Eu estava lendo a respeito da decisão pelo U-214 sem AIP, a marinha disse que é porque com sistema AIP a milha custa U$43 enquanto que com o convencional custa U$6, mas achei um texto que diz o seguinte:
A marinha brasileira, considerou como um factor de complexidade, a necessidade de dispor de oito camiões tanque, cheios de oxigénio e hidrogénio com um grande grau de pureza, que além do mais seria difícil de produzir, sendo também complicado o seu transporte.
Porém, a marinha brasileira não parece ter tido grande problema ao optar por construir um submarino nuclear, movido pelo combustível mais perigoso do mundo, tão perigoso que na maioria dos países é proibida a sua simples entrada em porto, por causa dos perigos inerentes.
Não parece que seja mais complicado, ou perigoso o transporte de Hidrogénio, que o transporte de Plutonio, pese naturalmente o facto de o combustível nuclear só ser reposto num intervalo de anos, o que não acontece com o Hidrogénio e o Oxigénio do sistema AIP de células de combustível.
Outro argumento utilizado pela marinha brasileira, foi o dos custos de navegação, dado o custo da milha navegada com o sistema AIP ser sete vezes mais caro que com o sistema convencional de Diesel.
No entanto, a comparação não faz exactamente sentido, porque o submarino U-214, tem a possibilidade (se essa for a opção táctica no momento) de operar exactamente como se fosse um submarino convencional, abrindo mão da utilização do sistema AIP, que só se utiliza quando as circunstâncias tácticas tornam necessária a sua utilização.
O sistema AIP não é como a energia nuclear, que se utiliza permanentemente. O U-214, também tem motores a Diesel, como outros submarinos da marinha brasileira, e o AIP só se utiliza quando o comandante decide passar a modo silencioso. O submarino pode ser utilizado em modo económico durante a maior parte da sua vida, utilizando o AIP, quando a segurança do submarino pode ser colocada em risco por um potencial inimigo. Neste caso, o AIP não é apenas um novo sistema de propulsão, ele é também uma arma de defesa passiva, e novas armas têm naturalmente os seus custos. Abrir mão delas, em nome da poupança pode ser negativo.
Fonte:
http://www.areamilitar.net/opiniao/opiniao.aspx?nrnot=97