Viktor Reznov escreveu: ↑Qui Out 15, 2020 12:20 am
Ainda tenho esperanças e ver um dia pelo menos uns 200 Guarani com uma torre TORC-3 modificada pra fazer uso das unidades lançadoras do Míssil Ingwe.
A intenção, e o planejamento, existem. Mas frente à realidade dos fatos, é muito difícil que essa versão possa ser disponibilizada antes da década de 2030.
O EB trabalha ainda na versão morteiro, que por si só vai demandar uma quantidade de bldos maior do que se possa imaginar para a inf e cav mec. Em segundo lugar, as viaturas para as undes de engenharia. O que em tese seria mais fácil de resolver pois depende apenas da aquisição dos implementos necessários. Mas isso também ficou para depois.
Na prática são as duas única VBE que vinham sendo trabalhadas em termos de desenvolvimento.
Até onde me lembro, as versões de Posto de Comando, Comunicações, Oficina e Diretora de Tiro não necessitam de nenhuma modificação estrutural na viatura, apena a adição dos sistemas correspondentes. As modificações seriam internas no sentido de dispor os espaços aos equipamentos necessários. Nada que não possamos fazer mesmo hoje com o que se tem na BID.
Já o caso das VBE Ambulância e Socorro é diferente, pois os veículos sofreriam intervenções na estrutura a fim de adaptá-los as missões.
Até uma versão AAe do Guarani poderia ser obtida sem maiores problemas caso tivéssemos os recursos necessários, utilizando, por exemplo, a torre russa Sosna-R. Ou até mesmo a Remax pode ser adaptada como lançadora de Manpads e/ou mísseis AC.
Uma versão específica AC do Guarani poderia usar, na minha opinião, este lançador do Kornet, que é um sistema simples, pequeno, leve, modular, e pode aproveitar inclusive as aberturas superiores para a tropa no veículo brasileiro.
Penso hoje que talvez essa nossa insistência em prover tudo o quase tudo que precisamos a partir de soluções endógenas acaba nos colocando sempre entre o fogo e a frigideira. O caso das VBE do Guarani é um exemplo disso. Não consigo enxergar o porquê de uma viatura PC ser algo tão complexo que não se possa dispor dela de imediato, já que não exige, em teoria, modificações que venham a encarecer sua disponibilidade ao exército. Assim as demais citas acima, onde podemos encontrar produtos e soluções no mercado internacional que, se não os ideais, ao menos resolvem nossos maiores hiatos sem que com isso percamos nossa autonomia em relação ao uso e manutenção das viaturas e sistemas anexos. Creio que adoção de soluções simples e mesmo temporárias deveriam estar na lista de compras do EB para tentar ao menos sanar esta interminável novela das VBE, que a meu ver, não são nenhuma panaceia tecnológica.
Tudo bem que as VBTP Guarani são um produto caro para o nosso eterno perrengue do orçamento da defesa, mas mesmo assim não é algo que seja incontornável. Como disse, até a Remax com um pouco de boa vontade pode ser adaptada para utilizar Manpad e mísseis AC. Não é o ideal mas já é muito melhor do que simplesmente não ter nada. Mas infelizmente se até um torre controlada remotamente com uma .50 nela já se tem mostrado ser uma pequena grande revolução para a cav do EB, imagina adotar outros sistemas mais complexos do que uma simples metralhadora.
Enfim, podemos até ter uma TORC 3, mas antes disso, eu gostaria muito que outras soluções possíveis e acessíveis mesmo que importadas fossem aceitas como parte do processo de crescimento e amadurecimento do projeto Guarani, e porque não dizer, de todos os programas e projetos do EB.
Difícil aceitar o Kornet como sistema AC padrão de uma VBE AC Guarani? Ok. beleza. Mais difícil ainda deveria ser aceitar que entrando na terceira década do século XXI no exército brasileiro a maioria esmagadora dos conscritos, soldados, cabos e até mesmo oficiais e graduados das OM mecanizadas irão passar seu SMO ou tempo de serviço sem ter visto ou utilizado um simples míssil anti-carro. Mas para o EB tudo bem.
abs