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Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Fev 26, 2010 4:32 pm
por Brazilian Space
DELTA22 escreveu:Como diriam eles, 'asi es', Duda véio! :wink:

Só para ilustrar mais um pouco: o próximo lançamento previsto é de um foguete com motor a propelente líquido de 4000kg de empuxo. Só o Sonda-III tem um empuxo de uns 9600kg. O S-43 (cada um) do VLS-1 tem mais de 20000kg de empuxo.

O objetivo deles é maior, olha o que diz o orçamento da Argentina sobre o programa ISCUL (o prazo de lançamento mudou para 2014), sobre o motor maior que eles planejam:
- Proseguir con el desarrollo, a nivel de ingeniería conceptual e ingeniería básica, de todos los componentes de un motor líquido de tipo regenerativo de 30.000 kg de empuje.

Temos que ver, e aqui quem tem a palavra é o Leandro, se é vantajoso do ponto de vista técnico fabricar um motor de grande empuxo como eles propõem com a tecnologia pressured-fed cicle que usam hoje...

Edit: o maior motor construido com a tecnologia de tanques pressurizados (pressured-fed cicle) foi, que eu saiba, o AJ-10 com + ou - 44kN (4400kg de empuxo) dos foguetes americanos Delta-II.

[]'s.
Bom amigo DELTA 22, pelo visto com os argentinos não temos que nos preocupar, por enquanto, e os peruanos estão também ainda na fase inicial de seu programa de foguetes. Agora é torcer que tudo saia dentro do previsto e que tanto o VSB-30 com a plataforma inercial, quanto o VS-40 com a SARA Suborbital (sou um grande admirador e crítico desse projeto que já devia ter voado) sejam lançados esse ano, não só para alcançar os objetivos traçados, como também para não atrapalhar a preparação do vôo teste do VLS-1 XVT-01 em 2011. Esperemos pelo esclarecimento do amigo Leandro e vamos a luta.

Forte abraço

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Fev 26, 2010 4:42 pm
por DELTA22
Ter que nos preocupar, parece que não temos, mas não podemos bobiar. O que falta a eles é $$$$$$$$$$... :wink:

Sobre o SARA, não sei como está... mas quanto a plataforma inercial dizem que está uma beleza!!! 8-]

[]'s.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Fev 26, 2010 5:23 pm
por Brazilian Space
DELTA22 escreveu:Ter que nos preocupar, parece que não temos, mas não podemos bobiar. O que falta a eles é $$$$$$$$$$... :wink:

Sobre o SARA, não sei como está... mas quanto a plataforma inercial dizem que está uma beleza!!! 8-]

[]'s.
Claro que não podemos e espero que isso não aconteça. Quanto a Plata, também ela não é tão favorável assim pra gente não, apesar de estarmos com um orçamento bem melhor. Já quanto a SARA, fique tranqüilo, pois ela estará pronta para o teste e só falta mesmo confirmar se o novo VS-40 ficará pronto a tempo. Quanto a plataforma Inercial, postei no meu blog uma matéria no ano passado (veja pelo link http://brazilianspace.blogspot.com/2009 ... -para.html) onde se diz algo que me fez questionar se o que o Bob Amaral da ACS vem dizendo sobre o acordo com os ucranianos tem algum fundamento. Leia a matéria que você vai entender o que estou dizendo.

Forte abraço

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Fev 26, 2010 6:22 pm
por LeandroGCard
Bem, muitas perguntas sobre muitos pontos diferentes, vamos ver se posso acrescentar informações úteis a todos eles:


1) Uso de Álcool como combustível de foguetes: O Álcool (geralmente hidratado) foi o primeiro combustível utilizado em motores-foguete de combustível líquido maiores em todos os países pioneiros nesta tecnologia (Alemanha, EUA e Rússia). Sua principal vantagem é gerar uma temperatura de combustão mais baixa, impondo menores requisitos de resistência aos motores. No entanto, seu empuxo específico é relativamente baixo, e por isso ele não é considerado um combustível adequado para lançadores de satélites, que é a principal aplicação atual dos motores-foguete de combustível líquido. Ainda se pode considerar como um combustível adequado para estudos acadêmicos, mas não tem muita utilidade desenvolver motores com este combustível para aplicações práticas. Na minha opinião pessoal, trabalhar com este combustível em motores maiores que os de controle de atitude (combinado com H2O2) é perda de tempo.

2) Foguetes argentinos: Os argentinos estão ainda no início das pesquisas com motores-foguete de combustível líquido, assim como nós. Até hoje todas as propostas de foguetes que já vi apresentadas por eles com pelo menos algum esquema mais detalhado (indicando que algum trabalho de projeto realmente foi pelo menos iniciado) são de foguetes de sondagem pequenos, com capacidades similares às do VS-30. Para chegarem a um lançador de satélites eles ainda teriam que desenvolver várias tecnologias (motores maiores, controle de atitude, separação dos estágios, etc...). Mesmo que tivessem muito dinheiro disponível duvido que conseguissem lançar um satélite, por menor que fosse, até 2020.

3) Motor L-15: O L-15 é também um motor acadêmico, praticamente sem aplicação prática. Pode até ser utilizado para o desenvolvimento de um foguete de sondagem pequeno, também na faixa do VS-30, mas nada além disso. Como os motores-foguete do IAE são construídos de forma artesanal, o que implica em alto custo, baixíssima taxa de produção e qualidade duvidosa, é possível que um foguete de sondagem com o L-15 fosse uma solução vantajosa. Mas ele dificilmente seria competitivo contra motores-foguete de combustível sólido projetados de maneira adequada e construídos de forma industrial, pois nesta faixa de tamanho a vantagem é nitidamente do combustível sólido.

4) Motor L-75: As últimas notícias que vi sobre o L-75 (muitas aqui mesmo no DB) dão conta de que ele seria uma nacionalização do motor RD-0109, utilizado no segundo estágio dos lançadores de satélites russos no início da década de 60. Sua aplicação é muito específica para estágios superiores, e deve ser o motor do último estágio do VLS-1B. A concepção deste motor está hoje ultrapassada, a tendência atual é trabalhar com sistemas simplificados de ignição, refrigeração pelo menos parcialmente ablativa, e uso extensivo de materiais compostos, levando a motores mais simples, leves e baratos para um dado empuxo (vide por exemplo os motores Kestrel e Fastrac). Outra direção de desenvolvimento são os motores com ciclo fechado e altas pressões na câmara de combustão, mais sofisticados e caros mas com um rendimento também melhor (é a tendência russa, em motores como o RD-0124, e de alguns motores americanos copiados dos russos, como o Aerojet AJ-26). Eu particularmente acho uma perda de tempo trabalhar com este motor, pois fora o aperfeiçoamento do próprio VLS (que na minha opinião é um projeto que não merece ser aperfeiçoado) ele tem pouca utilidade. Se o prazo para colocar o L-75 em operação for realmente para além de 2015, então o pessoal do PEB está de parabéns, encontrou uma ótima desculpa para garantir o atraso no desenvolvimento de lançadores de satélites brasileiros por uma boa quantidade de anos...

5) Motores alimentados por pressurização (pressure-feed cicle). Este sistema é bem válido para empuxos menores, por simplificar em muito o projeto e a construção do motor, mas exige que os tanques de combustível trabalhem com altas pressões e portanto aumenta em muito o seu peso. O resultado é um foguete (ou estágio) relativamente simples e barato, embora pouco eficiente. O motor mais poderoso deste tipo que me lembro foi o do foguete alemão Wasserfall, da SGM, com 78.000 N, quase o dobro do AJ-10. Em teoria é possível desenvolver foguetes com materiais mais modernos (como por exemplo fibra de carbono), e obter um desempenho razoável em foguetes utilizando motores deste tipo, a ponto de permitir o lançamento de pequenos satélites, principalmente se forem utilizados 3 ou mais estágios.

6) Programa Cruzeiro do Sul: Pelo que sei este programa está absolutamente parado, embora oficialmente exista uma equipe administrativa na AEB para cuidar dele (provavelmente ganhando enormes salários). O que esta equipe faz, nem imagino.



Acho que é isso, se esqueci algum ponto por favor me avisem.


Abraços à todos,


Leandro G. Cardoso

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Fev 26, 2010 9:44 pm
por DELTA22
Ótimo post, Leandro!

Gostaria de comentar sobre o ponto 4: Eu entendo, Leandro, que devemos começar por algo. Óbvio que o L-75 perto dos mais modernos motores do mundo é um "fusquinha 67" que vamos dar uma "tunnada"... :)
Custa-me ver um caminho que nos leve a partir diretamente para as tecnologias mais recentes, se para dominar as mais antigas estamos tendo um trabalho considerável, por um erro histórico nosso e de mais ninguém! Partir diretamente para um projeto sofisticado tecnologicamente seria, a meu ver, um passo maior que nossas pernas, que já são curtas desde o nascimento, mesmo sabendo que capacidade industrial temos para tal.
Nada impede que o L-75 seja base para aperfeiçoamentos, foi assim com a China e com a India, guardando as devidas proporções de nosso programa (que é problemático, e seria infantil de minha parte negar) aos dos países asiáticos que citei. Talvez seja através dele (L-75) que conseguiremos chegar aos motores avançados que você sugeriu. É claro que se tivéssemos pensado em fazer isto (copiar um motor pronto) antes, como os asiáticos e outros, hoje estaríamos mais bem posicionados, mas penso que, se os problemas existem (e sim, existem!), agora se está procurando solucionar, dentro do possível. Está ótimo desse jeito? Não, não está de modo algum, mas ninguém corre antes de caminhar...

O motor Kestrel é um motor com 'pressured-fed cycle', etapa final do Falcon 1. Não sei se o Falcon 1 já voou(?).

Interessante, não conhecia o foguete Wasserfall... os nazistas foram condenáveis no quesito direitos humanos, direito a vida, etc., mas na questão tecnológica foram fantásticos e invejáveis. A base da tecnologia moderna é em grande parte resultado das pesquisas deles, inegavelmente! Obrigado pela info. Dúvida: 78.000kN ou 78kN???

Abraço!! [009]

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sáb Fev 27, 2010 10:29 am
por LeandroGCard
DELTA22 escreveu: Gostaria de comentar sobre o ponto 4: Eu entendo, Leandro, que devemos começar por algo. Óbvio que o L-75 perto dos mais modernos motores do mundo é um "fusquinha 67" que vamos dar uma "tunnada"... :)
Custa-me ver um caminho que nos leve a partir diretamente para as tecnologias mais recentes, se para dominar as mais antigas estamos tendo um trabalho considerável, por um erro histórico nosso e de mais ninguém! Partir diretamente para um projeto sofisticado tecnologicamente seria, a meu ver, um passo maior que nossas pernas, que já são curtas desde o nascimento, mesmo sabendo que capacidade industrial temos para tal.
Nada impede que o L-75 seja base para aperfeiçoamentos, foi assim com a China e com a India, guardando as devidas proporções de nosso programa (que é problemático, e seria infantil de minha parte negar) aos dos países asiáticos que citei. Talvez seja através dele (L-75) que conseguiremos chegar aos motores avançados que você sugeriu. É claro que se tivéssemos pensado em fazer isto (copiar um motor pronto) antes, como os asiáticos e outros, hoje estaríamos mais bem posicionados, mas penso que, se os problemas existem (e sim, existem!), agora se está procurando solucionar, dentro do possível. Está ótimo desse jeito? Não, não está de modo algum, mas ninguém corre antes de caminhar...
Olá amigo Delta,

Veja bem, eu coloquei no meu post que se o desenvolvimento do foguete que irá utilizar o L-75 não estiver pronto até 2015 é que seria um problema. Simplesmente copiar um motor da década de 60 e utilizá-lo em um novo segundo estágio de um foguete que já deveria estar voando desde a década de 90 não poderia levar mais tempo do que isso, a menos que o PEB esteja realmente sendo desmontado, como parece estar acontecendo.

O principal ponto que me incomoda aqui é que os trabalhos do IAE parecem lineares demais. Um desenvolvimento só é iniciado quando um outro está concluído, e isso não é um procedimento normal em engenharia. Neste caso, se uma equipe de engenheiros já está trabalhando na colocação em produção do L-75 outra já deveria estar desenhando o estágio do foguete que vai utilizá-lo, e uma terceira já deveria estar projetando o próximo motor. Estas atividades são distintas, e as equipes que as realizam deveriam trabalhar em paralelo. Isto não ocorre porque o pessoal do IAE está reduzido demais, e um mesmo grupo tem que cuidar de etapas diferentes do trabalho. Nestas condições os programas não tem como deslanchar, e vamos levar décadas para fazer o que deveria estar pronto em anos. A ação correta não é esticar os cronogramas, e sim pegar um cronograma razoável e ir aos gestores (ou aos políticos, que parecem finalmente estar se sensibilizando para o assunto) e mostrar que falta pessoal para cumprí-lo.

Outro ponto que me incomoda é a própria escolha deste motor (RD-0109) para ser o que iremos copiar. Ele muito provavelmente foi escolhido por ter um tamanho muito bom para ser empregado no terceiro estágio do VLS-1B, mas é pequeno demais para quase qualquer outra aplicação. Se iríamos fazer o esforço para copiar um motor, porque não um que pudesse ser utilizado em um foguete maior, como o próprio RD-107/108? Foi o que China e Índia fizeram, começaram copiando motores bem maiores. Na minha opinião problema aqui foi novamente a fixação no VLS, que não permite ao pessoal do IAE/AEB pensar em nada diferente. Se tivessem esquecido do VLS poderíamos estar agora trabalhando em um foguete usando apenas combustíveis líquidos e com capacidade de colocar cerca de 1 ton em órbita para antes de 2020, mas ao invés disso nesta época provavelmente estaremos ainda trabalhando do VLS-1B, complexo, certamente menos seguro e com metade desta capacidade (alguns falam em 800Kg de capacidade para o VLS-1B, mas isto não bate com os meus cálculos, e já vi informações de dentro do IAE que a capacidade máxima estaria por volta dos 500 Kg).


O motor Kestrel é um motor com 'pressured-fed cycle', etapa final do Falcon 1. Não sei se o Falcon 1 já voou(?).
Veja nos links abaixo:
http://en.wikipedia.org/wiki/Falcon_1_Flight_4

http://www.astronautix.com/lvs/falcon.htm

Observe na cronologia mostrada no final do segundo link que o foram tentados 3 lançamentos antes que o foguete finalmente funcionasse no quarto, mas o intervalo entre todos os lançamentos foi de apenas 2 anos e meio. E isto para uma empresa privada, e com dificuldades em levantar fundos. Compare com o VLS, cuja primeira tentativa foi a quase 17 anos atrás!

Interessante, não conhecia o foguete Wasserfall... os nazistas foram condenáveis no quesito direitos humanos, direito a vida, etc., mas na questão tecnológica foram fantásticos e invejáveis. A base da tecnologia moderna é em grande parte resultado das pesquisas deles, inegavelmente! Obrigado pela info. Dúvida: 78.000kN ou 78kN???

Abraço!! [009]
Falha minha, são 78.000 N, coloquei o K indevido por força do hábito :oops: . Já editei meu post.


Um grande abraço,


Leandro G. Card

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qui Mar 11, 2010 11:41 am
por Grifon

Brasil pesquisa propulsão líquida para foguetes

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) pretende dominar o ciclo completo do desenvolvimento dos motores impulsionados por propelente líquido, uma tecnologia que ainda não está disponível no mercado espacial brasileiro. Os trabalhos foram iniciados na década de 90, com a finalidade de dar autonomia e independência ao país nessa área tecnológica.

"Não é uma tecnologia encontrada na prateleira do mercado, por isso optamos por dominar o ciclo completo de desenvolvimento dos Motores Foguetes a Propelente Líquido (MFPL) e repassá-lo para a indústria nacional", afirma o coordenador dos trabalhos no IAE, Capitão Marco Fabius de Carvalho Torres, engenheiro formado pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

A meta do grupo pioneiro no Brasil, formado por cerca de dez engenheiros e técnicos, é possibilitar o aprimoramento de uma indústria brasileira no setor, especificamente para a produção de motores foguetes. A propulsão sólida já garantiu o início da era espacial no Brasil, graças aos trabalhos realizados há mais de 40 anos, tornando o IAE capaz de produzir e lançar foguetes para fins científicos, como os veículos lançadores e os foguetes de sondagem.

Empregando uma tecnologia de fabricação e integração mais simples, porém mais confiável, os motores a propelentes sólidos possuem menor desempenho em relação aos Motores Foguetes a Propelente Líquido (MFPL). O desafio agora é impulsionar os foguetes com propelente líquido, sucessores naturais para equipar lançadores de satélites, demonstrados por países que hoje detêm essa capacidade com alta confiabilidade, como a Rússia e os Estados Unidos.

A utilização dessa tecnologia nas futuras gerações de veículos tem por objetivo elevar significativamente o desempenho do foguete e a precisão de inserção de satélites. Isso, entretanto, dependerá da atuação efetiva do Brasil no setor, nas parcerias realizadas com instituições de países detentores do conhecimento e na formação de uma mão de obra de elevada especialização. Dentro desse contexto de desenvolvimento, o primeiro foguete da família do Programa Cruzeiro do Sul (VLS Alfa), planejado pelo IAE como sucessor do VLS-1, é constituído por propulsores sólidos no primeiro e segundo estágios, idênticos ao do atual veículo lançador, e um terceiro estágio com propulsor a propelente líquido, que substituiria com vantagem o terceiro e quarto estágios sólidos, atualmente usados pelo VLS-1.

Os primeiros passos para esse fim são recentes, efetuados há 15 anos pelo IAE por meio da formação dos recursos humanos em cursos de especialização na Rússia e, mais recentemente, no programa de Mestrado Profissional em Engenharia Aeroespacial (MPEA), no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos.

O curso é ministrado em parceria com o Moscow Aviation Institute (MAI), uma das mais renomadas instituições de ensino da Rússia no setor aeroespacial, com o apoio da Fundação Casimiro Montenegro Filho (FCMF). Desde 1996, 40 especialistas já concluíram o curso e mais 40 devem participar do programa nos próximos três anos.

Outras ações, buscando aproveitar o grupo de pesquisadores especializados na nova tecnologia nacional, foram postas em andamento e já mostram seus resultados. O IAE montou bancos de testes, para o ensaio de motores e de componentes, na mais nova divisão do instituto, criada em 2007 com a missão de conduzir o desenvolvimento das tecnologias de propulsão espacial para os atuais e futuros veículos espaciais.

Atualmente encontra-se em operação na Divisão de Propulsão Espacial (APE) um banco com capacidade de testes de motores até 20 kN e, em fase de especificação, bancos com capacidade de ensaios de motores até 400 kN. "A tecnologia de fabricação de MFPL está sendo desenvolvida em três projetos: L5, L15 e L75", explica Carvalho. "Todos os projetos, a formação dos recursos humanos e as instalações de testes, até o presente momento, totalizam investimentos na ordem 15 milhões de reais".

O MFPL L5, projetado inicialmente para substituir o atual propulsor de quarto estágio do VLS-1, a propelente sólido, em um veículo "hipotético" denominado VLS-L4, continuará servindo para a capacitação técnica dos engenheiros e técnicos. Ele foi o primeiro motor desenvolvido em 2003, no IAE, utilizando propelente líquido.

Este motor foi projetado para gerar 5 kN de empuxo no vácuo e funcionar com sistema de alimentação por tanques pressurizados, utilizando querosene e oxigênio líquido como propelentes. "Inicialmente este motor foi testado com álcool como combustível, por apresentar benefícios em relação à segurança de operação", comenta o capitão.

O trabalho da APE também leva em consideração o emprego de propelentes não agressivos ao meio ambiente, ou que apresentem baixo grau de toxicidade. É o caso do MFPL L15, um motor projetado para operar com álcool etílico e oxigênio líquido.

O motor foguete L15 tem como especificação funcional gerar empuxo de 15kN ao nível do mar para aplicação no foguete de sondagem VS-15, também utilizando tanques pressurizados como sistema de alimentação. Em 2008, foram realizados ensaios a frio e o primeiro ensaio do modelo de desenvolvimento, criado em parceria entre o IAE e a empresta Orbital Engenharia, com recursos orçamentários da FINEP, Orbital e AEB.

O motor L75, que está em sua fase de projeto preliminar, operará com querosene e oxigênio líquido e terá um sistema de alimentação por turbobomba, em vez de tanques pressurizados. Essa turbobomba representará um salto tecnológico devido à complexidade de operar com rotação acima de 30.000 RPM, além de estar submetida a gradientes de temperatura da ordem de 1000 K.

"É um projeto desafiador e diferente dos demais do ponto de vista tecnológico. Ele abre portas para que a indústria nacional participe como parceira e fornecedora do setor espacial brasileiro. É este o nosso anseio", comenta Marco Fabius.

O IAE planeja lançar o primeiro foguete entre 2013 e 2015, o que representará o domínio do ciclo completo dessa tecnologia para projetar, fabricar, testar e operar motores-foguete a propulsão líquida. O objetivo da instituição é compartilhar o conhecimento com a indústria, gerando novos negócios na cadeia produtiva. “O IAE não tem a missão de produzir esses equipamentos em série. Essa função será repassada à indústria brasileira, que já está envolvida no programa”, comenta.

Não há dúvidas de que o domínio da tecnologia de sistemas propulsivos na área espacial foi e sempre será um dos requisitos para o domínio da tecnologia de foguetes. A meta a ser seguida é a transferência gradual dos conhecimentos para a indústria até a completa independência para a consolidação de uma nova realidade, a do desenvolvimento de uma nova geração de foguetes no país.
Fonte: IAE
http://www.aer.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=4822

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qui Mar 11, 2010 4:07 pm
por LeandroGCard
Grifon escreveu:

Brasil pesquisa propulsão líquida para foguetes

O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) pretende dominar o ciclo completo do desenvolvimento dos motores impulsionados por propelente líquido, uma tecnologia que ainda não está disponível no mercado espacial brasileiro. Os trabalhos foram iniciados na década de 90, com a finalidade de dar autonomia e independência ao país nessa área tecnológica...

Não há dúvidas de que o domínio da tecnologia de sistemas propulsivos na área espacial foi e sempre será um dos requisitos para o domínio da tecnologia de foguetes. A meta a ser seguida é a transferência gradual dos conhecimentos para a indústria até a completa independência para a consolidação de uma nova realidade, a do desenvolvimento de uma nova geração de foguetes no país.
Fonte: IAE
http://www.aer.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=4822
É preciso tomar um pouco de cuidado ao se analisar as notícias sobre o desenvolvimento de motores foguete de combustível líquido, seja no Brasil, seja em qualquer outro país, para manter as coisas na perspective correta.

De fato, se um país desejar alcançar a total autonomia no lançamento de cargas espaciais, o que pode ser importante dado o caráter estratégico de muitas destas cargas, a capacidade de construir seus próprios foguetes é fundamental. Os motores-foguete de combustível líquido (MFPL) são o componente mais importante dos foguetes lançadores de satélites de porte médio e grande, e o domínio da sua produção é o ponto-chave na capacidade de construção autônoma destes foguetes.

No entanto, ao contrário do que se possa imaginar, a capacidade de projetar e desenvolver MPFL (e não apenas de construí-los) talvez já não seja tão importante assim. Senão vejamos:


- A tecnologia básica dos MPFL foi estabelecida entre as décadas de 30 e 70 do século passado, principalmente na Alemanha, nos EUA e na Rússia. Os detalhes técnicos, materiais, técnicas de construção, combustíveis, etc..., estavam na época entre os mais avançados disponíveis no ramo da engenharia, e muitos deles consistiam de tecnologias especificamente desenvolvidas para as aplicações espaciais. O esforço em desenvolver MFPL era um dos maiores incentivadores do próprio desenvolvimento tecnológico, e os avanços obtidos neste campo eram sem dúvida estratégicos para a atualização da capacidade industrial dos países que se propunham a fazê-lo.

- Outro ponto importante é que naquela época a construção de motores foguete de combustível sólido de maior porte não era uma tecnologia dominada, e para a construção de uma força estratégica de mísseis nucleares mais eficientes a única solução viável eram os MFPL. Isto os tornava uma prioridade do ponto de vista da segurança nacional, e eram portanto feitos esforços muito grandes para se manter a tecnologia envolvida na construção destes motores sob o máximo de sigilo.

- E mais, naquele período os MFPL estavam em plena evolução, e um grande número de técnicas e detalhes estavam ainda sendo pesquisados no sentido de alcançar a máxima eficiência dos motores reais quando comparados à eficiência teórica calculada a partir dos parâmetros termodinâmicos das misturas propelentes escolhidas. Qualquer sacrifício em termos de custo e esforço para atingir melhores desempenhos era considerado válido, e os grandes investimentos necessários para isso podiam assim ser justificados.



Por tudo isso, o acesso aos projetos ou mesmo à tecnologia básica dos MFPL era negado a todos os países que não fossem aliados próximos das nações capazes de desenvolvê-los. Neste ambiente, se países como o Brasil quisessem construir seus próprios foguetes lançadores de médio e grande porte sem se submeter ao patrulhamento político/ideológico de outras nações, teriam obrigatoriamente que desenvolver sua tecnologia sozinhos. Mas este cenário foi sendo mudado gradualmente desde o final da década de setenta, e hoje a situação é bastante diferente:


- A tecnologia dos MFPL já está totalmente desenvolvida, e os limites máximos de eficiência que podem ser alcançados de forma razoável já foram atingidos. Tanto que nos EUA, por exemplo, apenas três novos MFPL`s de médio/grande porte foram desenvolvidos a ponto de serem realmente utilizados em foguetes nos últimos 40 anos, sendo que dois deles o foram por uma pequena empresa privada com baixo acesso a tecnologia. O desenvolvimento dos motores de controle de atitude para espaçonaves e satélites também não apresentou mais avanços significativos pelo menos nos últimos 20 anos. A grande maioria das empresas que atuavam na área de MPFL`s simplesmente fechou os departamentos relacionados a este tipo de produto.

- Para as aplicações militares o uso de MFPL foi ou está sendo abandonado mesmo em países periféricos como o Irã, sendo todos os desenvolvimentos nesta área agora focados nos foguetes de combustível sólido, mesmo para os mísseis de maior porte. Sem aplicação militar, os MFPL`s não são mais considerados uma tecnologia estratégica sensível, a ponto dos americanos por exemplo não se importarem em utilizar MFPL`s adquiridos à Rússia, que também não se importa de vendê-los aos EUA.

- Os picos de eficiência deste tipo de motor foram obtidos ainda durante a década de 60/70 (com motores como o NK-33 e RD-170 russos e o SSME americano). Nos últimos desenvolvimentos os projetistas mudaram sua orientação, e ao invés de buscar a máxima eficiência possível os projetos mais modernos a sacrificam em prol da redução de custos. Isto é obtido através da utilização de tecnologias comerciais ou seja, no lugar de dirigir o próprio desenvolvimento tecnológico da nação os novos projetos de MFPL são dirigidos por ele. Não se justifica mais gastar dinheiro e tempo desenvolvendo tecnologias cujo máximo desempenho teórico já foi alcançado, e está disponível para venda no mercado internacional.


Um outro ponto a destacar é o resultado que se espera obter com todos os esforços na pesquisa em engenharia de MFPL no Brasil. No caso do VLS-1B, apenas um motor , o L-75, deverá ser empregado no foguete (só o último estágio), para obter uma melhoria marginal da capacidade de carga e maior precisão na inserção de satélites em órbita. E o único outro programa já mencionado até hoje referente a foguetes lançadores no Brasil é o Cruzeiro do Sul, que segundo foi divulgado iria envolver o desenvolvimento de um grande motor de combustível sólido (o P-36), o aproveitamento do L-75 em outras configurações e apenas mais um MFPL, o L-1500, a ser desenvolvido no futuro. Ou seja, todas as ambições espaciais do Brasil no espaço poderiam ser atingidas com apenas DOIS modelos de MFPL.

A questão que fica então é: Quanto vale a pena investir hoje em tecnologia e infra-estrutura básica de projeto e desenvolvimento de MFPL, se no horizonte imaginável apenas estes dois modelos de motores serão realmente desenvolvidos (sendo que, pelas informações divulgadas até agora, o primeiro será apenas uma nacionalização de um motor russo da década de 60)? Não seria mais rápido e barato simplesmente adquirir projetos prontos nos países onde eles já existem (e que agora tem poucas restrições quanto a isso), ou mesmo encomendar lá projetos adequados às nossas necessidades? O tempo e dinheiro assim economizados não seriam melhor aplicados no desenvolvimento dos foguetes em si e das cargas-úteis?


Leandro G. Card

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Abr 05, 2010 8:19 am
por Brazilian Space
Brasil Terá Seu Foguete em 2014, Informa o Governo

Olá amigos!

Segue uma notícia postada hoje (05/04) no site “G1” do "globo.com" destacando que segundo o que informa o governo o Brasil terá o seu próprio foguete espacial em 2014.

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

Ciência e Saúde / Espaço

Brasil Terá Seu Próprio Foguete Espacial
em 2014, Informa Governo


Propulsor servirá para colocar em órbita pequenos satélites.
Veja infográfico com a estrutura do programa espacial brasileiro


Iberê Thenório
Do G1, em São Paulo
05/04/10 - 07h00


Daqui a quatro anos o Brasil será capaz de lançar seu próprio foguete para colocar um satélite em órbita, informou ao G1 a Agência Espacial Brasileira (AEB). O propulsor será uma versão repaginada do VLS (Veículo Lançador de Satélite), da mesma família do foguete que explodiu em Alcântara (MA) em 2003, matando 21 pessoas.

“De 2003 para cá houve uma grande revisão do projeto do VLS”, conta o diretor de política espacial e investimentos estratégicos da AEB, Himilcon Carvalho.

O primeiro teste com o VLS-1, como é chamado o foguete, está previsto para 2012, informa Carvalho. Nessa fase, serão acionados apenas os dois primeiros estágios do propulsor, que ficam na parte inferior. Em 2013 se prevê um vôo com a carga total, mas ainda experimental. “Em 2014 vamos poder colocar um satélite em órbita”, afirma.

O cronograma está atrasado. No Programa Nacional de Atividades Espaciais, formulado em 2005, o lançamento oficial do VLS-1 estava previsto para 2007. “Muitas vezes a gente se depara com dificuldades técnicas”, conta Carvalho. Uma delas, segundo ele, é a dificuldade de comprar componentes eletrônicos do exterior, já que essas peças também podem ser usadas com fins militares, e seu mercado é restrito.

Imagem
Objetivo do foguete VLS é
colocar satélites em órbita.
(Foto: AEB/Divulgação).


Enquanto o VLS não fica pronto, o Brasil contrata serviços no exterior para lançar seus satélites. Hoje há três equipamentos brasileiros em órbita. Dois deles – os SCD 1 e 2 – captam informações sobre dados ambientais (nível de rios, quantidade de chuvas) de centenas de estações espalhadas pelo Brasil.

Um satélite mais avançado, chamado CBERS-2B, tira fotos do planeta e ajuda o Brasil a monitorar o desmatamento da Amazônia. O equipamento, fabricado em parceria com a China, já é o terceiro de uma família de cinco membros – mais dois devem ser lançados até 2014.

Na fila de desenvolvimento também estão outros satélites brasileiros: o Amazônia-1, que terá uma câmera com maior ângulo de visão do que o CBERS, e o Lattes, que irá analisar partículas nocivas que vêm do espaço e atingem a terra, além de descobrir fontes de raio-x no centro da via láctea.

“Tendo o Amazônia-1 e o CBERS conseguiremos fotografar o mundo todo em três dias”, informa o coordenador de Gestão Tecnológica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Marco Antonio Chamon.

Nenhum dos satélites previstos, contudo, poderá ser carregado pela versão do VLS que ficará pronta em 2014. Eles são muito pesados para a capacidade do foguete, que provavelmente fará seu vôo de estréia com um equipamento menor, como o satélite universitário ITASAT, que está sendo planejado no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

Com os Pés no Chão

Ao contrário dos EUA e da Rússia, o Brasil não tem grandes pretensões de exploração espacial, como a confecção de naves espaciais ou a construção de máquinas que explorem outros planetas, informa Carvalho.

“O grande objetivo da política espacial [brasileira] é dominar a tecnologia espacial para a solução dos grandes problemas nacionais e em benefício da sociedade brasileira”, explica. “Quando olhamos aquecimento global, poluição, desmatamento, vemos que há uma série de questões importantes que têm impacto direto sobre a sociedade brasileira.”

Por isso, todos os satélites que planejados ou em órbita olham para a terra, e não para as estrelas. A única exceção seria o Lattes, que analisará raios-x do espaço. Da mesma forma, o Brasil também não planeja ter astronautas. Segundo Carvalho, os experimentos científicos nacionais que precisam ser feitos no espaço serão enviados por meio de missões de outros países.


Fonte: Site G1 do globo.com

Comentário: Segundo está matéria haverá mais um adiamento do vôo tecnológico do VLS-1 (VLS-1 XVT-01) agora para 2012. Infelizmente estão brincando de fazer programa espacial no Brasil. Só espero que não insistam na idéia de jerico de colocar o ITASAT abordo de um dos vôos tecnológicos do foguete, pois seria o fim da picada. Lamentável.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Sex Abr 16, 2010 11:05 am
por Brazilian Space
DCTA/IAE Busca Solução para Acelerar Programa do VLS-1

Olá amigos!

Segundo o que foi divulgado ao jornal “Valor Econômico” pelo brigadeiro "Cleonilson Nicácio da Silva" ontem na cerimônia militar de posse do novo diretor-geral do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), brigadeiro "Ailton dos Santos Pohlmann" (o cargo era ocupado pelo brigadeiro "Cleonilson Nicácio da Silva", que acaba de assumir a chefia do Estado-Maior da Aeronáutica (Emaer), em Brasília), o novo diretor do DCTA assume o cargo com o desafio de recompor o quadro técnico da instituição, que registra hoje déficit de mil pessoas, entre engenheiros, técnicos e pesquisadores.

"O governo está cuidando disso e o processo de contratação de pessoal já foi para análise no Ministério da Defesa e será encaminhado em breve para o Planejamento.", disse Nicácio.

O objetivo da FAB é elevar para 5 mil o número de funcionários civis dedicados às áreas de pesquisa e desenvolvimento do DCTA. Com a recomposição, a FAB esperar resolver um dos principais gargalos do programa de desenvolvimento do Veículo Lançador de Satélites (VLS) e acelerar o cronograma de lançamento do foguete.

"Tivemos problemas com a reconstrução da plataforma de lançamento em Alcântara (MA), mas a idéia é lançar o VLS antes de 2014", disse o comandante da Aeronáutica.

O projeto do veículo, de acordo com Nicácio, é considerado a prioridade número um entre os projetos do DCTA na área espacial.

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/


Fonte: Jornal Valor Econômico - 16/04/2010

Comentário: Finalmente uma grande notícia no que diz respeito ao Programa do VLS-1, pois demonstra a preocupação do DCTA/IAE em acelerar o cronograma do foguete lançando o quarto protótipo de qualificação antes de 2014. Acho louvável a iniciativa do DCTA/IAE, torço para que a mesma seja concretizada (temos de finalizar e industrializar este foguete antes desse prazo para que os outros projetos de lançadores possam prosseguir), mas acredito que a mesma precisa ser acelerada, pois estamos em ano de eleição e só deus sabe o que poderá acontecer com o PEB no próximo governo. Afinal depois de quase oitos anos de governo LULA esse importante programa continua sendo um programa de governo e não de estado como deveria.

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qua Mai 05, 2010 1:13 pm
por Brazilian Space
Programa VLS - Novo Contrato Assinado

Olá amigos!

Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) do dia 20/04 mais um contrato relativo ao “Programa VLS” assinado no final de dezembro do ano passado. Veja abaixo o extrato deste contrato.

Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
http://brazilianspace.blogspot.com/

EXTRATO DE CONTRATO N° 44/2009

Nº Processo: 67720008781200972.
Contratante: COMANDO DA AERONAUTICA.
CNPJ Contratado: 60882628000190.
Contratado: CONFAB INDUSTRIAL SOCIEDADE ANONIMA.
Objeto: Serviços técnicos de montagem, soldagem e usinagem dos motores S-43B e S-40B, tampas traseiras 1° estágio e tampas traseiras para tubeira móvel para VLS.
Fundamento Legal: Artigo 25, inciso I, da Lei 8.666/93.
Vigência: 30/12/2009 a 08/03/2012.
Valor Total: R$4.588.448,67.
Data de Assinatura: 30/12/2009.

(SICON - 19/04/2010) 120016-00001-2010NE901128


Fonte: Diário Oficial da União (DOU) - 20/04/2010 - pág. 44

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qua Mai 05, 2010 3:41 pm
por jumentodonordeste
Brazilian Space, parabéns. Seu BLOG está muito legal e cheio de informações novas.

Deve ter ótimas fontes. :twisted:

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Qua Mai 05, 2010 4:12 pm
por Brazilian Space
jumentodonordeste escreveu:Brazilian Space, parabéns. Seu BLOG está muito legal e cheio de informações novas.

Deve ter ótimas fontes. :twisted:
Valeu Jumento do Nordeste!

Só procuro coletar as informações na net e as vezes consigo informações junto a fonte oficiais como ocorreu dias atrás com a estrevista que o blog fez ao Coronel Kasemodel do IAE.

Forte abraço

Duda Falcão

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Mai 31, 2010 3:18 pm
por miraglia
Amigos

Apenas um comentário com relação aos motores pressurizados a gás. O lançador Francês o Diamant A utilizava um motor deste tipo produzindo 269 KN queimando WFNA e Terebentina (hipergólicos) pressurizado por um gerados de gás a propelente sólido. O nome do motor é Vexin.

A evolução deste motor também pressurizado a gás (propelente sólido) gerando 396 KN queimando UDMH / NTO no Diamant B e no Diamant BP4.

O míssil Lance utiliza também o mesmo princípio, um gerador de gás sólido para pressurizar o oxidante e propelente, este motor produz 186 KN.

Assim é perfeitamente possível termos lançadores sem turbo-bomba.

Saudações

Eng. Miraglia
www.edgeofspace.org
www.minifoguete.com
www.foguete.org

Re: Programa do Veículo Lançador de Satélites - VLS-1

Enviado: Seg Mai 31, 2010 9:57 pm
por LeandroGCard
miraglia escreveu:Amigos

Apenas um comentário com relação aos motores pressurizados a gás. O lançador Francês o Diamant A utilizava um motor deste tipo produzindo 269 KN queimando WFNA e Terebentina (hipergólicos) pressurizado por um gerados de gás a propelente sólido. O nome do motor é Vexin.

A evolução deste motor também pressurizado a gás (propelente sólido) gerando 396 KN queimando UDMH / NTO no Diamant B e no Diamant BP4.

O míssil Lance utiliza também o mesmo princípio, um gerador de gás sólido para pressurizar o oxidante e propelente, este motor produz 186 KN.

Assim é perfeitamente possível termos lançadores sem turbo-bomba.

Saudações

Eng. Miraglia
http://www.edgeofspace.org
http://www.minifoguete.com
http://www.foguete.org
Sim perfeitamente possível.

Ainda mais com os avanços dos últimos anos em materiais compostos e microeletrônica é perfeitamente concebível o desenvolvimento de pequenos lançadores de nano e micro satélites (de até 100 ou mesmo 150 Kg de massa) utilizando alimentação do motor por pressurização dos tanques, sem grandes dificuldades técnicas.

Para cargas maiores ainda seria possível utilizar o conceito do OTRAG, com diversas unidades de diâmetro pequeno (o diâmetro pequeno, de até 1 metro ou pouco mais, é necessário para manter a massa dos tanques pressurizados dentro de valores razoáveis) agrupadas em "cachos" que comporiam cada estágio. Mas as dificuldades técnicas e os riscos de falha aumentam exponencialmente com o número de unidades, então estes foguetes seriam pouco confiáveis, e para cargas maiores que algumas centenas de Kg a abordagem tradicional de motores com turbobombas é inevitável.


Leandro G. Card