Agora sim, finalmente tem debate. Creio que perceberam que meu post tinha o objetivo de expor duas questões, além de dar ensejo a um
segundo debate, este sobre a concepção do Guarani e da Cav Mec como um todo:
1 - O Guarani ser 6x6 é, em minha opinião, um erro de concepção. E sem conserto, acrescento.
2 - Um derivado VBR com peça 105/120 aprofunda e encarece o erro.
O resto foi apenas ilustrativo, realmente não ligo a mínima para se o EB quereria usar peça carregada manual ou automaticamente, se seria essa ou aquela torre, etc. Discussões assim apenas tiram o foco do que eu pretendia - e pretendo - debater. Super Trunfo já foi muito divertido, não nego, mas hoje apenas me deixa entediado. Foi o que temi ao ver os posts do nosso véio cupincha
Marechal e, relendo, creio que respondi com agressividade, cortando a charla logo a seguir (pior, nem tinha bebido. Agora sim, estou saboreando um treco muquirana mas que adoro e não provava faz uns 5 anos, DREHER. É bebida de pobre mas eu gosto e aliás, sou pobre mesmo
, mas vou ficar em apenas uma ou duas doses, tenho que fazer muita coisa amanhã e não posso me dar ao luxo de estar de ressaca). Assim, minhas desculpas, apenas temia que o real foco fosse perdido em uma barafunda de questiúnculas sobre detalhes secundários, ou seja, Super Trunfo. Agora que o debate
realmente começou, vamos lá.
Notemos o que tem postado - e ilustrado - o nosso amigo
Arcanjo: é um carro que caberia perfeitamente
em um conceito obsoleto. Ao menos para
nós. Uma espécie de Sucuri III agregando funções de Cascavel. Vamos examinar mais de perto:
O que é mostrado pelo colega - e, sejamos honestos, postulado até agora pelos ROB do EB, ou seja, o Arcanjo não está dizendo nenhum disparate, parte do EB é que sim - é uma VTR conhecida como "caça-tanques". Notar ainda a exigência da capacidade de aumentar o calibre da peça de 105 para 120. Um troço desses pode até ser usado em reconhecimento, apoio de fogo, segurança & quetales, mas sua função primária é emboscar e destruir CCs. Para qualquer coisa menor do que isso, basta a UT-30 ou TORC, ao menos na nossa realidade. O
Leandro aparentemente notou esta discrepância e sugeriu o correto: mísseis AC! Perfeito. Notar que, como já disse e repeti, nosso modelo de Bda Cav Mec é inteiramente baseado no da Stryker, ao menos até certo ponto (se tiver espaço, aprofundo isso). E a citada Bda ianque já tem um modelo específico para isso (M1134 com TOW, não recordo bem se em nível Btl ou Bda) e outro (M1127) para determinadas tarefas de reconhecimento, com sensores e armada apenas com uma .50 (alternativamente um LG40), cuja função é transportar e desembarcar uma patrulha para exploração de pontos de interesse específico, além de monitorar o terreno com os citados sensores. E dá para fazer isso no Guarani assim como está, mesmo com a desvantagem de um eixo a menos, e mexendo e gastando pouco, muitíssimo menos do que fazer um carro praticamente novo, como seria o VBR.
Ainda sobre isso de VBR, pergunto: vale a pena? Pois de
quantos carros estamos falando? Quinhentos? Mil? Algo capaz de gerar escala e compensar o "salgado" investimento? Arrisco que não. E acrescento um detalhe para "apimentar": uma das duas discussões internas mais
quentes sobre Cav Mec no EB é se, na Bda Cav Mec, deveria ser incluído um RCC. Até o momento, a tchurma do RCC está vencendo mas a resistência "purista" tem marcado seus pontos, alguns bem consistentes (por exemplo, em determinados terrenos o RCC teria de se separar do resto da Bda, pois esta é baseada na capacidade de transposição de pontes - da última vez que vi, era considerada a Categoria 21). Bueno, suponhamos que vença o pessoal do RCC, como ficaria? Oras, no lado bom teriam muito maior capacidade de encarar ações de choque do que com VBRs, no ruim ia faltar RCC, pois a Cav Bld precisa de todos os que tem. Só pelo acima já podem ver que não sou nada
neutro nesta questão...
Mas ainda me atendo à VBR-MR (e levando em conta que nós, do Continente Americano, jamais vimos ondas de CCs esmagando tudo à sua frente como na Europa. Não é à toa que praticamente só lá desenvolvem VTRs sobre rodas com poder de fogo - canhão - para destruir um CC; primeiro viram os Alemães passando por cima de tudo, poucos anos depois viram os Russos fazendo o mesmo com os Alemães e a seguir passaram décadas na Guerra Fria, temendo sobretudo a visão de milhares de "Ts" - escolham o numeral - soviéticos arrasando com tudo ao seu alcance, isso não se apaga da memória coletiva em uma ou duas gerações) não sairia mais em conta um "Centauro BR" ou similar (talvez Made In Italy) mas com maior comunalidade logística com o Guarani? Tipo, na propulsão, um Iveco Cursor 13? Pelo menos pouparíamos uma nota preta para descobrir que o Brasil
NÃO fica na Europa Ocidental...
Por ora era isso.
PS.: renovadas desculpas ao Marechal véio.