Wolfgang escreveu:Até onde sei, depois de escolhido o Rafale, foi vazado um tal de relatório... já bem batido por aqui. E se o poder civil mandar a FAB voar de vassoura, vai voar de vassoura.
Não foi bem assim. Entre o anuncio (7/9/2009) do Rafale e o vazamento (5/1/2010), muita água rolou debaixo da ponte...
07/09/2009 - IMPORTANTE - Mensagem divulgada pela assessoria da Presidência da República na tarde de hoje:
“Comunicado Conjunto: O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Presidente Sarkozy decidiram fazer do Brasil e da França parceiros estratégicos também no domínio aeronáutico, onde ambos os países possuem vantagens importantes e complementares. Neste contexto, o Presidente francês comunicou ao Presidente brasileiro a intenção da França de adquirir uma dezena de unidades da futura aeronave de transporte militar KC-390, e manifestou a disposição dos industriais franceses de contribuir para o desenvolvimento do programa desta aeronave.
Por seu lado, levando em contra a amplitude das transferências de tecnologia propostas e das garantias oferecidas pela parte francesa, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou a decisão da parte brasileira de entrar em negociações com o GIE Rafale para a aquisição de 36 aviões de combate.”
Nota do editor: Parece que finalmente temos um vencedor para o Projeto FX, agora F-X2, após mais de dez anos de estudos técnicos e diversos adiamentos. Mas a prudência manda que aguardemos o avanço das negociações e o anúncio oficial do Ministério da Defesa.
11/09/2009 - Nota do Ministério da Defesa - "
A empresa francesa Dassault terá até o próximo dia 21 de setembro para formalizar junto à Força Aérea Brasileira uma nova proposta comercial para os caças Rafale que esteja compatível com os parâmetros referidos pelo presidente francês Nicolas Sarcozy. A data limite vale também para que as outras duas empresas concorrentes Boeing (F-18) e SAAB (Gripen NG) apresentem eventuais propostas que busquem equiparar-se à francesa. A expectativa da FAB é concluir o processo de análise técnica até o fim de outubro, para que as informações sejam entregues ao ministro da Defesa, que as conduzirá ao Presidente da República. Ao presidente caberá fazer a análise política e estratégica e tomar a decisão final."
21/09/2009 - Nota oficial - "
O Comando da Aeronáutica informa que, por solicitação das empresas concorrentes, a Comissão Gerencial do Projeto F-X2 resolveu estender o prazo, até o dia 2 de outubro de 2009, para os três competidores (Boeing, Dassault e SAAB) apresentarem possíveis melhorias em suas ofertas para o processo de seleção dos novos aviões de caça da Força Aérea Brasileira."
02/10/2009 - Nota oficial - "
Em consonância com o cronograma do processo de seleção dos novos aviões de caça multiemprego para a Força Aérea Brasileira (FAB), o Comando da Aeronáutica informa que, por meio da Gerência do Projeto F-X2 (GPF-X2), recebeu das empresas participantes, listadas aqui em ordem alfabética: BOEING (F-18 E/F SUPER HORNET), DASSAULT (RAFALE) e SAAB (GRIPEN NG), nesta sexta-feira, 2 de outubro, último prazo estabelecido, as propostas de melhorias de suas ofertas. A partir do recebimento desse material, que se somará ao já existente, a GPF-X2 e sua equipe, composta por mais de 60 especialistas em diversas áreas, procederá à elaboração do relatório final de análise técnica das aeronaves concorrentes, bem como a sua apresentação aos Oficiais Generais integrantes do Alto Comando da Aeronáutica. Após, o Comando da Aeronáutica o encaminhará, em data a ser definida, ao Ministério da Defesa."
05/01/2010 - Segundo o jornal "Folha de São Paulo" apurou, o "sumário executivo" do relatório da FAB, com as conclusões finais das mais de 30 mil páginas de dados, apontou o Gripen NG em primeiro lugar na avaliação, e o F-18 Super Hornet em segundo, cabendo ao Rafale a última colocação. O fator financeiro foi decisivo para a classificação do caça sueco: o Gripen NG, até por ser monomotor e ainda em fase de projeto (se baseia no Gripen atual, uma versão inferior em performance), é o mais barato dos três concorrentes finais. A diferença de valores é tanto no quesito preço do produto como no custo de manutenção. A Saab teria oferecido o Gripen pela metade do preço do Rafale, algo na casa dos US$ 70 milhões. Pesou também o compromisso de transferência de tecnologia, visto que o Gripen NG é um projeto em desenvolvimento que oferece em tese mais acesso a tecnologias para empresas futuramente parceiras, como a Embraer. O relatório da FAB não considerou como negativo o fato de o jato sueco ser monomotor, já que em aviões modernos isso é visto com um problema menor na incidência de acidentes. Já o Rafale apresentou três obstáculos, na análise da FAB: 1) Continuou com valores considerados proibitivos, ao contrário do que o presidente da França, Nicolas Sarkozy, havia prometido a Lula; 2) O prometido repasse de tecnologia foi considerado muito aquém da ambição brasileira, trata-se de um "produto pronto", que teria, ou terá, dificuldades para ser vendido a outros países a partir do Brasil e 3) A Embraer, consultada pela Aeronáutica, declarou que, se fosse o Rafale, não teria interesse em participar do projeto, pois lucraria muito pouco em tecnologia e em negócios. O relatório foi feito pela Copac (Comissão Coordenadora do Programa Aeronaves de Combate) e ratificado pelo Alto Comando da Aeronáutica no dia 18 de dezembro.
05/01/2010 - Em Nota Oficial, a FAB esclarece que o relatório ainda não foi entregue ao Ministro da Defesa e ressalta que o relatório de análise técnica permanece pautado na valorização dos aspectos comerciais, técnicos, operacionais, logísticos, industriais, compensação comercial (Offset) e transferência de tecnologia.
04/02/2010 - Em nova reportagem do jornal "Folha de São Paulo", o governo brasileiro já teria decidido pelo caça francês Rafale, depois que a fabricante Dassault aceitou reduzir o preço o final do pacote de 36 aviões que serão adquiridos pela Força Aérea Brasileira (FAB). Segundo o jornal, a Dassault teria aceitado rever o preço das aeronaves, reduzindo de US$ 8,2 bilhões (R$ 15,1 bilhões) para US$ 6,2 bilhões (R$ 11,4 bilhões), depois de uma revisão concluída no último sábado, 30, quando o ministro da Defesa, Nelson Jobim, passou por Paris na volta de uma viagem a Israel. A assessoria do Ministério da Defesa indicou, no entanto, que a decisão sobre a compra dos caças ainda não foi tomada.
03/03/2010 - O ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou hoje que vai se posicionar a respeito de qual proposta é a melhor para o Brasil na escolha do novo caça para renovar a frota nacional e que deve apresentar a proposta de compra dos caças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 20 dias. O Conselho de Defesa Nacional, órgão consultivo do qual fazem parte os presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, também dará uma opinião final sobre as propostas ao presidente Lula.
09/03/2010 -
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, em sua coluna semanal para os jornais, que a decisão sobre a compra dos caças ainda não foi tomada por causa da importância da escolha na capacidade de defesa. "A FAB já fez sua análise e pré-selecionou três modelos que atendem às suas necessidades técnicas. Agora é a hora de o governo fazer a análise estratégica, política e econômica para apontar qual proposta trará mais benefícios para a sociedade. Temos que ser muito cautelosos". Segundo o presidente, a escolha vai ser feita após "concluída a análise do Ministério de Defesa, de ouvir o Conselho de Defesa Nacional e considerando as diretrizes da Estratégia Nacional de Defesa. "Posso adiantar que a empresa a ser escolhida, seja qual for, terá que se comprometer com a transferência irrestrita de toda a tecnologia de ponta".
17/03/2010 - Após dois dias de reuniões em Brasília, o Alto Comando da Aeronáutica entregou hoje ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, um ofício-resposta em que diz que não é da competência da Força Aérea a decisão política de escolher o novo caça. Na mesma resposta, a FAB reitera que, nos aspectos operacionais e logísticos, os três modelos que participam da concorrência - Gripen, F-18 e Rafale - atendem à Aeronáutica. Dessa forma, a FAB endossa a possibilidade de o governo escolher o Rafale, da Dassault, mesmo sendo o mais caro dos três concorrentes. Tanto Lula quanto Jobim já disseram em público que a preferência é pelo caça francês porque a Dassault oferece o melhor pacote de transferência de tecnologia.
03/11/2010 - O Ministério da Defesa informou que a decisão sobre o caça vencedor do Projeto FX-2 deverá ser anunciada ainda no governo do presidente Lula, mas somente depois que houver uma reunião na qual também participará a presidente eleita Dilma Rousseff, já que a a assinatura do contrato de compra e as despesas iniciais ocorrerão ao longo de seu mandato.
20/01/2011 - Decisão sobre Projeto FX-2 fica para 2012. Por conta da situação fiscal preocupante e de dúvidas sobre a melhor opção, a presidente Dilma Rousseff definiu que a compra dos novos caças da FAB pode até ser decidida no fim deste ano, mas qualquer gasto só será feito a partir de 2012. Com um corte em estudo que deve superar os R$ 40 bilhões no Orçamento e o trauma gerado pela tragédia no Rio, seria politicamente difícil para o governo decidir por um negócio tão caro neste momento em que o discurso é de austeridade. Empenhada em minimizar o desgaste provocado pela compra de 36 caças para a Força Aérea Brasileira (FAB), a presidente Dilma Rousseff só vai anunciar uma decisão final sobre o negócio depois de obter um parecer do Conselho de Defesa Nacional. Alvo de pressão internacional por uma definição, Dilma deve convocar uma reunião do órgão especificamente para tratar do assunto, assim que concluir a análise do relatório que encomendou ao Ministério da Defesa sobre a negociação.
http://www.militarypower.com.br/frame4-projetofx.htm