FCarvalho escreveu: ↑Qui Abr 14, 2022 1:05 pm
Com licença do Robson,
RobsonBCruz escreveu: ↑Qui Abr 14, 2022 11:12 am
PORTARIA – EME/C Ex Nº 685, DE 4 DE ABRIL DE 2022
Aprova os Requisitos Operacionais da Viatura Blindada de Combate Obus Autopropulsado Sobre Rodas de 155 mm do Subsistema Linha de Fogo do Sistema de Artilharia de Campanha (EB20-RO04.021), 2ª Edição, 2022.
Depois eu comento o que vi em mudanças, que foram a meu ver bem pontuais.
Bom, lendo os doc emitidos, pouca coisa mudou em relação ao que já se sabia, mas basicamente, a meu ver, o que temos de relevante é o seguinte:
1. canhão 155mm com 52 calibres como mínimo. Antes a base era 39 calibres;
2. não especifica a tração dos veículos base, podendo ser 6x6 ou 8x8;
3. os caminhões terão que ser obrigatoriamente blindados, o que favoreceria em tese, o caminhão da Avibras. Ou não;
4. aerotransportabilidade passou a ser item desejável, sem citar meios específicos da FAB para isso;
5. sistema de carregamento semiautomático ou automático obrigatório;
6. proteção antiminas como requisito desejável;
7.
possuir meios de comunicações compatível com o do subsistema de comunicações do Sistema de Artilharia de Campanha (SAC); (Rádio Definido por Software - RDS - Imbel\AEL)
8. não há indicação e\ou limitação de peso de combate dos veículos base;
9.
Ser capaz de receber os componentes do subsistema de comunicações e os módulos de direção de tiro e coordenação de fogos necessários à realização do tiro de artilharia pelo Exército Brasileiro; (Sistema Gênesis - Imbel)
10.
deve ser integrada com os equipamentos de comando e controle (C2) padronizados para a família de blindados da Força Terrestre, pelo Comitê Gestor de Comando e Controle do Exército (CGC2Ex) a ser determinado (ASD) (C2 VBTP Guarani - nacional)
11.
Os sistemas integrados à viatura, bem como os equipamentos de apoio e o ferramental, devem, durante o ciclo de vida do Sistema Viatura, possuir um plano de atualização de software e hardware.
11.1
É desejável que todo os softwares utilizados na viatura e nos seus sistemas (Sistemas de Armas, optrônicos, Sistemas de Comando e Controle) sejam desenvolvidos ou adaptados de maneira a permitir o conhecimento e domínio pelo Exército Brasileiro e/ou por empresa brasileira (entendo esta parte como uma das mais importantes do projeto);
12.
É estabelecido um mínimo de 100% (cem por cento) do valor contratado ou subcontratado com fornecedor estrangeiro, como contrapartida comercial (Offset). Para o cálculo do crédito de compensação poderão ser discutidos e acordados fatores multiplicadores a serem aplicados ao valor dos produtos e serviços fornecidos pela(s) empresa(s) estrangeira, com o objetivo de obter a quantidade de crédito correspondente.
12.1 As atividades que serão aceitas como compensação (Offset), assim como os valores pretendidos e os eventuais fatores multiplicadores, devem ser discutidos “caso a caso”, a partir das propostas apresentadas pelo fornecedor estrangeiro, na forma de anexos ao acordo. (usando a cabeça);
13.
Os seguintes critérios devem ser considerados nas propostas de compensação: O fornecedor estrangeiro deve estabelecer contato com empresas ou entidades da base industrial brasileira para uma eventual participação no fornecimento de serviços, de componentes e de peças da viatura e de seus sistemas integrados, bem como estabelecer os acordos formais com essas empresas ou entidades, por meio de Memorando de Entendimento (Memorandum of Understanding - MOU) ou documento equivalente, com todos os detalhes de tal participação, citando o projeto de Compensação, as atividades envolvidas no projeto e as responsabilidades de cada parte. Cópias do referido MOU, ou documentos equivalentes, devem ser apresentadas nas propostas de compensação.
14.
A viatura e seus sistemas integrados (sistema de armas, comando e controle) serão submetidos a um processo de avaliação pelo Centro de Avaliações do Exército (CAEx). Para o processo de certificação, devem ser considerados os procedimentos do CAEx.
Muitas coisas para se pensar e debater. Mas pode se ver que o EB procura amarrar da melhor forma possível que independente do vencedor deste projeto, seja ele qual for, tenha como desdobramento imediato a implicação da BID e da indústria nacional preferencialmente em todas as fases do mesmo.
A ver como os eventuais ofertantes irão se posicionar neste certame. E como dito na matéria da T&D, após a conclusão da VBC Cav, que deve ter uma decisão ainda este mês, a VBC OAP SR entra na prioridade de aquisições do exército, tendo em vista completar e integrar o projeto de mecanização das brigadas de infantaria.
Via de regra, o EB ao abrir mão da questão de transporte aéreo como item obrigatório, também abriu um leque muito maior de possibilidades e candidatos para este projeto. E temos muitos na verdade. A lista agora aumentou, e obviamente, as nossas chances de fazer o melhor negócio possível tanto do ponto de vista operacional, como industrial e tecnológico, além das óbvias questões de off set e transferências de tecnologias aventadas no documento.
Boa sorte para nós. E que tenhamos uma resposta para mais este projeto o quanto antes.