Bom mas se nossos alemães conservam mais cultura alemã que os alemães que vivem na Alemanha. Principalmente os prussianos da Pomerâmia que vivem aqui.Cross escreveu:É, pode-se ver muito bem que os Japoneses deixaram de ser japoneses após a ocupação americana com o fim da segunda guerra, pode-se também que o Sul Coreanos se tornaram americanizados com as 28 mil tropas americanas ali estacionadas, alias, não se pode esquecer das bases da Alemanhã, nem chucrute se faz mais lá depois que os americanos entraram.EDSON escreveu:E o povo corre perigo de perder a indentidade se isto perdurar por muito tempo.
EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Na verdade, pelo menos no Rio Grande do Sul, grande parte dos imigrantes chegou bem antes do surgimento do Estado alemão unificado, em 1971, muitos vieram de regiões q hoje pertencem a Polônia, Áustria ou República Checam por exemplo, mas de língua germânica. Apesar das distintas origens origens e dialetos variados, prevaleceu no Rio Grande do Sul o dialeto chamado de Hunsrückisch Platt. De fato, os imigrantes germânicos têm pouco a ver com a Alemanha contemporânea. Me lembro certa vez de um documentário de uma TV alemã q se referia as colônias alemãs do RS e suas tradições como uma volta ao passado "alemão". Muita coisa daqui não se manteve "tradicional" por lá.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Atualizado em 28 de maio, 2010 - 08:00 (Brasília) 11:00 GMT
Combate a guerrilhas já não é mais prioridade para eleitores na Colômbia, dizem analistas
Claudia Jardim
Enviada especial da BBC Brasil à Bogotá
O conflito armado e o combate às guerrilhas na Colômbia ainda preocupam, mas deixaram de ser as prioridades dos eleitores que vão às urnas no próximo domingo escolher o novo presidente do país. A opinião é de analistas e eleitores ouvidos pela BBC Brasil.
Segundo especialistas, políticas públicas direcionadas exclusivamente à segurança - em detrimento de problemas relacionados a trabalho, saúde e educação - estão desgastadas. Os eleitores colombianos, afirmam analistas, hoje se preocupam muito mais com a resolução de problemas sociais.
"Pela primeira vez as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) já não colocam nem derrubam presidentes", afirmou à BBC Brasil Ariel Ávila, do Movimento de Observação Eleitoral (MOE) da Colômbia.
Nas eleições presidenciais de 1998, quando se discutia a possibilidade de um acordo de paz no país, o candidato eleito foi Andrés Pastrana. As negociações fracassaram, e as Farc terminaram ampliando seu poder militar.
Depois de fracassadas as negociações, os colombianos passaram a exigir pulso firme contra a guerrilha, fator decisivo para alavancar a vitória de Álvaro Uribe nas eleições em 2002 e 2006. Uribe foi eleito em grande parte por sua promessa de derrotar a guerrilha militarmente.
"Hoje o desemprego e a precarização do acesso à saúde são tão graves que é o que realmente estimula essas eleições", acrescentou Ávila.
Desemprego
A taxa oficial de desemprego registrada na Colômbia em maio foi de 12%, e o índice de informalidade chegou a 51,6% dos trabalhadores, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE).
Os dados, no entanto, são questionados por organizações sociais que consideram que o número de desempregados alcance 14,6% dos trabalhadores colombianos. A falta de empregos se tornou uma das principais preocupações do recepcionista Marco Paez.
"Era necessário combater a guerra, mas muitas coisas importantes foram ficando de lado por causa da nossa 'guerrilhafobia'. Há muito desemprego, a saúde está precária, já é hora de cuidar disso também", disse à BBC .
Segundo pesquisa realizada em maio pela empresa Invamer Gallup e publicada pela revista colombiana Semana, 76% dos colombianos entrevistados desaprovam as políticas do governo para combater o desemprego, e 62% não estão contentes com a qualidade da saúde pública.
A pesquisa revela também que 52% dos colombianos desaprovam a maneira com a qual o governo combate a corrupção, enquanto 65% dos entrevistados acreditam que este problema está aumentando.
Para o analista político e ex-ministro de Justiça Rafael Nieto, os colombianos hoje podem se preocupar com outros problemas justamente porque a política de segurança de Álvaro Uribe "deu resultados".
"As pessoas entendem que o conflito não está resolvido, que as Farc continuam vivas e com capacidade de ação, mas já não são um ator político relevante", afirmou Nieto à BBCBrasil. " As guerrilhas já não têm capacidade de invadir os grandes centros urbanos. Isso é o que realmente altera a percepção das pessoas em relação à segurança", acrescentou.
Atentados
De acordo com o MOE, as Farc e o Exército de LIbertação Nacional (ELN) - segunda maior guerrilha do país - incrementaram suas ações em 112% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
As autoridades colombianas anunciaram a mobilização de ao menos 151 mil homens da Polícia Nacional para vigiar os mais de 10 mil centros de votação no país. De acordo com o diretor da polícia, general Oscar Naranjo, os policiais darão prioridade à segurança nos departamentos (Estados) de Cauca, Nariño, Arauca, Tolima, Caquetá e Putumayo, considerados sob maior risco de sofrer atentados.
Na última segunda-feira, nove fuzileiros navais colombianos morreram durante enfrentamento com as Farc, em Caquetá, no sul do país. Dias depois, uma bomba explodiu próximo ao comitê eleitoral do candidato oficialista Juan Manuel Santos, no interior do país, deixando ao menos nove pessoas feridas.
Para Ariel Ávila, com a atual polarização na disputa eleitoral entre o candidato conservador Juan Manuel Santos, considerado o herdeiro de Uribe, e o candidato do partido Verde, Antanas Mockus, "difícilmente" atos de desestabilização menores poderão influenciar o voto do eleitor neste domingo.
"A não ser que ocorra um fato extraordinário em relação à segurança. Neste caso, Santos sairia favorecido porque (é o candidato que) continuará justificando a política de segurança democrática e a linha dura, acompanhada de certa arbitrariedade, que caracterizou o governo Uribe", afirmou.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_ji.shtml
Combate a guerrilhas já não é mais prioridade para eleitores na Colômbia, dizem analistas
Claudia Jardim
Enviada especial da BBC Brasil à Bogotá
O conflito armado e o combate às guerrilhas na Colômbia ainda preocupam, mas deixaram de ser as prioridades dos eleitores que vão às urnas no próximo domingo escolher o novo presidente do país. A opinião é de analistas e eleitores ouvidos pela BBC Brasil.
Segundo especialistas, políticas públicas direcionadas exclusivamente à segurança - em detrimento de problemas relacionados a trabalho, saúde e educação - estão desgastadas. Os eleitores colombianos, afirmam analistas, hoje se preocupam muito mais com a resolução de problemas sociais.
"Pela primeira vez as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) já não colocam nem derrubam presidentes", afirmou à BBC Brasil Ariel Ávila, do Movimento de Observação Eleitoral (MOE) da Colômbia.
Nas eleições presidenciais de 1998, quando se discutia a possibilidade de um acordo de paz no país, o candidato eleito foi Andrés Pastrana. As negociações fracassaram, e as Farc terminaram ampliando seu poder militar.
Depois de fracassadas as negociações, os colombianos passaram a exigir pulso firme contra a guerrilha, fator decisivo para alavancar a vitória de Álvaro Uribe nas eleições em 2002 e 2006. Uribe foi eleito em grande parte por sua promessa de derrotar a guerrilha militarmente.
"Hoje o desemprego e a precarização do acesso à saúde são tão graves que é o que realmente estimula essas eleições", acrescentou Ávila.
Desemprego
A taxa oficial de desemprego registrada na Colômbia em maio foi de 12%, e o índice de informalidade chegou a 51,6% dos trabalhadores, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE).
Os dados, no entanto, são questionados por organizações sociais que consideram que o número de desempregados alcance 14,6% dos trabalhadores colombianos. A falta de empregos se tornou uma das principais preocupações do recepcionista Marco Paez.
"Era necessário combater a guerra, mas muitas coisas importantes foram ficando de lado por causa da nossa 'guerrilhafobia'. Há muito desemprego, a saúde está precária, já é hora de cuidar disso também", disse à BBC .
Segundo pesquisa realizada em maio pela empresa Invamer Gallup e publicada pela revista colombiana Semana, 76% dos colombianos entrevistados desaprovam as políticas do governo para combater o desemprego, e 62% não estão contentes com a qualidade da saúde pública.
A pesquisa revela também que 52% dos colombianos desaprovam a maneira com a qual o governo combate a corrupção, enquanto 65% dos entrevistados acreditam que este problema está aumentando.
Para o analista político e ex-ministro de Justiça Rafael Nieto, os colombianos hoje podem se preocupar com outros problemas justamente porque a política de segurança de Álvaro Uribe "deu resultados".
"As pessoas entendem que o conflito não está resolvido, que as Farc continuam vivas e com capacidade de ação, mas já não são um ator político relevante", afirmou Nieto à BBCBrasil. " As guerrilhas já não têm capacidade de invadir os grandes centros urbanos. Isso é o que realmente altera a percepção das pessoas em relação à segurança", acrescentou.
Atentados
De acordo com o MOE, as Farc e o Exército de LIbertação Nacional (ELN) - segunda maior guerrilha do país - incrementaram suas ações em 112% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado.
As autoridades colombianas anunciaram a mobilização de ao menos 151 mil homens da Polícia Nacional para vigiar os mais de 10 mil centros de votação no país. De acordo com o diretor da polícia, general Oscar Naranjo, os policiais darão prioridade à segurança nos departamentos (Estados) de Cauca, Nariño, Arauca, Tolima, Caquetá e Putumayo, considerados sob maior risco de sofrer atentados.
Na última segunda-feira, nove fuzileiros navais colombianos morreram durante enfrentamento com as Farc, em Caquetá, no sul do país. Dias depois, uma bomba explodiu próximo ao comitê eleitoral do candidato oficialista Juan Manuel Santos, no interior do país, deixando ao menos nove pessoas feridas.
Para Ariel Ávila, com a atual polarização na disputa eleitoral entre o candidato conservador Juan Manuel Santos, considerado o herdeiro de Uribe, e o candidato do partido Verde, Antanas Mockus, "difícilmente" atos de desestabilização menores poderão influenciar o voto do eleitor neste domingo.
"A não ser que ocorra um fato extraordinário em relação à segurança. Neste caso, Santos sairia favorecido porque (é o candidato que) continuará justificando a política de segurança democrática e a linha dura, acompanhada de certa arbitrariedade, que caracterizou o governo Uribe", afirmou.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... e_ji.shtml
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Se não ouviu falar no recrutamento de jovens estás ouvindo agora. Depois de ler tua defesa romântica das FARC como lutadores da liberdade nada mais há para discutir. Ficamos assim, as pessoas que sequestraram, mataram, roubaram, colocaram bombas não são das FARC. Usam o nome das FARC, os uniformes das FARC mas não saõ das FARC. Se acreditas nisto tudo bem.Se teus amigos generalizam assim, digo que façam mais aprofundamentos... nunca ouvi falar em recrutamento estilo "África" nas FARC, muito pelo contrário, o nível cultural deles hoje é muito elevado, e o voluntariado é o que ainda os fazem lutar por princípios...
Eu continuo a acreditar numa pessoa que foi à Colômbia sem nenhum vínculo com qualquer grupo daquele país e que, por uma casualidade, foi trabalhar com jovens atingidos pela guerra. Trata-se uma psicóloga, com pós graduação, perfeitamente habilitada a entrevistar e tratar pessoas e que tem contato diário e constante com os envolvidos. Não está a falar sobre o assunto baseada em reuniões com entidades, palestras de militantes, literatura engajada ou algo assim. Ela está lá, na vida real, no dia a dia.
Qual a tua vivência na Colômbia para contesta-la tão enfaticamente? Eu percebi que os colombianos odeiam as FARC e, caso ela fosse um partido política teria menos voto que o PSOL no Brasil. Quando de tuas viagens à Colômba viste algo diferente? Gostaria de saber de onde vem teu enorme conhecimento sobre as virtudes das FARC.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Estou torcendo pelo Mockus. Sua eleição significaria uma prova do amadurecimento político do povo colombiano e um fortalecimento institucional daquele país. É a influência benigna do Lula se espalhando pelo nosso espaço vital ...
salu2.
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"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Idem, sobretudo porque:
Candidato colombiano defende união latino-americana
28/05/2010 E.M.Pinto
Leda Balbino
Em entrevista ao iG, opositor Antanas Mockus diz que atuação em bloco aumentará peso da região e defende maior parceria com Brasil
O opositor colombiano Antanas Mockus, do Partido Verde, conseguiu em três meses projetar-se como um dos favoritos para as eleições presidenciais da Colômbia, saindo de 3% nas intenções de voto em fevereiro para um atual empate técnico com o candidato governista, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, do conservador Partido de La U.
Apesar de as últimas pesquisas indicarem que Mockus, de 58 anos, pode perder por pouco o primeiro turno eleitoral, que ocorre no domingo de 30 de maio, tem boas chances de vencer o segundo, em 20 de junho. Segundo o último levantamento, divulgado pelo Instituto Ipsos-Napoleón Franco em 22 de maio, Santos venceria o primeiro turno com dois pontos de vantagem sobre Mockus: 34% a 32%. Na segundo turno, porém, a pesquisa indica que Mockus ganharia com 45% a 40%, numa disputa apertada que transformou as eleições deste ano nas mais eletrizantes em muito tempo no país de 44 milhões de habitantes.
O candidato presidencial Antanas Mockus, do Partido Verde, segura girassol e cópia da Constituição colombiana no comício de encerramento de sua campanha (23/05/2010)
O segredo para o bom desempenho do ex-prefeito de Bogotá (1995-1998 e 2001-2003) é a campanha pautada na defesa da “legalidade democrática”. O lema é uma crítica aos escândalos dos oito anos do governo pró-EUA de Álvaro Uribe, cuja popularidade de 74% tem como base a política de Segurança Democrática, que contou com US$ 6 bilhões de Washington para conseguir isolar a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Além disso, o matemático e filósofo de origem lituana fez algo inédito na Colômbia. Inspirados pela estratégia bem-sucedida do presidente dos EUA, Barack Obama, nos EUA em 2008, os responsáveis por sua campanha usaram a internet para chegar aos eleitores, principalmente aos jovens.
Hoje, ele é a sétima pessoa em número de amigos no Facebook e o político colombiano com maior número de seguidores no Twitter. Numa mostra da eficiência de sua campanha, o iG recebeu em poucas horas as diretrizes para conseguir uma entrevista, em uma mensagem que terminava com a frase: “A meta é nos multiplicar cada vez mais e, para consegui-lo, você também é importante.”
Na entrevista ao iG, Mockus indica que, diferentemente de Uribe, não privilegiará os EUA em detrimento dos países latino-americanos e manterá a política de combate às Farc. Leia a seguir.
iG: O sr. disse que, se eleito, usará a diplomacia e recuperará o comércio com a Venezuela, que tem várias divergências com o governo Uribe. Diferentemente do atual presidente, o sr. priorizará mais seus vizinhos regionais em vez dos EUA?
Mockus: Desde nossa candidatura promovemos a internacionalização das relações políticas, econômicas, sociais, culturais e ecológicas sobre as bases da equidade, igualdade, reciprocidade e conveniência nacional. Asseguramos que as relações com os EUA e os países da região tenham como base o respeito à soberania nacional, à autodeterminação dos povos, à pluralidade, à diversidade e ao reconhecimento e cumprimento dos princípios, tratados e acordos multilateriais aceitos pela Colômbia. Acreditamos que se deve buscar a união regional. O fortalecimento de instituições como a CAN (Comunidade Andina de Nações) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) é fundamental. A Europa é um exemplo de que, atuando em bloco, podemos ter mais peso no panorama mundial.
iG: Qual é a relação que pretende estabelecer com o Brasil?
Mockus: Afiançar as relações internacionais, sobretudo com nossos vizinhos, é crucial, e isso é especialmente certo com o Brasil, independentemente do novo governante que será eleito neste ano. Devemos nos aproximar mais especialmente na cooperação recíproca em matéria comercial, ambiental, energética, educativa, científica, tecnológica e de segurança. O objetivo de alcançar um desenvolvimento latino-americano integral e sustentável é de todos os nossos povos, por isso a ajuda mútua, generosa e respeitosa da soberania é indispensável para alcançar esse objetivo comum.
iG: Documento da Polícia Federal do Brasil indicou a atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Amazônia brasileira para atividades de narcotráfico. Se eleito, como planeja atuar para evitar que a guerrilha ultrapasse as fronteiras colombianas?
Mockus: Para isso, são necessárias a cooperação binacional e a melhora das comunicações e ações contra o narcotráfico. A responsabilidade no combate aos cartéis deve ser compartilhada entre cidadãos e Estados e entre Estados produtores (de entorpecentes) e consumidores. A América Latina e a América do Norte devem se integrar com mecanismos de cooperação e apoio contra a cultura da ilegalidade associada ao narcotráfico. Países consumidores e produtores devem realizar um debate conjunto sobre qual deverá ser a política antidrogas mais efetiva para a próxima década.
iG: O sr. planeja manter o mesmo nível de pressão de Uribe no combate à guerrilha?
Construiremos sobre as bases do que foi alcançado pelos governos que nos antecederam, em particular o do presidente Uribe, e consolidaremos nas mãos do Estado o monopólio no uso legítimo da força. A segurança se consolida nas regiões com a presença de uma justiça próxima do cidadão e eficaz em sua tarefa. E também com as oportunidades criados pela prosperidade baseada na legalidade.
iG: Analistas opinam que seu crescimento nas pesquisas se deve em parte à campanha contra a corrupção, em uma referência aos escândalos do governo Uribe. Se eleito, quais medidas pretende adotar para evitar desvios e atos ilegais?
Mockus: Nossa proposta fundamental está centrada no respeito à lei. Essa é a única maneira de conseguir a prosperidade sem atalhos, sem a ideia equivocada de que o fim justifica os meios. Pelo contrário, são os meios – deliberativos, participativos, democráticos – que legitimam os fins. Por isso impulsionarei como principais políticas na Colômbia a legalidade democrática e a educação e mudança cultural como motor de desenvolvimento.
iG: No Facebook, o sr. é a sétima pessoa do mundo com mais amigos. E, entre os candidatos colombianos, lidera em número de seguidores no Twitter. Qual é o papel da internet no bom desempenho de sua campanha?
Mockus: Nossa campanha na internet mostra uma forma de fazer política que não havia sido feita antes no país e certamente nos ajudou bastante a chegar aos jovens. O crescimento da campanha mostra que os cidadãos descobriram a importância do voto de consciência. Durante muitos anos as eleições na Colômbia giraram em torno de cargos, favores e clientelismo, causando pobreza, desilusão e desencanto. Hoje a onda verde rompe a lógica eleitoral, mostra que com três ideias centrais – legalidade democrática, respeito absoluto pela vida humana e gerenciamento transparente dos recursos públicos – se pode abrir a política. Nossa liderança se deve à forma de fazer política e ao fato de os colombianos desejarem uma mudança na forma de governar.
Fonte: Último Segundo
http://pbrasil.wordpress.com/2010/05/28 ... more-18533
Candidato colombiano defende união latino-americana
28/05/2010 E.M.Pinto
Leda Balbino
Em entrevista ao iG, opositor Antanas Mockus diz que atuação em bloco aumentará peso da região e defende maior parceria com Brasil
O opositor colombiano Antanas Mockus, do Partido Verde, conseguiu em três meses projetar-se como um dos favoritos para as eleições presidenciais da Colômbia, saindo de 3% nas intenções de voto em fevereiro para um atual empate técnico com o candidato governista, o ex-ministro da Defesa Juan Manuel Santos, do conservador Partido de La U.
Apesar de as últimas pesquisas indicarem que Mockus, de 58 anos, pode perder por pouco o primeiro turno eleitoral, que ocorre no domingo de 30 de maio, tem boas chances de vencer o segundo, em 20 de junho. Segundo o último levantamento, divulgado pelo Instituto Ipsos-Napoleón Franco em 22 de maio, Santos venceria o primeiro turno com dois pontos de vantagem sobre Mockus: 34% a 32%. Na segundo turno, porém, a pesquisa indica que Mockus ganharia com 45% a 40%, numa disputa apertada que transformou as eleições deste ano nas mais eletrizantes em muito tempo no país de 44 milhões de habitantes.
O candidato presidencial Antanas Mockus, do Partido Verde, segura girassol e cópia da Constituição colombiana no comício de encerramento de sua campanha (23/05/2010)
O segredo para o bom desempenho do ex-prefeito de Bogotá (1995-1998 e 2001-2003) é a campanha pautada na defesa da “legalidade democrática”. O lema é uma crítica aos escândalos dos oito anos do governo pró-EUA de Álvaro Uribe, cuja popularidade de 74% tem como base a política de Segurança Democrática, que contou com US$ 6 bilhões de Washington para conseguir isolar a guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Além disso, o matemático e filósofo de origem lituana fez algo inédito na Colômbia. Inspirados pela estratégia bem-sucedida do presidente dos EUA, Barack Obama, nos EUA em 2008, os responsáveis por sua campanha usaram a internet para chegar aos eleitores, principalmente aos jovens.
Hoje, ele é a sétima pessoa em número de amigos no Facebook e o político colombiano com maior número de seguidores no Twitter. Numa mostra da eficiência de sua campanha, o iG recebeu em poucas horas as diretrizes para conseguir uma entrevista, em uma mensagem que terminava com a frase: “A meta é nos multiplicar cada vez mais e, para consegui-lo, você também é importante.”
Na entrevista ao iG, Mockus indica que, diferentemente de Uribe, não privilegiará os EUA em detrimento dos países latino-americanos e manterá a política de combate às Farc. Leia a seguir.
iG: O sr. disse que, se eleito, usará a diplomacia e recuperará o comércio com a Venezuela, que tem várias divergências com o governo Uribe. Diferentemente do atual presidente, o sr. priorizará mais seus vizinhos regionais em vez dos EUA?
Mockus: Desde nossa candidatura promovemos a internacionalização das relações políticas, econômicas, sociais, culturais e ecológicas sobre as bases da equidade, igualdade, reciprocidade e conveniência nacional. Asseguramos que as relações com os EUA e os países da região tenham como base o respeito à soberania nacional, à autodeterminação dos povos, à pluralidade, à diversidade e ao reconhecimento e cumprimento dos princípios, tratados e acordos multilateriais aceitos pela Colômbia. Acreditamos que se deve buscar a união regional. O fortalecimento de instituições como a CAN (Comunidade Andina de Nações) e a Unasul (União de Nações Sul-Americanas) é fundamental. A Europa é um exemplo de que, atuando em bloco, podemos ter mais peso no panorama mundial.
iG: Qual é a relação que pretende estabelecer com o Brasil?
Mockus: Afiançar as relações internacionais, sobretudo com nossos vizinhos, é crucial, e isso é especialmente certo com o Brasil, independentemente do novo governante que será eleito neste ano. Devemos nos aproximar mais especialmente na cooperação recíproca em matéria comercial, ambiental, energética, educativa, científica, tecnológica e de segurança. O objetivo de alcançar um desenvolvimento latino-americano integral e sustentável é de todos os nossos povos, por isso a ajuda mútua, generosa e respeitosa da soberania é indispensável para alcançar esse objetivo comum.
iG: Documento da Polícia Federal do Brasil indicou a atuação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) na Amazônia brasileira para atividades de narcotráfico. Se eleito, como planeja atuar para evitar que a guerrilha ultrapasse as fronteiras colombianas?
Mockus: Para isso, são necessárias a cooperação binacional e a melhora das comunicações e ações contra o narcotráfico. A responsabilidade no combate aos cartéis deve ser compartilhada entre cidadãos e Estados e entre Estados produtores (de entorpecentes) e consumidores. A América Latina e a América do Norte devem se integrar com mecanismos de cooperação e apoio contra a cultura da ilegalidade associada ao narcotráfico. Países consumidores e produtores devem realizar um debate conjunto sobre qual deverá ser a política antidrogas mais efetiva para a próxima década.
iG: O sr. planeja manter o mesmo nível de pressão de Uribe no combate à guerrilha?
Construiremos sobre as bases do que foi alcançado pelos governos que nos antecederam, em particular o do presidente Uribe, e consolidaremos nas mãos do Estado o monopólio no uso legítimo da força. A segurança se consolida nas regiões com a presença de uma justiça próxima do cidadão e eficaz em sua tarefa. E também com as oportunidades criados pela prosperidade baseada na legalidade.
iG: Analistas opinam que seu crescimento nas pesquisas se deve em parte à campanha contra a corrupção, em uma referência aos escândalos do governo Uribe. Se eleito, quais medidas pretende adotar para evitar desvios e atos ilegais?
Mockus: Nossa proposta fundamental está centrada no respeito à lei. Essa é a única maneira de conseguir a prosperidade sem atalhos, sem a ideia equivocada de que o fim justifica os meios. Pelo contrário, são os meios – deliberativos, participativos, democráticos – que legitimam os fins. Por isso impulsionarei como principais políticas na Colômbia a legalidade democrática e a educação e mudança cultural como motor de desenvolvimento.
iG: No Facebook, o sr. é a sétima pessoa do mundo com mais amigos. E, entre os candidatos colombianos, lidera em número de seguidores no Twitter. Qual é o papel da internet no bom desempenho de sua campanha?
Mockus: Nossa campanha na internet mostra uma forma de fazer política que não havia sido feita antes no país e certamente nos ajudou bastante a chegar aos jovens. O crescimento da campanha mostra que os cidadãos descobriram a importância do voto de consciência. Durante muitos anos as eleições na Colômbia giraram em torno de cargos, favores e clientelismo, causando pobreza, desilusão e desencanto. Hoje a onda verde rompe a lógica eleitoral, mostra que com três ideias centrais – legalidade democrática, respeito absoluto pela vida humana e gerenciamento transparente dos recursos públicos – se pode abrir a política. Nossa liderança se deve à forma de fazer política e ao fato de os colombianos desejarem uma mudança na forma de governar.
Fonte: Último Segundo
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Uribe pode ter dado golpes mortais nas FARCS, no entanto, foi a custo da soberania nacional colombiana, de um goverrno extremamente corrupto e hipócrita ao fazer vista grossa aos paramilitares, q de fato não foram desmobilizados e estão envolvidos até a medula com o narcotráfico, extorsão e sequestros, assim como as FARCS e ELN, mas q têm seus chefes ligados a sua base de apoio político.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Defesa romântica... agora se um cara diz como vê a coisa, e não cai no estereótipo julgador ocidental está defendendo... e depois vem falar em justiça neste caso especifico, de violência de alguns aos "oprimidos" !!delmar escreveu:Se não ouviu falar no recrutamento de jovens estás ouvindo agora. Depois de ler tua defesa romântica das FARC como lutadores da liberdade nada mais há para discutir. Ficamos assim, as pessoas que sequestraram, mataram, roubaram, colocaram bombas não são das FARC. Usam o nome das FARC, os uniformes das FARC mas não saõ das FARC. Se acreditas nisto tudo bem.
Primeiro eu não disse que não jogam bombas nas ruas e que não matam!! Eles tem que matar, é uma guerra !!!
EU disse que não seqüestram para combater!! Mas eles seqüestram para pedir resgate, guerrilha !!
Eu disse que que existem grupos que usam o nome das FARC para cometer ilícitos assim para ter mais credibilidade ou gerar descrédito sobre as mesmas, as milícias do Uribe fazem muito isso, cometerem ilícitos para gerar mal contento na população usando o nome das FARC, isso todos sabem, é um fato !!
Pelo que vejo a mesma da tua... por ouvir falar !!!delmar escreveu:Qual a tua vivência na Colômbia para contesta-la tão enfaticamente?
Mas pelo menos não engulo como verdade tudo o que escuto !!
Enlil... não é assim, so os comunas matam e seqüestram... não viu isso na televisão colombiana e na Veja??Enlil escreveu:Uribe pode ter dado golpes mortais nas FARCS, no entanto, foi a custo da soberania nacional colombiana, de um goverrno extremamente corrupto e hipócrita ao fazer vista grossa aos paramilitares, q de fato não foram desmobilizados e estão envolvidos até a medula com o narcotráfico, extorsão e sequestros, assim como as FARCS e ELN, mas q têm seus chefes ligados a sua base de apoio político.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Ex-guerrilheira das Farc diz que fuzilou 80 e recrutou 108 menores
DA EFE
Uma ex-guerrilheira das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que se entregou ao exército local em 2008, disse nesta sexta-feira à imprensa que confessou à Justiça sua participação em 214 delitos, entre eles o recrutamento de 108 menores de idade e cerca de 80 fuzilamentos.
Em declarações à rádio Caracol, Elda Neyis Mosquera, conhecida como Karina, que foi comandante da frente 47 das Farc, disse que "confessou 108 recrutamentos de menores".
"Também quero deixar claro que vou responder por todos os fatos cometidos pela frente 47 no tempo em que estive encarregada por eles, pois estava na linha de comando", disse Karina.
A ex-guerrilheira pediu perdão, e disse que foi esteve convencida durante muito tempo de que "tudo era pelo bem da sociedade e em prol de um futuro melhor" para o país.
Agora "que estou aqui e tenho outra forma de pensar e ver as coisas, hoje que estou plenamente convencida de que as armas não são a solução para o conflito que vive o país, hoje que não realizo, mas condeno os atos criminosos das Farc, os convido à reconciliação", disse.
UOL
Outra mentira da mídia golpista!!!!
DA EFE
Uma ex-guerrilheira das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) que se entregou ao exército local em 2008, disse nesta sexta-feira à imprensa que confessou à Justiça sua participação em 214 delitos, entre eles o recrutamento de 108 menores de idade e cerca de 80 fuzilamentos.
Em declarações à rádio Caracol, Elda Neyis Mosquera, conhecida como Karina, que foi comandante da frente 47 das Farc, disse que "confessou 108 recrutamentos de menores".
"Também quero deixar claro que vou responder por todos os fatos cometidos pela frente 47 no tempo em que estive encarregada por eles, pois estava na linha de comando", disse Karina.
A ex-guerrilheira pediu perdão, e disse que foi esteve convencida durante muito tempo de que "tudo era pelo bem da sociedade e em prol de um futuro melhor" para o país.
Agora "que estou aqui e tenho outra forma de pensar e ver as coisas, hoje que estou plenamente convencida de que as armas não são a solução para o conflito que vive o país, hoje que não realizo, mas condeno os atos criminosos das Farc, os convido à reconciliação", disse.
UOL
Outra mentira da mídia golpista!!!!
Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
No próximo domingo, a Colômbia passará por eleições presidenciais. Mas o pleito não deve ser decidido no primeiro turno. Pesquisas apontam que é pequena a diferença entre o candidato oficialista, Juan Manuel Santos, e Antanas Mockus, do Partido Verde.
A eleição colombiana e os rumos do nosso continente
Por Marcelo Salles*
A eleição presidencial que se avizinha na Colômbia pode dar um fim ao uribismo, mas isso não significa, necessariamente, uma mudança radical nas políticas implementadas pelo governo colombiano na última década.
O principal candidato da oposição, Antanas Mockus, do Partido Verde, já lidera as pesquisas de opinião com 32,8% das intenções de voto (Instituto Datexco). O quadro é muito diferente das eleições parlamentares de 14 de março, quando o Partido Conservador e o Partido de La U – que sustentam o uribismo – receberam quase a metade dos votos, enquanto o Partido Verde ficou com cerca de 3% das cadeiras.
Mockus, filósofo e matemático, é visto como um liberal nos costumes. Certa vez, quando reitor da Universidade Nacional de Bogotá, baixou as calças para chamar a atenção dos alunos. Prefeito da capital, entre 1995 1997, empreendeu campanha de pela redução da violência em que, entre outras coisas, distribuía aos motoristas de trânsito cartões com polegares para cima e para baixo, que eram levantados mediante manobras corteses ou imprudentes. Mockus decretou toque de recolher em bares e até determinou que num certo dia apenas mulheres poderiam sair às ruas. Pra completar, chegou a se fantasiar de super-heróis para divulgar suas ideias.
Por outro lado, Mockus já deixou claro seu conservadorismo ao afirmar que vai continuar a política de segurança de Uribe – ressalvando que não permitirá violações de direitos humanos – e ao mostrar-se favorável à abertura econômica.
Por sua vez, o situacionista Juan Manuel Santos, que tem 29,3% das intenções de voto (Datexco), foi ministro da Defesa de Uribe e um dos grandes ideólogos das últimas investidas contra as Farc, inclusive aquelas que violaram a soberania do Equador e assassinaram guerrilheiros desarmados.
O paramilitarismo passou a ser o lado sombrio da política de segurança de Uribe. Enquanto o discurso oficial era voltado contra os guerrilheiros, as assim chamadas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) passaram a aterrorizar a população, perseguindo e seqüestrando opositores políticos. Segundo o professor Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “estão matando defensores dos direitos humanos na ordem de centenas por ano”. A perseguição foi tão intensa que num dado momento passou a ser impossível escondê-la. E parlamentares uribistas foram presos por suas ligações com grupos paramilitares.
Esse modelo, que por algum motivo misterioso não merece muita atenção das corporações brasileiras de mídia, é bastante admirado pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), que em entrevistas chegou a defender as milícias, que seriam nossas AUC, e teriam um papel importante no combate aos traficantes varejistas. Como os fatos se encarregaram de provar, as milícias – grupos paramilitares formados por policiais, bombeiros, agentes penitenciários e outros – estavam atrás de dinheiro e aterrorizavam a população como um todo, sobretudo os segmentos mais pobres.
Nesse sentido, a eleição colombiana seria uma espécie de disputa entre extrema-direita x direita. Ou, mal comparando, a diferença entre Mockus e Santos seria aquela que existia entre Clinton e Bush. “Clinton era alguém com quem se podia conversar”, disse certa vez o presidente Hugo Chávez.
No plano geopolítico, essa diferença sutil entre Mockus e Santos pode contar muito. A Colômbia tem funcionado, com Uribe, como um satélite estadunidense encravado na América do Sul. Na última década o Plano Colômbia tem jorrado bilhões de dólares ianques, que desembarcam junto com armas, equipamentos e pessoal no país sul-americano – o que constitui uma ameaça para o equilíbrio em todo o continente.
O Brasil jogará um papel fundamental na Colômbia, assim como tem feito em toda a América Latina. Com o fim do atrelamento automático aos EUA, a política externa multilateral do governo Lula sinaliza que os colombianos não precisam temer a perda do “apoio” estadunidense. O Brasil consegue, com folga, suplantá-lo, como se pode deduzir do aumento das relações sócio-econômicas Sul-Sul. Na Bolívia, vale lembrar, após a expulsão da DEA, em 2008, foi a Polícia Federal brasileira quem ocupou o espaço.
A eleição colombiana causará grande impacto na atual configuração política do continente sul-americano. Num momento em que o Equador deu uma guinada à esquerda com Rafael Correa, em que Chávez consolida a revolução bolivariana na Venezuela e Evo Morales empurra a Bolívia, no coração do continente, para o controle popular, a Colômbia torna-se, mais do que nunca, fundamental no xadrez político da região. E, como se sabe, nesse jogo quem domina o centro ganha a disputa.
Se vencer Santos, o projeto estadunidense será mantido por mais algum tempo. Se vencer Mockus, haverá espaço para a esquerda latino-americana avançar. Mas entre as dúvidas há pelo menos uma certeza: o processo político em marcha em Nuestra América é irreversível. Como diz o presidente Evo Morales: “Nunca mais voltaremos ao passado. Colonialismo nunca mais, imperialismo nunca mais, neoliberalismo nunca mais”. A profecia de Mariátegui foi cumprida. O povo latino-americano já se sente sujeito de sua própria história.
*Jornalista
http://www.rodrigovianna.com.br/vasto-m ... continente
A eleição colombiana e os rumos do nosso continente
Por Marcelo Salles*
A eleição presidencial que se avizinha na Colômbia pode dar um fim ao uribismo, mas isso não significa, necessariamente, uma mudança radical nas políticas implementadas pelo governo colombiano na última década.
O principal candidato da oposição, Antanas Mockus, do Partido Verde, já lidera as pesquisas de opinião com 32,8% das intenções de voto (Instituto Datexco). O quadro é muito diferente das eleições parlamentares de 14 de março, quando o Partido Conservador e o Partido de La U – que sustentam o uribismo – receberam quase a metade dos votos, enquanto o Partido Verde ficou com cerca de 3% das cadeiras.
Mockus, filósofo e matemático, é visto como um liberal nos costumes. Certa vez, quando reitor da Universidade Nacional de Bogotá, baixou as calças para chamar a atenção dos alunos. Prefeito da capital, entre 1995 1997, empreendeu campanha de pela redução da violência em que, entre outras coisas, distribuía aos motoristas de trânsito cartões com polegares para cima e para baixo, que eram levantados mediante manobras corteses ou imprudentes. Mockus decretou toque de recolher em bares e até determinou que num certo dia apenas mulheres poderiam sair às ruas. Pra completar, chegou a se fantasiar de super-heróis para divulgar suas ideias.
Por outro lado, Mockus já deixou claro seu conservadorismo ao afirmar que vai continuar a política de segurança de Uribe – ressalvando que não permitirá violações de direitos humanos – e ao mostrar-se favorável à abertura econômica.
Por sua vez, o situacionista Juan Manuel Santos, que tem 29,3% das intenções de voto (Datexco), foi ministro da Defesa de Uribe e um dos grandes ideólogos das últimas investidas contra as Farc, inclusive aquelas que violaram a soberania do Equador e assassinaram guerrilheiros desarmados.
O paramilitarismo passou a ser o lado sombrio da política de segurança de Uribe. Enquanto o discurso oficial era voltado contra os guerrilheiros, as assim chamadas Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC) passaram a aterrorizar a população, perseguindo e seqüestrando opositores políticos. Segundo o professor Roberto Leher, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, “estão matando defensores dos direitos humanos na ordem de centenas por ano”. A perseguição foi tão intensa que num dado momento passou a ser impossível escondê-la. E parlamentares uribistas foram presos por suas ligações com grupos paramilitares.
Esse modelo, que por algum motivo misterioso não merece muita atenção das corporações brasileiras de mídia, é bastante admirado pelo ex-prefeito do Rio de Janeiro, César Maia (DEM), que em entrevistas chegou a defender as milícias, que seriam nossas AUC, e teriam um papel importante no combate aos traficantes varejistas. Como os fatos se encarregaram de provar, as milícias – grupos paramilitares formados por policiais, bombeiros, agentes penitenciários e outros – estavam atrás de dinheiro e aterrorizavam a população como um todo, sobretudo os segmentos mais pobres.
Nesse sentido, a eleição colombiana seria uma espécie de disputa entre extrema-direita x direita. Ou, mal comparando, a diferença entre Mockus e Santos seria aquela que existia entre Clinton e Bush. “Clinton era alguém com quem se podia conversar”, disse certa vez o presidente Hugo Chávez.
No plano geopolítico, essa diferença sutil entre Mockus e Santos pode contar muito. A Colômbia tem funcionado, com Uribe, como um satélite estadunidense encravado na América do Sul. Na última década o Plano Colômbia tem jorrado bilhões de dólares ianques, que desembarcam junto com armas, equipamentos e pessoal no país sul-americano – o que constitui uma ameaça para o equilíbrio em todo o continente.
O Brasil jogará um papel fundamental na Colômbia, assim como tem feito em toda a América Latina. Com o fim do atrelamento automático aos EUA, a política externa multilateral do governo Lula sinaliza que os colombianos não precisam temer a perda do “apoio” estadunidense. O Brasil consegue, com folga, suplantá-lo, como se pode deduzir do aumento das relações sócio-econômicas Sul-Sul. Na Bolívia, vale lembrar, após a expulsão da DEA, em 2008, foi a Polícia Federal brasileira quem ocupou o espaço.
A eleição colombiana causará grande impacto na atual configuração política do continente sul-americano. Num momento em que o Equador deu uma guinada à esquerda com Rafael Correa, em que Chávez consolida a revolução bolivariana na Venezuela e Evo Morales empurra a Bolívia, no coração do continente, para o controle popular, a Colômbia torna-se, mais do que nunca, fundamental no xadrez político da região. E, como se sabe, nesse jogo quem domina o centro ganha a disputa.
Se vencer Santos, o projeto estadunidense será mantido por mais algum tempo. Se vencer Mockus, haverá espaço para a esquerda latino-americana avançar. Mas entre as dúvidas há pelo menos uma certeza: o processo político em marcha em Nuestra América é irreversível. Como diz o presidente Evo Morales: “Nunca mais voltaremos ao passado. Colonialismo nunca mais, imperialismo nunca mais, neoliberalismo nunca mais”. A profecia de Mariátegui foi cumprida. O povo latino-americano já se sente sujeito de sua própria história.
*Jornalista
http://www.rodrigovianna.com.br/vasto-m ... continente
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Atualizado em 29 de maio, 2010 - 06:34 (Brasília) 09:34 GMT
'Neoparamilitarismo' é desafio para próximo presidente da Colômbia
Claudia Jardim
Enviada especial da BBC Brasil à Bogotá
O surgimento de novos grupos paramilitares na Colômbia e seus vínculos com parlamentares e governantes locais será um dos principais desafios que o novo presidente da Colômbia terá de enfrentar, se quiser recuperar a legitimidade do Estado, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
"O paramilitarismo ainda é uma fonte de ameaça porque o Estado colombiano continua sendo débil para fazer frente a ele", afirmou o analista político Juan Gabriel Tokatlián, da Universidade San Andrés, de Buenos Aires.
De acordo com uma investigação realizada pela ONG Nuevo Arco Iris, 22 parlamentares recém-eleitos nas eleições legislativas de março são representantes da parapolítica, como é denominada a articulação entre paramilitares e políticos colombianos.
"Aqueles parlamentares que não puderam se eleger, porque estão sendo investigados pela Justiça, colocaram familiares e herdeiros políticos para ocupar seus lugares ", afirmou León Valencia, diretor da ONG.
"Os parapolíticos são uma bancada decisiva no Congresso", acrescentou.
Mockus x Santos
Tokatlián avalia que para enfrentar o poder paramilitar no Congresso o novo presidente terá de contar com um grande consenso político e social.
"Antanas Mockus disse que trará legalidade ao Estado e combaterá a corrupção. Se chega a materializar isso, aliado a apoio social e internacional, poderia colocar um freio ao paramilitarismo", afirmou.
"(Juan Manuel) Santos não mostrou nada que faça entender que tenha uma vontade particular de acabar com o paramilitarismo", acrescentou.
Durante a campanha, Santos disse que não aceitaria o apoio dos partidos vinculados ao paramilitarismo caso passe ao segundo turno das eleiçõs do próximo domingo.
Parapolítica X Uribe
O escândalo da "parapolítica" veio à tona quando os ex-chefes paramilitares passaram a revelar um suposto pacto realizado entre os políticos colombianos e os líderes do grupo paramilitar das Auto Defesas da Colômbia (AUC).
A revelação dos ex-chefes dos cartéis da droga provocou uma crise no governo de Álvaro Uribe, já que a maioria dos acusados no escândalo pertence à base governista.
"Nesses 8 anos, mais do que encontrar um freio definitivo, os paramilitares encontraram resquicios de como preservar e incrementar seu poder", afirmou Tokatlián.
Para León Valencia, Uribe contava com poder e popularidade suficientes para enfrentar esses grupos. Uma relação de "dependência mútua" teria impedido esse enfrentamento, na avaliação de Valencia.
"Uribe estava atado a esta aliança, porque esses políticos compunham a base aliada. Por outro lado, eles precisam utilizar a popularidade do presidente para se proteger", afirmou.
Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, discorda. "Não podemos dizer que durante o governo em que foram levados à prisão os principais dirigentes dos paramilitares há uma aliança com paramilitares. Ao contrário, foi o governo que acabou com o paramilitarismo".
Em 2003, entrou em vigor a Lei de Justiça e Paz, que promoveu a desmobilização de 32 mil paramilitares. Os desmobilizados receberiam penas reduzidas em troca da confissão de seus crimes e do pagamento de indenizações às suas vítimas ou aos familiares delas.
Neoparamilitarismo
Especialistas no conflito armado, no entanto, consideram que o paramilitarismo não desapareceu por completo e deu origem ao "neoparamilitarismo" , grupos que reúnem antigos membros da AUC e novos paramilitares. Segundo o Observatório do Conflito da Nuevo Arco Iris, os "neoparamilitares" reunem aproximadamente 11 mil integrantes.
Logo após a extradição de 14 ex-chefes paramilitares aos Estados Unidos, vieram à tona acusações envolvendo o presidente colombiano e seus familiares.
Um dos mais poderosos chefes do narcotráfico na Colômbia, Diego Murillo, conhecido como "Don Berna", afirmou ter financiado a campanha eleitoral de Álvaro Uribe, alegando que era a única maneira de livrar o país da "ameaça comunista".
Em fevereiro, o ex-senador colombiano Mário Uribe Escobar, primo e aliado político do presidente da Colômbia, foi preso por suposto envolvimento com a parapolítica.
A menos de uma semana das eleições, o irmão do presidente Álvaro Uribe foi acusado por um major da polícia aposentado de ter criado um grupo paramilitar.
O major Juan Carlos Meneses disse que Uribe, na ocasião senador e candidato ao governo de Antioquia, conhecia as atividades do irmão. O presidente colombiano negou as acusações e disse que o caso já foi solucionado pela Justiça.
Desde que o escândalo da parapolítica veio à tona, mais de 80 parlamentares foram condenados pela Justiça colombiana por envolvimento com paramilitares.
Criados em 1980 com o financiamento de latifundiários e líderes de direita, sob o argumento de combater as guerrilhas de esquerda, os grupos paramilitares (AUC) são responsabilizados por milhares de assassinatos e de outros crimes relacionados com o narcotráfico.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... r_rc.shtml
>
Curioso como há dois pesos e duas medidas na Colômbia, por um lado se combate as FARCS mas por outro se faz vista grossa aos paramilitares, problema tão nefasto para o país quanto as guerrilhas, muitos deles ligados a base governista de Uribe. Aliás, tanto as guerrilhas quanto os paramilitares tem seus "nichos" de proteção aos narcotraficantes q se dividiram em vários cartéis pequenos e médios com o fim dos grandes de Calle e Medellin.
Detalhes, "meros" detalhes...
'Neoparamilitarismo' é desafio para próximo presidente da Colômbia
Claudia Jardim
Enviada especial da BBC Brasil à Bogotá
O surgimento de novos grupos paramilitares na Colômbia e seus vínculos com parlamentares e governantes locais será um dos principais desafios que o novo presidente da Colômbia terá de enfrentar, se quiser recuperar a legitimidade do Estado, segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil.
"O paramilitarismo ainda é uma fonte de ameaça porque o Estado colombiano continua sendo débil para fazer frente a ele", afirmou o analista político Juan Gabriel Tokatlián, da Universidade San Andrés, de Buenos Aires.
De acordo com uma investigação realizada pela ONG Nuevo Arco Iris, 22 parlamentares recém-eleitos nas eleições legislativas de março são representantes da parapolítica, como é denominada a articulação entre paramilitares e políticos colombianos.
"Aqueles parlamentares que não puderam se eleger, porque estão sendo investigados pela Justiça, colocaram familiares e herdeiros políticos para ocupar seus lugares ", afirmou León Valencia, diretor da ONG.
"Os parapolíticos são uma bancada decisiva no Congresso", acrescentou.
Mockus x Santos
Tokatlián avalia que para enfrentar o poder paramilitar no Congresso o novo presidente terá de contar com um grande consenso político e social.
"Antanas Mockus disse que trará legalidade ao Estado e combaterá a corrupção. Se chega a materializar isso, aliado a apoio social e internacional, poderia colocar um freio ao paramilitarismo", afirmou.
"(Juan Manuel) Santos não mostrou nada que faça entender que tenha uma vontade particular de acabar com o paramilitarismo", acrescentou.
Durante a campanha, Santos disse que não aceitaria o apoio dos partidos vinculados ao paramilitarismo caso passe ao segundo turno das eleiçõs do próximo domingo.
Parapolítica X Uribe
O escândalo da "parapolítica" veio à tona quando os ex-chefes paramilitares passaram a revelar um suposto pacto realizado entre os políticos colombianos e os líderes do grupo paramilitar das Auto Defesas da Colômbia (AUC).
A revelação dos ex-chefes dos cartéis da droga provocou uma crise no governo de Álvaro Uribe, já que a maioria dos acusados no escândalo pertence à base governista.
"Nesses 8 anos, mais do que encontrar um freio definitivo, os paramilitares encontraram resquicios de como preservar e incrementar seu poder", afirmou Tokatlián.
Para León Valencia, Uribe contava com poder e popularidade suficientes para enfrentar esses grupos. Uma relação de "dependência mútua" teria impedido esse enfrentamento, na avaliação de Valencia.
"Uribe estava atado a esta aliança, porque esses políticos compunham a base aliada. Por outro lado, eles precisam utilizar a popularidade do presidente para se proteger", afirmou.
Alfredo Rangel, diretor da Fundação Segurança e Democracia, discorda. "Não podemos dizer que durante o governo em que foram levados à prisão os principais dirigentes dos paramilitares há uma aliança com paramilitares. Ao contrário, foi o governo que acabou com o paramilitarismo".
Em 2003, entrou em vigor a Lei de Justiça e Paz, que promoveu a desmobilização de 32 mil paramilitares. Os desmobilizados receberiam penas reduzidas em troca da confissão de seus crimes e do pagamento de indenizações às suas vítimas ou aos familiares delas.
Neoparamilitarismo
Especialistas no conflito armado, no entanto, consideram que o paramilitarismo não desapareceu por completo e deu origem ao "neoparamilitarismo" , grupos que reúnem antigos membros da AUC e novos paramilitares. Segundo o Observatório do Conflito da Nuevo Arco Iris, os "neoparamilitares" reunem aproximadamente 11 mil integrantes.
Logo após a extradição de 14 ex-chefes paramilitares aos Estados Unidos, vieram à tona acusações envolvendo o presidente colombiano e seus familiares.
Um dos mais poderosos chefes do narcotráfico na Colômbia, Diego Murillo, conhecido como "Don Berna", afirmou ter financiado a campanha eleitoral de Álvaro Uribe, alegando que era a única maneira de livrar o país da "ameaça comunista".
Em fevereiro, o ex-senador colombiano Mário Uribe Escobar, primo e aliado político do presidente da Colômbia, foi preso por suposto envolvimento com a parapolítica.
A menos de uma semana das eleições, o irmão do presidente Álvaro Uribe foi acusado por um major da polícia aposentado de ter criado um grupo paramilitar.
O major Juan Carlos Meneses disse que Uribe, na ocasião senador e candidato ao governo de Antioquia, conhecia as atividades do irmão. O presidente colombiano negou as acusações e disse que o caso já foi solucionado pela Justiça.
Desde que o escândalo da parapolítica veio à tona, mais de 80 parlamentares foram condenados pela Justiça colombiana por envolvimento com paramilitares.
Criados em 1980 com o financiamento de latifundiários e líderes de direita, sob o argumento de combater as guerrilhas de esquerda, os grupos paramilitares (AUC) são responsabilizados por milhares de assassinatos e de outros crimes relacionados com o narcotráfico.
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticia ... r_rc.shtml
>
Curioso como há dois pesos e duas medidas na Colômbia, por um lado se combate as FARCS mas por outro se faz vista grossa aos paramilitares, problema tão nefasto para o país quanto as guerrilhas, muitos deles ligados a base governista de Uribe. Aliás, tanto as guerrilhas quanto os paramilitares tem seus "nichos" de proteção aos narcotraficantes q se dividiram em vários cartéis pequenos e médios com o fim dos grandes de Calle e Medellin.
Detalhes, "meros" detalhes...
- Viktor Reznov
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
São mentiras!!!!!!! Foi subornada pelo Uribe e pelos seus cupinchas paramilitares pra falar isso.
I know the weakness, I know the pain. I know the fear you do not name. And the one who comes to find me when my time is through. I know you, yeah I know you.
- marcelo l.
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Na verdade não é que o Brasil lucra, independente do que ocorra a América Latina toda começa a gravitar em torno do Brasil, qualquer disputa entre os países, haja vista a incompetência do Império, leva-o a estreitar relações conosco...isso foi em Roma e será agora...
Rusga Caracas-Bogotá favorece Brasil
Às vésperas da eleição colombiana, candidatos traçam estratégia para reverter perdas com a redução do comércio com a Venezuela
O Brasil é um dos principais mercados nos quais a Colômbia aposta para diversificar suas parcerias econômicas e comerciais depois do congelamento das relações com a Venezuela. No entanto, também há entre os empresários colombianos certa percepção de que os brasileiros estariam lucrando com a disputa entre Bogotá e Caracas.
Às vésperas da eleição de amanhã, os dois principais candidatos à presidência traçam suas estratégias para recuperar o mercado de consumo venezuelano, que, em grande parte, o Brasil ocupou. Compensar o grande impacto do congelamento de relações com a Venezuela será um dos maiores desafios do próximo governo.
Antanas Mockus, o candidato opositor e ex-prefeito de Bogotá, promete melhorar as relações com o país vizinho em conversas diretas com o presidente Hugo Chávez - num primeiro momento, ele descarta a possibilidade de uma mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chávez simpatiza com Mockus, o que pode favorecer a distensão.
Já Juan Manuel Santos, candidato governista, diz que também pretende melhorar as relações com o vizinho. Mas, como é tido como um dos principais inimigos de Chávez, espera-se que, no curto e médio prazo, mantenha a estratégia do governo atual de diversificar as parcerias para substituir o comércio com a Venezuela.
"Há um ressentimento numa parte dos empresários colombianos, segundo a qual, em vez de ajudar a resolver o problema, o Brasil está lucrando com ele, aproveitando para expandir suas vendas para a Venezuela e a Colômbia", diz o economista da Universidade dos Andes Alejandro Gaviria. Ou seja, o que o presidente Lula chama de pragmatismo, às vezes, é percebido pelos vizinhos como oportunismo.
A Venezuela é o segundo maior parceiro comercial da Colômbia, depois dos EUA (que compra do país principalmente petróleo). De acordo com a Câmara Colombiano-Venezuelana, 250 mil famílias colombianas vivem da troca entre os dois países. Em julho, Chávez anunciou que tomaria uma série de medidas para que as exportações da Colômbia "chegassem a zero", em retaliação à assinatura do acordo militar que permite aos EUA usar sete bases militares colombianas.
As medidas, como barreiras fitossanitárias e atrasos na liberação de divisas para o pagamento dos exportadores, são classificadas por autoridades colombianas como um "embargo comercial".
Só no primeiro trimestre deste ano, as vendas da Colômbia para o país vizinho caíram 73% em relação ao mesmo período no ano passado. A Companhia Colombiana Automotriz chegou a cortar 800 empregos por causa da redução da demanda.
Segundo Gaviria, o prejuízo este ano deve ser de US$ 3,5 bilhões para a Colômbia, o que já está afetando a expansão do PIB - o país deve crescer apenas 2,5% esse ano, menos que a média da América Latina, de 4%.
A estratégia do atual governo para contornar o problema é diversificar as parcerias comerciais. Graças a busca de novos mercados, as exportações colombianas para o Brasil cresceram 61% e as importações 10% até abril deste ano.
O desenvolvimento da parceria também tem aumentado o interesse dos investidores brasileiros, principalmente no setor de infraestrutura. A Odebrecht, por exemplo, participará da construção da estrada conhecida como Rota do Sol, que ligará Bogotá ao litoral caribenho.
PONTOS-CHAVE
Dezembro de 2004
Rodrigo Granda, "chanceler das Farc", é sequestrado em Caracas e, dias depois, autoridades colombianas anunciam sua captura
Novembro de 2007
Governo da Colômbia acusa presidente venezuelano, Hugo Chávez, de intromissão ao atuar como mediador para a libertação de reféns das Farc
Março de 2008
Operação colombiana no Equador mata o número 2 das Farc, Raúl Reyes. Hugo Chávez e Rafael
Correa enviam Exército para as fronteiras
Julho de 2009
Álvaro Uribe anuncia acordo militar com EUA para ceder bases em território colombiano, o
que irrita Chávez e outros vizinhos, incluindo o Brasil
Rusga Caracas-Bogotá favorece Brasil
Às vésperas da eleição colombiana, candidatos traçam estratégia para reverter perdas com a redução do comércio com a Venezuela
O Brasil é um dos principais mercados nos quais a Colômbia aposta para diversificar suas parcerias econômicas e comerciais depois do congelamento das relações com a Venezuela. No entanto, também há entre os empresários colombianos certa percepção de que os brasileiros estariam lucrando com a disputa entre Bogotá e Caracas.
Às vésperas da eleição de amanhã, os dois principais candidatos à presidência traçam suas estratégias para recuperar o mercado de consumo venezuelano, que, em grande parte, o Brasil ocupou. Compensar o grande impacto do congelamento de relações com a Venezuela será um dos maiores desafios do próximo governo.
Antanas Mockus, o candidato opositor e ex-prefeito de Bogotá, promete melhorar as relações com o país vizinho em conversas diretas com o presidente Hugo Chávez - num primeiro momento, ele descarta a possibilidade de uma mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Chávez simpatiza com Mockus, o que pode favorecer a distensão.
Já Juan Manuel Santos, candidato governista, diz que também pretende melhorar as relações com o vizinho. Mas, como é tido como um dos principais inimigos de Chávez, espera-se que, no curto e médio prazo, mantenha a estratégia do governo atual de diversificar as parcerias para substituir o comércio com a Venezuela.
"Há um ressentimento numa parte dos empresários colombianos, segundo a qual, em vez de ajudar a resolver o problema, o Brasil está lucrando com ele, aproveitando para expandir suas vendas para a Venezuela e a Colômbia", diz o economista da Universidade dos Andes Alejandro Gaviria. Ou seja, o que o presidente Lula chama de pragmatismo, às vezes, é percebido pelos vizinhos como oportunismo.
A Venezuela é o segundo maior parceiro comercial da Colômbia, depois dos EUA (que compra do país principalmente petróleo). De acordo com a Câmara Colombiano-Venezuelana, 250 mil famílias colombianas vivem da troca entre os dois países. Em julho, Chávez anunciou que tomaria uma série de medidas para que as exportações da Colômbia "chegassem a zero", em retaliação à assinatura do acordo militar que permite aos EUA usar sete bases militares colombianas.
As medidas, como barreiras fitossanitárias e atrasos na liberação de divisas para o pagamento dos exportadores, são classificadas por autoridades colombianas como um "embargo comercial".
Só no primeiro trimestre deste ano, as vendas da Colômbia para o país vizinho caíram 73% em relação ao mesmo período no ano passado. A Companhia Colombiana Automotriz chegou a cortar 800 empregos por causa da redução da demanda.
Segundo Gaviria, o prejuízo este ano deve ser de US$ 3,5 bilhões para a Colômbia, o que já está afetando a expansão do PIB - o país deve crescer apenas 2,5% esse ano, menos que a média da América Latina, de 4%.
A estratégia do atual governo para contornar o problema é diversificar as parcerias comerciais. Graças a busca de novos mercados, as exportações colombianas para o Brasil cresceram 61% e as importações 10% até abril deste ano.
O desenvolvimento da parceria também tem aumentado o interesse dos investidores brasileiros, principalmente no setor de infraestrutura. A Odebrecht, por exemplo, participará da construção da estrada conhecida como Rota do Sol, que ligará Bogotá ao litoral caribenho.
PONTOS-CHAVE
Dezembro de 2004
Rodrigo Granda, "chanceler das Farc", é sequestrado em Caracas e, dias depois, autoridades colombianas anunciam sua captura
Novembro de 2007
Governo da Colômbia acusa presidente venezuelano, Hugo Chávez, de intromissão ao atuar como mediador para a libertação de reféns das Farc
Março de 2008
Operação colombiana no Equador mata o número 2 das Farc, Raúl Reyes. Hugo Chávez e Rafael
Correa enviam Exército para as fronteiras
Julho de 2009
Álvaro Uribe anuncia acordo militar com EUA para ceder bases em território colombiano, o
que irrita Chávez e outros vizinhos, incluindo o Brasil
"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Texto bastante relevante. Sugestão para rever conceitos e entender melhor o jogo, a despeito de paixões ideológicas.marcelo l. escreveu:Na verdade não é que o Brasil lucra, independente do que ocorra a América Latina toda começa a gravitar em torno do Brasil, qualquer disputa entre os países, haja vista a incompetência do Império, leva-o a estreitar relações conosco...isso foi em Roma e será agora...
Rusga Caracas-Bogotá favorece Brasil
Às vésperas da eleição colombiana, candidatos traçam estratégia para reverter perdas com a redução do comércio com a Venezuela
O Brasil é um dos principais mercados nos quais a Colômbia aposta para diversificar suas parcerias econômicas e comerciais depois do congelamento das relações com a Venezuela. No entanto...
- delmar
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Re: EUA e Colômbia negociam novo e abrangente "Plano"
Ex-guerrilheira das Farc diz que fuzilou 80 e recrutou 108 menores
"Mentiras da midia capitalista vendida aos americanos. As FARC só aceitam voluntários, idealistas, com alto nível de instrução." Digo eu antecipando as palavras de certo companheiro aqui do fórum. Em todo caso serve para quem declara nunca ter ouvido falar que as FARC recrutavam camponeses adolescentes. É a segunda afirmação do genero por aqui, a primeira foi a minha.
Todas coisas que nós ouvimos são uma opinião, não um fato. Todas coisas que nós vemos são uma perspectiva, não a verdade. by Marco Aurélio, imperador romano.