tanques e blindados

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: tanques e blindados

#436 Mensagem por joao fernando » Seg Set 10, 2012 12:46 pm

Crisaman escreveu:Queria ver algo parecido nos nossos Leopard 1A5BR.
Pois é. Outro dia tinha perguntado isso, o 1A5 e o 1A1 usam o mesmo chassi. O que pega são os itens da torre. Ué, se pode se retrofitar só a torre, onde está o problema? Ademais, se pode fazer um retrofit aqui no Brasil mesmo, serviria para criar e trinar mão de obra e engenharia. dai se resolveria o problema dos 1A1 e deixaria o 1A5 no estado da arte eletronico




Obrigado Lulinha por melar o Gripen-NG
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Re: tanques e blindados

#437 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Seg Set 10, 2012 1:11 pm

joao fernando escreveu:
Crisaman escreveu:Queria ver algo parecido nos nossos Leopard 1A5BR.
Pois é. Outro dia tinha perguntado isso, o 1A5 e o 1A1 usam o mesmo chassi. O que pega são os itens da torre. Ué, se pode se retrofitar só a torre, onde está o problema? Ademais, se pode fazer um retrofit aqui no Brasil mesmo, serviria para criar e trinar mão de obra e engenharia. dai se resolveria o problema dos 1A1 e deixaria o 1A5 no estado da arte eletronico
Na verdade o Leo 1A1 e o Leo 1A5 não usam o mesmo chassi. Todos os Leo 1A5 são Leo 1A1 repotencializados!!!

Nunca foi construido um Leo 1A5!!!

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Re: tanques e blindados

#438 Mensagem por tonixerife » Seg Set 10, 2012 8:32 pm

CFB escreveu:Pessoal observando os que os colegas foristas escreveram, principalmente acerca dos tanques mais modernos, fiquei com umas dúvidas cruéis. No caso de um conflito militar, os tanques/blindados sobre rodas das FAS brasileiras. Qual seriam as possibilidades de sobrevivência desses veículos numa guerra, principalmente no que tange a blindagem e a eficiência do seu tiro na destruição dos blindados inimigos?
Prezado CFB, sobre sua dúvida, os Bld sobre rodas serão empregados pelas Bda Cav Mec e Bda Inf Mec. Não sei se pelo nr, principalmente as VBTP, serão empregadas também nas Bda Inf L.

A missão desses meios no combate convencional seria reconhecimento e segurança (Vanguarda, Flancoguarda e Seg Área de Retaguarda). Bem provável que não combatam com Blindados sobre lagartas do inimigo, pois os mesmos são empregados nas Bda mais pesadas (Bda Inf Bld e Bda Cav Bld), com maior proteção blindada e poder de choque.

As VBR (Viatura Blindada de Reconhecimento) e VBTP (Viatura Blindada de Transporte de Pessoal) se diferenciam das VBC (Viatura Blindada de Combate) pela sua agilidade, flexibilidade e menor blindagem.

O assunto é muito extenso, mas espero que minha resposta tenha sido esclarecedora.




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Re: tanques e blindados

#439 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Seg Set 10, 2012 10:18 pm

tonixerife escreveu: Prezado CFB, sobre sua dúvida, os Bld sobre rodas serão empregados pelas Bda Cav Mec e Bda Inf Mec.
Perfeito. Todavia, eu incluiria mais os RCMec e os EsqCMec.
tonixerife escreveu:A missão desses meios no combate convencional seria reconhecimento e segurança (Vanguarda, Flancoguarda e Seg Área de Retaguarda).
tonixerife, concordo com você em relação a Bda Cav Mec, ao RCMec e ao EsqCMec, mas acho que estas não são funções das Bda Inf Mec!
Jauro, o que você poderia dizer sobre isto?
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Re: tanques e blindados

#440 Mensagem por tonixerife » Ter Set 11, 2012 12:19 pm

Reginaldo Bacchi escreveu:
tonixerife escreveu: Prezado CFB, sobre sua dúvida, os Bld sobre rodas serão empregados pelas Bda Cav Mec e Bda Inf Mec.
Perfeito. Todavia, eu incluiria mais os RCMec e os EsqCMec.
tonixerife escreveu:A missão desses meios no combate convencional seria reconhecimento e segurança (Vanguarda, Flancoguarda e Seg Área de Retaguarda).
tonixerife, concordo com você em relação a Bda Cav Mec, ao RCMec e ao EsqCMec, mas acho que estas não são funções das Bda Inf Mec!
Jauro, o que você poderia dizer sobre isto?
Bacchi
Prezado Bacchi, os R C Mec são Unidades (U) das Bda C Mec e os Esqd C Mec são Subunidades (Su) dos R C Mec, assim como os futuros Btl Inf Mec serão orgânicos das futuras Bda Inf Mec. Lembro que a doutrina de emprego dessa nova Grande Unidade do EB ainda está para ser consolidada, podendo incluir, na minha opinião, as missões clássicas da Cavalaria do Exército Brasileiro. Mas isso é missão do EME.




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Re: tanques e blindados

#441 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Ter Set 11, 2012 1:46 pm

tonixerife escreveu:
Reginaldo Bacchi escreveu: Perfeito. Todavia, eu incluiria mais os RCMec e os EsqCMec.
tonixerife, concordo com você em relação a Bda Cav Mec, ao RCMec e ao EsqCMec, mas acho que estas não são funções das Bda Inf Mec!
Jauro, o que você poderia dizer sobre isto?
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Prezado Bacchi, os R C Mec são Unidades (U) das Bda C Mec e os Esqd C Mec são Subunidades (Su) dos R C Mec, assim como os futuros Btl Inf Mec serão orgânicos das futuras Bda Inf Mec. Lembro que a doutrina de emprego dessa nova Grande Unidade do EB ainda está para ser consolidada, podendo incluir, na minha opinião, as missões clássicas da Cavalaria do Exército Brasileiro. Mas isso é missão do EME.
tonixerife, respondendo a sua amável mensagem anterior tenho o seguinte a declarar!

Entrando na ORBAT do Exército Brasileiro eu verifico o seguinte:

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades das Brigadas de Cavalaria Mecanizadas:

1º, 2º e 19º > unidades da 1ª Bda Cav Mec;
5º, 8º e 12º > unidades da 2ª Bda Cav Mec;
3º e 7º > unidades da 3ª Bda Cav Mec;
10º, 11º e 17º > unidades da 4ª Bda Cav Mec.

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades não de Brigadas de Cavalaria Mecanizadas: 13º, 14º, 15º, 16º e 19º.

Esquadrões de Cavalaria Mecanizados como unidades que não de Regimentos de Cavalaria Mecanizados: 1º Pqdt, 1º, 3º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º, 12º, 16º e 23º Selva.

Tenho duvida se o 1º Pqdt, e o 23º Selva, são considerados Cav Mec.

Continuo afirmando que gostaria muito de uma posição do Cel. Jauro sobre as Brigadas de Infantaria Mecanizadas.

Obrigado.

Bacchi




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Re: tanques e blindados

#442 Mensagem por jauro » Ter Set 11, 2012 5:06 pm

Continuo afirmando que gostaria muito de uma posição do Cel. Jauro sobre as Brigadas de Infantaria Mecanizadas.
As missões e a maneira de combater da InfMec continuarão as mesmas da Inf tradicional:
Combate aproximado, ocupação do terreno e neutralização do inimigo.
As VBTP-MR em sua maioria servirão para maior proteção na aproximação do inimigo e para um maior poder de choque e apoio de fogo no combate.
Grosso modo e mal comparando, podemos dizer que as VBTP-MR têm comportamento semelhante aos M113 da InfBld e substituem com grande vantagem os caminhões e jipes da InfMtz.
As missões de Rec, Cob e Vigilância são inerentes à Cavalaria.

1º, 2º e 19º > unidades da 1ª Bda Cav Mec;
5º, 8º e 12º > unidades da 2ª Bda Cav Mec;
3º e 7º > unidades da 3ª Bda Cav Mec;
10º, 11º e 17º > unidades da 4ª Bda Cav Mec.

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades não de Brigadas de Cavalaria Mecanizadas: 13º, 14º, 15º, 16º e 19º.
Um esclarecimento a seguir.
Uma brigada de CavMec, nos seus elementos de manobra é composta de:
02 Regimentos de CavMec e 01 RCB.
01 (Uma) DE (Divisão de Exército) tem em sua base divisionária um RCMec (conhecido como RCMec divisionário).
Dai então a seguinte organização:
-12ºRCmec/6ª DE.
-19ºRCMec/3ª DE.
-14ºRCMec/5ª DE.
-13ºRCMec/11ªBdaInfLv*.
-15ºRCMec/9ªBdaInfMtz*.
-17ºRCMec/4ªBdaCMec**.
-16ºRCMec/7ª DE.
-18ºRCMec/1ªBdaInfSl***.

* 13º e 15º já pertenceram à 2ª e 1ª DE respectivamente.
** por extinção da 9ª DE.
***será criado em RR por transformação do 12ºEsqdCMec.




"A disciplina militar prestante não se aprende senhor, sonhando e na fantasia, mas labutando e pelejando." (CAMÕES)
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Re: tanques e blindados

#443 Mensagem por Reginaldo Bacchi » Ter Set 11, 2012 6:19 pm

jauro escreveu:
Continuo afirmando que gostaria muito de uma posição do Cel. Jauro sobre as Brigadas de Infantaria Mecanizadas.
As missões e a maneira de combater da InfMec continuarão as mesmas da Inf tradicional:
Combate aproximado, ocupação do terreno e neutralização do inimigo.
As VBTP-MR em sua maioria servirão para maior proteção na aproximação do inimigo e para um maior poder de choque e apoio de fogo no combate.
Grosso modo e mal comparando, podemos dizer que as VBTP-MR têm comportamento semelhante aos M113 da InfBld e substituem com grande vantagem os caminhões e jipes da InfMtz.
As missões de Rec, Cob e Vigilância são inerentes à Cavalaria.

1º, 2º e 19º > unidades da 1ª Bda Cav Mec;
5º, 8º e 12º > unidades da 2ª Bda Cav Mec;
3º e 7º > unidades da 3ª Bda Cav Mec;
10º, 11º e 17º > unidades da 4ª Bda Cav Mec.

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades não de Brigadas de Cavalaria Mecanizadas: 13º, 14º, 15º, 16º e 19º.
Um esclarecimento a seguir.
Uma brigada de CavMec, nos seus elementos de manobra é composta de:
02 Regimentos de CavMec e 01 RCB.
01 (Uma) DE (Divisão de Exército) tem em sua base divisionária um RCMec (conhecido como RCMec divisionário).
Dai então a seguinte organização:
-12ºRCmec/6ª DE.
-19ºRCMec/3ª DE.
-14ºRCMec/5ª DE.
-13ºRCMec/11ªBdaInfLv*.
-15ºRCMec/9ªBdaInfMtz*.
-17ºRCMec/4ªBdaCMec**.
-16ºRCMec/7ª DE.
-18ºRCMec/1ªBdaInfSl***.

* 13º e 15º já pertenceram à 2ª e 1ª DE respectivamente.
** por extinção da 9ª DE.
***será criado em RR por transformação do 12ºEsqdCMec.
Jauro, muitissimo obrigado!

Magister dixit!

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Re: tanques e blindados

#444 Mensagem por tonixerife » Ter Set 11, 2012 10:02 pm

Reginaldo Bacchi escreveu:
tonixerife escreveu: Prezado Bacchi, os R C Mec são Unidades (U) das Bda C Mec e os Esqd C Mec são Subunidades (Su) dos R C Mec, assim como os futuros Btl Inf Mec serão orgânicos das futuras Bda Inf Mec. Lembro que a doutrina de emprego dessa nova Grande Unidade do EB ainda está para ser consolidada, podendo incluir, na minha opinião, as missões clássicas da Cavalaria do Exército Brasileiro. Mas isso é missão do EME.
tonixerife, respondendo a sua amável mensagem anterior tenho o seguinte a declarar!

Entrando na ORBAT do Exército Brasileiro eu verifico o seguinte:

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades das Brigadas de Cavalaria Mecanizadas:

1º, 2º e 19º > unidades da 1ª Bda Cav Mec;
5º, 8º e 12º > unidades da 2ª Bda Cav Mec;
3º e 7º > unidades da 3ª Bda Cav Mec;
10º, 11º e 17º > unidades da 4ª Bda Cav Mec.

Regimentos de Cavalaria Mecanizados como unidades não de Brigadas de Cavalaria Mecanizadas: 13º, 14º, 15º, 16º e 19º.

Esquadrões de Cavalaria Mecanizados como unidades que não de Regimentos de Cavalaria Mecanizados: 1º Pqdt, 1º, 3º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º, 12º, 16º e 23º Selva.

Tenho duvida se o 1º Pqdt, e o 23º Selva, são considerados Cav Mec.

Continuo afirmando que gostaria muito de uma posição do Cel. Jauro sobre as Brigadas de Infantaria Mecanizadas.

Obrigado.

Bacchi
Prezado Bacchi, obrigado pela deferência com que me distingue.

Quando disse que os VBTP-MR serão utilizados pelas Bda Cav Mec e Bda Inf Mec (por extinção e/ou transformação das Bda Inf Mtz) quiz dizer, por analogia e "economia de meios" os R C Mec e Esqd C Mec. Estas U e Su quando não são organicas das Bda Cav são empregadas em proveito dos seus escalões enquadrantes. Se não vejamos: O 1º Esqd Cav L (Valença-RJ) é orgânico da 11º Bda Inf L, e executa missão de Rec, Seg e Vigilância em proveito desta. O 9º Esqd Cav Mec é orgânico da G U Es/9ª Bda Inf Mtz (Es) e por aí vai...

Os diversos modelos e configurações dos futuros VBTP-MR serão distribuídos e terão sua doutrina de emprego definidos pelo EME, assim como a configuração dos Pel Inf Mec e Cia Inf Mec (já estão em estudo).

Apesar de de não escrever no fórum quase nunca é por isso que sou leitor assíduo. Aprendo sempre.

"Só sei que nada sei"

Obrigado a todos pela paciência.




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Re: tanques e blindados

#445 Mensagem por Clermont » Seg Dez 24, 2012 12:41 pm

OS RUSSOS AVALIAM O CONCEITO DE BRIGADA STRYKER.

Tenente-coronel Lester W. Grau e Elena Stoyanov - Foreing Military Studies Office, Fort Leavenworth, Kansas (Este artigo foi anteriormente publicado em Infantry, novembro-dezembro de 2004.

O conceito de brigada Stryker é uma questão de algum interesse para o Exército russo, que herdou uma longa tradição de utilizar viaturas blindadas de transporte de pessoal sobre rodas, em conjunto com a utilização de VBTP sobre lagartas. Nos tempos soviéticos, as divisões de fuzileiros motorizadas normalmente tinham três regimentos de fuzileiros motorizados e um regimento de tanques. Dois dos regimentos de fuzileiros motorizados estavam montados sobre VBTP sobre rodas (BTRs), enquanto o terceiro estava montado sobre VBTP sobre lagartas (BMPs).


(Nota do Clermont: no Brasil, diria-se que os dois regimentos de BTR eram de "infantaria mecanizada", enquanto o regimento de BMP era de "infantaria blindada".)

Os BMPs eram reconhecidos como viaturas de combate duras e mais eficazes, mas até mesmo o Exército soviético ocasionalmente tinha lugar para pneus. Os BTRs sobre rodas eram utilizados sobre vias de ataque secundárias ou como forças de acompanhamento e apoio, enquanto os BMPs sobre lagartas eram utilizados para o ataque principal de ruptura em conjunto com o regimento de tanques. As VBTP sobre rodas mais baratas eram uma medida de economia de custos.

Após a dissolução da União Soviética, o Exército russo continuou com seu QOD (Quadro de Organização e Dotação, ou TO&E, Table of Organization e Equipment), mas formou uma divisão especial de "pacificação". A 27ª Divisão de Fuzileiros Motorizada de Guardas manteve seus BTRs e BMPs, mas armazenou sua artilharia e tanques. Ela utilizava seus BTRs primordialmente para funções de "pacificação". Os russos viam sua divisão de "pacificação" como uma unidade de patrulhamento e estabilização, não de combate, sendo assim, a proeminência de VBTP sobre rodas, limitados à estradas, fazia sentido. Quando os russos juntaram-se à OTAN na Bósnia-Herzegovina, eles contribuiram com um regimento aeroterrestre. Este estava montado sobre o apertado BMD, um transporte blindado sobre lagartas, capaz de ser lançado do ar. Uma vez que a situação em terra acalmou, o regimento russo foi reforçado com certo número de BTRs. O BMD era apertado e desconfortável demais para missões de patrulhamento de longo prazo. As tropas russas na Chechênia utilizaram uma combinação de BMPs e BTRs. Os BMPs eram empregados ao antecipar-se um combate, enquanto os BTRs eram utilizados mais para patrulhamento e movimentos administrativos, onde um caminhão ou um jipe estariam em risco.

Os russos estão interessados em como outros países empregam suas VBTPs sobre rodas e sobre lagartas. O número de junho de 2004 da Revista Militar Estrangeira russa traz o seguinte artigo que foi intitulado "A Formação da Brigada Mecanizada 'Stryker' no Exército dos Estados Unidos:"

"Em 2003, o Exército dos Estados Unidos formou sua primeira brigada mecanizada "Stryker", a 3ª Brigada, 2ª Divisão de Infantaria, sediada em Fort Lewis, Washington. Isso faz parte da transição para um novo modelo de exército.

Os documentos e regulações govenando esta força, suas táticas, QOD, armamentos e equipamento foram desenvolvidos em 1999. A missão era formar, na primeira década do século XXI, uma unidade de armas combinadas capaz de rápido desdobramento e ação decisiva em qualquer parte do mundo, durante a guerra ou tempo de paz. A brigada Stryker tem um comando, uma companhia de comando, três batalhões de infantaria, um batalhão de reconhecimento, um batalhão de artilharia e quatro companhias independentes - antitanque, de inteligência militar, de engenharia e de comunicações.

O QOD estabelece uma força de 3.614 elementos. A brigada tem 308 viaturas blindadas Stryker; 12 obuseiros M198 de 155 mm autorebocados; 66 morteiros (60 mm, 81 mm e 120 mm); 10 lança-mísseis antitanque TOW; 121 lança-mísseis antitanque "Javelin" e três UAVs "Shadow 200".

Há 121 elementos no estado-maior e na companhia de comando da brigada O estado-maior apóia o comandante de brigada na direção das unidades subordinadas, na paz e na guerra. Ele está organizado em sete seções - inteligência; treinamento; comando e controle; movimento aéreo; controle de fogo; emprego de armas não-letais; comunicações e informática. A companhia de comando apóia o estado-maior da brigada. Ela tem dois grupos de oficiais de ligação e cinco seções: comando; pessoal; apoio; comunicações; saúde.

Os batalhões de infantaria mecanizados tem 691 homens cada. Eles são as unidades de combate principais da brigada, capacitados a conduzirem todos os tipos de combate, tanto como missões de apoio à paz. Cada batalhão tem um comando, uma companhia de comando e três companhias de fuzileiros mecanizadas. A Cia Cdo tem um pelotão cada de reconhecimento, morteiros e saúde, tanto como um grupo de tocaieiros. O pelotão de reconhecimento está montado sobre quatro Strykers de reconhecimento. O pelotão de morteiros tem quatro morteiros M286 de 120 mm e quatro morteiros M224 de 60 mm.

Cada Cia Fzo Mec tem três pelotões de fuzileiros mecanizados; um pelotão de apoio de fogo; uma seção de morteiros e uma turma de tocaieiros. O Pel Fzo Mec tem quatro viaturas Stryker e três peças de lança-mísseis "Javelin". O pelotão de apoio de fogo tem três viaturas Strykers Sistema de Canhão Móvel (MGS, ou Mobile Gun System) e a seção de morteiros tem dois morteiros M286 de 120 mm e dois M224 de 60 mm.

O esquadrão de cavalaria (batalhão de reconhecimento, vigilância e aquisição de alvos) (Nota do Clermont: no Brasil, equivalente a um regimento de cavalaria mecanizado) tem 428 homens para apoiar o comandante e as unidades da brigada com informações, aquisição de alvos para fogos de armas combinads e avaliação de resultados em tempo quase real. O batalhão é organizado em comando, companhia de comando, três tropas de reconhecimento (esquadrões no Brasil) e uma tropa de vigilância eletrônica.

Cada tropa de reconhecimento tem três pelotões de reconhecimento, cada um dos quais está montado sobre quatro Strykers de reconhecimento, cada um com uma peça de lança-mísseis "Javelin. Cada pelotão também tem uma seção de morteiros com duas peças M286 de 120 mm.

A tropa de vigilância eletrônica tem um comando e três pelotões: um pelotão de UAV com um lançador de "Shadow 200" e três aeronaves; um pelotão de sensores terrestres com quatro radares GSR; e um pelotão de reconhecimento químico-biológico-nuclear (QBN), montado sobre três viaturas Stryker Fox.

O batalhão de artilharia tem 290 homens para o apoio de fogo aos elementos da brigada. Ele tem um comando, uma bateria de comando e duas baterias de artilharia, além de um pelotão de aquisição de alvos.

Cada bateria de artilharia tem dois pelotões de tiro, cada possuindo três obuseiros M198 de 155 mm autorebocados. O pelotão de aquisição de alvos tem o radar Q-36 e o Q-37.

O batalhão de apoio da brigada (batalhão logístico) tem 338 homens com um comando e três companhias: uma de comando e distribuição; uma de manutenção; e uma de saúde.

A companhia antitanque consiste de 53 homens e destina-se a destruir viaturas blindadas e pontos-fortes inimigos. A companhia tem três pelotões antitanque e três seções - comando; direção de tiro; e saúde. Cada pelotão antitanque tem três viaturas Stryker equipadas com lança-mísseis TOW-2.

A companhia de inteligência militar tem 67 homens que conduzem reconhecimento, coletam dados e os analisam para a brigada. A companhia tem uma seção de comando e dois pelotões. Cada pelotão é responsável por um eixo separado de brigada.

A companhia de engenharia tem 120 homens para apoiar a brigada. Ela tem um comando, três pelotões de sapadores-engenheiros e um pelotão de apoio de engenharia. Além do equipamento de engenharia, a companhia tem quatro peças de lança-mísseis "Javelin".

A companhia de comunicações tem 74 homens e apoia o comandante, o estado-maior e os elementos da brigada com variado apoio de comunicações. Ela tem um comando, dois pelotões de comunicações e um pelotão de apoio.

A principal diferença na organização da brigada Stryker é que ela substituiu todas as viaturas sobre lagartas, pesadamente blindadas (o tanque M1 Abrams, as Viaturas de Combate de Fuzileiros M2 e M3 Bradley, e o obuseiro autopropulsado M109A6 Paladin) pela viatura blindada sobre rodas LAV-III, o Stryker, e o obuseiro M198 autorebocado. O peso de cada um destes sistemas não excede as 19 toneladas.

O Stryker é baseado no LAV-III "Kodiak" canadense e foi batizado em honra de dois soldados americanos, Stewart e Robert Stryker que se notabilizaram pelos seus serviços na Segunda Guerra Mundial e na Guerra do Vietnam. A brigada Stryker tem dois tipos principais do Stryker: o LAV-III VBTP e o LAV-III MGS. Outras viaturas Stryker especializadas estão equipadas para reconhecimento, comando, apoio de engenharia, observação de artilharia, reconhecimento QBN e evacuação médica, tanto como porta-morteiros e viaturas antitanque.

Apesar de sua carência de tanques M1 Abrams e VCF M2 e M3 Bradleys, os especialistas militares americanos não consideram que a brigada Stryker seja, em nada, menos eficaz que as brigadas pesadas americanas. As companhias de fuzileiros mecanizadas tem o poder de fogo mínimo essencial devido aos seus pelotões orgânicos de MGSs armados com um canhão de 105 mm, além das seções de morteiros e turmas de tocaieiros.

A capacidade da brigada para conduzir reconhecimento e comandar as unidades subordinadas é grandemente aumentada pela inclusão de um esquadrão de cavalaria orgânico e uma companhia de inteligência militar. Estas unidades tem o sistema UAV "Shadow 200" e um sistema de informações digital de comando e controle que está sob desenvolvimento.

O QOD da brigada foi determinado e as precisas dimensões do equipamento foram desenhadas de forma a se encaixarem em todos os modelos da aviação de transporte dos Estados Unidos, incluindo o C-130 "Hercules". Isso, significativamente, incrementa a mobilidade da brigada. De acordo com especialistas americanos, a Grande Unidade e seu equipamento podem ser movimentados do continente americano para qualquer região do mundo, dentro de 96 horas. A fraqueza mais aparente para uma unidade móvel é seu inadequado poder de combate para penetrar uma defesa preparada. Segundo, é sua alta vulnerabilidade ao fogo de artilharia e de sistemas antitanque durante o combate contra um oponente bem-armado. O Comando Superior do Exército dos Estados Unidos percebe que tais fraquezas podem ser compensadas pelo apoio de aviação da USAF, da USN e de forças aéreas de coalizão. Em acréscimo, a brigada pode ser reforçada com tanques, artilharia, sistemas de defesa aérea e aviação de exército de divisões e corpos. De acordo com especialistas americanos, a real avaliação do potencial de combate da brigada Stryker virá, somente, após ela ter cumprido sua missão para estabilizar o Iraque. Uma brigada já está estacionada no Iraque desde janeiro de 2004. A liderança militar dos Estados Unidos planeja agrupar mais quatro brigadas Stryker da ativa por volta de 2004. Elas serão a 1ª Brigada da 25ª Divisão de Infantaria Ligeira (Fort Lewis, Washington); a 172ª Brigada Independente de Infantaria (Fort Wainwright, Alaska); o 2º Regimento de Cavalaria Ligeiro (Fort Polk, Lousiana) e a 2ª Brigada da 25ª Divisão de Infantaria Ligeira (Schofield Barracks, Havaí). Haverá outra brigada Stryker formada a partir da 56ª Brigada de Infantaria da 28ª Divisão de Infantaria (Filadélfia, Pensilvânia) da Guarda Nacional do Exército. Durante o curso da transformação, poderão existir correções feitas no QOD, eles poderão acrescentar um batalhão de aviação de exército, aperfeiçoar o equilíbrio de pessoal e equipamento e modernizar este último, etc.

Como um próximo passo, o Exército dos Estados Unidos planeja incorporar a viatura de Sistemas Futuros de Combate (Future Combat Systems, FCS) como parte de seu processo de transformação. O Exército americano formará outro novo tipo de brigada, baseada na experiência do Stryker, por volta de 2010.


O QOD da brigada Stryker muda rapidamente e o artigo russo está ligeiramente datado. Entretanto, ele capturou os pontos principais e gastou um bocado de tempo em detalhes. O artigo também apresentas imagens e especificações da maioria das viaturas e armamentos na brigada Stryker.

Esta é similar em tamanho e número de viaturas ao velho regimento BTR soviético. Este último tinha três batalhões de fuzileiros motorizados; um batalhão de tanques; um batalhão de obuseiros; uma companhia de reconhecimento; pelotão de descontaminação e reconhecimento QBN; companhia de engenharia; companhia de comunicações; pelotão de logística; e corpo de banda de música. Muito da estrutura de armas combinadas da brigada Stryker é comparável aquela do mais antigo regimento BTR, embora o regimento soviético tivesse muito mais poder de fogo e o modelo americano tenha muito mais capacidade de coleta de informações. Os russos compreendiam que seus regimentos BTR careciam de poder de ruptura e eram muito vulneráveis aos fogos de artilharia e antitanque inimigos. Por conseqüência, os BTRs nunca eram utilizados para o ataque principal. Eles vêem vulnerabilidades similares na brigada Stryker. É interessante notar aquilo que está ausente do artigo russo sobre os Stryker. Primeiro, não há nenhuma real discussão ou excitação sobre a utilização da tecnologia de informações como um "judô eletrônico" para superar em desempenho um oponente e substituir placas blindadas e poder de fogo por elétrons. A presença de computadores modernos e a eventual entrega de um avançado sistema de comando e controle computadorizado é percebida, mas não desenvolvida. Segundo, a natureza independente da brigada Stryker não é aceita. Os russos ainda a vêem como uma brigada de baixo poder que necessita de reforço e um monte de apoio aéreo para levar a cabo sua missão quando confrontada por um inimigo bem-armado e bem-posicionado. Terceiro, a questão do transporte aéreo não é tão importante para os russos. A Rússia é uma potência continental. Nos dias da União Soviética, eles resolveram seus problemas de transporte aéreo construindo aeronaves capazes de transportar os tanques, obuseiros autopropulsados e VBTPs padronizados. A filosofia deles era construir uma aeronave grande o bastante para conter e movimentar o equipamento, para que a unidade de combate de armas combinadas pudesse ser despachada. Eles vêem a ação americana como sacrifício de poder de combate e de proteção dos soldados, com o único propósito de se encaixar nas atuais e envelhecidas aeronaves.

A prova final da controvérsia da brigada Stryker e das VBTP sobre rodas será o combate. A Rússia está, atualmente, engajada em operações de contra-insurgência na Chechênia. Os Estados Unidos estão engajados em operações de contra-insurgência no Afeganistão e Iraque. A contra-insurgência coloca exigências especiais sobre as forças convencionais que eventualmente levam a mudanças em treinamento, táticas, estrutura de forças e equipamento. Conseqüentemente, os russos estão observando o desempenho da brigada Stryker no noroeste do Iraque, com quase tanto interesse quanto os Estados Unidos. Ambos os países tem um bocado a aprender, um do outro, enquanto preparam forças para enfrentar todos os desafios do futuro.


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Tenente-coronel Lester W. Grau, Exército dos Estados Unidos (reformado) é um infante e oficial especializado na área externa soviética com abundantes publicações sobre táticas, a Guerra Soviética do Afeganistão e a região da Ásia Central. Autor de três livros sobre o Afeganistão, ele está trabalhando num quarto. Ele é um ex-combatente do Vietnam que também serviu como funcionário civil do Exército no Afeganistão e Iraque. Ele é um analista militar do Escritório de Estudos Militares Estrangeiros.

Elena Stoyanov [e uma criptologista e linguista da Reserva Naval com fluência nativa em búlgaro e credenciais profissionais em russo e sérvio-croata. Ela atualmente trabalha para o Departamento de Saúde da Flórida. Ela dirige seu próprio negócio de tradução e intérpretes.




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Re: tanques e blindados

#446 Mensagem por romeo » Seg Jan 14, 2013 9:18 pm

Para saber se o produto é bom, o ideal é ouvir o usuário final...





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Re: tanques e blindados

#447 Mensagem por cabeça de martelo » Ter Jan 15, 2013 12:35 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: tanques e blindados

#448 Mensagem por Arataca » Seg Jan 21, 2013 5:51 pm

Prezados,

O ultimo número da revista suissa Armada anexou um suplemento muito bom sobre blidados leves sobre rodas.

http://issuu.com/vishmeh/docs/armada_-_ ... doublePage

Enjoy

1 abraço




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Re: tanques e blindados

#449 Mensagem por cabeça de martelo » Sáb Fev 02, 2013 3:14 pm





"Lá nos confins da Península Ibérica, existe um povo que não governa nem se deixa governar ”, Caio Júlio César, líder Militar Romano".

O insulto é a arma dos fracos...

https://i.postimg.cc/QdsVdRtD/exwqs.jpg
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Re: tanques e blindados

#450 Mensagem por faterra » Dom Fev 03, 2013 2:39 pm


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Um abraço!
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