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Mensagem
por Juliano_ssa » Dom Ago 29, 2010 8:20 pm
Achei essa materia interessante
fonte: Blog Defesa BR
FINAL DO FX-2,MD REFORÇA CONTROLE E UM POUCP DE ROBERT NACNAMARA
Final do FX-2, MD Reforça Controle e Um Pouco de Robert McNamara
Final do FX-2 em 7 de Setembro?
Na edição atual da revista Isto é, em uma matéria chamada “Jobim vai à guerra“, é dito o seguinte:
“Segundo um general-de-brigada, o Exército não será contemplado com nenhum dos grandes projetos a serem assinados no dia 7 de setembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o seu colega francês Nicolas Sarkozy.”
Fica evidente, então, que o anúncio da decisão do FX-2 será feito em 7 de setembro, quando Lula e Sarkozy já assinarão o contrato para os 36 Rafales F3.
Mas quais serão esses outros grandes projetos a serem contratados por Brasil e França? Só podem ser referentes à MB e à FAB. Os submarinos já foram todos contratados. Só pode ser novidade.
Um caso seria o anúncio da aguardada encomenda francesa por 12 aeronaves cargueiras táticas KC-390. Mas não seria só isso. Dizem que tem muita coisa boa vindo por aí.
MD Reforça Controle -- a Lei de Nova Defesa
O presidente Lula sancionou em 25 de agosto a Lei que estrutura a Nova Defesa, com o fortalecimento do Ministério da Defesa, criado em 1999.
A Lei de Nova Defesa, resultado do PLC 10/2010, contempla uma nova estrutura das Forças Armadas com o Ministério da Defesa à frente. Até agora, trata-se do principal ato de tudo que foi planejado na Estratégia Nacional de Defesa (END), a qual passará a ser atualizada a cada 4 anos.
Ela começa a reestruturar o Ministério da Defesa, que passa a ter à frente novas tarefas e obrigações, especialmente na coordenação das Forças Armadas e na integração da área de Defesa com o projeto de desenvolvimento nacional.
Essa tomada estratégica é fruto do trabalho do professor Mangabeira Unger, como ressalta o presidente Lula em seu discurso (ver em vídeo abaixo) no evento.
As medidas estão sendo tomadas com o atraso de um ano. O cerne da questão é que o MD está subordinando os militares ao poder civil. Eles perdem autonomia, mas passam a ter poder de prisão (antes só o Exército tinha).
Para que comece a haver uma unificação de fato, uma interoperabilidade, é necessário que o controle sobre as aquisições de equipamentos e materiais das três Forças Armadas seja feito pelo Ministério da Defesa, cuja Secretaria de Compras visará alcançar substancial ganho de escala em suas atividades.
Jobim procura reduzir as autonomias das Forças Armadas em atividades que não são exclusivas de militares. Isto é essencial para o país buscar atingir um nível de eficácia em Defesa, pois um Cenipa não é uma atividade de Defesa.
Há muitos outros casos que precisam de mudanças radicais e urgentes. São distorções criadas ao longo do tempo, que vão do GTE, que hoje transporta pelo país todo tipo de autoridades da burocracia civil com dezenas de pilotos e aeronaves, ao controle aproximado do espaço aéreo de aeroportos civis, e até à operação desses aeroportos pela Infraero estatal.
O que não pode ser aceito em hipótese alguma, e o governo tem que ter muito cuidado onde pisa, é o possível aparelhamento do MD e das Forças Armadas por sindicalistas, pois foi o que ajudou a provocar todo o desencadear de fatos com auge em 31 de março de 1964.
Um Pouco de Robert McNamara -- Interessante Paralelo Brasil e EUA
Um membro de nosso Clube Defesa BR, o Tadeu Mendes, considerou interessante que certas medidas do ministro Nelson Jobim (como a criação da Secretaria de Compras do Ministério da Defesa) seriam quase idênticas às medidas que Robert McNamara tomou quando assumiu o Pentágono (sede da defesa dos EUA).
Ele buscou logo padronizar o sistema de compras das Forças Armadas, como também deu a palavra final para a adoção definitiva dos M-16 como o fuzil padrão para as quatro Forças.
Então, apenas por curiosidade, vejamos alguns pontos da administração McNamara e possíveis coincidências com o novo modelo brasileiro, projetado em grande parte pelo professor Mangabeira Unger.
John F. Kennedy convidou Robert McNamara para ser seu secretário da Defesa logo após sua eleição, em 1960.
Embora não conhecesse assuntos de defesa, McNamara mergulhou no assunto, aprendeu rapidamente, e logo começou a aplicar uma filosofia de gestão de “papel ativo”, em suas próprias palavras, “provendo uma liderança agressiva questionando, sugerindo alternativas, propondo objetivos e estimulando o progresso”.
Ele rejeitou mudanças organizacionais radicais, tais como as propostas por um grupo que Kennedy havia nomeado, liderado pelo senador W. Stuart Symington, que teria abolido os departamentos militares, substituído a junta de comandantes por um único chefe ou equipe, e estabelecido três comandos funcionais unificados.
McNamara aceitou a necessidade de serviços distintos, mas argumentou que “no final é preciso ter uma política de defesa, e não três políticas de defesa conflitantes. E é o trabalho do secretário e sua equipe ter certeza de que este é o caso.”
Kennedy afirmava que as Forças Armadas deveriam ficar constantemente sob comando e controle civis, e que a postura de defesa da nação tinha de ser “projetada para reduzir o perigo de guerra geral irracional ou não premeditada”.
Kennedy e McNamara rejeitaram a retaliação maciça por uma postura de resposta flexível. Os EUA queriam ter opções em uma situações de emergência que não fossem “a retirada inglória ou a ilimitada retaliação”, como o presidente colocara.
Além de uma grande revisão dos desafios militares enfrentados pelos EUA, iniciada por McNamara, em 1961, veio uma decisão de aumentar as capacidades de “guerra limitada” da nação.
Estes movimentos eram significativos porque McNamara estava abandonando a política do presidente Dwight D. Eisenhower de retaliação maciça em favor de uma estratégia de resposta flexível, que se baseava no aumento de capacidade para os EUA conduzirem uma guerra limitada, não-nuclear.
Presidente John F. Kennedy e McNamara, 1962