Que tua alma apodreça no inferno por tudo de ruim que você fez com o povo brasileiro, maledeto.


Fui

Moderador: Conselho de Moderação
14 de Jul de 2013 | 06:52
O instinto, nada mais que o instinto, é a mais sábia manifestação do raciocínio, ainda que inciente.
Quando, graças ao twitter de Edu Goldemberg, chegamos à sentença condenatória da ex-funcionária da Receita Cristina Maris Meirick Ribeiro, o post deste Tijolaço (CLICAR AQUI -> http://www.tijolaco.com.br/index.php/co ... ede-globo/) foi ilustrado com a figura de uma laranja.
Ontem à noite, ainda sem ter visto o post em que o Miguel nos traz a informação publicada pelo Diário do Centro do Mundo (CLICAR AQUI -> http://www.tijolaco.com.br/index.php/di ... globogate/), eu estava escrevendo sobre isso, mas o cansaço acumulado não permitiu que eu fosse em frente. Dormi e, às cinco da manhã, voltei para terminar, mal sabendo que isso já tinha sido feito – e melhor do que eu faria, porque há uma fonte da Receita confirmando que a direção da Receita Federal já tem o nome de quem deu a ordem para o processo sumir.
A história de que Cristina Maris é a responsável pela inação da Receita frente a este débito monstruoso, simplesmente, não batia.
Uma “espertinha” que vive de desencaminhar processos como ela não é burra ao ponto de saber que um caso de R$ 615 milhões – em dinheiro de 2006 – não é coisa igual às pequenas “mordidas” que ela eventualmente pudesse conseguir com pequenas e médias empresas fazendo “desaparecer” processos fiscais.
Cristina sabia que um processo dessa monta não segue o mesmo trâmite de outros, de valor centenas ou milhares de vezes menor.
Sabe que os lançamentos feitos nele estão registrados em computadores e em sub-sistemas diferentes, protegidos por senhas que registram quem os acessou, e não meramente em folhas de papel desbeiçadas pelo manuseio.
Sabe que os julgamentos, como o que rejeitou a defesa da Globo, estão registrados nos arquivos dos órgãos julgadores e que desaparecer com a decisão lançada no processo é completamente diferente de desaparecer com a decisão.
Sabe que todos os integrantes do grupo que julgou receberam cópia do relatório e a manifestação da relatora do caso, que denegou o recurso da Globo.
A história que a Globo, civicamente, forneceu as cópias para restaurar um processo que a faria pagar R$ 615 milhões – mais, porque aí já corrigidos – faz gargalhar qualquer advogado de porta de cadeira: imagine se um acusado vai levar à polícia as cópias perdidas de um inquérito onde ele figura como réu!
Consta do relatório e da sentença que condenou Cristina o seu pedido de perícia em suas contas bancárias. Pedido que não foi aceito pelo Juízo, depois de recusado pelo Ministério Público.
Alegou-se que o crime por ela cometido independia de ter, por ele, recebido vantagem pecuniária.
Pode ser, mas a percepção de vantagem pecuniária, além de configurar outra infração penal, era essencial à compreensão do evento criminoso.
Porque ela o pediu? Simplesmente porque o que recebeu – se recebeu – não foi de quem se aproveitava do sumiço de um processo da Globo.
Não é crível que uma funcionária de baixíssimo escalão de repartição – porque é isso o que Cristina é, uma S-III* – não tivesse recebido uma propina de dois ou três milhões de reais – o mínimo que se cobraria por uma vantagem de R$ 615 milhões – e isso não se manifestasse em seus movimentos bancários ou de cartão de crédito.
Cristina Maris Meirick Ribeiro é uma laranja, como a retrava a imagem daquele o primeiro post em que se falou de sua história.
Bendito instinto!
Como dizia René Descartes, o bom-senso é a coisa mais bem distribuída no mundo.
Certamente o têm os capazes e atilados Promotores de Justiça, bem pagos para serem os fiscais da Lei.
Assim, creio que o douto Ministério Público, composto de pessoa lúcidas, tenha percebido que aquela barnabé pilantra era apenas a ponta de um caso maior, um caso 615 milhões de vezes maior.
A nota que lançou à opinião pública, com todo o respeito, é uma confissão de incompetência, para ficarmos no mínimo.
O Viomundo (CLICAR AQUI -> http://www.viomundo.com.br/denuncias/no ... ogate.html) nos chama de fuçadores, como um elogio, é certo.
Tem razão: o “nariz mental” percebe cheiros que nem o cérebro pode converter em palavras.
Em novembro de 2011, o país ficou sabendo do crime cometido pela Chevron no litoral brasileiro porque houve gente que não se conformou com uma história que não batia, informada pela petroleira americana:
”O vazamento se deve a uma rachadura no solo do oceano. É um fenômeno natural” (CLICAR AQUI -> http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/ ... 44075.html)
Natural uma pinóia, como se viu dias depois, embora a mídia tenha feito questão de ignorar o absurdo disso.
Tão absurdo quanto o Ministério Público se conformar com a versão de que a D. Cristina roubou um processo de 615 milhões de reais sozinha, simplesmente porque lhe deu na telha, ou porque um menino do prédio, quando ela saía para as compras, lhe pedira:
- Tia, quando a senhora voltar, traz um processo milionário da Globo pra mim?
Perdoem os doutores, mas às vezes é preciso expor assim a verdade, como aquele menininho fez com a roupa nova do rei.
Quanto à minha categoria profissional, quanto à imprensa brasileira, meu juízo não é melhor que esse.
Os donos da mídia podem nos impedir de publicar, mas nunca puderam nos impedir de apurar os fatos.
Watergate também surgiu porque meia dúzia de capangas invadiram uma sede do Partido Democrata para roubar, um simples assalto.
Mas houve um par de jornalistas e um editor que cumpriram seu dever profissional.
Pobre de uma Nação onde os que deveriam ser - e como posam assim, quando lhes convém! – seu guardiões, tremem num silêncio cúmplice para com o pior tipo de malfeitor que existe: o que leva o dinheiro público.
Os S-III são uma contribuição do José de Almeida Bispo (CLICAR AQUI -> https://www.facebook.com/dealmeidabispo), comentarista de Viomundo: “Um S-III não é nada! Não decide nada; não tem acesso direto a quase nada. Se ela teve esse nível de acesso é porque alguém facilitou. Palavras de um S-III.”. Mas nada impede, José, um S-III de pensar e de ser decente, como você prova com o que diz.
*Por: Fernando Brito
Acredito que estas dívidas não estão claramente demonstradas de modo a serem executadas em ações de cobrança judicial. Tem muita coisa na base do "SE" e do "DEVERIA". Fossem as dívidas liquidas e certas acredito já teriam sido executadas. Agora se o cálculo do valor é feito na base do "deveriam ter pago imposto sobre..." ou "se houvesse uma cobrança de imposto sobre.." são só hipóteses. E não esquecer que, do lado das empresas, há eficientes advogados tributaristas prontos para contestarem item por item qualquer cobrança.Túlio escreveu:Tá, mas quando vão cobrar da Globo essa dívida toda? Estou esperando há ANOS E ANOS para ver algo assim, desde quando o Olívio Dutra do PT assumiu o Governo do Estado aqui e um taxista me falou, todo faceiro, que o novo governador ia mandar imediatamente cobrar a dívida milionária (bilionária?) da RBS, filial da Globo aqui nos Pampas.
Não só não cobrou como foi hostilizado por ela durante todo o seu mandato...
Por quê?
Chuto eu: todo mundo tem o rabo preso com todo mundo. Pobre País rico...![]()
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Fico chocado quando vejo o nível de algumas coisas no Rio e SP. PQP.rodrigo escreveu:Uma iniciativa fantástica. Um espírito que falta muito ao brasileiro.
publicado em 15 de julho de 2013 às 11:17
Foto Luiz Roberto Lima
CASAMENTO DE BEATRIZ BARATA: NOSSO 14 DE JULHO, NOSSA BASTILHA CARIOCA!
Publicado em 14/07/2013
por Hildegard Angel, em seu blog
Tendo o ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, e sra., como padrinhos, e como convidados os colecionadores de arte Sergio e Hecilda Fadel, que recentemente receberam a presidenta Dilma Rousseff para jantar em casa, no Rio, e cuja filha é casada com o filho do ministro Edison Lobão, das Minas e Energia, além do colunista social de Fortaleza, Lalá Medeiros, casaram-se ontem, com festa que varou madrugada, no Copacabana Palace, Beatriz Barata, neta do maior empresário de ônibus do Rio de Janeiro, Jacob Barata, e Francisco Feitosa Filho, cujo pai é o dono da maior empresa do ramo no Ceará.
Acompanhar, via mídias sociais e MSMs recebidos, o protesto indignado contra este casamento diante da Igreja N. Sra. do Monte do Carmo e da festa no Copacabana Palace, me fez sentir clima de Revolução Francesa, correndo um frio na espinha, um presságio ruim. E me veio à mente a princesa de Lamballe, melhor amiga de Maria Antonieta, com a cabeça espetada na ponta de uma lança, pela multidão que invadiu as Tulherias.
Estávamos numa madrugada de 14 de Julho, mesma data da Revolução Francesa, e toda aquela manifestação, que ontem começou alegre, até divertida, berrando bordões bem humorados, outros de gosto duvidoso, teve consequências desastrosas, com cabeça ensanguentada, decisões equivocadas, batalhão de choque, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e gás de pimenta, às 3,30h, 4h da manhã, diante de nosso Palácio de Versailles, emblema máximo do luxo, da riqueza e da sofisticação do país: o Hotel Copacabana Palace!
Vou contar como foi, tal e qual… Aquietem-se, concentrem-se e me escutem…
Com gritaria na calçada, o protesto diante da igreja causou tensão nos convidados, perturbou todo o tempo o ofício do padre e a noiva, Beatriz, em vez de cortejo de daminhas e pajens, precisou de cordão de isolamento para entrar na igreja.
Enquanto padre Alexandre fazia a homilia, escutava-se nitidamente os manifestantes em coro dizerem coisas como “ha,ha, ha, o noivo vai broxar”, “também quero meu Louboutin”, “úúú, todo mundo pra Bangu” e tambores, buzinas e panelas, pó-pó-pó-pó-pó, pó-po-ro-po-pó, fon-fon-fon etc. O cerimonial de moças e rapazes impecáveis, pra lá e pra cá, cochichando baixinho, apreensivos sobre como solucionariam a saída dos noivos. Foi com PM e seguranças.
Beatriz, calada e retraída, permaneceu tensa todo o tempo – pudera! – mas manteve o controle. Foi altiva.
Já na recepção, no Copacabana Palace, todos se descontraíram e puderam se divertir, porque no interior do hotel não se percebia o que se passava lá fora, à exceção daqueles nas mesas da varanda.
No calçadão da Atlântica, uma garotada bonitinha da Zona Sul fazia manifestação até divertida, à la carioca, com meninas vestidas de noiva, rapazes alguns de terno e gravata, sacando bordões inspirados como “Eu também quero meu Louis Vuitton”, “Cadê minha Chanel?”, “Nesse hotel tem Barata!”, “Eu também paguei essa festa, quero meu bem-casado” e aquele clássico chulo da noite, citado acima, que se referia ao noivo…
E dá-lhe buzina, bateção de panela, de tabuleiro de alumínio, e desacatos para as mulheres (lindas!), que entravam ou saíam decotadas, cobertas de bordados: “piraaaaaanha!”. Não poupavam ninguém.
Com todas as quatro entradas do hotel bloqueadas por eles, ninguém entrava, ninguém saía, pela internet, os seguidores que assistiam à transmissão do canal “Mídia Ninja” postavam comentários mais pesados, do tipo “CABRAL VAI É DORMIR AÍ !!!!” (detalhe: Cabral sequer figurava na lista de convidados da festa!); “cadê as bombas???chama pa nois estraga a festa!”; “BA-FO-ME-TRO NO HOTEL”; “Rico não tem Lei Seca?” (referindo-se aos que embarcavam em seus carros mesmo aparentando ter bebido, quando ainda se podia sair); “chocada com o valor dos presentes que a Baratinha pediu no casamento. Veja a lista: http://migre.me/fsCZL” (localizaram a lista no site da H. Stern); “Candidato da Baratinha é Marcelo Freixo do PSOL” (foram checar no Face de Beatriz e descobriram); “ISSO.. TEM QUE JOGAR OVO MESMO…” (zangados porque a repórter foi maltratada por um policial à porta); “Todos RATOS engravatados, saindo pelos fundos constrangimento é a única arma do povo!!” (houve uma hora em que os convidados conseguiram sair pela porta da Av. Copacabana); “deixem suas mensagens de parabéns ao noivo”.
Vou omitir palavrões, baixarias e violências. Se é que já não transcrevi demais disso.
A horas tantas, chegou ao hotel a diretora-geral, Andréa Natal, que por força do cargo mora no Copa. Entrou pela porta lateral da Pérgola, junto ao Edifício Chopin. Aflita, vendo aquela multidão e a gritaria, parou para discutir com os manifestantes, iniciando rápido, bate-boca, logo sustado pelos seguranças, que a transportaram para dentro.
No interior do hotel mais lindo do Brasil, tudo eram maravilhas. No Golden Room, a apoteose do deslumbramento. O decorador Antonio Neves da Rocha plantou no meio do salão uma árvore frondosa, com os galhos alastrando-se por toda a área do teto, de onde pendiam fios com lampadário e buquês de flores. O chão coberto com grama. E a iluminação causava a sensação de se estar numa floresta-lounge, com estofados pretos.
Ali foi o show de Latino, que para entrar só conseguiu pela porta de serviço da Rodolfo Dantas, a da cozinha, driblando os manifestantes. Depois do bundalelê do Latino, houve ali a dança, com o DJ Papagaio e sandálias Havaiana vermelhas para todos os 1050 convidados que compareceram. Foram expedidos 1200 convites. Havia lugares sentados para todos, absolutamente todos.
No Salão Nobre, aquele comprido que sucede ao Golden Room, Neves da Rocha cobriu toda a parede de janelões que dá pra piscina com imenso painel único de Debret (ou seria Rugendas?) com super-mega-imensa-paisagem do Rio de Janeiro, abrangendo nossas montanhas, o mar, a Baía, florestas, do teto ao chão, criando visão fantástica.
Completavam o ambiente lustres enormes cobertos com heras, toalhas de damasco verde musgo cobriam as mesas até o piso.
O mesmo décor de toalhas musgo de damasco se repetia nos salões da frente e nas duas varandas, que foram cobertas e fechadas com paredes de muro inglês, com heras, e os mesmos lustres espetaculares. Cadeiras de medalhão suntuosas. Muito bonito.
Entre os três salões da frente, o do meio foi destinado a ser apenas o Salão dos Doces, com bem-casados da Elvira Bona, doces de Christiana Guinle, chocolates de Fabiana D’Angelo. Chá, café, brownies. O Céu, a Terra e o Mar também…
O champagne era Veuve Clicquot. Uísque Black Label. Aqueles coquetéis de sempre, Bellini, Marguerita etc. Vários bares de caipirinha, saquê etc. O bolo de Regina Rodrigues era um acontecimento, com vários andares, todo branco.
Buffet do Copacabana Palace, muito bem servido e elogiado. Na verdade, eram vários buffets, distribuídos por todos os salões e varandas. Mesas de frios. Pratos quentes. O cerimonial foi de Ricardo Stambowsky. As fotos, de Ribinhas.
Flores de Raimundo Basílio. Não houve exagero de flores, o verde deu o tom. Uma decoração em que prevaleceram o equilíbrio e a elegância. Luxo sem excessos.
Todo esse décor serviu de cenário à mais fantástica coleção de vestidos jamais reunida numa festa no Rio de Janeiro. Esta a opinião que ouvi de vários que lá estiveram, quer como convidados, quer prestando serviço ao evento. Um especialista em moda, que pediu para não ser identificado, falou: “Nunca vi tantos vestidos deslumbrantes como nessa festa. E de gente que ninguém conhece”. Acredita-se que a grande maioria das mulheres com essas roupas sensacionais, vestidos de alta costura, grandes marcas, fosse de convidadas do Ceará, que ocuparam vários apartamentos no hotel. O Copa bombou na festa e na ocupação.
Não apenas os vestidos eram extraordinários. As joias eram também fantásticas. A começar pelas da noiva, usando riviera de brilhantes fantástica no pescoço, dois enormes brilhantes nas orelhas e uma coroinha de ouro e grandes brilhantes, na cabeça, sempre usada pelas noivas da família. O vestido de Beatriz Barata foi obra da estilista Stela Fischer.
Tudo isso foi coordenado pela avó, Glória Barata, que durante a festa várias vezes se lembrou do filho assassinado naquela época da onda de sequestros no Rio de Janeiro. A família pagou o resgate, mesmo assim o jovem não foi poupado. Ela ainda guarda um grande sofrimento. Dona Glória é uma mulher sofrida e amável. Todos os que trabalham com ela e sua família a estimam.
Enquanto o minueto social seguia harmonioso, farfalhante e cintilante, entre as mesas de toalhas verde musgo adamascadas dos salões, no entorno do hotel, a contradança era outra.
Não têm pão? Comam bem-casados! Da varanda, convidados rebatiam as provocações verbais atirando bem-casados na “plebe” (bem à la Maria Antonieta, que ofereceu bolinhos, lembram?) e remetiam aviõezinhos de notas de R$ 20 (aí, a inspiração já era mais próxima, à la Silvio Santos).
Num crescendo dos protestos, bate panelas, mensagens de Face e Twitter, imagens postadas, provocações, bordões, os ânimos foram se acirrando e não houve nada que se tentasse para apaziguá-los. Ao contrário.
Na portaria do hotel da Av. Copacabana, o motorista de um dos convidados arrancou o celular da repórter “Ninja”, que, como Ninja, deu um salto e conseguiu recuperá-lo, botando o elemento pra correr. Ela recorreu a um policial, que a tratou com impertinência, parecendo alcoolizado. Tudo isso registrado pela câmera Ninja. E a rede social participando, reagindo, se indignando.
Em seguida, correm todos para a Atlântica, prosseguem a gritaria. Uma convidada insiste em deixar o hotel, é impedida e inicia uma briga, quando um convidado, lá da varanda, atira um cinzeiro de vidro na cabeça de um manifestante, que se fere muito.
Vendo aquela imagem ensanguentada na tela da internet, a galera começa a postar desacatos enfurecidamente. A repórter corre para buscar socorro na ambulância de plantão diante do hotel (é lei quando se trata de evento com mais de 600) e o paramédico. Mas o médico não está, “foi lá dentro”. O rapaz machucado tenta entrar no hotel para ser socorrido. Os seguranças e porteiros impedem sua entrada. Está aí cometido o grande erro da noite!
O Copa, neste momento, rompe sua tradição histórica de cordialidade com a população carioca e de diplomacia e assume uma postura hostil.
A multidão na rua se enfurece. A multidão virtual também e passa a convocar o envio geral de comentários negativos à página do hotel na internet. Uma guerra aberta contra o maior tesouro da hotelaria brasileira! Eu, confesso, quase choro. Adoro o Copa. O Copa é o Rio, nossa memória, nossa História.
Mais uns 10, 15 minutos, e chega ao local uma advogada dizendo-se da OAB, localiza uma testemunha da agressão, consegue recolher a “arma do crime”, fragmentos do cinzeiro que atingiu o rapaz, leva os dois para a delegacia, onde faz o registro da ocorrência: “tentativa de homicídio”. A vítima leva seis pontos na cabeça.
A garotada agitada continua nos impropérios, constrangimentos e panelaço, e eis que, quase quatro da manhã… chega o BOPE, marcando sua forte presença de sempre, soltando bombas de gás lacrimogênio, atirando com balas de borracha e, para completar a apoteose da alvorada dessa Bastilha carioca, espargindo spray de pimenta a torto e à direita.
Nessa altura, a multidão de manifestantes, que às três e meia da manhã já estava reduzida a uma centena, ficou ainda menor. Eram apenas uns 50 mais experientes, já com suas máscaras anti-spray nos rostos.
Enfim, os últimos convidados, que aguardavam no foyer do hotel pela oportunidade de deixar a festa, conseguem partir. Vão deixando o casamento Barata e tossem, viram os olhos, engasgam com o spray de pimenta. Os manifestantes de máscara anti-spray gozam, a repórter estica o microfone: “Tá gostando, cara?”.
Foi um acontecimento totalmente atípico, inédito. Já houve manifestações de protesto em casamentos de políticos e pessoas importantes. Como no da filha do senador Álvaro Pacheco, décadas atrás, tendo José Sarney, presidente da República, como padrinho, na Igreja do Largo de São Francisco.
Mas nada, jamais, em tempo algum, se comparou à ferocidade do acontecimento irado deste 14 de Julho carioca, em nosso Versailles, o Copa, que, ainda bem, nada teve de noite de Tulherias nem de cabeça espetada em ponta de lança.
Aliviada, vejo que meu frio na espinha não passou do frio de fato dessa noite de inverno carioca. O pressentimento era fajuto. O estrago se limitou a seis pontos na testa de um manifestante, que o responsável pelo estrago há de assumir e, se não assumir, os promotores da festa ou o próprio hotel há de tentar corrigir o ato infeliz de alguma forma.
Apesar de dizerem que cristal trincado não tem recuperação, acredito que o Copa tem credibilidade para se reabilitar aos olhos dos cariocas. Foi apenas um mau momento, espero…
PS do Viomundo: Bem que o José Arbex Jr. observou que a elite já não controla o que ela, elite, acredita ser o “andar de baixo”.