Aviação do Exército

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: Aviação do Exército

#4066 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 10, 2019 11:11 pm

Aviação do Exercito recebe seu 25o helicoptero Fennec modernizado pela Helibras

https://i1.wp.com/www.cavok.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/10/25th_Fennec_Brazilian_Army.jpg?w=1000&ssl=1

https://www.cavok.com.br/blog/aviacao-d ... -helibras/

Agora vamos a possíveis implicações.

Uma, corre notícias que de a MB estaria tentando trocar dosi UH-15 por uma quantidade de Esquilo. Não se sabe ao certo se seria o caso de substtuir os Jet Ranger ou para os demais HU.

Dois, a FAB estuda substituir os seus Esquilo em Natal até 2021, já que a frota junto com a da MB são as aeronaves mais antigas em operação no Brasil, todas com mais de trinta anos de uso e sem perspectivas de atualizações que ofereçam um bom custo benefício.

Três, com essa modernização dos Fennec/HB-350 da Avex, os helos do exército poderão operar por mais 25 anos, ou até 2045, um tempo bastante longevo para um helo que entrou em serviço há quase trinta anos atrás. Detalhe, a frota da Avex de Esquilo é hoje a maior das ffaa's.

Quatro, existem estudos no MD para que a formação de pilotos militares de helicoptero seja feita em uma mesma escola e de preferência com um mesmo modelo. Não se sabe até agora em que estágio está essa proposta, mas aparentemente todas as três forças colaboram para que haja realmente uma formação única.

Quinto, e último, o Esquilo é até hoje o único helo fabricado no Brasil e tem praticamente todo o seu processo dominado e a sua manutenção e operação é plenamente conhecida de todas as forças. Seus custos são conhecidos e suas capacidades também. Neste momento, duas das três forças estão tentando substituir seus Esquilo tanto na função de treinamento como na de emprego geral, e a Avex vai seguir utilizando o mesmo na formação de seus pilotos por pelo menos mais vinte anos.

Fica a pergunta: não é simples e óbvia a resposta no que tange o equipamento padrão a ser adotado para a formação única dos pilotos de helo militares na forma do H-125?

abs




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Re: Aviação do Exército

#4067 Mensagem por FCarvalho » Qui Out 31, 2019 8:11 pm

Pegando o gancho do debate no tópico sobre o novo CC e a questão da Leonardo, algumas considerações.

Hoje na Avex existem basicamente duas prioridades concretas: asa fixa, através do recebimento dos 8 Sherpa, e modernização dos Pantera e Esquilo, totalizando 34 e 36 helos respectivamente.
Além disso, prevê-se a partir de 2025 a substituição dos BH e Cougar, totalizando 8 helos. Ainda, a Avex pretende um helo de ataque (36) para si por volta desta mesma época, no começo da década seguinte. Ponto.

Hoje existem apenas 4 Bavex, sendo 2 em SP, 1 em Manaus e 1 em Campo Grande. Obviamente tal quantidade não atende planamente todas as necessidades do EB. Há a necessidade de pelos menos um Bavex também para dotar o CMN, mas isto não está no planejamento por agora.

Na FAB existem 5 esquadrões de helos, com 3 equipados com BH e 2 com os H-36, sendo estes últimos utilizados nas missões SAR/C-SAR. O Pelicano não conta ainda com um substituto para os vestutos sapão, que deixaram o serviço este ano. BH de Manaus e Santa Maria emprestados estão cobrindo este gap. Na parte de treinamento, a FAB quer substituir seus Esquilo até 2021 conforme informação de mídia impressa especializada.

Na MB a situação é um pouco mais complicada, dado que a maior parte de seus vetores não encontrou substitutos, e não há previsão de que isso aconteça em prazo visível. Assim, já há alguns anos a MB tenta aposentar os seus Bell Jet Ranger e Esquilo nos HI e HU, respectivamente sem sucesso. Seriam em torno de 30 e 60 helos o requerimento para ambos. Os 7 UH-14 também carecem de substituição.

Se somarmos as demandas das três forças veremos que ela é mais que centenária em termos quantitativos.

O MD está trabalhando nos estudos para a concentração da formação de pilotos de helos em uma única escola para todos, e isso consequentemente demandará um modelo comum de helo de instrução. Mas até o momento não existe uma definição por qual modelo organizacional e/ou solução esta questão terá. De qualquer forma, estamos falando por baixo de meia centena, pelo menos, de helos.

No que compete os helos médio-pesado, são 12 undes na Avex, 8 undes na FAB e outros 7 undes na MB que precisam ser demandados no curto prazo, ou até 2025. Isto considerando uma substituição na proporção ideal de 1x1. Tem-se então uma demanda para cerca de 27 helos, pelo menos.

O UHL da MB que dispõe sobre um helo médio leve para os HU, solicita 60 undes para cobrir aqueles esquadrões e os navios auxiliares, da esquadra e patrulha. Bell, Leonardo e Helibrás concorrem com seus modelos.

Projeções para o futuro - tentando resumir as necessidades até 2040, passo a expor o seguinte:

A Avex em anos passados suscitou uma demanda para cerca de vinte helos voltados para o apoio ao SISFRONT. Nada mais se ouviu falar sobre este assunto. Mas ele não estaria morto, mas adormecido. Estudos feitos pelo cmdo da Avex analisaram diversos vetores para atuar na fronteira amazônica, principalmente, em apoio ao SISFRONT, PEF e OM localizadas na região. Segundo comentários genéricos da mídia, haveria a necessidade de se companhias independentes de aviação do exercito pelo menos nas principais cidades fronteiriças onde estão localizados OM em nível Btl. Isto sugere, em tese, ao menos 6 CIAVex só na região norte. Hoje uma CIAVex conta em média com 6 a 8 helos. Ou seja, uma demanda suposta de 36 a 48 undes. Se esta premissa vale para a região norte, ela também é verdadeira, onde mais uma ou duas CIAVex seriam necessárias. Se esticarmos até a região sul, na tríplice fronteira, podemos chegar até 9 CIAVex. Ou seja, 54 a 72 helos.

Para este problema foram analisados diversos helos, desde o russo Mi-17 até o AW-139/149 da Leonardo, e o americano Black Hawk. Custos, operacionalidade, capacidade, dados técnicos e suporte no país foram itens analisados.

Existe uma questão além das ffaa's que é a de uma guarda costeira real e efetiva, que tem de dispor de helos de diversos modelos e capacitações que ofereçam àquela força realizar não apenas a vigilância na íntegra da ZEE mas cobrir também toda a área SAR Atlântico sobre nossa responsabilidade. Um espaço sozinho de quase 10 milhões de km2.

Falando em opções - A Leonardo e TAI

Definitivamente não gosto da ideia de depender de um único fornecedor, e menos ainda que a maioria da frota de helos militares hoje dependa apenas da Helibrás. Pois bem, o que se pode fazer então? Diversificar.

Hoje a Leonardo oferece helos leves, médios e pesados que são capazes de cobrir toda as demandas exigidas nos próximos anos pela asas rotativas no campo militar do Brasil. Isso significa que ela pode, ou poderia, de uma única tacada, conseguir um contrato, ou mais de um, para substituir a maioria dos helos hoje em operação nas ffaa's, desta forma:

- Treinamento: AW-003 Sokol e/ou AW-119 (todas as ffaa's)
- Emprego Geral: AW-109 ou AW-169 (MB)
- Utilitário: AW-119 e/ou AW-109 (todas as ffaa's)
- Reconhecimento/Ataque: T-129 ou AW-249 (MB e Avex)
- Transporte/Assalto: AW-101, AW-139, AW-149 (MB, EB, FAB)
- SAR/C-SAR: AW-101, AW-139, AW-149

É possível observar que a empresa italiana tem a capacidade não só de cobrir todas as demandas nos diversos níveis como ainda dispor no país a possibilidade da implantação de um parque fabril praticamente de toda a sua linha de produtos. Só não entrou nesta listagem os Chinook fabricados sob licença porque hoje esse tipo de helo está praticamente descartado de entrar no planejamento das ffaa's. Não ao menos por agora.

Da mesma forma, os turcos da TAI dispõe de 3 projetos que podem nos ser de interesse, quais sejam:

- T625 > helo médio leve para emprego utilitário, transporte, SAR, VVIP e policial.

- TAK-2 > helo de ataque na faixa das 8 ton com projeção para entrar em operação na segunda metade da próxima década ou na pior das hipóteses, começo dos anos 2030.

- Helo Médio Pesado na faixa de 10 ton, com versões terrestre e naval, e equipado para assalto, transporte, SAR/C-SAR, ASW, AWSup, Vertrep, MEDIVAC, AEW, ISR além de outras missões ainda não elencadas aqui.

Pelos números genéricos apresentados no começo deste texto, é possível aventar algumas questões.

Uma guarda costeira precisa de helos também. Tais helos poderiam vir da TAI, da Leonardo, de ambas, ou de qualquer outro fabricante que se disponha a investir no Brasil sob nossas condições. Com mais de 9 mil kms de litoral, e uma ZEE e área de SAR do tamanho que temos, e em função disso, a demanda que tal condição gera, a implantação de uma linha de montagem aqui para equipar totalmente aquela instituição seria em termos numéricos mais que suficientes para abrir negociações com qualquer empresa fabricante.

As necessidades da MB, FAB e EB em termos de helos utilitários e de emprego geral é gritante, e está muito longe de atrair os olhares mesmo do alto comando das forças, mas ela existe e é fato. Isto pode ser coberto também pelos modelos citos acima e de outras empresas ofertantes.

No que concerne os helos médio pesado, tanto o modelo turco ainda em projeto como o AW-101 podem atender plenamente as necessidades das forças, Faltaria determinar quem ofereceria as melhores condições de financiamento, custos e suporte pós venda.

Para os helos da Avex na região norte, um modelo como o AW-139/149 está mais do que justo. Ou mesmo o helo médio-pesado da TAI se os custos e eventuais parcerias forem atrativas tanto para o EB como para a BID e indústria nacional.

No caso da Helilbrás, a simples presença de uma outra linha de montagem de helos no Brasil, ou mais de uma, o que seria o desejável, poria a empresa em situação de buscar obter da sua matriz melhores e maiores benesses para manter-se na liderança alcançada nos últimos 40 anos. E isso com certeza não seria nada fácil. Conquanto, mesmo com outras empresas entrando no mercado, há de se cuidar e zelar por tudo o que a Helibrás conseguiu construir até agora. Não pode ser desprezado de forma alguma. Uma forma de manter isso é dispor à empresa da encomenda de mais algumas undes - os 27 apontados acima - dos H-225M a fim de manter os ganhos tecnológicos e de pessoal até aqui por mais um tempo. Depois disso a empresa terá de mostrar muito mais serviço.

Enfim, de forma grosseira e meio atabalhoada, esta é a situação atual das asas rotativas no Brasil.

Temos hoje muito mais possibilidades e alternativas do que tínhamos em 1978. Agora é prestar atenção se vamos saber aproveitar os ganhos obtidos ou vamos continuar vendo o trem passar... de novo.

abs




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Re: Aviação do Exército

#4068 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 03, 2019 12:00 am

[R&D] Denel Rooivalk Mk2

http://img.wp.scn.ru/camms/ar/969/pics/61_3.jpg



ps: se um Rooivalk Mk2 sair por US 25 milhões, e este preço for verdadeiro, não tem porque não considerarmos esta suposta versão como um candidato também a suprir as necessidades do EB por um helo de ataque. Só duvido que o pessoal vá gostar da ideia das turbinas russas nele. :roll:

abs




Editado pela última vez por FCarvalho em Dom Nov 03, 2019 12:25 pm, em um total de 1 vez.
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Re: Aviação do Exército

#4069 Mensagem por gogogas » Dom Nov 03, 2019 9:57 am

Acredito que a Helibras possa vencer na licitação para substituir todos os Esquilos da FAB e os Jet Ranger da MB para instrução , acredito que uma escola de instrução básica para as três forças e bancada com dinheiro do MD , seria mas vantajoso ,uma escola para asa fixa e helicóptero !




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Re: Aviação do Exército

#4070 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 03, 2019 12:22 pm

Para os helos, uma escola de formação comum já está sendo engendrada pelo MD. Penso que agora é só questão de tempo e forma como irão colocar a coisa para funcionar.
No que diz respeito a formação da asa fixa, bem, a aviação naval já forma os poucos pilotos que tem na AFA/Natal, e deve continuar assim por muitos anos, dado que as necessidades e quantitativos não justificam uma outra estrutura ou a alteração do modelo atual. A Avex também vai utilizar, penso, o mesmo esquema da marinha para formar seus pilotos de Sherpa.
Talvez, em um futuro a longo prazo - e bota longo prazo nisso - se possa pensar em algo diferente caso, a organização e as demandas das aviações naval e militar cresçam de forma a exigir mudanças no modelo de formação atual.
O H-125 me parece ser o caminho natural para resolver esta questão, já que ele é utilizado por todas as ffaa's, é produzido aqui, e conhecido profundamente em todas as suas capacidades enuances. Além de manter as linhas de produção da Helibrás, e os empregos dela provenientes abertos e mantidos.
É um mercado para pelo menos meia centena de helos. Algo que pode ser negociado com os franceses em termos de off set e outros perdulicários comerciais e industriais que possam ser de nosso interesse.
A ver.

ps: há a necessidade em todas as forças de substituição de helos médios por novos. Uma compra dos Esquilo poderia ser uma condicionante para preços mais razoáveis e cabíveis ao orçamento da defesa no caso de se adquirir mais H225M.

abs




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Re: Aviação do Exército

#4071 Mensagem por gabriel219 » Dom Nov 03, 2019 2:35 pm

Por qual motivo usar o TV3 se o mais avançado VK-2500 se mostrou superior em vários aspectos?




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Re: Aviação do Exército

#4072 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 03, 2019 5:52 pm

Boa pergunta.

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Re: Aviação do Exército

#4073 Mensagem por FCarvalho » Sex Nov 15, 2019 8:45 pm

gabriel219 escreveu: Dom Nov 03, 2019 2:35 pm Por qual motivo usar o TV3 se o mais avançado VK-2500 se mostrou superior em vários aspectos?
Olá Gabriel,

Andei dando uma olhada, e vi algo no mínimo curioso. Tanto a MotorSich ucraniana quanto a Klimov russa produzem e comercializam a VK-2500 e a TV3-117.

http://www.motorsich.com/eng/products/a ... k-2500-03/

http://www.klimov.ru/en/production/helicopter/VK-2500/

Só neste "pequeno detalhe" já se pode infundir um mundo de diferenças na hora de escolher não o motor, mas o fornecedor.

Como na matéria sobre o Rooivalk nada é dito sobre a origem do motor, mas apenas especifica o modelo, pode-se dizer que fiaria a critério do comprador do helo de quem adquirir as turbinas. Aí entra aquelas questões de preço, custo, apoio pós venda, qualidade da produção, capacidade da empresa entregar o contratado, manutenção, logística, e por aí vai.

Creio que uma vantagem aparente das TV3-117 é que sejam motores muito difundidos e que podem ser encontrados praticamente em qualquer lugar no mundo, inclusive com países como a Colombia contando com empresas especializadas e autorizadas a fazer a manutenção desses motores. Em tempo, praticamente toda a linha Kamov e Mil Mi utilizam alguma versão deste motor, enquanto a VK-2500 entrou em produção só muito recentemente depois de um processo deveras longo de homologação. Hoje está equipando as versões mais recentes dos Mi-17, Mi-28/35 e Ka-32.

Neste aspecto, apesar de ser derivada daquela turbina, a VK-2500 é basicamente um motor novo por dentro. E isso trouxe um custo para ela que, comercialmente, as TV3-117 não possuem. Assim, há de se presumir que aquela deva apresentar um preço mais elevado de aquisição, e talvez de custos, já que ainda não está em produção com quantidades que possam concorrer com sua antecessora. Conquanto, a Klimov afirma que a TV3-117 pode ser transformada em uma VK2500, então... :wink:

Se a minha memória não me trai, tanto o Turbomeca quanto a RTM chegaram a ser sondadas para se verificar a possibilidade de emprego de seus produtos na versão Mk II do Rooivalk, mas aparentemente ambas foram descartadas.

Notar que as Makila 2A1 dos H-225M das ffaa's estão no mesmo patamar que as turbinas russo-ucraniana, assim como as RTM 322 que hoje são empregadas nos NH-90 europeus e nos Apache ingleses.

Me parece que a opção pela turbina russa-ucraniana deve ter levado em conta, muito provavelmente, a questão de custo, dado ser também um produto mais que provado e que possui as qualidades necessárias para dispor também ao Rooivalk de um propulsor que depois não venha a atrapalhar os negócios posteriormente no que diz respeito a eventuais exportações do mesmo. E por falar nisso, creio que os russos talvez não sejam mesmo os fornecedores neste caso, já que o produto da Denel concorre diretamente com o Mi-28 e Ka-52.

A ver com se desenrola mais esta fase da vida do helo sul africano.

abs




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Re: Aviação do Exército

#4074 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 16, 2019 12:12 am

Pois eu pago pra ver a Klimov transformar um TV3-117 em VK-2500. São turbinas diferentes e a última é bem mais eficiente, principalmente em climas quentes e úmidos. Pode botar muita peça do VK-2500, mas ainda sim não será um VK-2500.

Pro Rooivalk 2, que TALVEZ só dará as caras pro final da próxima década, não faz nenhum sentido usar a TV3-117.




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Re: Aviação do Exército

#4075 Mensagem por FCarvalho » Sáb Nov 16, 2019 12:59 am

gabriel219 escreveu: Sáb Nov 16, 2019 12:12 am Pois eu pago pra ver a Klimov transformar um TV3-117 em VK-2500. São turbinas diferentes e a última é bem mais eficiente, principalmente em climas quentes e úmidos. Pode botar muita peça do VK-2500, mas ainda sim não será um VK-2500.
Pro Rooivalk 2, que TALVEZ só dará as caras pro final da próxima década, não faz nenhum sentido usar a TV3-117.
Eu sou bem honesto, sempre fui e ainda sou muito fã do Rooivalk, que como produto, se daria muito bem por aqui, uma vez que o projeto foi feito dentro de um padrão de sobrevivência operacional e logística bastante rudes, o que basicamente seria o modo como estaria sendo usado por aqui, que ao final e ao cabo, não é muito lá diferente das condições do sul africanos.

Infelizmente eu creio que este helo não possui nenhuma chance real por aqui, por mais que nos oferecessem participação no desenvolvimento e/ou produção dele, visto o comprometimento das ffaa's em geral com material europeu ou americano. Difícil escapar dessa dupla... :roll:

Por fim, penso que os russos fazem tanta propaganda quanto seus concorrentes ao afirmar tal tipo de transformação. De qualquer forma, uma turbina russa/ucraniana seria vista aqui com desconfiança suficiente para descartar de primeira o helo da Denel. Mesmo com os Mi-35 operando com elas há tempos na FAB. E até onde sei, apesar do mau começo, hoje não se houve reclamos nem do helo e menos ainda dos seus motores. Sinal de que se encontrou um ponto de equilíbrio entre manutenção, operacionalidade e disponibilidade adequados as necessidades.

Ademais, apesar de todas essas contrariedades, se eventualmente a Denel conseguir fazer com que a versão AH-2R venha a custar os cerca de US 25 milhões propostos, entendo que vai ficar muito complicado para o EB simplesmente continuar ignorando o helo de ataque sul africano. Mas este é um desafio que eles terão de enfrentar sozinhos. Supondo que haja uma decisão por aqui lá para 2025, talvez este tempo possa ser útil a fim de conseguir fazer o Mk 2 sair do papel. Ou não. Mas a continuar os rumos da economia tal como estão, suponho que os projetos do EB, incluso aí o helo de ataque, realmente enontre uma decisão somente na década de 2030. Ou não. Melhor para o Rooivalk.

Boa sorte para ele.

abs




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Re: Aviação do Exército

#4076 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 16, 2019 10:17 am

Fala do atual, baseado no Cougar? Se sim, deveria ver os reviews/feedback técnico do helicóptero, que tem inúmeros problemas, o que afeta em seu custo operacional. Uma série de decisões erradas sobre o helicóptero fizeram os Sul Africanos desistirem de mais unidades.

E, pelo visto, continuam no erro escolhendo o TV3-117. Esse é um projeto que devemos passar longe.

O AW-249 ou até o ATAK-2 são muito mais promissores.




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Re: Aviação do Exército

#4077 Mensagem por gabriel219 » Sáb Nov 16, 2019 11:39 am

Uma coisa que o Exército não pode esquecer são VAAnT's de uso próprio. Eu particularmente defendo o uso de todas as categorias pelo Exército, inclusive um UCAV como o Reaper, equipado com a nova turbina TR-5000 e um payload perto da 1 tonelada.

Outro interessante VANT Nacional é o FT-200H, com payloado de 50 kg e autonomia de 100 km na infosfera. Seria um interessante meio para tropas de reconhecimento ou até Cia AC no nível de Brigada, podendo até carregar mísseis anticarros variados, Tropas leves inclusive poderiam utilizar, como plataforma de armas em locais de difícil acesso, como Montanha ou um assalto aerotranspotado/aeromóvel.

É uma solução pra Marinha e pro Exército.




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Re: Aviação do Exército

#4078 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 17, 2019 10:22 pm

gabriel219 escreveu: Sáb Nov 16, 2019 10:17 am Fala do atual, baseado no Cougar? Se sim, deveria ver os reviews/feedback técnico do helicóptero, que tem inúmeros problemas, o que afeta em seu custo operacional. Uma série de decisões erradas sobre o helicóptero fizeram os Sul Africanos desistirem de mais unidades.
E, pelo visto, continuam no erro escolhendo o TV3-117. Esse é um projeto que devemos passar longe.
O AW-249 ou até o ATAK-2 são muito mais promissores.
Como projeto o AH-2 é a prova viva de que mesmo um país cerceado por todos os lados e de todas as formas, e com as limitações tecnológicas e materiais que tinha, como a Africa do Sul à época, é possível desenvolver soluções pragmáticas para as necessidades da defesa, mesmo que elas não sejam o suprassumo da tecnologia. Mas são funcionais e atingiram os objetivos a que se propunham.

Já como produto em si, tenho ciência de que o Rooivalk nunca chegou a ser um sucesso de vendas, ou mesmo operacionalmente, mas o conceito por trás dele é excelente. A tentativa de reaver agora um novo modelo modernizado com os recursos de hoje dispostos, considerando as aprendizagens obtidas nas operações reais, deve oferecer um helo bem atraente sob diversas perspectivas.

Estava olhando os sistemas listados acima, e o que mais me chamou a atenção é a proposição do uso de diversos tipos de materiais compostos com que a nova versão do helo está sendo projetada. São itens bastante avançados e que oferecem muitos recursos em termos de pesquisa e investimento para a nossa BID em acordos binacionais.

Além disto, me parece que do ponto de vista dos sistemas embarcados acima, praticamente tudo que os H225M operando nas ffaa's brasileiras dispõe poderia ser adaptado nele. Exceção para o radar ali mencionado, o que também não me parece ser um óbice intransponível em termos de substituição.

Tirando o fato de quase tudo listado acima prover de uma única empresa americana, creio que em relação a recheio eletro-eletrônico, sistemas ISR e C4I estamos bem amparados com relação ao que dispomos aqui na BID e indústrias estrangeiras aqui estabelecidas. Assim, de alguma forma os custos poderiam também ser controlados em relação ao que estivesse de acordo com nossas necessidades. Da mesma forma as turbinas, que suponho, fosse o caso, poderiam inclusive ser as mesmas Makila dos H225M, se isto oferecesse de fato algum abono de custos e operacionais relativos ao projeto do helo. Do contrário, a manutenção das TV3-117 não pode ser considerada de todo uma má escolha, se elas entregarem o desempenho esperado/requerido por eventuais clientes, inclusive nós. Por outro lado, o que impede um determinado comprado escolher as VK2500? Até onde sei nada. Isto serve para nós também. É tudo uma questão, ao final, de escolher o que melhor atende as necessidades de cada cliente.

abs.




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Re: Aviação do Exército

#4079 Mensagem por FCarvalho » Dom Nov 17, 2019 10:46 pm

Eu não tenho bola de cristal, mas, entendo que os AW-249, até agora tem firme somente a intenção dos italianos para substituir o Mangusta, o que sugere uma demanda de apenas 60 unidades para aqueles helos, dado que é o número de A-129 que chegaram a operar no exército italiano. A Leonardo chegou a assinar um acordo com a Polônia para investimento e participação no projeto, mas não tenho certeza se isto irá resultar em encomendas por parte dos poloneses, embora eles tenham uma demanda bastante grande tanto para a substituição dos Mil-2 e Mi-24, ambos operando como helos de ataque. Há uma demanda sugerida para quase uma centena destes helos para as forças armadas poloneses, mas eu duvido muito que haja de fato uma substituição na proporção 1x1. A ver mais para frente como se desenrola esta questão, pois há um processo de atualização de parte da frota de ataque dos helos poloneses para durarem até 10 anos, quando esperam encontrar um substituto à altura daqueles modelo e que caiba no orçamento da MD polonês.

Quanto ao ATAK 2, será um helo de classe pesado, e irá dispor de muitas tecnologias e sistemas avançados turcos. E esse é justamente o problema. Com apenas a Turquia no projeto, e contando apenas com sistemas e tecnologias turcas, embora isso gere uma autonomia muito grande em termos operacionais, vai também criar ao mesmo tempo várias limitações de comercialização e de custos. É só olhar o exemplo do Altay, um puta CC, mas que custa tão caro que só os turcos estão comprando. Mesmo os ricaços do golfo pérsico ainda não se atreveram a bancar o bldo turco. É uma aposta arriscada mas que serve muito bem aos propostos estratégicos turcos na região e geopolítica deles. Não sei se eles teriam interesse em vender o helo para nós, por exemplo, com outros sistemas que não fossem os seus. Embora isso seja uma prática bastante comum no mercado internacional de armas.

Não estou defendendo helo A, B ou C, mas apenas destrinchando os prós e contra de cada um. Tanto o helo italiano como o turco, com certeza vão custar tão ou mais caro quanto um Rooivalk, e diria ser quase impossível custarem mais barato que ele. Assim, além do preço, outros fatores tão importantes quanto o preço, são o custeio, financiamento, off set, tot's, participação nacional, etc. Isso, creio eu todos os helos testados até agora podem e irão oferecer quando a Avex abrir a concorrência de fato para a aquisição do seu helo de ataque, que na minha perspectiva, parece estar ficando cada vez mais para daqui uns dez anos ou mais. Com alguma sorte.

Tempo é sempre um fator importante nos negócios, e no caso do helo de ataque da Avex, talvez seja hoje o mais importante, dado que ele poderá ser, ou um grande aliado, ou um grande, senão o pior inimigo deste projeto.

A ver.

abs




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gabriel219
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Re: Aviação do Exército

#4080 Mensagem por gabriel219 » Ter Nov 19, 2019 3:55 pm

O AW-249 também é um heli que pode ser considerado pesado. Antes eu era contra o mesmo por causa do desespero dos Italianos em achar parceiro, mas agora me parece algo mais sólido.

O ATAK-2 também seria interessante, mas uma parceria com a Leonardo abre um leque maior. A Leonardo produz um leque de aeronaves que nossas Forças já estão de olho, como o AW-159 e o ICH-47, além de outros interessantes como o AW-101, que daria um belo caldo aqui.

Nós temos produtos que podem servir no AW-249, como a tela WAD, desenvolver radar de calda baseado na tecnologia do Sentir M20...

Eu só trocaria o canhão 20 mm pelo M230ABM, mesmo que a quantidade de munição caia de 700 para 350/400.

Aposto o que for preciso que o Roivaalk-2 vai custar, no mínimo, duas vezes o que estão dizendo.




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