Victor escreveu: Um país soberano como Israel assassinar um cidadão de outro país é um exemplo do descalabro total da região, de que estão voltando à Idade Média. O cara era um terrorista? Era. Prendam-no. Mas mandar um Hellfire nele é uma covardia (...)
Olha, em abril de 1943, os americanos emboscaram o avião que conduzia comandante da Marinha japonesa, o famoso Almirante Yamamoto. E ele foi morto.
Em novembro de 1941, os britânicos tentaram matar o General Rommel, num ataque de "comandos". Mas falharam.
Não vejo nada de errado nessas ações. Então, não vejo, em termos morais, nada de errado com o ataque israelense contra um inimigo jurado da Nação e do Povo de Israel. Dizer que é imoral ter matado o Sheik seria o mesmo que dizer que é imoral enfiar uma bomba de 500 kg na goela do Bin Laden. O fato do Sheik não viver escondido pelos bueiros, como Bin Laden ou Saddam, era problema dele. Como disse antes, esse é o sentido da guerra. Mate o inimigo, ou seja morto.
Fico espantado com essas afirmações de que o ato israelense foi terrorista. Mas, como? O Sheik não era um líder político, um moderado que pregava a criação do Estado palestino, por meios pacíficos. Ele liderava uma organização terrorista, que desejava a aniquilação do Estado de Israel. Então, onde está o terrorismo, por parte dos israelenses? Seria concebível que o Sheik dispusesse de seguro de vida para ordenar a matança de civis israelenses? Isso é hipocrisia. Quer matar, então mata. Mas, quando chegar a hora de morrer, morra que nem um bom menino. Sem reclamar. E, é claro, isso vale para "seu" Sharon, também...
Ah, mas ninguém quer morrer? E nem matar? Então, é simples:
FAÇAM A PAZ!!Se amanhã, os israelenses enfiarem um míssil no c... do Arafat,
isso será um ato terrorista. Pois ele é um líder internacional, que não está em guerra com Israel, e que não defende atos terroristas. Nem a idéia estúpida de que os judeus devem ser lançados no Mediterrâneo.
Por falar em Arafat, devo discordar de várias mensagens que parecem dar a impressão de que o Sheik Yassin,
era o líder do povo palestino. Isso não é verdade, de maneira nenhuma. A única autoridade reconhecida dos palestinos é a da Assembléia Nacional Palestina, de Yasser Arafat. E essa autoridade, pelo que eu sei,
jamais apoiou a loucura terrorista do Hamas.
E mais, quem está com os olhos marejado de lágrimas pelo pobre "papai noel fundamentalista" que foi reduzido a quibe em picadinho, seria muito bom lembrar que, no início, o Hamas
foi favorecido por Israel, numa tentativa de enfraquecer a influência da Al-Fatah de Arafat, com o povo palestino. Arafat sempre foi um líder laico, totalmente afastado do fundamentalismo muçulmano.
Assim, quem é que vale menos, nessa história? Nosso Sheik esfarelado, que se prestou a instrumento dos israelenses para enfraquecer a OLP laica, ou os israelenses que deram apoio à fanáticos religiosos?
Com certeza, matar o cara na cadeira de rodas não vai ajudar EM NADA a resolver o problema do Homo explosivus. Tende a piorar, vocês vão ver.
Também concordo. Mas aí, alguém pode dizer: "Porra! Esse Clermont tá de brincadeira! Afinal, foi bom ou não foi, vaporizar o vovô?" Pra ele, deve ter sido péssimo. Pra Sharon, deve ter sido divertido à beça...
Eu acho que se precisa entender o seguinte: em minha opinião, os israelenses não cometeram nenhuma imoralidade em detonar o "tiozão". Mas, políticamente, nem sempre o certo anda de mãos dadas com o vantajoso. Terá sido vantajoso para um governo belicista israelense
(1) matar o Sheik Yassin?
Eu acho que não. Ou, mais especificamente:
não nesse momento. Acho que, mais uma vez, esse Sharon demonstrou que pode ter sido um soldado durão (embora, já tenha lido que, militarmente, ele também já fez algumas bobagens), mas ele é péssimo político. Se eu fosse Primeiro-Ministro de Israel - e fosse inimigo da paz - eu teria mandado o "Mister Magoo" de turbante, pelos ares, logo após um dos atentados do Hamas, contra os civis isralenses. Assim, eu apresentaria o ato, ao mundo, como uma represália legítima. Mas Sharon é uma toupeira. Sendo um militar linha-dura, ele é incapaz de levar em conta as opiniões do mundo exterior. Mais do que ninguém, ele é o responsável por ter transformado os israelenses em vilões da história, perante o mundo. Para a geração mais jovem, é quase inacreditável que, um dia, foi o contrário. Eram os israelenses, quem desfrutavam da simpatia da opinião pública internacional, ao se verem cercados pelos exércitos de todos os países árabes, sob o comando de ditadores como Nasser, e apoiados pela União Soviética.
Mas isso foi há muito tempo atrás...
Israel se isola, cada vez mais. Já saiu uma condenação na ONU contra o ataque. Com os votos contrários dos EUA e da Austrália, e com as abstenções de França e da Alemanha. Aliás, o Brasil votou favoravelmente. Eu lamento isso. Preferia que o Brasil seguisse o caminhos de franceses e alemães. Mas, é difícil para o nosso governo se livrar de seus ranços esquerdistas.
Assim, por esse ponto de vista, me parece que não foi vantajoso para os israelenses, a morte do Sheik. Mas, é preciso que se leve em conta que uns 60 % da opinião pública de Israel, favoreceu o ataque. Um brasileiro de origem judaica, escreveu em outro fórum: "ora, o que mais esses terroristas podem fazer, além de explodir israelenses?" Parece que essa gente já está se acostumando, como os cariocas já se acostumaram com os tiroteios dos traficantes...
É, a coisa ainda vai ferver muito lá em Jerusalém...
(1) Atenção! Eu disse, um governo belicista, pois se fosse um governo interessado na paz, é claro que nada disso se aplicaria.