Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Acho que a ideia foi mostrar que essa dominacao por empresas estrangeiras vem por falta de investimentos e leis que protejam empresas e projetos nacionais, alem 'e claro, encomendas apropriadas.
Todos sao culpados... Governo, FAs e at'e as proprias empresas. E exemplos 'e o que nao faltam desse "padrao" Tupiniquim de falta de investimentos, terrivel gestao do pouco $ que se tem e consequente ufanismo fora de proporcao quando algo aparece...
A falta de investimentos e de atencao gera isso mesmo. O problema 'e que ficamos na mao de empresas estrangeiras e propagandas.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Lima véio, seria tri se fosse tão simples: é só a Indústria Bélica? NÃO!Carlos Lima escreveu:Acho que a ideia foi mostrar que essa dominacao por empresas estrangeiras vem por falta de investimentos e leis que protejam empresas e projetos nacionais, alem 'e claro, encomendas apropriadas.
Todos sao culpados... Governo, FAs e at'e as proprias empresas. E exemplos 'e o que nao faltam desse "padrao" Tupiniquim de falta de investimentos, terrivel gestao do pouco $ que se tem e consequente ufanismo fora de proporcao quando algo aparece...
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Me cites UMA SÓ marca de automóvel, caminhão ou motocicleta que se possa realmente chamar de Nacional. Vale jipe e pick-up também. Sobre isso teve a Troller, que lançou um jipinho legal e, quando mostrou uma pick-up que pretendia lançar, foi rapidamente comprada pela Ford. Era vender ou fechar. Sobrevive a Agrale, graças à boa vontade (que pode ser retirada a qualquer momento) das FFAA. E manda ela tentar se espichar muito para o meio civil (tipo lançar um carro popular) só pra ver quanto tempo fica com as portas abertas. FIAT/IVECO, Ford, VW & cia não estão para brincadeiras: lembras da Gurgel?
“Look at these people. Wandering around with absolutely no idea what's about to happen.”
P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
O problema nesse caso não é falta de lei.Carlos Lima escreveu:Acho que a ideia foi mostrar que essa dominacao por empresas estrangeiras vem por falta de investimentos e leis que protejam empresas e projetos nacionais, alem 'e claro, encomendas apropriadas.
Todos sao culpados... Governo, FAs e at'e as proprias empresas. E exemplos 'e o que nao faltam desse "padrao" Tupiniquim de falta de investimentos, terrivel gestao do pouco $ que se tem e consequente ufanismo fora de proporcao quando algo aparece...
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É modelo de negócios, mercado, capacidade de investimento do Governo e das empresas e estratégia.
A Aeroeletrônica se beneficiou durante o programa AMX, absorveu know how, fabricou outras (em escala relativamente baixa, diga-se) e com o fim desse programa seu mercado ficou muito limitado e entrou em crise (o Brasil estava em crise nesse período). Não havia outro programa nacional que pudesse sustentá-la e nem levá-la a outro patamar. E ela não teve competitividade para sobreviver do mercado internacional. A solução para evitar o seu fechamento foi o programa de modernização do F-5 que exigiu como offset que a empresa selecionada assumisse o seu controle e investisse nela.
https://pbrasil.wordpress.com/2009/11/1 ... a-em-2010/A Elbit foi uma das pioneiras no Brasil no cumprimento de acordos de “offset” (contrapartida tecnológica) e seu primeiro compromisso com a FAB foi a compra da Aeroeletrônica, em 1996. Na época a empresa brasileira estava em dificuldades financeiras e corria o risco de fechar as portas. “A Aeroeletrônica é fruto do projeto F-5BR, sendo um dos maiores exemplos de como um contrato de “offset” bem gerenciado pode produzir resultados expressivos para todo o Brasil”, disse o Cecomsaer em resposta a uma das perguntas feitas pelo Valor.
Com o treinamento de engenheiros brasileiros em Israel, a empresa conseguiu transferir para o Brasil a tecnologia de aviônicos e de integração de sistemas de missão para aeronaves. Atualmente, segundo a aeronáutica, 85% do valor do “offset” acordado com a Elbit já foi cumprido. A tecnologia desenvolvida para o F-5, segundo a Elbit, também já está sendo aplicada na modernização 54 aviões Bandeirante da FAB, um projeto avaliado em US$ 35 milhões.
http://www2.camara.leg.br/atividade-leg ... nacional-aO que é interessante colocar sobre esses três projetos que eu mostrei para os
senhores, o A-29 AL-X, o F-5 modernizado e o A-1 modernizado? A Força Aérea
optou pela comunalidade no que se refere à aviônica das aeronaves. Então, dentro
do Projeto F-5, em 2000 — inclusive está presente, nesta Casa, o Oficial General
que assinou esse acordo de compensação —, previa-se que a empresa israelense
Elbit, que era fornecedora dos equipamentos, fizesse um offset para aquisição de
uma indústria no Brasil capaz, inicialmente, de fazer a logística desses
equipamentos, para que a manutenção não fosse feita fora do Brasil. Isto foi em
2000. Hoje, em 2013, essa indústria que começou como mera mantenedora de
equipamentos é capaz de desenvolver sistemas e desenvolver aviônicos. Eu estou
falando da Aeroeletrônica, que é hoje uma grande indústria do parque industrial
brasileiro.
Editado pela última vez por Penguin em Ter Mai 30, 2017 6:46 pm, em um total de 1 vez.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Veio,Túlio escreveu:Lima véio, seria tri se fosse tão simples: é só a Indústria Bélica? NÃO!Carlos Lima escreveu:Acho que a ideia foi mostrar que essa dominacao por empresas estrangeiras vem por falta de investimentos e leis que protejam empresas e projetos nacionais, alem 'e claro, encomendas apropriadas.
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Existe entao um historico nesse problema que 'e cercado de lobbies e politicagens.
Pode ser resolvido na Industria belica? Claro que sim.
Existe vontade politica e das FAs de resolver esse problema? Claro que nao.
Falta visao e comprometimento com programas estrategicos (carros, motocicletas e caminhoes nao sao).
Como eu disse no meu post anterior a bagunca vem de todos os lados e 'e historica. Industria so sobrevive com continuidade de investimentos, compras, "updates" e muito P&D.
Obviamente que para projetos pontuais ou pedacos de projeto, associacoes sao bem-vindas, mas a IP (Propriedade Intelectual) tem que ser nossa.
O que nao pode e' esse papo de nos enganarmos com projetos que na verdade nao sao nossos, e sao pintados de verde e amarelo.
Enfim... na verdade at'e pode, s'o nao podemos nos enganar.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Como eu ja disse.Penguin escreveu:O problema nesse caso não é falta de lei.Carlos Lima escreveu:Acho que a ideia foi mostrar que essa dominacao por empresas estrangeiras vem por falta de investimentos e leis que protejam empresas e projetos nacionais, alem 'e claro, encomendas apropriadas.
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https://pbrasil.wordpress.com/2009/11/1 ... a-em-2010/A Elbit foi uma das pioneiras no Brasil no cumprimento de acordos de “offset” (contrapartida tecnológica) e seu primeiro compromisso com a FAB foi a compra da Aeroeletrônica, em 1996. Na época a empresa brasileira estava em dificuldades financeiras e corria o risco de fechar as portas. “A Aeroeletrônica é fruto do projeto F-5BR, sendo um dos maiores exemplos de como um contrato de “offset” bem gerenciado pode produzir resultados expressivos para todo o Brasil”, disse o Cecomsaer em resposta a uma das perguntas feitas pelo Valor.
Com o treinamento de engenheiros brasileiros em Israel, a empresa conseguiu transferir para o Brasil a tecnologia de aviônicos e de integração de sistemas de missão para aeronaves. Atualmente, segundo a aeronáutica, 85% do valor do “offset” acordado com a Elbit já foi cumprido. A tecnologia desenvolvida para o F-5, segundo a Elbit, também já está sendo aplicada na modernização 54 aviões Bandeirante da FAB, um projeto avaliado em US$ 35 milhões.
http://www2.camara.leg.br/atividade-leg ... nacional-aO que é interessante colocar sobre esses três projetos que eu mostrei para os
senhores, o A-29 AL-X, o F-5 modernizado e o A-1 modernizado? A Força Aérea
optou pela comunalidade no que se refere à aviônica das aeronaves. Então, dentro
do Projeto F-5, em 2000 — inclusive está presente, nesta Casa, o Oficial General
que assinou esse acordo de compensação —, previa-se que a empresa israelense
Elbit, que era fornecedora dos equipamentos, fizesse um offset para aquisição de
uma indústria no Brasil capaz, inicialmente, de fazer a logística desses
equipamentos, para que a manutenção não fosse feita fora do Brasil. Isto foi em
2000. Hoje, em 2013, essa indústria que começou como mera mantenedora de
equipamentos é capaz de desenvolver sistemas e desenvolver aviônicos. Eu estou
falando da Aeroeletrônica, que é hoje uma grande indústria do parque industrial
brasileiro.
A boa e velha politica mulamba de Defesa Brasileira.
Esse 'e o problema.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Lima,Carlos Lima escreveu:Veio,Túlio escreveu: Lima véio, seria tri se fosse tão simples: é só a Indústria Bélica? NÃO!
Me cites UMA SÓ marca de automóvel, caminhão ou motocicleta que se possa realmente chamar de Nacional. Vale jipe e pick-up também. Sobre isso teve a Troller, que lançou um jipinho legal e, quando mostrou uma pick-up que pretendia lançar, foi rapidamente comprada pela Ford. Era vender ou fechar. Sobrevive a Agrale, graças à boa vontade (que pode ser retirada a qualquer momento) das FFAA. E manda ela tentar se espichar muito para o meio civil (tipo lançar um carro popular) só pra ver quanto tempo fica com as portas abertas. FIAT/IVECO, Ford, VW & cia não estão para brincadeiras: lembras da Gurgel?
Existe entao um historico nesse problema que 'e cercado de lobbies e politicagens.
Pode ser resolvido na Industria belica? Claro que sim.
Existe vontade politica e das FAs de resolver esse problema? Claro que nao.
Falta visao e comprometimento com programas estrategicos (carros, motocicletas e caminhoes nao sao).
Como eu disse no meu post anterior a bagunca vem de todos os lados e 'e historica. Industria so sobrevive com continuidade de investimentos, compras, "updates" e muito P&D.
Obviamente que para projetos pontuais ou pedacos de projeto, associacoes sao bem-vindas, mas a IP (Propriedade Intelectual) tem que ser nossa.
O que nao pode e' esse papo de nos enganarmos com projetos que na verdade nao sao nossos, e sao pintados de verde e amarelo.
Enfim... na verdade at'e pode, s'o nao podemos nos enganar.
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Não dá para generalizar.
Por exemplo, é usual que a IP pertença a quem a custeou o desenvolvimento. Isso acontece tb em projetos com recursos públicos. Não se engane.
Isso vale para a AEL, para a IVECO, para a MECTRON, para a Avibrás, para a EMBRAER etc.
O que não é razoável é vc ter a IP de algo que vc não desenvolveu e nem pagou para adquiri-lo.
Direito de uso é outra coisa.
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Editado pela última vez por Penguin em Ter Mai 30, 2017 7:44 pm, em um total de 2 vezes.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Só de defesa não.Carlos Lima escreveu:Como eu ja disse.Penguin escreveu: O problema nesse caso não é falta de lei.
É modelo de negócios, mercado, capacidade de investimento do Governo e das empresas e estratégia.
A Aeroeletrônica se beneficiou durante o programa AMX, absorveu know how, fabricou outras (em escala relativamente baixa, diga-se) e com o fim desse programa seu mercado ficou muito limitado e entrou em crise (o Brasil estava em crise nesse período). Não havia outro programa nacional que pudesse sustentá-la e nem levá-la a outro patamar. E ela não teve competitividade para sobreviver do mercado internacional. A solução para evitar o seu fechamento foi o programa de modernização do F-5 que exigiu como offset que a empresa selecionada assumisse o seu controle e investisse nela.
https://pbrasil.wordpress.com/2009/11/1 ... a-em-2010/
http://www2.camara.leg.br/atividade-leg ... nacional-a
A boa e velha politica mulamba de Defesa Brasileira.
Esse 'e o problema.
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A política e as políticas públicas no Brasil eram e são mulambas.
Vc lembra como estava a situação do Brasil durante a década de 80/90? Hiperinflação, crise econômica, moratória, baixa capacidade de investimento do Estado etc.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Carlos Lima escreveu: Veio,
Existe entao um historico nesse problema que 'e cercado de lobbies e politicagens.
Pode ser resolvido na Industria belica? Claro que sim.
Existe vontade politica e das FAs de resolver esse problema? Claro que nao.
Falta visao e comprometimento com programas estrategicos (carros, motocicletas e caminhoes nao sao).
Como eu disse no meu post anterior a bagunca vem de todos os lados e 'e historica. Industria so sobrevive com continuidade de investimentos, compras, "updates" e muito P&D.
Obviamente que para projetos pontuais ou pedacos de projeto, associacoes sao bem-vindas, mas a IP (Propriedade Intelectual) tem que ser nossa.
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Te enganas, cupincha, na parte que sublinhei reside um dos grandes problemas de desenvolvimento que temos, e que se desdobram por todos os demais setores que agregam em P&D: se não conseguimos sequer fazer um motor 1.0 e sua transmissão, desenhar um carro competitivo em torno dele e montar uma fábrica para produzi-lo em série, além de uma rede de distribuição e manutenção, mas ao mesmo tempo estamos muito satisfeitos com "nossos" Renaults, Volkswagens, GMs, Fords e Fiats da "IAN" (Indústria Automotiva "Nacional"), qual a esperança de sermos capazes de voos muito mais altos? Ou seja, se nem de criar uma IAN (Indústria Automobilística Nacional) somos capazes, o que diabos queremos/esperamos de uma BID, muito mais complexa e com menor expectativa de retorno? Um milagre? Só se for isso. Pois o que temos diante de nós é Estratégico SIM! Quem não sabe nem pode fazer um simples carro popular vai sair fazendo MBT, caça, SSK/SSN sem pedir penico a ninguém?
E, nestes termos, por mim Gripen pintado de verde-amarelo com aviônicos AEL da mesma cor são tão Nacionais (ou "nacionais") quanto nossos carros. Se nem estes conseguimos fazer sozinhos, bueno...
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Esse eh o cenário nacional.Túlio escreveu:Carlos Lima escreveu: Veio,
Existe entao um historico nesse problema que 'e cercado de lobbies e politicagens.
Pode ser resolvido na Industria belica? Claro que sim.
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E, nestes termos, por mim Gripen pintado de verde-amarelo com aviônicos AEL da mesma cor são tão Nacionais (ou "nacionais") quanto nossos carros. Se nem estes conseguimos fazer sozinhos, bueno...
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Eu não vou me cansar de repetir:
A indústria nacional não precisa de proteção ela precisa sim é de MERCADO.
E este só vai se criar quando nós deixarmos de ser escravos dos senhor feudal chamado estado corrupto Brasileiro.Isto vai acontecer quando estado for trazido para o seu tamanho devido, com uma reforma fiscal que tribute lucro e não produção, uma reforma trabalhista que nos tire da atual CLT inspirada na carta del lavoro, e principalmente num estado eficiente que nos permita reduzir custos de produção com diminuição de custos logísticos e energéticos. tudo isto vale também para a indústria bélica.
G abraço
A indústria nacional não precisa de proteção ela precisa sim é de MERCADO.
E este só vai se criar quando nós deixarmos de ser escravos dos senhor feudal chamado estado corrupto Brasileiro.Isto vai acontecer quando estado for trazido para o seu tamanho devido, com uma reforma fiscal que tribute lucro e não produção, uma reforma trabalhista que nos tire da atual CLT inspirada na carta del lavoro, e principalmente num estado eficiente que nos permita reduzir custos de produção com diminuição de custos logísticos e energéticos. tudo isto vale também para a indústria bélica.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Concordo com esse ponto de vista.juarez castro escreveu:Eu não vou me cansar de repetir:
A indústria nacional não precisa de proteção ela precisa sim é de MERCADO.
E este só vai se criar quando nós deixarmos de ser escravos dos senhor feudal chamado estado corrupto Brasileiro.Isto vai acontecer quando estado for trazido para o seu tamanho devido, com uma reforma fiscal que tribute lucro e não produção, uma reforma trabalhista que nos tire da atual CLT inspirada na carta del lavoro, e principalmente num estado eficiente que nos permita reduzir custos de produção com diminuição de custos logísticos e energéticos. tudo isto vale também para a indústria bélica.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Eu tb.Carlos Lima escreveu:Concordo com esse ponto de vista.juarez castro escreveu:Eu não vou me cansar de repetir:
A indústria nacional não precisa de proteção ela precisa sim é de MERCADO.
E este só vai se criar quando nós deixarmos de ser escravos dos senhor feudal chamado estado corrupto Brasileiro.Isto vai acontecer quando estado for trazido para o seu tamanho devido, com uma reforma fiscal que tribute lucro e não produção, uma reforma trabalhista que nos tire da atual CLT inspirada na carta del lavoro, e principalmente num estado eficiente que nos permita reduzir custos de produção com diminuição de custos logísticos e energéticos. tudo isto vale também para a indústria bélica.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Acho que nao me fiz entender bem.Túlio escreveu:Carlos Lima escreveu: Veio,
Existe entao um historico nesse problema que 'e cercado de lobbies e politicagens.
Pode ser resolvido na Industria belica? Claro que sim.
Existe vontade politica e das FAs de resolver esse problema? Claro que nao.
Falta visao e comprometimento com programas estrategicos (carros, motocicletas e caminhoes nao sao).
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Obviamente que para projetos pontuais ou pedacos de projeto, associacoes sao bem-vindas, mas a IP (Propriedade Intelectual) tem que ser nossa.
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E, nestes termos, por mim Gripen pintado de verde-amarelo com aviônicos AEL da mesma cor são tão Nacionais (ou "nacionais") quanto nossos carros. Se nem estes conseguimos fazer sozinhos, bueno...
Eu so' coloquei que diante de projetos militares, carros nao seriam tao estrategicos, mas entendo o seu ponto de vista e sob essa perspectiva eu concordo.
Infelizmente so consumimos tudo que esta na nossa frente e nos preocupamos com o agora ao inves de longo prazo. Ai empresas predadoras fazem a festa com a ajuda de compatriotas infelizmente.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Concordamos. Há muito a ser feito e poucos - se é que há algum - com ao mesmo tempo poder e disposição para fazer.
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Re: Consolidação da Indústria de Defesa no Brasil
Essa é a mesma desculpa usada pelos petistas mais crédulos para defender a Odebrecht defesa, então, a resposta é a mesma.Túlio escreveu:Penguin escreveu: O curioso disso tudo é que quando a empresa estava em crise, com risco de fechamento, ninguém se revoltou.
Mas muitos se revoltam com a solução encontrada para mantê-la funcionando e de forma sustentável e empregando mais de 100 engenheiros brasileiros em atividades muito especializadas.
Ou seja, se a empresa tivesse encerrado as atividades, estaria tudo bem para essa gente.
Aí uma constatação tão verdadeira quanto deprimente: se estrangeiro monta empresa ou compra uma já existente, então não presta; se a dita empresa, por falta de recursos, fecha, tudo bem, é da vida. Muitos choram pelo Osório mas algum lembra da ENGESA? Não, apostam tudo na IVECO e KMW, beleza. Reclamam da Aeroeletrônica ser agora AEL mas param para pensar que a empresa-mãe, a AEROMOT, fechou faz tempo por falta de encomendas/investimentos? Já postei fotos de 2014 aqui, quando visitei as instalações representando o Portal, uma tristeza só. Quem deu bola? Não sei se comentei mas via o dono, Eng Cláudio, perambulando pelos eventos da BID Gaúcha no COMDEFESA-FIERGS, com um folder de um projeto de drone-alvo decente (não aquele aeromodelo com flare de acampamento), tentando em vão interessar algum estreludo das FFAA. Necas, babaus.
E a AEL é a bandida da história?
Primeiro que, sim, muitos reclamaram e reclamam quando essas empresas estão prestes a falir, se olhar nesse forum mesmo não falatarão mensagens lamentando o fato das FAs não darem chances a projetos nacionais, mas como é tradição, as reclamações são ignoradas e esquecidas.
Segundo, opiniões são diversas, não é todo mundo que reclama, alguns reclamam até de serem empresas nacionais, como por exemplo, no caso das CV-03 que o tempo todo nas navais aparece alguém "sugerindo" trocar o projeto por qualquer coisa estrangeira, então, nem todo mundo concorda com isso de indústria brasileira, as opiniões não são unânimes.
Terceiro, as FAs e governo ignoram a maior parte da indústria nacional, deixam essas empresas morrerem e nem se importam com qualquer projetos que elas tenham, a Mectron não recebia nada do governo, ou então, recebia muito pouco, a Aeroeletrônica idem, uma foi comprada pela Odebrecht e a outra pela Elbit, ai passaram a ganhar um monte de contratos sem licitação e se envolver em praticamente todos os programas das FAs (enquanto outras indústrias nacionais continuavam esquecidas), ai dizem, o faturamento dessas empresas aumentou muito depois da mudança de dono... Mas por que elas passaram a receber dinheiro do governo depois da mudança de dono? Capacidade de liderança na nova gestão ?
E por fim, eu sei que a Odebrecht é genuinamente nacional, mas, ao menos para mim, isso não é desculpa para subornar governantes, se eles conseguem um contrato nacional por propina, então são traidores, e ferro neles.
"Quando um rico rouba, vira ministro" (Lula, 1988)