Senhores, vamos lá!
Hoje no mundo das FFAA's brasileiras não há espaço para um heli como o Merlim. Adoro ele.
O design, a capacidade propalada pelo fabricante e etc e tal, mas....., existem casos como o dos canadenses e de um outro pais que não me recordo agora, que devolveram algumas células por problemas estruturais. Não sei bem o que houve, mas tem fumaça ai.
O próprio representante diz que ele é caro demais, dito a mim pessoalmente.
Ele é extremamente glass cockipt para a amazonia. Tenham em mente que a amazonia é um ambiente extremamente hostil para aeronaves muito modernas. Tudo por lá "ataca" as modernidades.
Então, eu resolvi relatar a vocês o que eu vi e ninguém me contou.
Quando o Baikal - Mi-171 chegou ao Rio de Janeiro, ele veio dentro de AN-124 e já na VEM o avião parou, abriu a porta lateral de carga e com um"pau de carga" próprio( coisa de russo sabe), baixou o helicoptero que estava sem o trem de pouso e sem a caixa de transmissão e hélices, óbvio.
Bom, o pessoal especializado da VEM, todo técnico, acostumado com normas e procedimentos( muito útil na amazonia, rsrsrsrsrsrs), veio perguntar como poderiam ajudar.
Os russos disseram que naquele momento estava tudo sobre controle.
O pau de carga orgânico do avião sustentava o Mi-171 enquanto os tecnicos instalavam o trem de pouso nele.
1 hora se passou e pronto. O avião abaixou ele ao solo e depois baixou o restante dos equipamentos.
Ai, entra a parte mais gozada. O Mi-171 foi colocado num canto e o pessoal da VEM vendo a caixa de transmissão do helicoptero pronta para ser baixada, perguntaram aonde estavam os calços ou gabaritos para colocar ela em cima.
Os russos olharam um para o outro e deram uma risadinha sutil. Resolveram facilitar e pediram apenas alguns pneus velhos de avião. Pneus na "mão", eles baixaram a caixa em cima e foram terminar de montar o que faltava para depois trabalhar nela.
O pessoal da VEM não acreditava que apoiando a caixa em pneus velhos ela não sofresse danos. Ocidentais é claro!
Bem, chegada a hora de se colocar a caixa em cima no seu lugar. junta uma pequena platéia de engenheiros, técnicos da VEM para ver o que iria acontecer.
Iça-se a caixa e quando ela vai para o lugar um russo diz: Para!
Apruma ela na mão e diz: Vai!
Ela se encaixa de um lado faz: PRACT ou PLUCKT! Sei lá, fez um barulho esquisito.
Depois o outro lado e o barulho de novo.
Xiiii! diz um tecnico da VEM: Agora ferrou tudo.
Os russos dizem: OK, pode tirar o guindaste/Pau de carga. Acabou.
Todos se olharam e começou a bolsa de apostas.
Esse troço não vai funcionar, vcs ouviram aquele barulho?
Começa o trabalho frenético dos tecnicos russos. aperta parafuso daqui e dali.
Depois de 2 horas, eles levam o Mi-171 para fora afim de abastecer e ligar o motor.
Mais platéia. O 1º carrinho de energia não tem a energia correta. Vem o 2º e pronto, tudo alimentado e abastecido.
É chegada a hora de girar o motor e claro, os rotores.
O pessoal da VEM apreensivo, não sei se pelas apostas ou se por que achavam que aquilo ia quebrar.
O piloto russo aciona os motores, eles ligam é claro, os rotores giram que é uma beleza e no dia seguinte ele voou tranquilamente.
Moral da história: Para a amazonia tem que ser rustico, pratico e sem "frescuras" para se viver e sobreviver!
Espero que este relato ajude em algo. espero pelo menos.