Super Tucano News
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Re: Super Tucano News
E não é só questão de recursos... é de expertise também. Uma coisa é fazer um desenho no CATIA (desenvolver um conceito), isso muitas empresas podem fazer (Desaer, por exemplo). Mas dominar o ciclo de vida completo: desenvolver, ensaiar, certificar, produzir, manter, atualizar, isso só a Embraer no Brasil.
É possível desenvolver esta competência em outras empresas? Sim, mas isso leva anos e muitos milhões de USD. Para uma demanda muito baixa vindo do nosso governo, isso não fecha um business plan para a iniciativa privada. Acho que a viabilidade teria de vir da produção de uma aeronave muito simples (mais barata de desenvolver e produzir), e que pudesse ser encomendada em certa quantidade para viabilizar o negócio.
Acho que quem chegou mais perto disso foi a Novaer quando iniciou o desenvolvimento de um treinador básico (substituição do T-25), que também teria uma versão civil para os aeroclubes. Mas ao que soube a FAB não se interessou porque sabia que a empresa não tinha as condições necessárias para se tornar sua fornecedora. Depois se meteu na arena das aeronaves CAS com aquele outro projeto. Apesar de terem construído um protótipo, era uma casca com motor... faltava a integração de todo o recheio (equipamentos de comunicação, de missão, de contramedidas), o que é muito caro e requer muita expertise. Aí se meteram com os árabes e deu no que deu.
No campo das empresas comerciais a coisa não é mais fácil... As empresas precisam ter segurança de suporte ao produto, precisam ter no fabricante a certeza de sua capacidade de suporte. Esse é um dos motivos da Sukhoi ter dificuldade de emplacar seus jato comercial no ocidente.
Empresas pequenas, que comprariam uma aeronave comercial mais simples (tipo o avião da Desaer), precisam ainda de mais suporte do fabricante, pois possuem muito menos recursos. Então o fabricante precisa fornecer ferramentas, manuais, spare parts (precisa ter estoques prontos para atender aos clientes), rede de oficinas próprias ou credenciadas (e certificadas pela autoridade aeronáutica), precisa ter centro de treinamento, e por aí vai.
Eu se fosse um empresário, pensaria muito em comprar um Desaer, mesmo que seu desempenho fosse melhor, se posso comprar um Cessna com garantia de suporte. Então existe um longo caminho (em termos de tempo e $$$) que uma empresa precisa trilhar para ser viável.
Qual a saída??? Bem, acho que a fórmula da criação da Embraer dá uma dica. Empresa nasce estatal, com uma infraestrutura mínima e com projetos direcionados para ela (aeronaves simples). Recebe encomendas do Estado para dar início a produção, ou o Estado faz algum tipo de reserva de mercado para garantir algumas vendas. Mas então vem o desafio. A empresa precisa olhar para fora do país se quiser crescer. Precisa desenvolver produtos para o Mundo, e não só para o Brasil. E depois precisa se independer do estado para não morrer.
Se a gente olhar para o mundo, existem muitos fabricantes estatais, mas a Embraer é um exemplo único de sucesso. E isso se deve ao fato dela sempre ter olhado para o mundo e não só para o Brasil, e de sempre ter aceitado os desafios que lhe eram impostos.
É possível desenvolver esta competência em outras empresas? Sim, mas isso leva anos e muitos milhões de USD. Para uma demanda muito baixa vindo do nosso governo, isso não fecha um business plan para a iniciativa privada. Acho que a viabilidade teria de vir da produção de uma aeronave muito simples (mais barata de desenvolver e produzir), e que pudesse ser encomendada em certa quantidade para viabilizar o negócio.
Acho que quem chegou mais perto disso foi a Novaer quando iniciou o desenvolvimento de um treinador básico (substituição do T-25), que também teria uma versão civil para os aeroclubes. Mas ao que soube a FAB não se interessou porque sabia que a empresa não tinha as condições necessárias para se tornar sua fornecedora. Depois se meteu na arena das aeronaves CAS com aquele outro projeto. Apesar de terem construído um protótipo, era uma casca com motor... faltava a integração de todo o recheio (equipamentos de comunicação, de missão, de contramedidas), o que é muito caro e requer muita expertise. Aí se meteram com os árabes e deu no que deu.
No campo das empresas comerciais a coisa não é mais fácil... As empresas precisam ter segurança de suporte ao produto, precisam ter no fabricante a certeza de sua capacidade de suporte. Esse é um dos motivos da Sukhoi ter dificuldade de emplacar seus jato comercial no ocidente.
Empresas pequenas, que comprariam uma aeronave comercial mais simples (tipo o avião da Desaer), precisam ainda de mais suporte do fabricante, pois possuem muito menos recursos. Então o fabricante precisa fornecer ferramentas, manuais, spare parts (precisa ter estoques prontos para atender aos clientes), rede de oficinas próprias ou credenciadas (e certificadas pela autoridade aeronáutica), precisa ter centro de treinamento, e por aí vai.
Eu se fosse um empresário, pensaria muito em comprar um Desaer, mesmo que seu desempenho fosse melhor, se posso comprar um Cessna com garantia de suporte. Então existe um longo caminho (em termos de tempo e $$$) que uma empresa precisa trilhar para ser viável.
Qual a saída??? Bem, acho que a fórmula da criação da Embraer dá uma dica. Empresa nasce estatal, com uma infraestrutura mínima e com projetos direcionados para ela (aeronaves simples). Recebe encomendas do Estado para dar início a produção, ou o Estado faz algum tipo de reserva de mercado para garantir algumas vendas. Mas então vem o desafio. A empresa precisa olhar para fora do país se quiser crescer. Precisa desenvolver produtos para o Mundo, e não só para o Brasil. E depois precisa se independer do estado para não morrer.
Se a gente olhar para o mundo, existem muitos fabricantes estatais, mas a Embraer é um exemplo único de sucesso. E isso se deve ao fato dela sempre ter olhado para o mundo e não só para o Brasil, e de sempre ter aceitado os desafios que lhe eram impostos.
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Re: Super Tucano News
gogogas escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 9:24 am Sou a favor de outras empresas entrarem para disputas e produtos que possam atender as forças armadas,mas também temos que lembrar , que qualquer instituição militar no país , só vai atrás de empresas consolidadas no mercado, temos a Desaer, Novaer , Akaer e por aí vai ,mas qual empresa a FAB e as demais vão solicitar ou comprar um projeto ?! ( Embraer ) , o grande problema hoje do nosso país , é que existe muitas empresas ,mas poucas tem os recursos necessários e com o menor risco para concretizar um projeto ou uma venda ......
Só vou perguntar uma coisa: qual pais no mundo mantém e desenvolveu o setor aeroespacial de sua indústria sem a participação, iniciativa e manutenção do Estado?
Não somos diferentes de ninguém. A Embraer só existe porque tem o dedo do Estado nela, mesmo privatizada.
Se não temos outras indústrias aeronáuticas no pais é porque o Estado se omitiu desde 1994 em investir no setor, como fez com a Embraer. Se o poder público hoje tivesse o mesmo denodo de tratamento com as iniciativas da indústria aeronáutica que teve há 50 anos atrás, com certeza as brechas deixadas pela Embraer ao longo do caminho triam sido cobertas.
Mas como disse antes, os interesses privados não casam com os do Estado. Nunca.
abs
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Re: Super Tucano News
Existem motivos para a FAB não ter dado bola para ambos os projeto e que vão além do "lobby" da Embraer. Motivos estes explicados no meu comentário anterior.FCarvalho escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 10:31 amDe cabeça eu lembro do TX-c que tem demanda para substituição dos T-25 Universal. Ele também poderia ter gerado um substituto para os Tucano na AFA.
Estamos falando de uma substituição que já deveria ter acontecido há 20 anos, mas frente a outras prioridades e a eterna escassez de recursos vem sendo protelada até hojem
O proprio ATL-100 que apareceu de 2015 pra cá e ninguém deu bola.
Enfim, seria papel do Estado oferecer as condições para que esses projetos tivessem alguma chance de lograr êxito.
Mas fato é que o lobby Embraer/F AB jamais admitiu outra indústria aeronáutica no país. E no que depender dessas duas, jamais vai haver.
abs
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Re: Super Tucano News
Em boa parte as "brechas" deixadas pela Embraer só foram deixadas por não haver interesse da FAB. No campo militar a indústria é movida pelo interesse do Governo. Se houvesse a real necessidade de substituir o T-25/27 a 20 anos atrás, a Embraer já teria hoje desenvolvido seus substitutos (ocorreram consultas e ofertas, mas a FAB não demonstrou interesse). Então não existiu esta demanda... os T-25 e T-27 estão aí até hoje operando. Somente a poucos anos a coisa começou a ficar mais complicada em termos de disponibilidade e está chegando o momento de sua substituição (ou de uma modernização que possa postergar um pouco mais um aquisição).FCarvalho escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 10:40 amgogogas escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 9:24 am Sou a favor de outras empresas entrarem para disputas e produtos que possam atender as forças armadas,mas também temos que lembrar , que qualquer instituição militar no país , só vai atrás de empresas consolidadas no mercado, temos a Desaer, Novaer , Akaer e por aí vai ,mas qual empresa a FAB e as demais vão solicitar ou comprar um projeto ?! ( Embraer ) , o grande problema hoje do nosso país , é que existe muitas empresas ,mas poucas tem os recursos necessários e com o menor risco para concretizar um projeto ou uma venda ......
Só vou perguntar uma coisa: qual pais no mundo mantém e desenvolveu o setor aeroespacial de sua indústria sem a participação, iniciativa e manutenção do Estado?
Não somos diferentes de ninguém. A Embraer só existe porque tem o dedo do Estado nela, mesmo privatizada.
Se não temos outras indústrias aeronáuticas no pais é porque o Estado se omitiu desde 1994 em investir no setor, como fez com a Embraer. Se o poder público hoje tivesse o mesmo denodo de tratamento com as iniciativas da indústria aeronáutica que teve há 50 anos atrás, com certeza as brechas deixadas pela Embraer ao longo do caminho triam sido cobertas.
Mas como disse antes, os interesses privados não casam com os do Estado. Nunca.
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E porque o Estado iria investir agora numa outra empresa aeronáutica sendo que a Embraer está aí, passando por uma crise sem precedentes na sua história, e precisando urgente de geração de demanda por projetos??
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Re: Super Tucano News
gogogas escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 9:24 am Sou a favor de outras empresas entrarem para disputas e produtos que possam atender as forças armadas,mas também temos que lembrar , que qualquer instituição militar no país , só vai atrás de empresas consolidadas no mercado, temos a Desaer, Novaer , Akaer e por aí vai ,mas qual empresa a FAB e as demais vão solicitar ou comprar um projeto ?! ( Embraer ) , o grande problema hoje do nosso país , é que existe muitas empresas ,mas poucas tem os recursos necessários e com o menor risco para concretizar um projeto ou uma venda ......
Já eu penso o contrário, e usando a mesmíssima lógica de quem quer (no mínimo) duas dúzias de empresas Brasileiras disputando mercado com a que deu certo, a EMBRAER: quero crer que quem endossa "isso" parte da premissa de que temos abundância de pessoas capazes de gerir um projeto de avião desde o conceito até a aeronave certificada e voando operacionalmente; sendo assim, por que não olhar para "a inimiga" como uma ALIADA?
Se são tão bons assim, por que não fazerem suas startups orientadas para produzir insumos que, do mesmo modo que seus miraculosos aviões, sejam tão melhores que os importados que já estão no mercado e oferecê-los não apenas à EMBRAER mas às demais empresas do mundo todo?
Vamos supor um caso fictício: uns geniozinhos, desses que supostamente tem aos montes por aí, resolvem se juntar para montar um empresa aeronáutica; só que os caras são FERAS MESMO, e logo veem o óbvio, enfrentar a EMBRAER é pra gente grande, não para quem está no comecinho. Na rodinha de cerveja tinham bolado o nome AEROGAY Ltda mas, como são FERAS, logo se dão conta de que fazer avião para concorrer com um gigante em seu próprio País é abrir mão de toda ajuda governamental (financiamento, CTA, encomendas da FAB, etc) e, portanto, estarão lá embaixo na "cadeia alimentar". Assim, mudam o nome para AEROPARTS Ltda e dão um jeito de marcar uma audiência com o cacique da Mntç da FAB, onde a pergunta do milhão é tipo "qual parte (ou quais peças e partes) de qual aeronave (de preferência NACIONAL, ou seja, no caso é EMBRAER) moderna (e que portanto ainda vai voar por muuuuuitos anos) tem mais rotatividade nos armazéns logísticos?"
O cara está tão no alto que nem sabe mais isso, mas sabe quem sabe. Dae pega o telefone e liga. Alguém do outro lado, vendo no identificador que é o Big Boss, começa a se apresentar e ele corta (VI ISSO, mas no EB) "Tenente*, me liga com o fulano" e "o Coronel ful../?" então "Isso, 3U**". Pouco depois entra na linha o coronel e o OG - SEMPRE se começa a sério por um OG - corta de novo os salamaleques e diz algo como "Coronel*, o senhor arrume um tempinho... - olha indagativamente para quem está na sala - tipo ...hum...uma hora?" - melhor assentir sem falar, levantar polegar, vale tudo - "é, uma hora, para receber uns senhores da - olha o cartão de relance - Aeropeças (no meu caso, Portal Defesa virou Defesa Brasil e não se corrige OG ), que vão fazer umas perguntas da sua área: dia e hora?", ouve um pouco, desliga e depois informa "senhores, foi um prazer. A minha secretária vai lhes encaminhar ao Coronel Fulano, que pode recebê-los agora e terá o maior prazer em lhes responder o que precisam saber (ou algo assim). Posso ajudar em mais alguma coisa?" Se os caras forem mesmo FERAS vão ter um que o é em Marketing/RP, e ele vai saber que não se desperdiça tempo de OG, daí é sorrir, agradecer, se despedir e ir à pessoa indicada. Na despedida (curta e concisa, mas simpática) é interessante acrescentar "lhe devemos um grande favor, Brigadeiro" ou algo assim, os caras adoram ouvir isso (mas nunca cobram retribuição, até onde sei) e de algum jeito começam a gostar da gente. Daí é ir pra cima do Coronel (nunca esquecer de levar um laptop/note e um pendrive) e absorver/salvar o máximo de informação que ele disponibilize, para "digerir" depois. E o jogo começou, se o pessoal é mesmo FERA vai aparecer mais adiante com boas ideias/produtos e saber apresentá-las (importantíssimo!), os contatos se ampliarão e se tornarão mais frequentes, daí acabarão sendo introduzidos ao CTA e este os introduzirá à EMBRAER, daí vem FINEP, BNDES e a coisa fica realmente SÉRIA.
Apresentei de maneira BEM resumida e simplificada mas é o que aprendi com empresários da BID, ou seja, não inventei o que disse. Há muito espaço para desenvolvimento e produção com vocação aeronáutica no Brasil, mas infelizmente os caras de "empresas" que aparecem na mídiaclickbait são quase sempre os que escolhem o caminho ERRADO, competir com a EMBRAER quando deveriam buscá-la como aliada. É o que o nosso véio @FCarvalho parece não entender (na verdade parece ter algum ressentimento da EMBRAER, antes era contra fazer negócio com a BOEING; o negócio foi pro escambau, então agora quer que lhe façam concorrência aqui dentro mesmo porque "mercado há"***)...
* - É uma lembrança de que ele é OG.
** - Trad - É PRA ONTEM, FDP!
*** - Só há mercado onde há dinheiro para desenvolver e comprar coisas vistas como indispensáveis e improrrogáveis por quem tem a caneta que assina o cheque. No momento um avião totalmente convencional (vários concorrentes voando) para 30 PAX e com umas 3 tons de carga como alternativa para integração da Amazônia parece não ser o caso, há outras coisas a serem feitas antes (postei algumas no tópico da Amazônia) até que isso se torne imprescindível mas ainda assim, me escapa completamente à compreensão por qual motivo se gastaria montes de dinheiro para começar uma nova Indústria Aeronáutica do zero quando já temos uma prontinha, supercompetitiva e precisando de encomendas. Me faz muito mais sentido investir no desenvolvimento de insumos e competir - em condições tão vantajosas quanto possível - com o que vem de fora, e inclusive lá fora. Começa-se com o de sempre, QUALIDADE, PREÇO E PRAZO; no que começar a rodar por aí que uma empresa do porte da EMBRAER trocou de fornecedor para alguma coisa, isso é assunto no mundo todo, propaganda grátis. Se o(s) produto(s) e assistência for(em) bom(ns), a seguir vem a CONFIABILIDADE e as sondagens e encomendas de fora, pois outras Indústrias também querem uma peça que dure mais, seja mais barata e ainda por cima tenha ciclo de inspeção mais longo, entre outras vantagens. Se é pra fazer mais do mesmo, melhor nem começar.
Não vamos tentar atrapalhar o que levou meio século para dar certo, vamos é AJUDAR! Todo mundo ganha.
Se são tão bons assim, por que não fazerem suas startups orientadas para produzir insumos que, do mesmo modo que seus miraculosos aviões, sejam tão melhores que os importados que já estão no mercado e oferecê-los não apenas à EMBRAER mas às demais empresas do mundo todo?
Vamos supor um caso fictício: uns geniozinhos, desses que supostamente tem aos montes por aí, resolvem se juntar para montar um empresa aeronáutica; só que os caras são FERAS MESMO, e logo veem o óbvio, enfrentar a EMBRAER é pra gente grande, não para quem está no comecinho. Na rodinha de cerveja tinham bolado o nome AEROGAY Ltda mas, como são FERAS, logo se dão conta de que fazer avião para concorrer com um gigante em seu próprio País é abrir mão de toda ajuda governamental (financiamento, CTA, encomendas da FAB, etc) e, portanto, estarão lá embaixo na "cadeia alimentar". Assim, mudam o nome para AEROPARTS Ltda e dão um jeito de marcar uma audiência com o cacique da Mntç da FAB, onde a pergunta do milhão é tipo "qual parte (ou quais peças e partes) de qual aeronave (de preferência NACIONAL, ou seja, no caso é EMBRAER) moderna (e que portanto ainda vai voar por muuuuuitos anos) tem mais rotatividade nos armazéns logísticos?"
O cara está tão no alto que nem sabe mais isso, mas sabe quem sabe. Dae pega o telefone e liga. Alguém do outro lado, vendo no identificador que é o Big Boss, começa a se apresentar e ele corta (VI ISSO, mas no EB) "Tenente*, me liga com o fulano" e "o Coronel ful../?" então "Isso, 3U**". Pouco depois entra na linha o coronel e o OG - SEMPRE se começa a sério por um OG - corta de novo os salamaleques e diz algo como "Coronel*, o senhor arrume um tempinho... - olha indagativamente para quem está na sala - tipo ...hum...uma hora?" - melhor assentir sem falar, levantar polegar, vale tudo - "é, uma hora, para receber uns senhores da - olha o cartão de relance - Aeropeças (no meu caso, Portal Defesa virou Defesa Brasil e não se corrige OG ), que vão fazer umas perguntas da sua área: dia e hora?", ouve um pouco, desliga e depois informa "senhores, foi um prazer. A minha secretária vai lhes encaminhar ao Coronel Fulano, que pode recebê-los agora e terá o maior prazer em lhes responder o que precisam saber (ou algo assim). Posso ajudar em mais alguma coisa?" Se os caras forem mesmo FERAS vão ter um que o é em Marketing/RP, e ele vai saber que não se desperdiça tempo de OG, daí é sorrir, agradecer, se despedir e ir à pessoa indicada. Na despedida (curta e concisa, mas simpática) é interessante acrescentar "lhe devemos um grande favor, Brigadeiro" ou algo assim, os caras adoram ouvir isso (mas nunca cobram retribuição, até onde sei) e de algum jeito começam a gostar da gente. Daí é ir pra cima do Coronel (nunca esquecer de levar um laptop/note e um pendrive) e absorver/salvar o máximo de informação que ele disponibilize, para "digerir" depois. E o jogo começou, se o pessoal é mesmo FERA vai aparecer mais adiante com boas ideias/produtos e saber apresentá-las (importantíssimo!), os contatos se ampliarão e se tornarão mais frequentes, daí acabarão sendo introduzidos ao CTA e este os introduzirá à EMBRAER, daí vem FINEP, BNDES e a coisa fica realmente SÉRIA.
Apresentei de maneira BEM resumida e simplificada mas é o que aprendi com empresários da BID, ou seja, não inventei o que disse. Há muito espaço para desenvolvimento e produção com vocação aeronáutica no Brasil, mas infelizmente os caras de "empresas" que aparecem na mídia
* - É uma lembrança de que ele é OG.
** - Trad - É PRA ONTEM, FDP!
*** - Só há mercado onde há dinheiro para desenvolver e comprar coisas vistas como indispensáveis e improrrogáveis por quem tem a caneta que assina o cheque. No momento um avião totalmente convencional (vários concorrentes voando) para 30 PAX e com umas 3 tons de carga como alternativa para integração da Amazônia parece não ser o caso, há outras coisas a serem feitas antes (postei algumas no tópico da Amazônia) até que isso se torne imprescindível mas ainda assim, me escapa completamente à compreensão por qual motivo se gastaria montes de dinheiro para começar uma nova Indústria Aeronáutica do zero quando já temos uma prontinha, supercompetitiva e precisando de encomendas. Me faz muito mais sentido investir no desenvolvimento de insumos e competir - em condições tão vantajosas quanto possível - com o que vem de fora, e inclusive lá fora. Começa-se com o de sempre, QUALIDADE, PREÇO E PRAZO; no que começar a rodar por aí que uma empresa do porte da EMBRAER trocou de fornecedor para alguma coisa, isso é assunto no mundo todo, propaganda grátis. Se o(s) produto(s) e assistência for(em) bom(ns), a seguir vem a CONFIABILIDADE e as sondagens e encomendas de fora, pois outras Indústrias também querem uma peça que dure mais, seja mais barata e ainda por cima tenha ciclo de inspeção mais longo, entre outras vantagens. Se é pra fazer mais do mesmo, melhor nem começar.
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Re: Super Tucano News
Tulio, perfeito.
Mal temos indústrias que produzam peças, conjuntos e componentes, que possam abastecer a Embraer com itens de qualidade e preços melhores... E se quer criar empresas que produzam aeronaves inteiras.
A Embraer produziu, a muitos anos atrás, as sobras da linha Piper. Muitas já estão ficando velhinhas... Então poderia nascer uma indústria focada em aeronaves para aeroclubes, mais modernas, seguras. Ações simples, de certificação simples e produção fácil. E que acredito tenha demanda no mercado interno. O governo poderia ajudar com alguns isenção fiscal.
E tá bom né. Está aí a segunda indústria aeronáutica nacional.
Mal temos indústrias que produzam peças, conjuntos e componentes, que possam abastecer a Embraer com itens de qualidade e preços melhores... E se quer criar empresas que produzam aeronaves inteiras.
A Embraer produziu, a muitos anos atrás, as sobras da linha Piper. Muitas já estão ficando velhinhas... Então poderia nascer uma indústria focada em aeronaves para aeroclubes, mais modernas, seguras. Ações simples, de certificação simples e produção fácil. E que acredito tenha demanda no mercado interno. O governo poderia ajudar com alguns isenção fiscal.
E tá bom né. Está aí a segunda indústria aeronáutica nacional.
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Re: Super Tucano News
Cassio escreveu: ↑Dom Ago 23, 2020 3:58 pm Tulio, perfeito.
Mal temos indústrias que produzam peças, conjuntos e componentes, que possam abastecer a Embraer com itens de qualidade e preços melhores... E se quer criar empresas que produzam aeronaves inteiras.
A Embraer produziu, a muitos anos atrás, as sobras da linha Piper. Muitas já estão ficando velhinhas... Então poderia nascer uma indústria focada em aeronaves para aeroclubes, mais modernas, seguras. Ações simples, de certificação simples e produção fácil. E que acredito tenha demanda no mercado interno. O governo poderia ajudar com alguns isenção fiscal.
E tá bom né. Está aí a segunda indústria aeronáutica nacional.
A segunda já existe, tem o nome-fantasia de HELIBRAS e o verdadeiro de AIRBUS HELICOPTERS DU BRÉSIL. Curioso que com essa ninguém tipo Novaer, Desaer, Jostaer & seus arautos quer concorrer, só com a EMBRAER. Não dá pra chamar de Nacional porque é de outro(s) País(es) mas também não dá para chamar de estrangeira porque produz helicópteros de desenho Francês no Brasil, ou seja, forma, especializa e emprega mão de obra Brasileira altamente qualificada. Apesar da promessa dos anos 80 (recriação da AvEx) de desenvolver aqui o substituto do Écureuil/Esquilo, renovada várias vezes (a última que vi foi nos tempos do 725/225), continua na mesma, mas sem dúvida continua a ter lá sua serventia (mas não vejo gente promovendo adversários Nacionais para ela).
Onde estão a Novaheli, Desaheli, Jostaheli? Ninguém sabe. Ninguém viu. O gato comeu.
Não me parece que um heli para competir com o R22 e depois R44 custe mais para desenvolver do que um avião STOL para 30 PAX/3 tons, nem que seja menos útil.
Mas necas, é fumo na EMBRAER e só nela. Vai entender...
Onde estão a Novaheli, Desaheli, Jostaheli? Ninguém sabe. Ninguém viu. O gato comeu.
Não me parece que um heli para competir com o R22 e depois R44 custe mais para desenvolver do que um avião STOL para 30 PAX/3 tons, nem que seja menos útil.
Mas necas, é fumo na EMBRAER e só nela. Vai entender...
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Re: Super Tucano News
Vou tentar ser sucinto o mais possível.
Não tenho porquê discordar dos amigos quanto aos argumentos apresentados pois ambos são lógicos e pautados na realidade.
O que nos falta então?
Neste momento, que o Estado faça a sua parte como fez a 50 anos atrás. Isso é o que defendo e quero.
Não proponho e nem advogo uma segunda indústria aeronáutica na forma de uma simples linha de produção, o que quero vai na direção do que muito bem vocês explanaram. Como disse acima, não existem planos perfeitos.
Uma indústria aeronáutica que complemente a Embraer, e quando e se possível concorra com ela em alguns aspectos, é algo que o poder público deve perseguir como objetivo de Estado.
O contrário disso é continuarmos no mesmo circulo vicioso em que estamos há anos sem perspectivas factíveis de propor ou arrumar uma saída.
abs
Não tenho porquê discordar dos amigos quanto aos argumentos apresentados pois ambos são lógicos e pautados na realidade.
O que nos falta então?
Neste momento, que o Estado faça a sua parte como fez a 50 anos atrás. Isso é o que defendo e quero.
Não proponho e nem advogo uma segunda indústria aeronáutica na forma de uma simples linha de produção, o que quero vai na direção do que muito bem vocês explanaram. Como disse acima, não existem planos perfeitos.
Uma indústria aeronáutica que complemente a Embraer, e quando e se possível concorra com ela em alguns aspectos, é algo que o poder público deve perseguir como objetivo de Estado.
O contrário disso é continuarmos no mesmo circulo vicioso em que estamos há anos sem perspectivas factíveis de propor ou arrumar uma saída.
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Re: Super Tucano News
Aviões como o Super Tucano são o caça ideal para forças aéreas como a afegã, que não por acaso, são a grande maioria no mundo ao contrário do que se possa pensar.
Embora não tenha sido tão exportado como o Tucano, o A-29 não é apenas um referencial a ser batido, ele é o referncial na sua seara.
abs
Embora não tenha sido tão exportado como o Tucano, o A-29 não é apenas um referencial a ser batido, ele é o referncial na sua seara.
abs
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Re: Super Tucano News
FCarvalho escreveu: ↑Seg Ago 24, 2020 4:03 pm Vou tentar ser sucinto o mais possível.
Não tenho porquê discordar dos amigos quanto aos argumentos apresentados pois ambos são lógicos e pautados na realidade.
O que nos falta então?
Neste momento, que o Estado faça a sua parte como fez a 50 anos atrás. Isso é o que defendo e quero.
Não proponho e nem advogo uma segunda indústria aeronáutica na forma de uma simples linha de produção, o que quero vai na direção do que muito bem vocês explanaram. Como disse acima, não existem planos perfeitos.
Uma indústria aeronáutica que complemente a Embraer, e quando e se possível concorra com ela em alguns aspectos, é algo que o poder público deve perseguir como objetivo de Estado.
O contrário disso é continuarmos no mesmo circulo vicioso em que estamos há anos sem perspectivas factíveis de propor ou arrumar uma saída.
abs
Cupincha véio, eu ADORARIA poder te dar razão pelo menos uma vez mas não tem como: essa tua ânsia pelo Estado fazendo tudo é irreal e ilógica: o Estado pode e deve APOIAR iniciativas que tragam vantagens para todo o País, não CRIÁ-LAS DO ZERO e apenas porque sim. Em outros tempos, quando ou era assim ou não era de modo algum, aí não tinha jeito, vide PETROBRAS, VALE e mesmo EMBRAER; o erro está em querer olhar para 2020 como se fosse 1970, muita mas MUITA coisa mudou no mundo todo neste meio século!
E te dou um exemplo dessa ideia de criar montes de estatais ou usá-las como cavalo de batalha, em detrimento da iniciativa privada (eu tenho até MEDO de te falar isso ): ontem foi anunciado na Argentina que um Fundo de Pensões (dos Militares, só para variar um pouquinho) chamado IAF, um dos poucos em que os nossos queridíssimos ...errrr...PROGRESSISTAS ainda não tinham conseguido botar a mão vai financiar um teco-teco chamado T-100B Malvina (nome NADA apelativo ), a ser desenvolvido pela reestatizada FADEA. Detalhe: tem uma empresa privada lá (AEROSUN) que já tem um equivalente pronto, falta $$$ apenas para começar a fabricar, pois até certificado já está (e o que não falta na FADEA é espaço - e gente - ocioso). Mas não, tem que ser estatal, pro diabo com os malignos capitalistas entreguistas. Ou seja, vão fazer o impossível para inviabilizar um avião dual já pronto em prol de outro, que deverá evoluir do T-100 (agora A) que anda aí e que se notabilizou por mal e mal conseguir fazer o básico, ou seja, VOAR! São problemas nas asas, canopy quase "cego" para a frente (especialmente nos pousos) e até na propulsão, que superaquece, entre outros. E pretendem vender para quem?
UM SÓ CLIENTE: FAA! Que aliás, deve ter mais Treinadores que a FAB e sequer apresentou algum ROB para isso (mas sim para Aviação de Combate, Transporte, Reconhecimento, etc e ninguém dá bola). Produção estimada: de 24 a 40 aviões (isso se conseguirem obrigar o COAN da ARA a comprar também, o que é brabo, nem o quase cinquentenário Pampa conseguiram emplacar lá, eles não têm almirantes como os nossos, que ainda não descobriram que o Império acabou faz quase um século e meio e com ele a Corte no RJ), isso mesmo, 40 tecos MAX! Isso justifica um "investimento" em um produto que já tem similar quase pronto e pode vender muito mais? Mas fica PIOR: como exportar sem ter um só ponto de assistência técnica fora do País? Lembres, o Pucará chegou a ser exportado aqui na AS e mesmo conseguiu algumas vendas na Ásia (Sri Lanka) e logo a tigrada começou a se desfazer, porque era um parto arrumar peças, manuais na língua deles e algum tipo de assistência técnica da fábrica, pois não tinha e NÃO TEM (fora da Argentina só ficou no UY - que os retirou já faz um tempo - porque era só atravessar o Rio da Prata para conseguir algum repuesto e assistência em seu próprio idioma)! Tudo o que eu falei custa dinheiro, não se faz de per si nem é de um dia para o outro.
E chegamos ao meu ponto: aparentemente queres que o Estado pague tudo, do primeiro rabisco à certificação internacional, construção da fábrica e linha de montagem até a formação de uma rede mundial de assistência (e que de preferência seja ainda por cima dono de tudo, que passa a ser "nosso" - QUÁ! ) para formar concorrentes PARA O QUE DÁ CERTO!
WTF!!!
Faz assim, esperes uns anitchos e vejas como acaba este samba (aliás, TANGO ) tanto pro lado da FADEA quanto para o IAF e seus pensionistas...
PS.: ia esquecendo, como SEI que adoras os desenhos cheios de divertidas especificações que os BOBs vivem espalhando pela web, deixo-te mais um. Sinto dizer que não tenho a menor ideia de quem elaborou as ditas especificações, apenas sei quem NÃO FEZ ISSO: A FAA!
E te dou um exemplo dessa ideia de criar montes de estatais ou usá-las como cavalo de batalha, em detrimento da iniciativa privada (eu tenho até MEDO de te falar isso ): ontem foi anunciado na Argentina que um Fundo de Pensões (dos Militares, só para variar um pouquinho) chamado IAF, um dos poucos em que os nossos queridíssimos ...errrr...PROGRESSISTAS ainda não tinham conseguido botar a mão vai financiar um teco-teco chamado T-100B Malvina (nome NADA apelativo ), a ser desenvolvido pela reestatizada FADEA. Detalhe: tem uma empresa privada lá (AEROSUN) que já tem um equivalente pronto, falta $$$ apenas para começar a fabricar, pois até certificado já está (e o que não falta na FADEA é espaço - e gente - ocioso). Mas não, tem que ser estatal, pro diabo com os malignos capitalistas entreguistas. Ou seja, vão fazer o impossível para inviabilizar um avião dual já pronto em prol de outro, que deverá evoluir do T-100 (agora A) que anda aí e que se notabilizou por mal e mal conseguir fazer o básico, ou seja, VOAR! São problemas nas asas, canopy quase "cego" para a frente (especialmente nos pousos) e até na propulsão, que superaquece, entre outros. E pretendem vender para quem?
UM SÓ CLIENTE: FAA! Que aliás, deve ter mais Treinadores que a FAB e sequer apresentou algum ROB para isso (mas sim para Aviação de Combate, Transporte, Reconhecimento, etc e ninguém dá bola). Produção estimada: de 24 a 40 aviões (isso se conseguirem obrigar o COAN da ARA a comprar também, o que é brabo, nem o quase cinquentenário Pampa conseguiram emplacar lá, eles não têm almirantes como os nossos, que ainda não descobriram que o Império acabou faz quase um século e meio e com ele a Corte no RJ), isso mesmo, 40 tecos MAX! Isso justifica um "investimento" em um produto que já tem similar quase pronto e pode vender muito mais? Mas fica PIOR: como exportar sem ter um só ponto de assistência técnica fora do País? Lembres, o Pucará chegou a ser exportado aqui na AS e mesmo conseguiu algumas vendas na Ásia (Sri Lanka) e logo a tigrada começou a se desfazer, porque era um parto arrumar peças, manuais na língua deles e algum tipo de assistência técnica da fábrica, pois não tinha e NÃO TEM (fora da Argentina só ficou no UY - que os retirou já faz um tempo - porque era só atravessar o Rio da Prata para conseguir algum repuesto e assistência em seu próprio idioma)! Tudo o que eu falei custa dinheiro, não se faz de per si nem é de um dia para o outro.
E chegamos ao meu ponto: aparentemente queres que o Estado pague tudo, do primeiro rabisco à certificação internacional, construção da fábrica e linha de montagem até a formação de uma rede mundial de assistência (e que de preferência seja ainda por cima dono de tudo, que passa a ser "nosso" - QUÁ! ) para formar concorrentes PARA O QUE DÁ CERTO!
WTF!!!
Faz assim, esperes uns anitchos e vejas como acaba este samba (aliás, TANGO ) tanto pro lado da FADEA quanto para o IAF e seus pensionistas...
PS.: ia esquecendo, como SEI que adoras os desenhos cheios de divertidas especificações que os BOBs vivem espalhando pela web, deixo-te mais um. Sinto dizer que não tenho a menor ideia de quem elaborou as ditas especificações, apenas sei quem NÃO FEZ ISSO: A FAA!
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Super Tucano News
Olá Túlio.
Longe de mim querer colocar dinheiro público em estatais e menos ainda criando outras para fazer o que já existe em certo sentido na iniciativa privada por aqui.
O papel que vejo para o Estado hoje é planejar (dizer o que fazer e onde chegar) e de gestão do setor (eficácia/eficiência) para a iniciativa privada no setor aeroespacial.
Naquilo que for de interesse do país e não houver iniciativa privada disposta ao risco e aos custos, o Estado procura fazer seu papel através de PPP com quem queria, mesmo que estrangeiro. Mas nada de fazer estatal para "criar do zero" o que se pode conseguir por lá fora pagando alguns trocados para fazer aqui.
O que mais tem no Brasil é startap pensando em um monte de coisas geniosas. Para não falar do puta campo nunca explorado das IES em PDI. Empresas privadas no Brasil também fazem pesquisa e tecnologia, mas somente sob determinadas condições muito específicas. E quem as pode oferecer é o poder público. O mercado não faz isso, ele apenas quer obter os resultados e o lucro desse investimento.
Enfim, como você e o Cássio já bem colocaram aqui, temos competência e espaço para resolver os problemas e limitações no setor aeroespacial brasileiro, um de cada vez. O que nós não temos há muito tempo é o Estado fazendo o que lhe é de obrigação, que é planejar e gerir o setor aeroespacial (geopolítica e geoestrategia).
Em qualquer país civilizado desenvolvido é trabalho do poder público dizer o que a indústria deve fazer em setores estratégicos da economia. Apontar para onde se deve ir a fim de atender os interesses públicos do país.
A iniciativa privada tem suas próprias prioridades e a principal é ganhar dinheiro. Nunca foi outra coisa. Se pudermos usar isso para tapar os muitos buracos que temos no setor de aviação aqui, por que não?
abs
Longe de mim querer colocar dinheiro público em estatais e menos ainda criando outras para fazer o que já existe em certo sentido na iniciativa privada por aqui.
O papel que vejo para o Estado hoje é planejar (dizer o que fazer e onde chegar) e de gestão do setor (eficácia/eficiência) para a iniciativa privada no setor aeroespacial.
Naquilo que for de interesse do país e não houver iniciativa privada disposta ao risco e aos custos, o Estado procura fazer seu papel através de PPP com quem queria, mesmo que estrangeiro. Mas nada de fazer estatal para "criar do zero" o que se pode conseguir por lá fora pagando alguns trocados para fazer aqui.
O que mais tem no Brasil é startap pensando em um monte de coisas geniosas. Para não falar do puta campo nunca explorado das IES em PDI. Empresas privadas no Brasil também fazem pesquisa e tecnologia, mas somente sob determinadas condições muito específicas. E quem as pode oferecer é o poder público. O mercado não faz isso, ele apenas quer obter os resultados e o lucro desse investimento.
Enfim, como você e o Cássio já bem colocaram aqui, temos competência e espaço para resolver os problemas e limitações no setor aeroespacial brasileiro, um de cada vez. O que nós não temos há muito tempo é o Estado fazendo o que lhe é de obrigação, que é planejar e gerir o setor aeroespacial (geopolítica e geoestrategia).
Em qualquer país civilizado desenvolvido é trabalho do poder público dizer o que a indústria deve fazer em setores estratégicos da economia. Apontar para onde se deve ir a fim de atender os interesses públicos do país.
A iniciativa privada tem suas próprias prioridades e a principal é ganhar dinheiro. Nunca foi outra coisa. Se pudermos usar isso para tapar os muitos buracos que temos no setor de aviação aqui, por que não?
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Re: Super Tucano News
Voo de entrega dos 6 Super Tucano para as Filipinas.
https://www.cavok.com.br/imagens-seis-a ... a-filipina
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- FCarvalho
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Re: Super Tucano News
O sudeste asiático pode ser um bom mercado para o ST, a partir da Tailândia. Os demais sairiam por tabela, apesar da presença massiva de chineses, americanos e russos.
A Indonésia já comprou os seus e salvo engano estão muito satisfeitos com eles.
O Egito pode ser uma boa oportunidade também. Os caras estão loucos comprando tudo que vêm pela frente.
abs
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Re: Super Tucano News
Brasil, Colômbia, Chile, Equador, República Dominicana, Estados Unidos, Angola, Mali, Burkina Faso, Mauritânia, Líbano, Afeganistão, Indonésia, Filipinas, Nigeria.
Mesmo que as quantidades não sejam muito grandes, são 15 operadores até o momento. Um grande sucesso!!! Quais serão os próximos???
Lembrando que o EMB-312 e seu irmão Shorts Tucano operaram nossa seguintes países:
Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela, Honduras, Peru, Paraguai, Angola, França, Egito, Iraque, Irã, Inglaterra, Quênia, Kuwait (15 operadores). Sem contar a Mauritânia que os adquiriu usados.
Mesmo que as quantidades não sejam muito grandes, são 15 operadores até o momento. Um grande sucesso!!! Quais serão os próximos???
Lembrando que o EMB-312 e seu irmão Shorts Tucano operaram nossa seguintes países:
Brasil, Argentina, Colômbia, Venezuela, Honduras, Peru, Paraguai, Angola, França, Egito, Iraque, Irã, Inglaterra, Quênia, Kuwait (15 operadores). Sem contar a Mauritânia que os adquiriu usados.