Página 275 de 1184
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 9:06 am
por Penguin
lubra escreveu:DOU 16/09/2009, SEÇÃO 3, PG. 28.
EXTRATO DE CONTRATO Nº 40000/2009-008/00 (*)
Contratada: Direction des Constructions Navales et Services (DCNS);
Contratante: Diretoria-Geral do Material da Marinha (DGMM);
Objeto: Torpedos F 21 e Contramedidas Anti-Torpedo modelo CANTO;
Enquadramento: Art. 24 inciso IX da Lei nº 8.666/93;
Data de Assinatura: 03/09/2009.
(*) Republicados por terem saído no DOU de 10/09/2009, Seção 3,
pág. 23, com incorreções nos originais.
BLACK-SHARK
"Stealth" Dual Purpose Wire-Guided Heavyweight Torpedo
DESCRIPTION
The BLACK-SHARK, new generation of Heavyweight Torpedo, is the most
advanced, technologically and operationally, multipurpose weapon designed to
be launched from submarines or surface vessel. It is meant to counter the most
challenging threats posed by any type of surface or underwater targets for at
least the next 30 years. The Black Shark is a 21” standard diameter, powerful,
long range, fully stealth, wire guided and self homing heavy weight torpedo
with incomparable capabilities obtained at affordable cost.
STATUS
The Black-Shark has been developed by WASS under contracts issued by the
Italian Navy which is closely supporting the program. WASS, as prime
contractor and Design Authority, has subcontracted DCNS for the supply of the
primary battery of the torpedo. Black Shark has been selected, in 2008, by
French Navy as baseline torpedo for its new F21 HWT; the required adaptation
to a number of Black Shark subassemblies will be executed by WASS as
Design Authority. More than 100 torpedoes are being manufactured and
delivered to a number of important navies in three continents. Following the
successful completion of the integration activities, the Black Shark is in service
for Scorpene submarines. The integration process will be completed by end
2009 for thr U209 and is also in advanced stage for U214 and U212 (for Italian
Navy) submarines.
MAIN CHARACTERISTICS
- Dual purpose antisubmarine/antiship torpedo
- Optimized for deep and very shallows (coastal) water deployment
- Swim-out and pushout launch capabilities
- Short length allowing easy integration with any submarine handling and
launching system
- Stanag 4405 interface compatibility to ease the electrical and functional
integration with all modern combat systems
- Fully stealth with practically undetectable radiated noise obtained by the
state of the art propulsion system
- Electrical propulsion system with high energy primary battery
- Very high maximum speed with stepless control in the whole speed range
- Reliable Optical fiber wireguidance link with high speed data rate
- Tactical situation, continuously upgraded by the wireguidance link,
available to the operator for threat assessment and target selection.
- Optimized acoustic head shape for reduced flow noise ( target acquisition
limited by sea state noise)
Acoustic section with fully digital beam forming and advanced signal and
data processing
- Long detection range even on small, zero doppler and silenced targets
- Audio Channel and demon analysis capabilities performed on board of the
torpedo
- Very sophisticated ACCM features including simultaneous multi-target
capabilities
ADVANCED ACOUSTIC HOMING
The acoustic head of the Black Shark, named ASTRA (Advanced Sonar
Trasmitting and Receiving Architecture), is a state of the art active and passive
acoustic head for modern torpedoes which represents the latest effort made
by WASS. It is possible to use ASTRA as an additional remote sensor of the
submarine combat suite. The advanced signal and data processing provides
the following features:
- Medium and high frequency operation in passive mode
- Spatial filtering
- Multi-frequency & multi-code capabilities
- Frequency filtering
- Constant False Alarm Rate (CFAR) processing
- DEMON analysis
- Echo elongation, spatial coherence and angular extension analysis
ELECTRICAL PROPULSION SYSTEM
It consists of a new design Al-AgO battery, developed by DCNS, with a very
high-energy content, of a contra-rotating direct-drive brushless motor and of
skewed propellers which assure a minimum radiated noise and wakeless run
and render impossible the torpedo delectability at useful ranges even by
modern towed sonars.
SENSORS
- Availability of multiple wake sensors for detection and classification,
immune to countermeasure
- Optimized wake homing capability
- Target simultaneous tracking and homing in acoustic and wake modes
POWERFUL EXPLOSIVE CHARGE
- Lethal for surface vessels and submarines, activated by both acoustic
influence and impact fuses
- Safety and reliability verified in any operational phase
- Warhead proven against real targets
- Insensitive Munition Explosive (STANAG 4439 and MURAT-2
SUBMARINE SYSTEM
- Launch performed at any operational depth of the submarine
- Presence of the launching submarine not disclosed (start-up at low speed,
cavitation free)
- Continuous monitoring of torpedo status in submarine tubes
- Availability of compact Torpedo Board Interface (TBI) solutions for
integration on existing platforms and different types of Combact
Management Systems
http://www.aiad.it/aiadcd/dati/107/107BLACK%20SHARK.pdf
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 12:36 pm
por lubra
Slides da Palestra "O Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear", feita pelo Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli no Seminário Amazônia Azul:
http://www.seminarioamazoniazul.com.br/ ... agelli.ppt
Slide nº 32
No dia 23DEZ2008 foram assinados três grandes Acordos e um Contrato Comercial:
- Parceria Estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa (PresRep do Brasil x PresRep da França);
- Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa na área de Submarinos (MD BRA x MD FRA);
- Ajuste Técnico entre o Ministério da Defesa do Brasil e o Ministério da Defesa da República Francesa (CM BRA x CEM MNF);
- Contrato Comercial entre a MB (DGMM) e o Consórcio Baia de Sepetiba, DCNS e ODEBRECHT.
Slide nº 33
Estes três grandes Acordos e o Contrato Comercial deram origem a um Contrato de Financiamento Externo e a sete outros Contratos Comerciais, abaixo relacionados, que foram organizados entre JAN e SET2009, assinados entre a DGMM, Itaguaí Construções Navais (ICN), Consórcio Baia de Sepetiba (CBS), DCNS e ODEBRECHT, e que respaldam o PROSUB:
Contrato 1 – Submarinos Convencionais (S-BR);
Contrato 2 – Submarino Nuclear (SN-BR);
Contrato 3 - Fornecimento de 30 Torpedos F21 e 50 Despistadores de Torpedo (CANTO);
Contrato 4 - Projeto e Construção de um EBN / UFEM;
Contrato 5 – Administração, Planejamento e Coordenação do Objeto Precípuo;
Contrato 6 - Transferência de tecnologia; e
Contrato 8 - OFFSET.
OBS: O contrato 7 (nacionalização) tornou-se um anexo H do contrato 1A
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 4:36 pm
por Penguin
lubra escreveu:Slides da Palestra "O Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear", feita pelo Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli no Seminário Amazônia Azul:
http://www.seminarioamazoniazul.com.br/ ... agelli.ppt
Slide nº 32
No dia 23DEZ2008 foram assinados três grandes Acordos e um Contrato Comercial:
- Parceria Estratégica entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa (PresRep do Brasil x PresRep da França);
- Acordo entre a República Federativa do Brasil e a República Francesa na área de Submarinos (MD BRA x MD FRA);
- Ajuste Técnico entre o Ministério da Defesa do Brasil e o Ministério da Defesa da República Francesa (CM BRA x CEM MNF);
- Contrato Comercial entre a MB (DGMM) e o Consórcio Baia de Sepetiba, DCNS e ODEBRECHT.
Slide nº 33
Estes três grandes Acordos e o Contrato Comercial deram origem a um Contrato de Financiamento Externo e a sete outros Contratos Comerciais, abaixo relacionados, que foram organizados entre JAN e SET2009, assinados entre a DGMM, Itaguaí Construções Navais (ICN), Consórcio Baia de Sepetiba (CBS), DCNS e ODEBRECHT, e que respaldam o PROSUB:
Contrato 1 – Submarinos Convencionais (S-BR);
Contrato 2 – Submarino Nuclear (SN-BR);
Contrato 3 - Fornecimento de 30 Torpedos F21 e 50 Despistadores de Torpedo (CANTO);
Contrato 4 - Projeto e Construção de um EBN / UFEM;
Contrato 5 – Administração, Planejamento e Coordenação do Objeto Precípuo;
Contrato 6 - Transferência de tecnologia; e
Contrato 8 - OFFSET.
OBS: O contrato 7 (nacionalização) tornou-se um anexo H do contrato 1A
A MB adquiriu 30 torpedos MK-48 para equipar os 5 submarinos IKL.
Agora mais 30 F21 para equipar os 4 Scorpene.
6 a 7,5 torpedos/sub. Não eh uma quantidade muito baixa?
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 6:03 pm
por alex
E quanto a classe Macaé?
Por que não houve novos pedidos destes navios?
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 6:20 pm
por FABIO
Alex pelo que eu sei se aguarda ainda nesse primeiro quadrimestre o anuncio da construção
de mais 6 navios classe Macaé,pórem o Marino ou o Walter pode confirmar com mais precisão.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Jan 17, 2011 8:00 pm
por crubens
Penguin escreveu:lubra escreveu:Slides da Palestra "O Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear", feita pelo Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli no Seminário Amazônia Azul:
http://www.seminarioamazoniazul.com.br/ ... agelli.ppt
Slide nº 32
Slide nº 33
A MB adquiriu 30 torpedos MK-48 para equipar os 5 submarinos IKL.
Agora mais 30 F21 para equipar os 4 Scorpene.
6 a 7,5 torpedos/sub. Não eh uma quantidade muito baixa?
A quantidade real nunca será de domínio público é informação reservada.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Jan 18, 2011 7:11 pm
por WalterGaudério
Estes 30 Mk-48ADCAP 6 e 30 IF 21 são lotes iniciais destas armas. lotes adicionais poderão/serão contratados no futuro.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Jan 18, 2011 7:12 pm
por WalterGaudério
FABIO escreveu:Alex pelo que eu sei se aguarda ainda nesse primeiro quadrimestre o anuncio da construção
de mais 6 navios classe Macaé,pórem o Marino ou o Walter pode confirmar com mais precisão.
Neste primeiro semestre teremos o resultado e adjudicação para mais 6 Napa 500t.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 12:00 pm
por WalterGaudério
Senhores, apenas um ponto de vista( o meu) sobre a questão das escoltas.
Apesar de saber que a MB não tem planos para navios de porte menor do que os de 6000t, sou partidário de que deveríamos investir na construção de uma classe de navios, corvetas maiores que a Barroso(o projeto Barroso NÃO TEM MAIS potencial de crescimento) de cerca de 3000-3500t, mas que possuíssem potencial de crescimento. Neste caso a idéia central era dispensar a ajuda estranjeira em larga escala, no máximo contratando consultoria externa, no que coubesse, sempre capacitando mais e mais nossa mão-de-obra. Nós primeiro construiríamos, uns 2 navios de 3000-3500t aprox. e depois cerc,a de 4 maiores, já com 4000-4500t(pelo menos), e aí, o passo seguinte seria a construção de um novo projeto já com as 6000t. Até chegar lá, no entanto, teríamos que encomendar umas 12 FREMM italianas ou franceses, para substituir os meios de escolta existentes.
Insisto nessa postura de fazer aqui, não por algum orgulho besta, do tipo "nós fazemos NESESSARIAMENTE SEM AJUDA DE NINGUÉM",mas PRINCIPALMENTE pela questão dos custos. Afinal uma FREMM parece se aproximar ( a unidade) dos 700 milhões de Euros cada. Uma unidade de porte semelhante construída no Brasil talvez pudesse ser cotada em cerca de 500/600 mi..., bem é isso que eu penso, gostaria de ouvir críticas.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 12:24 pm
por brisa
Walter, alguma mudança na posição da MB quanto aos italianos?
Parece que a BAE esta se associando con um estaleiro nacional, para a construção de um complexo sem precedentes no nordeste.
Grande abraço.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 2:27 pm
por Lord Nauta
Penguin escreveu:lubra escreveu:Slides da Palestra "O Programa de Desenvolvimento de Submarino com Propulsão Nuclear", feita pelo Almirante-de-Esquadra José Alberto Accioly Fragelli no Seminário Amazônia Azul:
http://www.seminarioamazoniazul.com.br/ ... agelli.ppt
Slide nº 32
Slide nº 33
A MB adquiriu 30 torpedos MK-48 para equipar os 5 submarinos IKL.
Agora mais 30 F21 para equipar os 4 Scorpene.
6 a 7,5 torpedos/sub. Não eh uma quantidade muito baixa?
Prezado Amigo,
Estas quantidades são de um primeiro lote. Outros lotes podem ser obtidos posteriormente. As vezes o público em geral não toma conhecimento destas compras, já que invariavelmente são divulgadaso, por exemplo como sendo ''peças de reposição'' ou ''componentes'' . Isto ocorre por que e preciso ser mantido sigilo sobre os estoques de munição de guerra.As reais quantidades somente alguns níveis da cadeia de comando conhecem de fato. Recentemente foi divulgado a assinatura do contrato de atualização de 45 MSA Aspide, entretanto não podemos afirmar que esta e quantidade real em posse da MB. De qualquer forma 60 torpedos novos já e uma quantidade que não pode ser desconsiderada.
Sds
Lord Nauta
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 2:30 pm
por Lord Nauta
alex escreveu:E quanto a classe Macaé?
Por que não houve novos pedidos destes navios?
Esta prevista a licitação de um lote com mais 6 navios. Entretanto tudo vai depender da liberação de verbas para o PAEMB em 2011. E o velho filme sendo apresentado em mais uma seção de ''Cult Movie''.
Sds
Lord Nauta
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 2:54 pm
por Andre Correa
WalterGaudério escreveu:Senhores, apenas um ponto de vista( o meu) sobre a questão das escoltas.
Apesar de saber que a MB não tem planos para navios de porte menor do que os de 6000t, sou partidário de que deveríamos investir na construção de uma classe de navios, corvetas maiores que a Barroso(o projeto Barroso NÃO TEM MAIS potencial de crescimento) de cerca de 3000-3500t, mas que possuíssem potencial de crescimento. Neste caso a idéia central era dispensar a ajuda estranjeira em larga escala, no máximo contratando consultoria externa, no que coubesse, sempre capacitando mais e mais nossa mão-de-obra. Nós primeiro construiríamos, uns 2 navios de 3000-3500t aprox. e depois cerc,a de 4 maiores, já com 4000-4500t(pelo menos), e aí, o passo seguinte seria a construção de um novo projeto já com as 6000t. Até chegar lá, no entanto, teríamos que encomendar umas 12 FREMM italianas ou franceses, para substituir os meios de escolta existentes.
Insisto nessa postura de fazer aqui, não por algum orgulho besta, do tipo "nós fazemos NESESSARIAMENTE SEM AJUDA DE NINGUÉM",mas PRINCIPALMENTE pela questão dos custos. Afinal uma FREMM parece se aproximar ( a unidade) dos 700 milhões de Euros cada. Uma unidade de porte semelhante construída no Brasil talvez pudesse ser cotada em cerca de 500/600 mi..., bem é isso que eu penso, gostaria de ouvir críticas.
Penso exactamente o mesmo...
Na MB as FREMMs seriam mais cruzadores/destroyers do que fragatas, e poderíamos começar a produção local de fragatas a partir dos 3000t a 3500t para nos próximos 10/15 anos estarmos a produzir, a bom ritmo, Fragatas nacionais de 4000t a 4500t e colher os frutos das técnicas e tecnologias adiquiridas para construção de NaPaOc e LCS capazes.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 3:04 pm
por LeandroGCard
WalterGaudério escreveu:Senhores, apenas um ponto de vista( o meu) sobre a questão das escoltas.
Apesar de saber que a MB não tem planos para navios de porte menor do que os de 6000t, sou partidário de que deveríamos investir na construção de uma classe de navios, corvetas maiores que a Barroso(o projeto Barroso NÃO TEM MAIS potencial de crescimento) de cerca de 3000-3500t, mas que possuíssem potencial de crescimento. Neste caso a idéia central era dispensar a ajuda estranjeira em larga escala, no máximo contratando consultoria externa, no que coubesse, sempre capacitando mais e mais nossa mão-de-obra. Nós primeiro construiríamos, uns 2 navios de 3000-3500t aprox. e depois cerc,a de 4 maiores, já com 4000-4500t(pelo menos), e aí, o passo seguinte seria a construção de um novo projeto já com as 6000t. Até chegar lá, no entanto, teríamos que encomendar umas 12 FREMM italianas ou franceses, para substituir os meios de escolta existentes.
Insisto nessa postura de fazer aqui, não por algum orgulho besta, do tipo "nós fazemos NESESSARIAMENTE SEM AJUDA DE NINGUÉM",mas PRINCIPALMENTE pela questão dos custos. Afinal uma FREMM parece se aproximar ( a unidade) dos 700 milhões de Euros cada. Uma unidade de porte semelhante construída no Brasil talvez pudesse ser cotada em cerca de 500/600 mi..., bem é isso que eu penso, gostaria de ouvir críticas.
Caro Walter,
Concordo totalmente com sua idéia, mas por motivos diferentes do simples custo. Afinal, no caso das FREMM o que vejo é que estaríamos comprando basicamente O PROJETO, e a maioria dos navios seriam de qualquer forma construídos aqui, com custos menores que os praticados na Europa. Apenas para viabilizar a compra do projeto é que alguns navios (a menor quantidade possível) seriam encomendados diretamente, mesmo que com construção local.
Mais importante que o custo, a importância de desenvolvermos os nossos próprios projetos estaria na possibilidade de desenvolvermos nossas próprias doutrinas de emprego dos meios flutuantes deste tipo, ao invés de adaptá-las ao que é possível quando se utiliza projetos estrangeiros. No caso das FREMM por exemplo, elas foram projetadas por nações interessadas principalmente em lutas contra inimigos menos capazes que as suas próprias nações de origem, com a função básica de proteger interesses destas nações em áreas distantes do mundo, enfrentando as forças de países sub-desenvolvidos e emergentes (e geralmente em coalizão com forças mais poderosas, como as dos EUA). Isto fica patente na escolha do tipo e quantidade de armamentos utilizados nestes barcos. Já Brasil tem como principal preocupação a nossa própria defesa contra forças estrangeiras que tenham potencial de ameaçar nossas riquezas marinhas ou nossas rotas de comunicação. Neste caso os inimigos tenderiam a ser potências importantes, e para enfrentar suas forças os navios de MB teriam que possuir capacidades bélicas muito maiores que o previsto no projeto original destes navios, exigindo adaptações cujo resultado não é garantido de antemão. Um exemplo claro é o já comentado interesse da MB em equipar seus navios de primeira linha com mísseis maiores que os atuais (Klub, Brahmos, etc...), que provavelmente não encontrariam espaço nas FREMM a menos que o projeto destas sofresse modificações profundas. O mesmo vale para a defesa antiaérea de tubo, para o canhão principal, etc... .
Já com o desenvolvimento de projetos locais os navios poderiam incorporar quaisquer características desejadas pela MB que fossem decorrentes da avaliação das ameaças potenciais atuais e futuras, e ser assim mais adequados a quaisquer funções que nossa marinha pretender que executem. Isto sem dúvida embute o risco inerente ao desenvolvimento de quaisquer projetos novos, mas a construção em classes sucessivas relativamente pouco numerosas como você imagina é exatamente a forma de minimizar estes riscos.
Além disso, com a pretensão da MB em operar até 30 escoltas teríamos que, se considerarmos uma vida-útil de cada navio na faixa de 40 anos (período na minha opinião até maior do que o recomendável), estar constantemente construindo novos navios e lançando-os à taxa de um novo a cada 1,33 anos apenas para manter constante o número de embarcações. Vamos então construir séries enormes de navios (12, 15 ou mais) e ficar comprando projetos novos a cada 20 anos, como estamos fazendo hoje? Ou pior ainda, vamos construir 30 navios iguais, sendo que os últimos já sairão dos estaleiros defasados 40 anos com relação à tecnologia corrente? Não me parece que isto seja um procedimento adequado para uma marinha que quer se tornar realmente moderna.
Infelizmente, dada a descontinuidade do projeto e construção locais nos últimos 30 anos (sem contar a Barroso, que foi um caso à parte e cujo conceito já está ultrapassado) hoje não temos mesmo opção senão adquirir alguns navios de um projeto já existente e testado para substituir os da nossa frota que estão chegando ao limite de sua vida útil. Mas iniciar em paralelo um programa como o que você mencionou me parece até mais importante para o futuro da MB do que a aquisição de navios modernos agora, que menhoraria o nível geral de nossa frota mas não quebraria os ciclos que a MB tem seguido ao longo de toda a sua história, de passar por curtas fases de atualização de meios seguida por longos períodos de obsolescência lenta mas inexorável.
Um grande abraço,
Leandro G. Card
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Dom Jan 23, 2011 3:19 pm
por alex
Continuidade de projetos. Como ter uma industria naval sem ter projetos executados continuamente?
Até assinarmos um contrato de construção de meios de FREMM quanto tempo vai levar?
Contengenciamento, custos altos , detalhes de projetos, problemas politicos(italia depois França?).
Um ano, dois anos? Nenhuma mão de obra especializada vai ficar esperando por um tempo deste.
E aí? Vamos perder conhecimento obtidos com o Modfrag e a construção da Barroso?