Vamos ver se realmente andou estudando:
Quem chegou primeiro a região?? os judeus ou os mulçumanos????
Vamos ver se dá para esclarecer um pouco esta história.
Os judeus viviam na região onde é o atual estado de Israel desde os tempos da fuga do Egito narrada no velho testamento ou seja, praticamente desde tempos imemoriais.
Eles foram expulsos de lá pelos romanos (pelos ROMANOS, não pelos OTOMANOS) menos de 100 anos depois de cristo, muito antes de Maomé aparecer e os muçulmanos passarem a existir. Apenas uma pequena minoria continuou vivendo na região, sofrendo perseguições de quase todos os povos que passaram por lá, dos romanos aos ingleses e franceses (aí sim os otomanos estão incluídos).
Após a Segunda Guerra Mundial as nações européias e os EUA decidiram criar um estado judeu para evitar que as perseguições que eles sofriam na Europa (não só na segunda guerra mundial, mas desde o império romano!) se repetissem. Após muita discursão, decidiram por uma parte do que já havia sido território de Israel quase dois mil anos antes. Esta decisão não levou em conta a opinião dos povos que viviam lá no momento em que ela foi tomada (os árabes, principalmente os que hoje são chamados palestinos).
Foi mais ou menos como se a ONU hoje decidisse que os ameríndios precisavam de uma terra só deles, e definisse que seria um pedaço da Amazônia pertencente à países como Venezuela, Colômbia ou Brasil. É bastante óbvio que estes países reagiriam contra a decisão, inclusive´por meio da força, e foi o que os árabes fizeram. A diferença é que as fronteiras daquela região do oriente médio não estavam definidas e não eram ainda reconhecidas internacionalmente como são as dos países sul-americanos citados, pois a região estava sob mandato da França e da Inglaterra após a queda do Império Otomano na Primeira Guerra Mundial.
Ainda assim os árabes consideravam não sem alguma razão que aquele território fosse deles, pois já viviam lá por mais de mil anos, e não tiveram nada a ver com a expulsão dos judeus quase dois mil anos antes (achado não é roubado, foi o que pensaram). A decisão de ceder o território aos judeus foi um tanto arbitrária, mas levando isto em consideração a ONU também estabeleceu territórios palestinos autônomos na mesma região.
Não reconhecendo a autoridade da ONU para definir a divisão do território, as nações árabes (principalmente Jordânia, Egito e Síria) atacaram Israel assim que ela foi fundada em 1948. Como os exércitos árabes careciam completamente de experiência e tinham sérios problemas de competência da oficialidade (o que foi demonstrado depois em várias outras guerras) Israel derrotou os agressores e ainda ocupou territórios que não lhe pertenceriam pelo plano original da ONU (principalmente a Faixa de Gaza e a Cisjordânia). Por muito tempo Israel sequer cogitou na devolução destes territórios, e mesmo hoje mantém o virtual controle sobre eles. Isto porque Israel, assim como os árabes, também não concordou com a divisão da palestina como havia sido definida pela ONU (esta divisão de fato não parecia ser boa para ninguém).
Em guerras posteriores Israel conquistou mais alguns territórios (colinas do Golan e península do Sinai, esta depois parcialmente reconquistada), cuja devolução ela negociou e negocia com os antigos donos (Síria e Egito) em troca de reconhecimento como estado e tratados de paz.
Devido em grande parte à sua situação estratégica (um território pequeno de costas para o mar), Israel sempre adotou uma atitude de defesa extremamente agressiva, não hesitando em atacar seus vizinhos quando se sentia ameaçada. Por isto e por manter territórios que a princípio não lhe pertenciam ela foi vária vezes condenada na ONU e criou uma reputação bastante ruim na opinião pública dos países árabes e mesmo em países de fora da região.
Nos útimos anos Israel tem apenas reforçado esta má imagem devido à respostas consideradas pela comunidade mundial como desproporcionais à qualquer ataque, quer ele tenha partido de uma força organizada ou não. Os governos Israelenses sistematicamente insistem em procurar a segurança através de uma estratégia de terror sobre as nações vizinhas, buscando forçar os governos destas nações a lutar contra grupos políticos e religiosos que Israel considere ameaçadores. Tome-se por xemplo a destruição da infra-estrutura do Líbano provocada pelo sequestro de soldados israelenses (não foi nem mesmo pelo ataque a civis).
Este tipo de atitude é que dá justificativa aos grupos terroristas para manter suas ações agressivas, já que Israel também utiliza a estratégia do terror. Deve-se lembrar que autoridades importantes de Israel também apelaram para o terrorismo contra civis inocentes quando ainda não podiam contar com forças armadas regulares e eficientes, antes da fundação do estado de Israel. Assim, a liderança israelense não possui autoridade moral para condenar os terroristas enquanto não repudiar publicamente antigas atitudes de muitos de seus mais caros membros.
Desta forma o conflito chega ao impasse atual. Israel (com o suporte dos EUA), adota uma estratégia de colocar sua segurança como ponto prioritário (mesmo antes de qualquer negociação), e se reserva o direito de utilizar a força bruta da forma que achar melhor para garantir esta segurança (política que o governo Bush também adotou nos EUA após o 11 de setembro) .
Em troca, os grupos árabes não vêem nenhum motivo para buscar a paz com Israel, já que ela própria recohece a força militar como principal argumento para suas reivindicações de segurança, e assim a atitude mais lógica para os diversos grupos árabes na região (desde o Hizbolah e o Hamas até os governos da Síria e do Irã) seria mesmo a de reunir a maior capacidade bélica possível para poder fazer face a Israel nos próprios termos que ela escolheu.
Só o futuro dirá o resultado destes desenvolvimentos históricos. Mas o prognóstico não é nada bom quando governos estabelecidos e legítimos(Isreal e EUA) adotam a força como único argumento em suas questões de segurança (e interesses) internacionais, para descobrir então que não apenas outros governos legitimamente reconhecidos, mas também diversos grupos dificilmente identificáveis e que portanto não podem ser combatidos por campanhas militares convencionais, também podem jogar o mesmo jogo.