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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Dom Mai 07, 2023 12:15 pm
por FCarvalho
knigh7 escreveu: Sáb Mai 06, 2023 5:30 pm
Na CRE os Comandantes militares pareciam que estavam falando com um bando de caipiras que não estavam entendendo do que está ocorrendo na geopolítica mundial e que a América do Sul vai ser arrastada para esse turbilhão.
Ontem o Comandante Olsen em entrevista ao O Globo voltou a frizar que China, Rússia, Reino Unido e EUA estão tendo uma abordagem bastante agressiva no Atlântico Sul e que deve ser motivo de preocupação do Brasil.
Ainda tens dúvidas sobre o nível de consciência, dos nossos congressistas a respeito da realidade do mundo lá fora?
Um bando infindável de coronéis de barranco cuja única métrica para medir a realidade é o saldo da própria conta bancária e os regalos da vida política que reservam a si mesmos.
Sério que dá para esperar qualquer coisa boa do tipo de gente que habita aquele lugar em sua quase totalidade?
Melhor esperar por um novo dilúvio na terra.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Sex Mai 12, 2023 1:23 pm
por FCarvalho
Em matéria publicada na T&D edição 170, foi listado o nome de empresas que mostraram interesse e demonstraram seus produtos ao EB para o programa VBCOAP SR conforme segue:
1. Nexter CAESAR;
2. Elbit ATMOS 2000;
3. Norinco SH-15;
4. MKEK Yavuz;
5. Bae Systems ARCHER;
6. Yugoimport NORA B-52;
7. Konstrukta Zuzana 2;
8. Denel T5-52.
Dos modelos acima, me surpreendi com a oferta do Denel T5-52, vide o que se diz sobre a situação daquela empresa sul africana. Mas se chegaram a oferecer, é bom então dar uma olhada para garantir que o produto, e a oferta, são realmente passíveis de crédito. Não é preciso lembrar que na categoria dele o obuseiro da Denel mostrou efetividade em alcançar alvos além de 70 km de distância em disparos com munição assistida. E o padrão do mesmo com munição comum e base bleed é de 30 a 50 km de alcance. Mas isso por si só não basta para convencer o exército.
No caso da empresa eslovaca, me chamou a atenção pela não oferta do EVA, baseado em soluções padrão OTAN, incluindo o canhão 155\52 e bem mais simples, barato e com custos menores que o Zuzana 2, na prática uma modernização do seu antecessor, o Zuzana 1, que por sua vez é um trabalho conjunto que gerou também o Dana para os tchecos.
E por falar em Dana, pelo jeito os tchecos da CSG ainda não se manifestaram em relação a este programa do EB, mesmo tendo dois modelos modernos de obuseiros AP SR com larga margem de fiabilidade e operacionalidade, uma vez baseados em décadas de projeto, desenvolvimento, produção e operação do Dana\Zuzana, no caso o MORANA e o DITA. Já deixei aqui neste tópico informações sobre estas duas viaturas, de forma que, pelo que a empresa diz dos mesmos, as torres são passíveis de serem usadas em diversas plataformas diferentes, SR ou SL. Algo ainda a se provar em termos práticos, visto que até agora nenhum dos dois está em produção\operação com tchecos e eslovacos. Mas como são muito recentes, ainda há tempo para verificar até onde vai a viabilidade da propaganda checa.
Quanto aos demais, a meu ver chineses, turcos e sérvios correm por fora como azarões deste programa, mas ganham uma importância\relevância maior mediante a quantidade de possíveis concorrentes à VBCOAP SR. Não custa dizer que quanto mais interessados, melhor para nós, já que isso, em tese, irá forçar a melhoria de todas as propostas, e o esforço para preencher o máximo possível todos os requisitos do ROB\RTLI emitidos, nos favorecendo em termos de decisão e escolha.
Até agora são 8 empresas interessadas. E nada diz que os checos também não possam entrar na disputa logo mais, assim como alguma outra empresa\país até o final do ano, quando se espera seja emitido o RFP do programa. A partir daí, fica mais claro o que o EB espera, e quer, da VBCOAP SR.
No caso do Archer, a Bae Systems pode até oferecer ele por aqui, mas é um monstro que só pelo tamanho e preço se indispõe a ser levado a sério pelo exército. Esta longe se atender os requisitos emitidos até o momento.
Por fim, sobram os dois "queridinhos" deste programa, que são franceses e israelenses, mas já debatidos e rebatidos à exaustão aqui. Não há muito o que falar sobre os mesmos. Ambos estiveram presentes na LAAD 2023, e com certeza houveram muitas conversas entre EB e Nexter e Elbit sobre a melhor oferta que cada um pode fazer.
Começo a ficar animado com este processo seletivo só pela quantidade de possíveis 8 concorrentes até agora afirmados. E com sério risco de aumentar no curto prazo. O que eu espero de fato aconteça. Melhor para nós. E melhor ainda se todos derem as caras por aqui para demonstrações ao vivo e a cores.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Ter Mai 16, 2023 10:43 am
por cabeça de martelo
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Qua Mai 17, 2023 3:11 pm
por FCarvalho
Esse bldo israelense é um conceito que ainda precisa se provar. Mas vindo de onde vem, podemos esperar por algo superlativo. Se pode substituir com ganhos bldo SL, a ver.
Muito antes desse bldo o conceito de veículo obuseiro pesado SR já mostrava suas inúmeras possibilidades na forma do Denel G-6 que infelizmente parece ter sido abatido do mercado por seus próprios idealizadores.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Sex Mai 19, 2023 7:19 am
por LM
Para além do CAESAR 6x6 Mark II quais podem ser transportados pelo KC-390? Na decisão do EB isso é essencial?
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Sex Mai 19, 2023 7:26 am
por gabriel219
LM escreveu: Sex Mai 19, 2023 7:19 am
Para além do CAESAR 6x6 Mark II quais podem ser transportados pelo KC-390? Na decisão do EB isso é essencial?
ATMOS, especialmente. Mas acho que basicamente todos, exceto alguns que excedem as 26 toneladas, como é o caso do Archer.
Ainda estimo que o favorito por essas bandas seja o ATMOS, especialmente após ser oferecido através da Ares. Mais barato e igualmente eficiente ao CAESAR MkII, com o plus de possuir um Obuseiro bem mais moderno, Athos, contra o já antiquado TRF1.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Sex Mai 19, 2023 9:33 pm
por FCarvalho
LM escreveu: Sex Mai 19, 2023 7:19 am
Para além do CAESAR 6x6 Mark II quais podem ser transportados pelo KC-390? Na decisão do EB isso é essencial?
Se o caminhão base for 6x6 e tiver menos que as 26 ton de massa concentrada que o avião suporta levar de uma única vez, qualquer um dos interessados até agora pode oferecer essa solução. Menos os suecos com o Archer que é um troço muito massivo e não tem como diminuir o peso e tamanho dele mesmo com outro tipo de veículo.
E ser transportável por KC-390 não é requisito obrigatório no RO da VBCOAP SR.
Mas o EB deve levar muito em consideração esta capacidade.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Sáb Mai 20, 2023 1:46 am
por FCarvalho
Pensando aqui com os meus botões, se os tchecos comprarem os KC -390 de boa sem pedir nada em troca, beleza. Mas se pedirem, e olhando os vizinhos ao lado, a Eslováquia, com possíveis respingos na Suiça, podemos pensar em ver como encaixar os obuseiros AP SR dos dois países na VBCOAP SR.
Até o momento estes veículos devem ser usados tanto nas bdas mecanizadas quanto nas AD. Esta última, penso, a nível de experiência doutrinária para verificar se este tipo de obuseiros servem ali de acordo com a doutrina atual do EB ou se os modelos AR seguem sendo as melhor opção. Ou um misto de ambos como ocorre atualmente.
Na teoria, entre as GU mecanizadas e AD existem cerca de 17 GAC que podem ser dotados com as VBCOAP SR. Estes podem ser do tipo II ou III, o que significa de 12 até 18 peças por grupo. Na pior das hipóteses temos uma demanda entre 204 e 306 destes obuseiros, foras as escolas militares e o CIBld, que também devem receber tais veículos.
Não custa dizer que equipar esses GAC com veículos Tatra, e suas OM de apoio não seria um problema com a produção local dos mesmos.
Uma ideia de distribuição para os modelos seria a seguinte:
GAC AP SR Bda Inf e Cav Mec - EVA 6x6 155/52 (8 OM)
GAC AR AD - Morana 8x8 155/52 (6 OM)
GAC AP SL AD - Morana 8x8 155/52 (3 OM)*
*em substituição aos M-109A3/A5 que equipam estas OM caso eles fossem mantidas.
O modelo DITA 155/52 poderia ser testado nos GAC AP SL das bda bldas a fim de verificar sua adaptação ao apoio deste tipo de tropa, ainda que em contradição ao que reza o manual. Penso que vale o esforço de saber que podemos sair do quadrado doutrinal em que estamos enfiados desde sempre.
São três modelos de obuseiros que poderíamos dispor e aínda lucrar vendendo produtos importantes da nossa BIDS.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Dom Mai 21, 2023 12:25 am
por knigh7
A República Tcheca viu a necessidade de um obuseiro SR 8x8 e optou pelo Caesar. Ele tem uma capacidade qualquer terreno melhor, sobretudo em solo nevado e é provável que a Eslováquia opte também por um 8x8 impossibilitando que o KC-390 o transporte.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Dom Mai 21, 2023 5:38 pm
por FCarvalho
knigh7 escreveu: Dom Mai 21, 2023 12:25 am
A República Tcheca viu a necessidade de um obuseiro SR 8x8 e optou pelo Caesar. Ele tem uma capacidade qualquer terreno melhor, sobretudo em solo nevado e é provável que a Eslováquia opte também por um 8x8 impossibilitando que o KC-390 o transporte.
Eu até hoje tenho aqui minhas dúvidas sobre os reais motivos que levaram os tchecos a comprar CAESAR 8x8 quando eles tem em casa uma empresa que é conhecida e reconhecida pelos chassis fora de estrada - e caminhões militares - mais capazes do mundo.
Pior, tem toda uma historia de décadas de pioneirismo no desenvolvimento de obuseiros sobre rodas, com clientes em toda a Europa oriental, e pelo mundo, estando a empresa oferecendo há tempos versões modernizadas do Zuzana\Dana no padrão ocidental e soviético, assim como novos modelos na forma do Dita e Morana.
Enfim, é uma das compras mais estranhas e suspeitas que já vi na Europa. Mas em se tratando dos franceses, pode0-se esperar qualquer coisa.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Dom Mai 21, 2023 5:49 pm
por FCarvalho
Na matéria sobre os programas do exército na T&D 170 é afirmado que os eslovacos ofereceram o Zuzana 2 que é uma versão modernizada do veículo para o padrão ocidental de sistemas, canhão e munições.
O que acho estranho é que eles tem, e oferecem o EVA 6X6 e 8x8 há tempos, e muito mais adequado ao RO\RTLI da VBCOAP SR que aquele vetusto veículo dos tempos da guerra fria.
O porque disso, é algo que não consegui encontrar nenhuma explicação lógica.
https://kotadef.sk/projekty/eva/?lang=en
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Dom Mai 21, 2023 5:53 pm
por FCarvalho
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Ter Mai 30, 2023 10:22 am
por cabeça de martelo
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Qua Mai 31, 2023 12:30 pm
por FCarvalho
Um concorrente mais que duro de bater para o ASTROS 2020. E um bom exemplo de como os israelenses são pródigos em apor soluções muito bem arquitetadas e flexíveis para seus problemas de defesa, inclusive com a possibilidade de usar munições de outras origens que não israelense. Algo que a Avibras, parada no tempo, como ficou, não deu uma resposta satisfatória mesmo no último modelo lançado do seus sistema de foguetes.
Isso só mostra o nível de descalabro com que a BIDS tem de conviver aqui para seguir existindo. E no caso da Avibras, mostra também o nível de incompetência da gestão da empresa para manter-se de pé sem depender unicamente do poder de compra, e interesse cada vez mais escasso, do Estado na área de Defesa.
Diz-se na Espanha, onde o ASTROS concorre para novo MRLS, que o PULS é o favorito para ser escolhido. Não seria de todo surpreendente.
Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE
Enviado: Qua Mai 31, 2023 12:59 pm
por cabeça de martelo
FCarvalho escreveu: Qua Mai 31, 2023 12:30 pm
Um concorrente mais que duro de bater para o ASTROS 2020. E um bom exemplo de como os israelenses são pródigos em apor soluções muito bem arquitetadas e flexíveis para seus problemas de defesa, inclusive com a possibilidade de usar munições de outras origens que não israelense. Algo que a Avibras, parada no tempo, como ficou, não deu uma resposta satisfatória mesmo no último modelo lançado do seus sistema de foguetes.
Isso só mostra o nível de descalabro com que a BIDS tem de conviver aqui para seguir existindo. E no caso da Avibras, mostra também o nível de incompetência da gestão da empresa para manter-se de pé sem depender unicamente do poder de compra, e interesse cada vez mais escasso, do Estado na área de Defesa.
Diz-se na Espanha, onde o ASTROS concorre para novo MRLS, que o PULS é o favorito para ser escolhido. Não seria de todo surpreendente.
Espanha já escolheu o PULS à alguma tempo.