knigh7 escreveu: ↑Dom Mar 12, 2023 11:10 pm
Trecho da entrevista da Infodefensa com o General Paixão, do Comando de Artilharia do EB em novembro do ano passado. Sobre os M119A2:
Dos 84 M119A2 para o EB, que iriam substitur os M101, a oferta dos americanos desceram para 20...
E o general não deu um bom prognóstico para a vinda dos M-198:
https://www.infodefensa.com/texto-diari ... brasileiro
O negócio é revitalizar os M101 e M114.
Sim, ele disse na entrevista.
As opções do EB no que diz respeito à modernização estão cada vez mais restritas, visto a situação orçamentária, que não mudou para adaptar-se face aos investimentos para dar conta dos programas estratégicos do EB. Faltou alguém avisar que novo programas, requerem novos recursos.
No caso da artilharia, a coisa é "simples". Comprar obuseiros AR novos para todos os GAC, quais sejam, Slv(6), Pqd(1), Amv(1), Mth(1) e leve(6)*. Acho que não é preciso lembrar que o EB tem mais brigadas a serem apoiadas do que GAC que as apoiem. No caso, é comprar o BORAN, da Turquia, meu preferido, ou o LG1 Mk III francês. Os manuais fazem referência 3 ou 4 bateria por GAC, podendo ser formadas por 6 a 8 peças. No caso, um GAC pode dispor de 18 até 32 peças orgânicas. O exército utiliza 3 bia a 6 peças como padrão, totalizando 18 peça\GAC. Que não é seguido à risca, obviamente, em todas as unidades existentes.
* a região nordeste possui 2 bda inf mtz organizadas que possuem GAC ao mesmo tempo que dispõe de duas RM que subordinam a si OM com as quais se tem mais 2 bda inf mtz, ambas incompletas. Assim, o número de GAC na região pode chegar a 4 unidades. Isso totalizaria 8 GAC leves em apoio a GU Inf em todo o país.
As AD no papel devem possuir 2 GAC não determinando os tipos. Hoje temos 3 delas operacionais. São GU que devem, na teoria, apoiar as respectivas divisões a que estão subordinadas. No caso, o EB possui a 1a DE, 2a DE, 3a DE, 5a DE, 6a DE e 7a DE recentemente ativada. Existe atualmente as AD1, AD3 e AD5, que contam com 6 GAC AR 155 e outros 3 GAC AP SL.
O projeto da VBCOAP SR prevê 3 grupos a serem organizados, sendo 1 GAC AD, 1 GAC Bda Cav Mec e 1 GAC Bda Inf Mec. Tal dotação pode não refletir, no caso da AD, uma proposta já definida.
De qualquer forma, com seis divisões a serem apoiadas no papel, o número de GAC AD deveria ser de no mínimo 12 unidades e não 6 como comentado pelo general na entrevista. Isto só mostra a defasagem que existe entre o que é propalado em termos de demanda e o que de fato é necessário.
Enfim, só para mostrar como a realidade das OM está muito longe do que é produzido nos 'estados maiores' da vida no exército, são pelo menos 17 GAC AR 105 e outros 12 GAC AR 155 que deveriam ser organizados e dotados de material de tubo novos. Isso significa pelo menos 306 peças 105mm e outras 216 peças 155mm. Considerando as escolas e centros de formação, esses números podem ser bem maiores. Em tempo, outros dois GAC Lv Slv seriam viáveis dado que o EB prevê 8 Bda Inf Slv na região norte.
A dúvida que o EB deve ter hoje é se as AD serão compostas no futuro com o mesmo material das bdas mec ou se seguem com obuseiros AR como estão hoje. Para ambas as escolhas, de qualquer jeito a conta continua muito salgada para o orçamento atual do exército. Porque não temos recursos para um e outro. Ao menos estão fazendo uma coisa certa, que é esperar o resultado da VBCOAP SR para decidir qual caminho seguir nas AD, já que a maioria dos sistemas que são ofertados no mercado também possuem versões AR dos obuseiros utilizados. Aqui ponto extra para os israelenses que já tem um pé aqui dentro, tendo inclusive oferecido seus obuseiros para o CFN e EB. Concorrem o ATMOS e o ATHOS ambos 155\52 calibres.
Infelizmente, da forma como os projetos estratégicos estão se desenrolando, é pouco provável, ou mesmo improvável, que o exército consiga em prazo visível recursos orçamentários para poder pagar o investimentos em novos obuseiros, sejam quais forem. Continuar revitalizando os M-101 e M-114 é o que resta a fazer. Ao menos eles se consegue manter e operar.
Me parece que manter as AD mobiliadas com obuseiros AR é mais econômico que adotar viaturas sobre rodas. Mesmo porque caso se mantenha apenas as 3 AD atuais, seriam 108 veículos para todas elas. Somadas as 8 bdas inf\cav mecanizadas, que demandam no papel outras 144 unidades, caso todas sejam aquinhoadas com estes obuseiros, somam 252 blindados. Um número muito distante da realidade financeira para custeio e financiamento atual do exército. E futura, diria.
Eu penso que seria uma boa ideia conformar a escolha de um futuro obuseiro AR 155 à decisão da VBCOAC SR. Não estamos em condições de sustentar mais de um ou dois sistemas de armas na artilharia. E a compra deste tipo de obuseiros juntamente com os veículos SR pode ser negociada como off set ou outra coisa qualquer. As quantidades prováveis a se comprar podem convencer os vendedores a serem o mais flexíveis em suas propostas.
A ver.