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Enviado: Qui Nov 08, 2007 5:31 pm
por Rui
pt
A Embraer controla a OGMA, mas a FAB mandou os P-3 para serem modernizados na Espanha, quando a entidade mais cotada para fazer esse tipo de modernizações fora dos Estados Unidos é a própria OGMA.
:shock: :cry: :lol: 8-]

Caro pt muito bom o seu comentário :wink: 8-]

Enviado: Qui Nov 08, 2007 6:20 pm
por Bender
PT
Ora, sendo o Brasil um país partidário da não intervenção, a verdade é que por muito que isso possa custar aos portugueses mais favoráveis ao aumento da cooperação militar, o Brasil dificilmente teria capacidade ou vontade política para conseguir projectar poder à distância.

Esta é uma realidade ditada pela geografia, pelos políticos e pela evolução politica e também pela economia dos vários países envolvidos.



Matou a Pau. 8-]

????

Enviado: Qui Nov 08, 2007 8:16 pm
por Al Zarqawi
Tudo bem,

Acabei de ler este tópico desde o inicio e a grande questão neste tipo de parcerias é quem produz o quê,quando e como?Um navio não é só construir cascos,embora obviamente passe por isso mas e o resto.Como desenvolvermos uma indústria de alta tecnologia que suporte tais projetos?
Quem desenvolve e fabrica os radares,sonares,dispositivos de comunicação,guerra eletrônica,sistemas de defesa aérea fixos,motoresetc,etc,etc.
E para finalizar,para vender para quem?
Penso serem questões pertinentes e de acordo com o tópico.

Abraços,

Enviado: Qui Nov 08, 2007 8:30 pm
por pt
Mais ou menos simples.

Se a CPLP funcionasse o lógico seria que houvesse algum tipo de cooperação no desenvolvimento de sistemas.

Lembro por exemplo que Portugal chegou a ter capacidade industrial instalada para produzir motores navais e se não estou em erro turbinas que poderiam ter utilização em navios.

Portugal desenvolveu armamento próprio durante os anos 60 e a falta de mercado resultou em fecho de toda a capacidade militar portuguesa.

Portugal fabricava camiões militares Berliet, veículos blindados Chaimite, tinha capacidade mesmo para produzir aeronaves ligeiras na OGMA, armas ligeiras como as pistolas-metralhadoras FBP e a LUSA-A2. Fabricava sob licença armas G-3 exportadas para muitos países do mundo.

Nos anos 70, os maiores estaleiros portugueses, voltados para o mercado de exportação eram respectivamente o maior estaleiro de construção naval da Europa (Setnave) e o maior estaleiro de reparação naval do mundo (Lisnave).

Ou seja, não é exactamente a falta de capacidade técnica. O problema é a exiguidade do mercado.

Nos dias de hoje, Portugal vendeu praticamente tudo o que havia para vender. A capacidade existente é residual.
Uma das ultimas linhas de fabrico de munição 5.56 praticamente nova, acabou por ser vendida a uma empresa espanhola por alguns tostões.

Os ENVC são capazes de produzir navios com alguma complexidade, mas estão atrapalhados com a construção dos NPO, alegadamente por falta de prática.

O problema é que a prática perde-se. O pessoal formado aposenta-se e o saber de experiência feito desaparece. Um país precisa que os seus técnicos vão aprendendo não só na escola e na formação, mas também em casos práticos e para isso é preciso que as industrias tenham permanentemente projectos em andamento.

Uma cooperação militar ao nível da CPLP, poderia eventualmente permitir troca de experiências, quanto mais não fosse para manter experiência e trocas know how. Mas para isso seria necessária uma politica integrada e organizada.

A vantagem como é obvio, é que é muito mais facil colocar um engenheiro brasileiro português ou de outro país de língua portuguesa a aprender. Não há o problema da língua e isso deveria ser uma vantagem.

Mas para isso seria necessária vontade política e quando os governos têm manifestações na rua a pedir mais subsidio, é dificil organizar politicas de defesa coerentes.

Cumprimentos

Resumindo.

Enviado: Qui Nov 08, 2007 10:29 pm
por Al Zarqawi
Resumindo,ao contrário do que muita gente apregoa em muitos dominios andamos claramente para trás.Realidade dura de engolir.Como sou otimista espero que se recupere algo,nesta longa travessia no deserto.É por essas questões que defendo o que é "produzido" em Portugal,mesmo cometendo-se erros,não vejo outro caminho.

Abraços,

Re: Resumindo.

Enviado: Qui Nov 08, 2007 10:36 pm
por WalterGaudério
zocuni escreveu:Resumindo,ao contrário do que muita gente apregoa em muitos dominios andamos claramente para trás.Realidade dura de engolir.Como sou otimista espero que se recupere algo,nesta longa travessia no deserto.É por essas questões que defendo o que é "produzido" em Portugal,mesmo cometendo-se erros,não vejo outro caminho.

Abraços,


Descontado se a perda de alguns industrias especificadas por vcs tugas, tenho que dizer, que se vcs quizerem saber o que é "andar para trás" é só olhar para um certo país ao sul do Brasil...

Enviado: Qui Nov 08, 2007 10:49 pm
por soultrain
Boas,

A desgraça da nossa construção naval, são as cotas impostas por Bruxelas. Ainda temos uma grande construção naval, mas já não constrói em Portugal devido a essas cotas. Construimos na Coreia, no Senegal, em Moçambique e outros países. Quem me disse foi um administrador da Lisnave Internacional (não tem nada a ver com a Lisnave).

Outra questão é que a mão de obra especializada é escassa na Europa, como nós pagamos mal, os nossos soldadores, projectistas etc têm saido do país, ultimamente para os países do norte da Europa e para o porto de Bilbau.

Portugal facilmente teria uma produtividade superior, já que o clima é propicio e temos muito mais dias por ano para trabalhar no exterior.

Quanto aos P3, julgo que foi a LM a escolher, não o cliente e parece-me que os nossos vão pelo mesmo caminho (guerra da LM x Embraer?)

[[]]'s

Enviado: Qui Nov 08, 2007 11:09 pm
por Al Zarqawi
soultrain escreveu:Boas,

A desgraça da nossa construção naval, são as cotas impostas por Bruxelas. Ainda temos uma grande construção naval, mas já não constrói em Portugal devido a essas cotas. Construimos na Coreia, no Senegal, em Moçambique e outros países. Quem me disse foi um administrador da Lisnave Internacional (não tem nada a ver com a Lisnave).



Pelo que leio,Soultrain colocou o dedo na ferida ou de uma uma forma mais conclusiva,uma grande verdade.Mas isso é off-topic e mais profundo que meus conhecimentos.

Abraços,

Enviado: Sex Nov 09, 2007 9:14 am
por P44
Rui escreveu:Gente, gostava que as nossas criticas foçem um pouco mais construtivas, e não sempre do bota abaixo, as coisas resolvençe com trabalho e não com o bota abaixo, caro P44 pelo, que tanho lido dos seu posts e com todo o respeito, vc passa a (vida) a reclamar, penço que para sim tudo está mal, leve as coisas para o lado mais positivo, não seja tão pesimista, isso não lhe faz bem ao coração. :wink: :lol: 8-] O futuro esperasse melhor que o presente, a esperança é a ultima que morre, se focemos a ver há 10 anos atrás estavamos bem piores, ou não é verdade :?: Não havia Pandur a ser fabricados em portugal, não havia leopard, não havia 2 KD, não havia 2 submarinos, não havia ainda que não terminados os NPO, projecto portugues e construidos em Portugal enfim etc etc etc. :wink: 8-]


Caro Rui,

O meu "pessimismo militante" deve-se mais do que a tudo á experiência de vida e a ver o que se tem perdido e esbanjado ao longo dos anos, eu gostava muito de ser um "optimista militante" como alguns por aqui (o Rui será um deles), alguns pela juventude (não sei a idade do Rui mas pela maneira como escreve parece uma pessoa jovem :wink: ), enfim , eu sei que no meio é que está a virtude, mas tal como muitos me criticam por ser pessimista militante (eu prefiro catalogar-me a mim próprio como REALISTA (de realidade, nada a ver com realeza :mrgreen: ) , eu tb acho qeu enterrar a cabeça na areia e assobiar para o lado, agarranod-nos a "mitos" e "sonhos gloriosos" do passado não vão nada resolver os problemas do presente, muito menos os do futuro.

Acredite que a experiência de vida conta muito, por ex. o cabeça citou a ENIDH, eu conheço (ou conhecia) razoavelmente bem "essa " realidade pois estudei lá nos fins da década de 80 /inicios da década de 90 e posso afirmar que desde aí piorou muito
O colega do cabeça que mencionou que terá de ir para o estrangeiro? normal, a Marinha Mercante Portuguesa praticamente acabou...

Isso das "bandeiras" é muito bonito de dizer e ler, mas para os negócios o que conta é o "$$$$$$$", os únicos navios que navegavam / navegam com bandeira portuguesa são os do Registo Internacional da Madeira e a única razão porque o fazem tem só a ver com FUGA AOS IMPOSTOS, querem lá os armadores saber da bandeira para alguma coisa.

Como quer o Rui que eu seja optimista em relação á novela dos NPOs, quando esta tresanda a podre?

Quando temos governantes que querem é governar-SE e não governar?

Quando no país grassa a corrupção, o compadrio, a "cunha", quando as perspectivas de futuro são quase inexistentes.
Os corruptos e pedófilos minam o sistema judicial...

Um país que se vendeu a Bruxelas e agora não produz NADA, não fabrica nada, não tem pesca, não tem agricultura, está a ser vendido aos pedaços ao estrangeiro (Veja a ultima entrevista de Marccelo Rebelo de Sousa, a propósito do Alentejo que está a ser vendido a Espanhois por intermédio de linhas de crédito espanholas a fundo perdido...e não estou aqui com o papão espanhol-para mim é mais uma causa do nosso atraso, já sei que vou levar na cabeça por dizer isto, mas é a minha opinião)

Quando se gastam biliões em elefantes brancos e se ignoram necessidades básicas.

Ainda ontem veio o lunático do Gilberto Madaíl propôr que Portugal se candidate a organizar o Mundial de 2018!!!
Pergunto eu, não há coisas muito mais prementes?

Para mim as prioridades estão todas trocadas...

Eu desejo (sim desejo!) que o Rui esteja certo e eu esteja errado, oxalá...mas de ano para ano, os "exemplos" não auguram nada de bom...

Peço desculpa pelo extenso desabafo ("Seca") off-topic.
Cumprimentos!

Enviado: Sex Nov 09, 2007 9:15 am
por LM
Para desanuviar, fortemente "off-topic"

2 Kilometers West of Brazilian-Inca Republic Border,
Provincia Amazonas del Sul, Inca Republic
1120 Hours, 19 November 2297

The Incan convoy was a hodge-podge of military and civilian vehicles, almost all widly ragged, bright civilian paint schemes and Argentine military gray both crudely over-sprayed with the mustard and olive paint scheme favored by the Inca military. The convoy dragged itself slowly down the jungle track, soldiers in mirrored sunglasses manning machineguns and grenade launchers atop their vehicles, engine noises punctuated by splashes and the whine of spinning tires as the trucks and jeeps wove from mudhole to mudhole in what passed for a military road in Amazonas.

Four hundred meters away, out in the dense jungle, Cabo Primeiro Manuel Leitão lay out of sight in a hide built into the exposed root network of a massive rainforest tree, watching the convoy on a flat screen monitor linked to a pair of concealed remote cameras. While his four-man squad of caçadores from Reconnaissance Platoon, 1st Para-Caçadore Battalion, maintained all-around security, Leitão spoke into the sound-activated boom mike of his communications rig, transmitting over the fiber optic land line running through the jungle parallel to the road.

"Movement vicinity Alpha Zero Three. Six heavy , four light trucks. Time one-one-two-one."

Two clicks answered his transmission from the sniper team at the other end of the land line. Message received.

Leitão's fingers moved over the flat screen, zooming the view on the middle of the convoy. The central range truck, an Argentine Gen. Pacheco National Automobile Works 2294 "Gaucho" model, was not nearly as battered as the rest of the convoy's vehicles, nor was its racing green paint job marred by Inca camouflage. Leitão could make out the placard next to the left headlight bearing the six gold bars of an Incan colonel. Zooming a bit more, he caught a fleeting glimpse of the vehicle's passenger, enough to postively identify him. The intelligence sent down from Comando de Operaciones Especiais in Manaus seemed to be right for once.

He spoke into the boom mike again. "Identified. 'Carniceiro' in fifth vehicle in column. Dark green Gaucho."

(...)

Brigada Pára-quedista de Intervenção (BPI)

Immediately recognizable by their green berets (boinas verdes) and their brown dress uniform tunics, the troops of the Brigada Pára-quedista de Intervenção are the expeditionary component of the Exército Português. With a busy deployment and training schedule, many units of the brigade spend more time outside Portugal's borders than within, and the brigade maintains a permanent forward headquarters element at Porto Velho in western Brazil. The BPI consists of three light infantry battalions, an artillery battalion, and a light cavalry regiment, all qualified for airborne and airmobile operations. Typically, at least one battalion of the brigade is on forces exchange to the Exército Brasileiro at any given time, and it is not uncommon for the unit to dispatch troops to regions where a Brazilian presence would be deemed provocative in international affairs.

(...)


Exército Português: 2300


Apenas uma piada, podemos continuar a troca de ideias séria e interessante.

Enviado: Sex Nov 09, 2007 9:17 am
por P44
zocuni escreveu:
soultrain escreveu:Boas,

A desgraça da nossa construção naval, são as cotas impostas por Bruxelas. Ainda temos uma grande construção naval, mas já não constrói em Portugal devido a essas cotas. Construimos na Coreia, no Senegal, em Moçambique e outros países. Quem me disse foi um administrador da Lisnave Internacional (não tem nada a ver com a Lisnave).



Pelo que leio,Soultrain colocou o dedo na ferida ou de uma uma forma mais conclusiva,uma grande verdade.Mas isso é off-topic e mais profundo que meus conhecimentos.

Abraços,


"Venderam-nos" a Bruxelas...portanto Bruxelas MANDA, nós comemos e calamos, é tão simples como isto!

Enviado: Sex Nov 09, 2007 10:04 am
por Al Zarqawi
P44 escreveu:O meu "pessimismo militante" deve-se mais do que a tudo á experiência de vida e a ver o que se tem perdido e esbanjado ao longo dos anos, eu gostava muito de ser um "optimista militante" como alguns por aqui (o Rui será um deles), alguns pela juventude (não sei a idade do Rui mas pela maneira como escreve parece uma pessoa jovem :wink: ), enfim , eu sei que no meio é que está a virtude, mas tal como muitos me criticam por ser pessimista militante (eu prefiro catalogar-me a mim próprio como REALISTA (de realidade, nada a ver com realeza :mrgreen: ) , eu tb acho qeu enterrar a cabeça na areia e assobiar para o lado, agarranod-nos a "mitos" e "sonhos gloriosos" do passado não vão nada resolver os problemas do presente, muito menos os do futuro.

Acredite que a experiência de vida conta muito, por ex. o cabeça citou a ENIDH, eu conheço (ou conhecia) razoavelmente bem "essa " realidade pois estudei lá nos fins da década de 80 /inicios da década de 90 e posso afirmar que desde aí piorou muito
O colega do cabeça que mencionou que terá de ir para o estrangeiro? normal, a Marinha Mercante Portuguesa praticamente acabou...

Isso das "bandeiras" é muito bonito de dizer e ler, mas para os negócios o que conta é o "$$$$$$$", os únicos navios que navegavam / navegam com bandeira portuguesa são os do Registo Internacional da Madeira e a única razão porque o fazem tem só a ver com FUGA AOS IMPOSTOS, querem lá os armadores saber da bandeira para alguma coisa.

Como quer o Rui que eu seja optimista em relação á novela dos NPOs, quando esta tresanda a podre?

Quando temos governantes que querem é governar-SE e não governar?

Quando no país grassa a corrupção, o compadrio, a "cunha", quando as perspectivas de futuro são quase inexistentes.
Os corruptos e pedófilos minam o sistema judicial...

Um país que se vendeu a Bruxelas e agora não produz NADA, não fabrica nada, não tem pesca, não tem agricultura, está a ser vendido aos pedaços ao estrangeiro (Veja a ultima entrevista de Marccelo Rebelo de Sousa, a propósito do Alentejo que está a ser vendido a Espanhois por intermédio de linhas de crédito espanholas a fundo perdido...e não estou aqui com o papão espanhol-para mim é mais uma causa do nosso atraso, já sei que vou levar na cabeça por dizer isto, mas é a minha opinião)

Quando se gastam biliões em elefantes brancos e se ignoram necessidades básicas.

Ainda ontem veio o lunático do Gilberto Madaíl propôr que Portugal se candidate a organizar o Mundial de 2018!!!
Pergunto eu, não há coisas muito mais prementes?

Para mim as prioridades estão todas trocadas...

Eu desejo (sim desejo!) que o Rui esteja certo e eu esteja errado, oxalá...mas de ano para ano, os "exemplos" não auguram nada de bom...

Peço desculpa pelo extenso desabafo ("Seca") off-topic.
Cumprimentos!


P44,

Gostei do desabafo, jamais uma seca.Existem várias maneiras de se lutar contra a adversidade e o marasmo,você envereda pelo lado pessimista outros pelo lado optimista.No fundo todos queremos é a melhora geral das coisas.


Abraços,

Enviado: Sex Nov 09, 2007 4:52 pm
por luis F. Silva
Zocuni escreveu:
P44,

Gostei do desabafo, jamais uma seca.Existem várias maneiras de se lutar contra a adversidade e o marasmo,você envereda pelo lado pessimista outros pelo lado optimista.No fundo todos queremos é a melhora geral das coisas.

Infelizmente o P 44 não envereda pelo lado pessimista. O que ele descreve é a realidade do nosso país.

Enviado: Sex Nov 09, 2007 5:24 pm
por Morcego
P44, no caso penso que isso teria que ter justamente enfoque em LUCROS para se dar certo.

Enviado: Sáb Nov 10, 2007 9:21 am
por P44
luis F. Silva escreveu:Zocuni escreveu:
P44,

Gostei do desabafo, jamais uma seca.Existem várias maneiras de se lutar contra a adversidade e o marasmo,você envereda pelo lado pessimista outros pelo lado optimista.No fundo todos queremos é a melhora geral das coisas.

Infelizmente o P 44 não envereda pelo lado pessimista. O que ele descreve é a realidade do nosso país.


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