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Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Dez 25, 2008 7:21 pm
por cvn73
Interessante a entrevista com o Marco Aurélio "top-top" Garcia

Ele me pareceu "meio mudado".
Assessor de Lula vê "afinidade subjetiva" do Brasil com Cuba



CLAUDIO DANTAS SEQUEIRA
da Folha de S.Paulo
Investimentos, ajuda humanitária e apoio diplomático compõem o atual momento das relações entre Brasil e Cuba. O país, que ensaia abertura cautelosa após 50 anos de comunismo, é privilegiado pela política externa brasileira. Nas palavras do assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia, há uma "afinidade subjetiva" entre Lula e os irmãos Fidel e Raúl Castro. "Mas não é uma relação ideológica", diz Garcia, evitando classificar o regime cubano.

"Temos um sistema político e valores diferentes." Em entrevista à Folha, o assessor diz que a crise financeira vai adiar iniciativas como a reforma da ONU, mas está otimista com a integração da região. "A crise com o Equador está superada."


Folha - Na reunião de Salvador, há uma semana, surgiu a idéia da união latino-americana. Já temos o Mercosul e a Unasul. Não é cedo para uma iniciativa do tipo?
Marco Aurélio Garcia - Nosso esforço inicial de integração foi sul-americano. A idéia era a aproximação em blocos. Mas houve um efeito positivo sobre a América Central e do Caribe. Temos problemáticas econômicas, étnicas e políticas semelhantes. Estamos buscando uma identidade regional. México e Cuba mudaram a percepção sobre as questões que estão em jogo na política externa, e agora apostam na América Latina. Havíamos convidado Cuba para o Grupo do Rio há três anos, mas não houve interesse.

Folha - Por que a mudança?
Garcia
- O Sul está se fazendo respeitar, com a melhoria da situação econômica, o avanço democrático. Isso exerce uma certa influência. Estamos descobrindo nossa importância, temos um grande potencial energético, mineral, uma biodiversidade extraordinária, uma das maiores reservas agrícolas do mundo e um imenso mercado consumidor. Mas não queremos substituir os Estados Unidos, nem no conteúdo e muito menos na forma. Chegamos ao fim do apogeu das idéias neo-conservadoras e do unilateralismo. Isso se traduz em orientações de integração. Nos interessa a Argentina forte industrialmente, que a Bolívia se torne estável e a Venezuela não produza só petróleo, mas diversifique a produção. Cada país tem uma leitura particular. O [Hugo] Chávez vê isso de uma ótica bolivariana, o Evo [Morales] vê isso do ponto de vista de uma certa refundação com os povos originários. Nós temos outro tipo de visão e o Chile tem outra. Mas conseguimos estabelecer um terreno comum.

Folha - E os conflitos com o Equador e o Paraguai?
Garcia - Com o Equador, a moratória seria uma catástrofe para o futuro dos investimentos lá. É um episódio ruim, por isso reagimos. Mas na minha opinião, a crise foi superada e o embaixador pode voltar. Outras empresas já estão querendo substituir a Odebrecht. Com o Paraguai houve um avanço de método para elevar o diálogo, que às vezes fica contaminado. Temos que ter sensibilidade sobre a questão de Itaipu. Não vamos perdoar a dívida, mas não queremos um Paraguai pobre. Ninguém perde por ser generoso, mas aqui no Brasil isso é entendido como fraqueza. Mas os que criticam praticaram subserviência.

Folha - Qual impacto terá a crise financeira?
Garcia
- Não sabemos ainda, mas vamos sofrer mais se estivermos isolados. Temos que evitar o protecionismo, aumentar a confiança e evitar conflitos desnecessários. E essas reuniões, que muitos criticam, são fundamentais para a confiança. Se fôssemos arrogantes com o Evo [Morales] em 2006, a coisa tinha piorado. Hoje a produção de gás cresce e nossa relação é muito boa. As pessoas podem não gostar do Evo, criticar o Lula por respeitar o [Alvaro] Uribe, que admira o Fidel. A política é complexa.

Folha - A relação com Cuba é ideológica?
Garcia
- Não é ideológica. Não compartilhamos uma série de valores dos cubanos. Nosso sistema político e eleitoral é diferente. Mas não é esse o problema. Queremos ajudar Cuba, como a Jamaica. Com a particularidade de que, com Cuba, há um elemento de afinidade subjetiva. Várias gerações entraram na política tendo o modelo cubano como referência, a forma como defenderam a soberania e as mudanças sociais implementadas. Gostemos ou não, quando fizerem um inventário dos grandes personagens do século 20, Fidel Castro vai estar nele.

Folha - Hugo Chávez quer se reeleger sucessivamente. Isso não fere a democracia?
Garcia
- No Mercosul temos a cláusula democrática. Achamos que a integração reforça a democracia, mas não exportamos paradigmas. Se as eleições são livres, não há problema. Só espero que esse assunto não interfira na reunião do Lula com [o presidente francês, Nicolas] Sarkozy, já que a França é um país com eleição indefinida. Isso também não fazia parte da tradição francesa. O general DeGaulle foi quem introduziu. Tanto é que alguns caracterizaram a 5ª República como um golpe de Estado permanente.

Folha - Como responder às críticas sobre o fracasso de Doha, do G20 e da reforma do Conselho de Segurança da ONU?
Garcia
- Doha não foi um fracasso do Brasil, foi um fracasso do mundo inteiro. Levamos uma tese para o G20. Muita gente diz que é só retórica, mas sem retórica as ações não se consubstanciam. O fato é que o Brasil se transformou em referência importante nos últimos anos. Em primeiro lugar, no plano econômico e social e no aprofundamento da democracia. Em segundo lugar, porque entrou em várias bolas divididas internacionais. Nós participamos ativamente das negociações comerciais. Alguém vai dizer, "fracassaram". Bom, claro. Não tem nenhum time de futebol que só contabilize vitórias. Estamos participando ativamente no reordenamento da arquitetura institucional internacional, seja na briga do Conselho de Segurança, ou na reforma da ONU em sentido mais amplo, seja na presença no G8 ampliado. Isso tudo exige trabalho, exige reflexão, iniciativas concretas, como aumentar o número de embaixadas e de embaixadores. A ampliação do Conselho de Segurança, naturalmente poderá ser retomada, mas estou cético. O contexto de crise não vai ajudar. Mas a reforma é um imperativo, pois temos enormes focos de tensão internacionais.

Folha - E quais são as ameaças de segurança na nossa região?
Garcia
- Aqui na região temos ameaças potenciais. No Brasil, a Amazônia e o litoral, com sua riqueza energética. Por isso criamos o Conselho Sul-americano e Defesa. Vamos trocar informações, configurar um debate da segurança coletiva e reerguer a indústria de defesa, que vai prover as forças armadas da região. O Conselho tem uma estrutura light no momento atual. Não daria para funcionar se projetasse uma ambição desmesurada, que pudesse criar suspicácias ou resistências. Estávamos defasados. Grande parte das América do Sul nos últimos 40 anos viveu sob ditaduras militares, sob a égide da Doutrina de Segurança Nacional. Isso caducou e não veio nada no lugar. Queria chamar a atenção para um problema fundamental que é o seguinte: projeto político de integração que não tem dimensão de defesa, vai ser tutelado por alguém. A Europa hoje, vive essa ambigüidade, da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e não consegue construir um projeto. Os europeus vão dizer que não é bem assim, mas eu acho que é assim. A regionalização da indústria de defesa vai gerar emprego e conhecimento científico e tecnológico.

Folha - Como financiar? Não corremos o risco de repetir o modelo de outros países, fornecendo equipamentos para a guerra dos outros?
Garcia
- A concepção de defesa que nós temos é dissuasiva. O último grande conflito que temos na região é interno na Colômbia, que está amainando e oxalá se resolva rapidamente pela via diplomática. Então temos uma concepção dissuasiva, grande parte dos conflitos podem ser resolvidos. Agora, temos ameaças potenciais. Ou você enfrenta ou não. Eu vou lhe dar um exemplo de que a roda está andando: os Super Tucanos. O Chile comprou, a Colômbia comprou, o Equador está comprando, a Bolívia quer comprar e a Venezuela queria comprar, mas foi impedida e acabou comprando de outro. Nós gostaríamos que esse avião fosse regional, não só no consumo, mas também na produção. Os chilenos estão produzindo algumas peças já de aviões da Embraer. Nós não estamos financiando a guerra. Estamos financiando justamente a paz, se nós tivermos a idéia de que os mísseis vendidos para o Paquistão são dissuasivos. Por outro lado, se não vendermos, alguém vende. Não podemos ter uma atitude cínica, de que não nos interessa vender armamento. Claro que nos interessa! Mas tampouco devemos ter um atitude romântica. Não é a construção de uma indústria de defesa da região que será um fator de instabilidade política. Temos que ter responsabilidade e fazer com que os meios diplomáticos se sobreponham aos meios militares.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Qui Dez 25, 2008 7:50 pm
por Sterrius
Gostei tb dessa entrevista do marcos aurelio garcia.

È uma visão bem moderada e sem extremismos e também procurando saber onde pisar ao inves de apenas sair atropelando. (Como criar um conselho sul americano de defesa "light" para dpois reforça-lo quando as bases estiverem fundadas).

Se estes planos vão funcionar ou não so daqui a 10 ou 20 anos saberemos. Mas é uma linha de raciocinio bem logica e que pode dar certo.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 12:03 am
por rafafoz
Bem notei que foi comentado, sobre a UnaSul, e o interesse dos países da América Central e do Caribe, será que como foi citado a união não só da Unasul, mais sim das Américas Central, América do Sul e Caribe, formando um bloco aos moldes que se tem em mente da Unasul, mais como os países que compõem toda a região?

Conselho de defesa das Américas e Caribe.
Futura moeda regional e Banco Central?
Entre outros.

Será que isso poderia a vir a acontecer dentro de uns 20 anos por ae?

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 1:18 am
por Sterrius
Será que isso poderia a vir a acontecer dentro de uns 20 anos por ae?


A resposta simples é não. Seria um bloco muito grande com objetivos e problemas muito diferentes o que daria um peso excessivo para o Brasil, Argentina e Mexico que carregariam o bloco nas costas.

A Unasul mesmo que engloba apenas a AL tem planos de 20-30 anos. Isso porque é o tempo que os paises tem para resolver seus problemas mais criticos como a instabilidade da bolivia, a inflação do peru, diversificação da economia equatoriana e venezuelana etc.

Isso é ajudado pq tb muitos dos problemas da AL estão interligados e tem soluções parecidas. Mas não é o caso da america central que tem seus proprios problemas.

A America central infelizmente tem que esperar a Unasul dar certo pra começar a entrar no clube. 1 de cada vez, mais ou menos como a União Europeia faz com seus membros mais pobres.

Se a Unasul virar um clube facil de entrar ela facilmente ira ruir sobre o proprio peso. Ja que nenhum membro é rico a ponto de poder esbanjar dolares de ajuda financeira para revitalizar a economia de varios paises ao mesmo tempo.

Eu consigo ver a Unasul dando certo e resolvendo os problemas da região. Mas ela envolve muita vontade politica e pelo menos uns 30 a 50 anos; Sera algo que apenas as proximas gerações vão aproveitar, a nossa tem a função de construir isso.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 2:37 pm
por ciclope
De acordo.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 4:29 pm
por rafafoz
Sterrius escreveu:
Será que isso poderia a vir a acontecer dentro de uns 20 anos por ae?


A resposta simples é não. Seria um bloco muito grande com objetivos e problemas muito diferentes o que daria um peso excessivo para o Brasil, Argentina e Mexico que carregariam o bloco nas costas.

A Unasul mesmo que engloba apenas a AL tem planos de 20-30 anos. Isso porque é o tempo que os paises tem para resolver seus problemas mais criticos como a instabilidade da bolivia, a inflação do peru, diversificação da economia equatoriana e venezuelana etc.

Isso é ajudado pq tb muitos dos problemas da AL estão interligados e tem soluções parecidas. Mas não é o caso da america central que tem seus proprios problemas.

A America central infelizmente tem que esperar a Unasul dar certo pra começar a entrar no clube. 1 de cada vez, mais ou menos como a União Europeia faz com seus membros mais pobres.

Se a Unasul virar um clube facil de entrar ela facilmente ira ruir sobre o proprio peso. Ja que nenhum membro é rico a ponto de poder esbanjar dolares de ajuda financeira para revitalizar a economia de varios paises ao mesmo tempo.

Eu consigo ver a Unasul dando certo e resolvendo os problemas da região. Mas ela envolve muita vontade politica e pelo menos uns 30 a 50 anos; Sera algo que apenas as proximas gerações vão aproveitar, a nossa tem a função de construir isso.
Bem eu imaginei isso também, mais é bom saber a opnião de outras pessoas, pois o governo está dando sinais para que isso possa acontecer no futuro, só que você errou em uma coisa, a inflação do Peru está totalmente controlada muito mais do que a do Brasil. Isso não será problema para a Unasul já que os Peruanos a controlam muito bem, sendo que ela está a 4% em 2008.
olha só: http://noticias.uol.com.br/ultnot/efe/2 ... 17715.jhtm

Este ano a economia peruana crescerá 7%, mais do que o previsto há seis meses, e 6% em 2009.

A taxa de inflação peruana será de 4,2% em 2008 e cairá para 2,5% em 2009, contra 1,8% registrado em 2007.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 5:01 pm
por Sterrius
bem... eu tento me lembrar de tudo mas infelizmente o cerebro não é um computador :mrgreen:

vlw pela correção :wink:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 9:48 pm
por romeo
Saudações a todos.

Em função de saudável debate:

Não teria sentido uma união no continente europeu, que excluisse de sua organização a França e a Alemanha... Fosse assim a UE estaria muito aquem do seu potencial...

Mas no continente americano, pretende-se deixar de fora EUA e Canadá...

Pergunto... Como poderiamos alçar voo em uma verdadeira união continental, sem esses "motores", que além de inquestionável importância econômica, têm também milhões de consumidores.

Não seria demasiada soberba de nossa parte ?

romeo
romeoniteroi.blogspot.com

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sex Dez 26, 2008 10:24 pm
por Sterrius
1-> A UNasul so quer unir a AL.

Planos para america central ou mesmo a do norte são apenas sonhos por enquanto.

2-> A pergunta é.

A AL que esqueceu os EUA ou os EUA que esqueceu a AL? Creio que todos sabem a resposta.

3-> Os EUA veem integração apenas pelo lado economico. No politico e estrategico cada 1 no seu lugar (E eles no topo, eles por sinal tem aversão a qualquer coisa que imponha restrições ao país deles).

A Unasul tem uma visão economica, estrategica e se tudo der certo. Politica é uma visão mais parecida com a da união europeia.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Dez 27, 2008 10:46 am
por ciclope
A UNASUL de fato tem visões ideológicas semelhantes a EU, porem não se deve descartar que o afastamento dos EUA foi mutuo é diria ate desejável, pois os americanos iriam tentar melar isso tudo.
Já a união com o caribe, eu não concordo por dois motivos: O político e o financeiro.
O político e simples já temos a OEA funcionando é só modificar.
O econômico e a ALCA que foi barrada por causa da pressa dos americanos de conseguir mercado para seus produtos. Barrada nunca esquecida.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Dez 27, 2008 12:45 pm
por Sterrius
A OEA tem EUA e Canada. Não da pra chuta-los pra fora, o caribe é importante pra AL no futuro, mas hoje não temos condições de ajudar a região.

Como ja dito, primeiro se consolida a Unasul depois se pensa em ir pra la.

Da mesma forma que a UE primeiro se consolidou na Europa ocidental e so então foi pra oriental. (Apesar que ao meu ver foi com muita sede ao pote pra europa oriental o que ta gerando agora problemas, não podemos repetir o mesmo erro).

1 passo de cada vez :wink:

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Dez 27, 2008 1:05 pm
por Marino
Conexão diplomática

Por Silvio Queiroz



Já ficou para lá de claro que as tacadas foram várias — e de fôlego — na visita do presidente francês ao Rio, no início da semana. No centro, é claro, estão os 8 bilhões de euros em acordos firmados na área de defesa, um pacote que vai de helicópteros a submarinos, inclusive o cobiçado submarino nuclear. Com o complemento nada desprezível de empregos que serão abertos em Minas, na linha de montagem da Helibras, e no Rio, onde deve ser instalado um estaleiro. Negócios à parte, vale reparar na justificativa de Nicolas Sarkozy para uma modalidade de cooperação que prevê o desenvolvimento e a montagem dos equipamentos por aqui, com a vantagem adicional da transferência de tecnologia. A Europa, afirmou o visitante, tem de tratar o Brasil como maior de idade e “potência de hoje”: tem assumido responsabilidades crescentes, no cenário mundial, portanto deve ser capacitado (inclusive militarmente) para exercê-las.

Soa bem ao contrário da frase célebre atribuída nos anos 1960 a Charles de Gaulle, de que este “não é um país sério” — embora não exista uma prova sequer de que o velho general realmente disse isso algum dia. Seja como for, o indisfarçado flerte de Sarkozy, que afinal é um direitista como De Gaulle, com Lula, que é ainda suficientemente de esquerda para não dispensar uma corte a Raúl e Fidel Castro, indica que a França ainda segue um princípio basilar de política externa do velho general, um certo tom de vive la différence. A União Européia não chega a acordo sobre a reforma das Nações Unidas, mas Paris quer o Brasil no Conselho de Segurança já. Mais: quer a UE e o governo brasileiro levando uma posição comum à cúpula do G-20, em abril, quando será novamente discutida a crise global. E defende nossa inclusão em um G-8 ampliado. Em matéria de governança global, Sarkozy quer Lula là.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Sáb Dez 27, 2008 10:23 pm
por rafafoz
Sterrius escreveu:A OEA tem EUA e Canada. Não da pra chuta-los pra fora, o caribe é importante pra AL no futuro, mas hoje não temos condições de ajudar a região.

Como ja dito, primeiro se consolida a Unasul depois se pensa em ir pra la.

Da mesma forma que a UE primeiro se consolidou na Europa ocidental e so então foi pra oriental. (Apesar que ao meu ver foi com muita sede ao pote pra europa oriental o que ta gerando agora problemas, não podemos repetir o mesmo erro).

1 passo de cada vez :wink:
De acordo, sou contra, unir a Unasul com a América Central e Caribe, primeiro consolidar a América do Sul ver se da certo o que eu creio que irá dar (na verdade eu prefiro que não haja, pois sou contra), ah muitas divergências aqui (principalmente relacionados aos Bolivarianos o que poderá melar tudo) para ser criado um bloco como esse, problemas diferentes relacionados à UE quando criada/fundada, apesar que nesse quesito eu tenho minhas dúvidas, pois quando foi criada a UE, ela tinha acabado de sair da 2º Guerra, estava passando por fortes mudanças e com diversos problemas sendo que praticamente foi reconstruída, além da turbulência da Guerra Fria, em se criar tal bloco com uma Guerra Fria instalada entre USA e URSS. Se com tudo isso a UE conseguiu se firmar por que não nós não poderíamos, mesmo com as divergências, se considerarmos os problemas são bem pequenos comparados ao que passou a UE. Pelo menos eu penso assim.

Mais vejo isso com certa desconfiança, a igual passada pelos Europeus quando a UE foi criada. E hoje é o que é então, vejamos como as coisas irão se desenrolar, principalmente no caso da Venezuela, se o Brasil conseguir controlá-la, creio eu que não haverá problema na criação de tal bloco, caso contrario, acho muito arriscado.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Dez 28, 2008 2:29 am
por henriquecouceiro
rafafoz escreveu: De acordo, sou contra, unir a Unasul com a América Central e Caribe, primeiro consolidar a América do Sul ver se da certo o que eu creio que irá dar (na verdade eu prefiro que não haja, pois sou contra), ah muitas divergências aqui (principalmente relacionados aos Bolivarianos o que poderá melar tudo) para ser criado um bloco como esse, problemas diferentes relacionados à UE quando criada/fundada, apesar que nesse quesito eu tenho minhas dúvidas, pois quando foi criada a UE, ela tinha acabado de sair da 2º Guerra, estava passando por fortes mudanças e com diversos problemas sendo que praticamente foi reconstruída, além da turbulência da Guerra Fria, em se criar tal bloco com uma Guerra Fria instalada entre USA e URSS. Se com tudo isso a UE conseguiu se firmar por que não nós não poderíamos, mesmo com as divergências, se considerarmos os problemas são bem pequenos comparados ao que passou a UE. Pelo menos eu penso assim.
Quando você menciona os problemas que a UE passou, no meu entender, na verdade contribuíram para a consolidação e não para fragmentação do bloco. Tanto o fim da 2ª guerra quanto a guerra fria exigiam uma Europa unida para que seus interesses fossem levados em consideração, principalmente durante a guerra fria, quando ela precisou contrabalancear o peso dos EUA e da extinta URSS.

Já no nosso caso, a America do Sul, no meu entender não possuimos uma problemática que una o continente, pelo contrário, os problemas na verdade desagregam o continente. Populismo, busca por desenvolvimento, pobreza, falta de infra-estrutura e disputas territoriais. Vemos o fruto desses problemas respectivamente como: bravatas (vide Hugo Chavez e sua turma), protecionismo (Argentina), políticas sociais voltadas para ganhos políticos (Bolivia, e porque não o Brasil???), dificuldades físicas para integração da região e relações conflituosas na região (Chile x Peru, Chile x Bolivia, Peru x Equador p. ex.).

Acredito que essa integração tem poucas chances de ser bem sucedida, e que o sucesso dela vai depender do Brasil conseguir se firmar como um potência, de fato, que possa liderar a região, e que tenhamos muita vontade política de fazer isso acontecer. Penso que a America do Sul fortalecida é de total interesse do Brasil, mas teremos que pensar a forma que iremos liderar esse processo, porque do jeito que a coisa tava indo ia ter Bolsa-America do Sul para os países pobres que temos fronteira.

Sds,
Henrique.

Re: GEOPOLÍTICA

Enviado: Dom Dez 28, 2008 1:08 pm
por rafafoz
Bem é difícil ter uma opinião própria sem pensar em vários quesitos, eu concordo com o que você citou, mas temos que ver que todos concordaram em ser criada a Unasul (c/ exceção da Colômbia, em certos assuntos por causa dos EUA), mesmo com todos os problemas foi aceito, então isso mostra que estão dispostos a tentar superar-los (eu acho).

Eu tenho minhas desconfianças justamente pelo que você citou.

Em relação a UE é verdade, pois todos os problemas ajudaram na fundação dela pois criaram mais forças para sua implementação. Mas volto a citar, por exemplo ela tinha sido devastada pela guerra, na questão de infra-estrutura, no caso era bem pior que a da AL, mas com sua organização possui hoje uma das melhores infra-estruturas do mundo. Também tínhamos que ver que muitos dos países estavam pobres, falidos, e se reergueram graças a UE. Realmente foram coisas totalmente diferentes, mais eles conseguiram, eu acho que nós temos capacidade para também conseguir, só que vejo isso como um Brasileiro, não sei como é em relação aos outros países e seus povos.

O problema da AL, é emprestar dinheiro a países e eles não pagarem suas dívidas, por seus presidentes, bem sem esquecer dos conflitos internos e suas mudanças que tentão implementar em seus governos, por isso creio que primeiro deve-se formular tudo (leis, regras, barreiras, etc) antes de implementar, de preferência implementá-los com presidentes que realmente venham a cumprir os acordos estabelecidos na Unasul, e criar barreiras e formas para que caso esses países venha a dar calotes, a Unasul tenha condições de retê-las. Além de, antes de aceitar novos membros, primeiro criar todos os mecanismos para que ele cumpra todas as regras estabelecidas, ou deixá-los de molho até ter certeza que irão cumpri-los.

Não creio que os problemas que existem na América de Sul, sejam o suficiente para melar a Unasul, hoje não, futuramente não sei.

Se o Brasil realmente se consolidar como a potência da América do Sul, poderá ter sucesso na Unasul, pra isso vejo lados interessantes, como a entrada do Brasil na ONU, entrada no G8, melhores forças armadas mesmo com as compras de novos equipamentos não creio que só o que foi comprado seja o suficiente para um país da extensão do Brasil, mais sem ser visto como uma ameaça para tais países.

Bem muitos podem discordar ou acrescentar, eu vejo assim. Mesmo mudando constantemente de opinião sempre procuro ver novas idéias e pontos de vista, sem me concentrar e focar em 1 só ponto de vista.