gabriel219 escreveu: ↑Qui Nov 05, 2020 11:58 am
O Spike precisa continuar no lançador próprio, até pela capacidade LOAL dele, que é o que mais me chama a atenção. Já o LAHAT quanto o MAPATS sim, porém prefiro o LAHAT por poder ser disparados de viaturas com canhão e ainda poder atacar em forma overfly ou topattack.
Aqui temos algo interessante, pois o LAHAT é feito pela IAI enquanto o Spyke é produzido pela Rafael.
Se não estou enganado, esta última empresa faz parte do Elbit Group e seria um "rival" natural da IAI em termos mercadológicos. Assim, é possível que ambas as empresas possam eventualmente estar livres para concorrer pelo mercado brasileiro, sendo que a Elbit já tem dois pés aqui dentro, enquanto a IAI ainda passa ao largo da BID.
Mesmo assim, a IAI pode muito bem agir em dois sentidos: manter o MSS 1.2 e dar-lhe um "banho de loja" caso a empresa verifique o interesse do EB em sua manutenção, ou adaptar o seu míssil ao lançador da SIATT, mantendo a empresa no processo de adaptação/desenvolvimento do mesmo. Ou pode-se até mesmo fazer as duas coisas, pois expertise é que não falta aos israelenses. O problema maior desses mísseis é o alto custo de ambos os sistemas.
Existe até a possibilidade de a SIATT simplesmente ser comprada pela IAI. O que não seria propriamente nenhuma novidade por aqui. É triste mas essa é uma possibilidade real, antes mesmo de qualquer RFI ser lançado para um novo míssil anti-carro para o EB. Os israelenses não costumam marcar passo.
No caso do Spyke, o modelo mais adequado ao que temos hoje sob demanda nos batalhões de infantaria do EB é o modelo MR/LR que pode ser utilizado sem maiores problemas nas seções AC das cia cmdo ap.
Eu sou de opinião que precisamos atualizar para ontem a organização da infantaria, e dessa forma poder não apenas melhor equipá-la como dar-lhe as condições críveis necessárias para enfrentar a nova realidade do campo de batalha. Assim, podemos assumir o fato de que toda a família Spyke é passível de emprego em todos os níveis do batalhão, de pelotão ao comando do Btl. E isso é válido para todos os modelos de mísseis AC que existem por aí no mercado e que se encaixam nesta possibilidade.
O Peru mostrou acima com praticidade que pode-se compensar deficiências em outros setores do exército investindo em áreas que não demandam gastos que extrapolam a realidade orçamentária anual da forças e a sua capacidade de investir no curto prazo.
Se formos seguir a END à risca, e isto os militares fazem questão de fazer na medida do possível, indiferente às opiniões alheias, é fato que o MSS 1.2 só será deixado de mão definitivamente se não houver outra alternativa plausível. Isto pode abrir espaço para soluções importadas, ou feitas aqui sob demanda.
Uma rápida olhada na organização atual e as OM que devem fazer parte da FORPRON, é lícito dizer que a demanda mínima atual é de cerca de 40 lançadores + 80 mísseis. Apenas para equipar 10 btl inf daquele projeto quanto totalmente integrado, e que devem ser a ponta de lança dessa força. Se considerarmos as 10 brigadas como um todo, são 120 lançadores, no mínimo.
A partir dos números mostrados da compra peruana, é possível dizer que seria viável fazer uma compra que viesse a equipar na íntegra todas as brigadas da FORPRON, mas eu duvido muito que isso aconteça, por mais que o investimento necessário ficasse abaixo dos US 100 milhões para isso. Na verdade, considerando apenas o Kornet, talvez seja viável afirmar que esta aquisição nos custasse entre 40 e 60 milhões de dólares, com tudo incluso. Não descarto esta hipótese, por mais improvável que ela seja. Já usamos aqui os Igla, e não seria um problema negociar com os russos a troca destes mísseis por insumos brasileiros. Enfim, as opções são várias. Vai depender essencialmente do que queiramos fazer.
No que depender do EB, presumo que uma solução nacional, ou que favoreça a BID o mais possível é a que será demandada. Na falta desta, vale o bom, nem tão bonito assim e essencialmente barato.
Já é bem melhor do que nada.
abs