações internacionais existe país que se respeita e que não se respeita. Nós aprendemos que não queremos participar de reuniões apenas para dizer amém. [...]Por isso não podemos concordar com a guerra cambial que os Estados Unidos estão fazendo para resolver seu problema sem se importar com outros países que dependem do dólar”, disse o presidente.
FONTE: Tássia Thum Do G1, no Rio de Janeiro