Notícias da Marinha do Brasil

[FCarvalho]

A solução é "simples". Depois que a LOA 2025 for aprovada após as eleições, e tivermos a clara dimensão dos cortes, retirar de serviço, unilateralmente e sem exceções, todas as 43 embarcações - mais meios aéreos e terrestres - com prazo de vida útil vencida ou próxima de vencer até o fim do ano. E pari passo, mandar embora todo o pessoal civil não essencial, diminuir em, pelo menos, 50% as vagas de ingresso nas escolas para 2025 e além, exonerar todos os militares que não tenham estabilidade, determinar meio expediente em todas as OM, e cortar todas as horas extras, e coisas do gênero. Só vai ter verba o que for para manter o mínimo do mínimo funcionando. Sem aviso prévio, sem alarde, sem anúncios do tipo "apocalipse now", como os militares gostam de alardear.

E deixa o zé povinho sentir na pele o que é viver sem uma marinha para chamar de sua, e que não serve sequer para guarda costeira. Ou é isso, ou a manutenção da continuidade da lamúria naval de sempre, e da manutenção da chanpagne e do caviar para o almirantado, claro.

Se eu fosse MD fazia isso. E quando a coisa toda estourar, e o mundinho político perceber, jogar a merda no ventilador e ver o que acontece.

Vivemos a 200 anos de costa para o mar. Ninguém se importa sobre o que acontece longe das praias. Então, f...se se a marinha acabar de vez nos últimos dois meses do ano. Ninguém irá notar mesmo. Ano que vem é outra coisa. Aí a gente vê se os políticos conseguem viver sem os (muitos) favores sociais dos parcos meios militares que ainda se tem.

[knigh7]

Quando almirante ou político falar da construção do Alvaro Alberto, vou colocar lá no tópico de piada.

[saullo]

De festinha em festinha, se acabou uma Marinha.
Quanto atraso do SSN, nada de novo, desde a década de 70 do século passado estão perseguindo ter SSN, acabaram com a força de superfície por causa dele e agora ficarão sem SSN e força de superfície.
Se bobear, não conseguiremos fazer as manutenções dos 4 submarinos a diesel em nossos estaleiros. Estão demitindo gente demais. Vai faltar mão de obra.
Isso que dá dar a chave do cofre pra quem nunca soube administrar.
Só dá vergonha.

Abraços

[knigh7]

Em maio, o Múcio deu uma entrevista de quase 1h na CNN Brasil. Ele disse que não seria aprovado a EC de aumento de gasto em Defesa até 2% do PIB e também porque gasto nessa área não dá voto.

Esse ministro antes de ir para o TCU era parlamentar. Acho que a maior contribuição que ele poderia dar para a Defesa seria colocar na cabeça dos Almirantes esse fato.

"Mas ah, investimento em Defesa dá emprego". Evidentemente ele estava de referindo a maioria do Congresso pois há a pelo menos 15 anos projetos de lei para aumento de investimento/gasto em Defesa. Nunca foi pra frente porque a maioria de lá (e / ou o Executivo) não concordam.

[FCarvalho]

Os militares, assim como os políticos, vivem em um mundo à parte onde tudo o que fazem e pensam é sempre importante para o país e sociedade, e portanto, automaticamente para todo mundo fora da caixinha em que eles vivem. Esse tipo de argumento de que investimento em defesa gera emprego, renda, etc, é usado há muito tempo, mas no Brasil nunca deu em qualquer coisa que prestasse.

O comandantes e a alta cúpula militar sabem, e sempre souberam, que qualquer investimento no setor de defesa depende essencialmente do humor da economia, e do mínimo de bom senso do governo de plantão. Se houver alguma simpatia com o tema, bom para os negócios, se não, cada um que se vire.

Por isso, também, que no Brasil o problema do orçamento da defesa sempre ficou limitado a questões de soldos e pensões da vida. Como não se espera, e não acredita, em qualquer chance de conflitos por aqui, investir em defesa é, e vai continuar sendo, um problema dos militares, e para por aí. Eles que deem o seu jeito.

Não raras vezes, fomos pegos com as calças nas mãos em termos de defesa ao longo de todo o século XX, e nem por isso qualquer governo, congresso e populacho eleitor aqui se deu o trabalho de tentar pensar no porque vivemos sem ffaa's críveis, e mesmo assim insistimos em mantê-las apenas por questões de burocracia institucional e legal. Na prática, ningué dá a mínima se elas existem ou não. A não ser por questões de ajuda humanitária e segurança pública. Fora isso, a sociedade, e por tabela os políticos, não entendem o porquê do país se obrigar a ter, e manter, ffaa's, se não estamos em guerra e se a própria guerra é uma realidade equidistante.

Não tem jeito com a sociedade sem educação que temos querer justificar investimento em defesa, quando a maior parte da população tem como interesse maior futebol, novela e putaria.

[knigh7]

Gera muito mais benefícios apoio aos municípios e regiões que seriam uma espécie de distrito (as bases dos deputados é regional e de menor importância grupos organizados, que também influem).

O atendimento às demandas das bases é importante. Há muitas demandas legítimas aqui em Rio Preto, bem como quando meu pai foi prefeito de uma cidade vizinha, menor, também levava demandas do município para a Assembléia Legislativa, para o governador da época e para o grupo de deputados federais cuja a base é aqui.

Vou repetir uma coisa que eu já escrevi: quando tiver melhor a situação fiscal do país deve-se apresentar um projeto de Lei viável, sem demagogia, que vincule uma porcentagem do orçamento especificadamente ao investimento nas FFAA. Não vai ser grande, mas vai ser previsível e perene.

[FCarvalho]

Sem separar o que é pagamento de soldo e pensões do orçamento do MD, fica difícil estabelecer critérios viáveis de investimento obrigatórios para a Defesa em termos de investimento e custeio, visto que sempre haverá o argumento de que a Defesa tem um dos maiores orçamentos do país, ao incluir nisto os pagamentos da folha de pessoal da ativa e reserva.

Não adianta falar em investimento em defesa se o populacho eleitor não tiver clareza do quanto custa efetiva e concretamente a defesa do país. E isto só é possível vendo separadamente o que cada item traz para a questão.

Fala-se muito em defesa quando o assunto diz respeito à folha de pagamento do pessoal, mas quase nunca de investimento e custeio, que é o que faz a diferença real para a capacidade do país de se defender de fato.

Esse ano quase 80% do orçamento do MD é para pagamento da folha de pessoal. Os outros 20 está dividido entre custeio, investimento e outras contas a pagar. Ou seja, não sobra nada para investimento e modernização das forças, nem treinamento e formação, etc, que são os diferenciais para se ter ffaa's realmente capazes. Mas isso não faz muita diferença quando não se tem uma ameaça concreta e real para lidar. Fica no imaginário popular sempre aquela coisa de estarmos gastando dinheiro à toa com algo que não precisa e não se quer investir dinheiro público.

Neste contexto, nenhum governo irá fazer qualquer mudança no status quo atual das finanças da defesa, simplesmente porque isso é algo que não gera votos, não dá ibope, e não é uma necessidade concreta sentida pelo populacho eleitor.

[knigh7]

O pagamento dos aposentados civis federais não sai do orçamento do Min da Previdência Social. Sai dos Ministérios nos quais estavam.

Não me lembro se eu cheguei colocar uma matéria da FSP do mês passado. Por ocasião da montagem do PLDO 2025 o Múcio pediu ao Minsitro da Casa Civil, Rui Costa, aumento de investimento pasta. Costa respondeu que se quisessem aumento nessa área que diminuíssem o gasto com pessoal. Eles pensam no todo de um ministério e o MD nunca vai ser exceção. Mas é possivel criar um fundo para investimento na Defesa.

[FCarvalho]

O pagamento dos aposentados civis federais não sai do orçamento do Min da Previdência Social. Sai dos Ministérios nos quais estavam.

Não me lembro se eu cheguei colocar uma matéria da FSP do mês passado. Por ocasião da montagem do PLDO 2025 o Múcio pediu ao Minsitro da Casa Civil, Rui Costa, aumento de investimento pasta. Costa respondeu que se quisessem aumento nessa área que diminuíssem o gasto com pessoal. Eles pensam no todo de um ministério e o MD nunca vai ser exceção. Mas é possivel criar um fundo para investimento na Defesa.

A MB tem o Fundo de Marinha Mercante, que na teoria é para ser reinvestido na compra de novos navios patrulha e meios auxiliares para os DN, mas que faz muito tempo a MB não vê a cor do dinheiro. E quando entra, não dá sequer para comprar um mísero NaPa 500.
E também havia uma percentagem sobre a exploração do petróleo e gás no mar, que a Petrobrás deveria repassar à MB, mas que na prática nunca chegou no bolso dos almirantes.
Há uma série de taxas e coisas do gênero que a MB cobra, e que são de vários tipos e tamanhos, mas que só quem opera no setor de portos e navegação marítimo-fluvial sabe o quanto pesa no bolso. Mas é algo que também não vemos aplicação prática no dia a dia pela marinha.
Fala-se sempre em algum tipo de fundo de investimento em Defesa, mas na hora da cobra fumar na aprovação da LDO, a coisa toda é posta de lado e esquecida. Fica a propaganda de sempre.
Ninguém quer o seu nome relacionado a "gastos militares", essa é a verdade. Na hora de decidir, os políticos detestam a ideia de serem vinculados a "gastos" cuja necessidade é absolutamente questionável do ponto de vista do populacho eleitor e que pode ser amplamente usada como arma política no horário eleitoral.
E brasileiro acredita piamente em tudo o que a TV diz.

[knigh7]

O Fundo da Marinha Mercante é administrado pelo Ministério dos Transportes...este ministério tem concordar que os recursos sejam repassados para investimento em outro ministério.

Mas é preciso diminuir o gasto com a folha salarial do Min da Defesa, porque na prática, é onde eles olham.

trecho da matéria da FSP na qual me referi no post anterior:


https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... ares.shtml

[FIGHTERCOM]

O Fundo da Marinha Mercante é administrado pelo Ministério dos Transportes...este ministério tem concordar que os recursos sejam repassados para investimento em outro ministério.

Mas é preciso diminuir o gasto com a folha salarial do Min da Defesa, porque na prática, é onde eles olham.

trecho da matéria da FSP na qual me referi no post anterior:


https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2 ... ares.shtml

Errado ele não tá!

Abraços,

Wesley

[FCarvalho]

O problema é que as ffaa's já vem diminuindo há um bom tempo o número de pessoal, e isto pode ser visto e constatado nos planejamentos das forças, e no próprio orçamento. A questão é que os cortes acontecem em um ritmo muito lento, e atingem principalmente de subtenente para baixo. Justamente o pessoal que menos ganha.

Junte-se a isso a diminuição quase imperceptível do número de vagas nas academias e escolas militares, mas novamente, as maiores atingidas são as que formam pessoal de tenente para baixo, objetivamente as que formam pessoal temporário.
Além disso, há cortes na mão de obra civil das forças também há tempos, e a substituição por outros onde e quando possível de acordo com a disponibilidade de pessoal.

A MB é das forças mais inchadas, tendo em vista que o número de oficiais é grande demais para uma força que praticamente não possui navios operacionais há pelo menos duas décadas. E cortar oficiais de carreira é algo que não tem precedente na historiografia militar.

Notar também que quase 40% dos efetivos militares de oficiais via de regra possuem algum grau de parentesco familiar. Ou seja, ser militar no Brasil, como em outros países, ainda é um negócio de família. Fica mais difícil então conseguir fazer cortes justamente onde oficiais generais mais protegem os seus interesses.

E sim, precisamos diminuir as despesas com salários, pensões e aposentadorias, mas para isso todo o arcabouço e a estrutura de pessoal terá que ser revisto, e para tanto, o MD teria que ter a iniciativa das mudanças. Mas como se sabe, o Ministério da Defesa não tem o respeito, o aceite, e muito menos a capacidade de gestar qualquer tipo de decisão que vá em contrário aos interesses pessoais do oficialato dentro das ffaa's. Os resultados são estes que vemos aí.

Agora, uma adendo. Para o ministro da casa civil falar que tem que cortar despesas com pessoal no MD para receber mais verba é fácil. Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Quero ver ele dizer a mesma coisa para deputados e senadores cortarem na própria carne as suas emendas em favor de qualquer coisa que seja em benefício do país. Mas ele não diz, claro.

[FCarvalho]

Brasil avança no processo de definição do limite exterior da plataforma continental brasileira na Margem Equatorial
Luiz Padilha por Luiz Padilha 13/08/2024

https://www.defesaaereanaval.com.br/def ... equatorial

Não sei se é para rir ou chorar.

[knigh7]

O problema é que as ffaa's já vem diminuindo há um bom tempo o número de pessoal, e isto pode ser visto e constatado nos planejamentos das forças, e no próprio orçamento. A questão é que os cortes acontecem em um ritmo muito lento, e atingem principalmente de subtenente para baixo. Justamente o pessoal que menos ganha.

Junte-se a isso a diminuição quase imperceptível do número de vagas nas academias e escolas militares, mas novamente, as maiores atingidas são as que formam pessoal de tenente para baixo, objetivamente as que formam pessoal temporário.
Além disso, há cortes na mão de obra civil das forças também há tempos, e a substituição por outros onde e quando possível de acordo com a disponibilidade de pessoal.

A MB é das forças mais inchadas, tendo em vista que o número de oficiais é grande demais para uma força que praticamente não possui navios operacionais há pelo menos duas décadas. E cortar oficiais de carreira é algo que não tem precedente na historiografia militar.

Notar também que quase 40% dos efetivos militares de oficiais via de regra possuem algum grau de parentesco familiar. Ou seja, ser militar no Brasil, como em outros países, ainda é um negócio de família. Fica mais difícil então conseguir fazer cortes justamente onde oficiais generais mais protegem os seus interesses.

E sim, precisamos diminuir as despesas com salários, pensões e aposentadorias, mas para isso todo o arcabouço e a estrutura de pessoal terá que ser revisto, e para tanto, o MD teria que ter a iniciativa das mudanças. Mas como se sabe, o Ministério da Defesa não tem o respeito, o aceite, e muito menos a capacidade de gestar qualquer tipo de decisão que vá em contrário aos interesses pessoais do oficialato dentro das ffaa's. Os resultados são estes que vemos aí.

Agora, uma adendo. Para o ministro da casa civil falar que tem que cortar despesas com pessoal no MD para receber mais verba é fácil. Pimenta nos olhos dos outros é refresco. Quero ver ele dizer a mesma coisa para deputados e senadores cortarem na própria carne as suas emendas em favor de qualquer coisa que seja em benefício do país. Mas ele não diz, claro.

Eles reduziram apenas entre 4 e 5%. Ainda tem muita gordura, em especial o EB. Está cheio de quartel espalhado aqui no Centro-Sul representando uma necessidade estratégica que na verdade não existe há mais de 30 anos.

[Strike91]

Muito interessante...