PRick escreveu:orestespf escreveu:
Olá PRick,
existe um grande erro na seguinte afirmação: "vc pode compensar a diferença no tamanho da antena, pela aumento da potência." Isto é pra lá de falso, dê uma olhada na Internet mesmo, procurando sobre antenas e transmissores de sinais. Você encontrará algo muito básico dizendo que uma antena mal projetada influência fortemente o alcance das transmissões. Não adianta aumentar a potência do transmissor, é necessário ter uma antena compatível.
Um transmissor potente envia um sinal forte, mas se a antena for pequena, ela não conseguirá captar sinais fracos do eco-radar. Estes sinais que retornam são muitíssimos fracos, principalmente para alvos muito distantes. Assim sendo, se a antena não for grande e sensível o bastante, o sinal de retorno não será processado como deveria, ou seja, a grosso modo estamos dizendo que o radar não capta o alvo desejado.
Em relação ao "número de elementos ativos no radar", posso lhe dizer que está relacionado a sensibilidade da antena, mas isso não garante nada, considerando apenas este item. O que você tem que analisar é a "densidade" de elementos por polegada quadrada. Os radares atuais possuem mais ou menos a mesma densidade. Levando isso em consideração, o que muda (mais uma vez) é o tamanho da antena, pois uma antena maior apresentará mais "elementos ativos" que uma antena menor (pois possuem a mesma densidade). Logo um radar com antena maior será sempre mais efetivo que um radar com antena menor (considerando a mesma geração dos radares comparados).
Capacidade de rastreio: não depende da antena e os elementos ativos, depende da capacidade de processamento do radar (computador interno). Considerando que os radares de mesma geração possuem praticamente a mesma capacidade de rastreio, isso então não conta para análise do alcance (para radares modernos).
As demais perguntas foram indiretamente respondidas, ou seja, um computador rápido e com grande quantidade de memória não representa problema atualmente, visto que computador e memória é algo "barato" hoje em dia e estes hardwares para radar não difere muito do que existe para uso doméstico (falo da tecnologia em si e não da questão de estabilidade do hardware que é outro assunto).
O software é a parte mais delicada, continua sendo até nos dias de hoje. Um software mal implementado produz um radar sub-utilizado. Mas deixo claro que o software não influencia para aumentar o alcance de detecção do radar, ele contribui para não deixar o alcance ser menor do que o que foi projetado. Assim sendo, um ótimo software não tem como otimizar o alcance radar, ou seja, um ótimo software não aumenta o alcance de um radar com antena pequena se comparado com um radar com antena grande.
Abraços,
Orestes
Orestes,
Mas quem aqui está considerando que uma antena foi mal projetada? Em tese, a falta de uma antena maior pode ser compensada por maior potência do sinal. Estou falando em tese, com todos os sistemas dentro do padrão normal, ora com algum erro sério de projeto, qualquer sistema ficará abaixo da média, mas isso não é o que ocorre no caso. Para saber o alcance do radar, somente, o tamanho da antena não será o suficiente, será necessário saber a potência do radar.
E não concordo com várias de suas afirmações:
1- 02 radares da mesma geração podem ter capacidade bem diferentes entre si, porque as tecnologia aplicadas podem ser muito distintas, sobretudo, na qualidade dos componentes:
2- A sua afirmação dizendo que antenas dos radares atuais tem mais ou menos a mesma densidade é ótima, na verdade é sem sentido, fale para alguém que o resultado de uma soma é mais ou menos 5. Não dá para comparar tecnologias de radar tão distintas por generalidades. Uma antena mais moderna, com maior tecnologia, pode ser mais densa, a ponto de ter capacidade semelhante a uma antena maior.
Depois você confirma o óbvio, ou você acha que não sabia as respostas para as perguntas. Minhas perguntas foram uma provocação, para pensarmos o seguinte, um radar é muito mais que apenas tamanho de antena e potência de sinal. Ainda mais para o mundo moderno, o passado acabou, os radares anteriores não podem mais ser comparados com os atuais.
Vocês estão conduzindo o debate para o lugar errado, em alcance de radar, quando o que se deve buscar é um conjunto melhor, feito segundo um conceito mais avançados para o TO. O que se busca é o rastreio em maior distância possível, e a tarefa é melhor realizada por sistema passivos, do que com o radar. Pelo simples uso da física básica. Antes isso não era possível, mas agora sim, daí repito, o RADAR ESTÁ DEIXANDO DE SER O SENSOR PRIMÁRIO DOS CAÇAS.
Dentro deste conceito, F-22, F-35, Rafale e Gripen estão indo para o lado certo, enquanto SU-35, Typhoon estão indo para a direção errada. O que vale é um conjunto que previlegia a atuação discreta e o uso de redes integradas, aonde o papel do caça é ser o soldado, quer dizer, não se dá a soldados sensores de CI3 estratégicos, eles ficam com as aeronaves dedicadas. Ao que muitos respondem, mas os caças estão cada vez melhores, e eu diria: e custando um fortuna. Isso para mim segue a lógica da industria que fabrica o caça e não a realidade do TO. Ora se estou criticando os F-35 e F-22, exatamente, porque tentar fazer tudo, a um custo proibitivo, a lógica seria, reduzir os custos para fazer algo mais coerente, dentro de custos aceitáveis. Deixando para mísseis e UACV´s as tarefas mais arriscadas.
[ ]´s
Olá PRick,
eu não disse que alguém falou em antenas mal projetas, disse que se isto acontecer (para um transmissor de rádio qualquer, não falei especificamente em radar) não adianta ter potência de sobra que nada vai dar certo. A intenção neste ponto (quando falei de antenas "problemáticas") é que não se projeta um transmissor isoladamente da antena, estas duas coisas estão casadas. Se você tiver alguma limitação na antena (vale para radar), não adianta fabricar um transmissor super potente, pois o mesmo não vai conseguir aumentar a potência emitida pela antena.
Explico, existem duas coisas para se considerar, a primeira é a potência do transmissor em si, a segunda é a potência emitida pela antena, são coisas distintas. Não adianta tentar empurrar um sinal em uma antena se ela não dá conta do recado.
Explico mais uma vez, quase tudo em teoria eletro-magnética tem um paralelo em problemas mecânicos, as equações que modelam o fenômeno são praticamente as mesmas, o que muda são as leituras de fenômenos físicos diferentes. Assim sendo, podemos comparar a antena e transmissor de um radar com uma bomba de água e um tubo para conduzir a água (cano de PVC, por exemplo). Se o cano for fino e a bomba de água potente, chega um momento que o cano não dá vazão a um grande volume de água, ou seja, o cano é o limitador do número de litros de água por segundo que passa por ele, ou ainda, o cano é o "gargalo" do sistema. Se você deseja maior volume de água do outro lado lançado pela bomba, você terá que usar um cano maior. Existem leis físicas pra isso, mas não vou postá-las pra não encher o saco, mas deixo claro que este assunto é minha área.
Portanto, deixo claro que não adianta aumentar a potência do transmissor com a intenção de se conseguir uma maior potência emitida pela antena, isto é, uma antena-radar pequena é sim o gargalo do sistema como um todo.
Vamos agora aos pontos que você discorda:
1) eu não disse que dois radares de mesma geração têm a mesma capacidade, disse que dois radares de mesma geração usam, em geral, a mesma idéia de construção, a mesma tecnologia. Qualidade de componentes??? Você só tem acesso a um componente moderno se dispõe da tecnologia de construção, se ele não tem qualidade, o equipamento não funciona, não é confiável. Logo esta idéia de componente de baixa qualidade não faz sentido quando se trata de tecnologia de ponta, ou se tem, ou não tem tal tecnologia. Isto não é computador, isto não é aparelho de TV, é algo muito mais avançado, que não é do tipo se queimar, troca por outro. Confiabilidade é a palavra em meios militares.
2) Obrigado pelo "sem sentido". Você escreve o que quer, sem fundamento, sem estudo, mas procurando algo que lhe convém. Digo uma coisa, sou da área, sou doutor no assunto, matemática é só o nome da minha área, não se esqueça. Portanto falo sabendo o que escrevo. Vou repetir para ser mais didático, talvez dê certo desta vez.
A densidade de elementos ativos em uma antena pode ser compreendida com uma analogia da densidade de cluster em HD´s (de computador). O tamanho dos discos internos que compõem um HD é do mesmo tamanho (até hoje), assim a forma de aumentar a capacidade de um HD é aumentando a densidade de trilhas e cluster, ou seja, permitir que o disco tenha mais "elementos" por polegada quadrada e uma cabeça de leitura/escrita que consiga ler os dados de forma eficiente.
No caso das antenas de radar o processo é o mesmo, se você tem que usar uma antena de tamanho fixo (seja por qual motivo for), para não perder rendimento é necessário ter mais elementos ativos por polegada quadrada. Isto é a tecnologia em si, quando o tempo passa novas tecnologias permitem inserir mais elementos por polegadas quadradas.
Os fabricantes de HD´s (Seagate, Maxtor, Samsung, etc.), que são concorrentes e possuem praticamente as mesmas soluções e tecnologias (mas com construções às vezes diferentes), fazem produtos (HD´s) de maneira muito próxima um dos outros, com um levando vantagem hoje e outro amanhã. Da mesma forma os fabricantes de radares estão nesta situação, são competitivos e possuem soluções e tecnologias semelhantes (se não for assim, quebram e outro entrar no lugar), mas não iguais. Isto faz com que radares de mesma geração possuam tecnologia muito próximas (equivalentes, mas não iguais), de forma tal que o número de elementos ativos presentes nas antenas de mesma geração seja praticamente os mesmos, não influindo aí algo absurdo, pois o erro cometido é mínimo, não faz tanta diferença na prática.
Você fala que uma antena mais moderna e com maior tecnologia pode ser mais densa a ponto de ter capacidade semelhante a uma antena maior. Errado, em relação a antenas de gerações anteriores, sim, pode acontecer. Em relação a tecnologias da mesma época (geração), não. Existem limitações físicas para tais coisas, algo que não depende da vontade de querer fazer. Mas façamos o seguinte, antes de dizer que eu estou errado neste ponto, apresente uma referência técnica, que pode até ser da Internet, e que confirme sua idéia. Se não conseguir, eu provo aqui o contrário, vou encher este tópico de fórmulas e contas.
Veja o que você escreveu: "Vocês estão conduzindo o debate para o lugar errado, em alcance de radar, quando o que se deve buscar é um conjunto melhor, feito segundo um conceito mais avançados para o TO.". Errado mais uma vez, PRick, você é que está fazendo uma condução que lhe é conveniente, tentando a torto e a direito justificar as sérias limitações do radar do Rafale. Prefiro as pessoas que reconhecem as limitações de um equipamento, que são consciente sobre os prós e contras.
O assunto aqui é alcance de radares em geral, tentar colocar outro sensor no meio da discussão para tentar mostrar que o Rafale é bom, é brincadeira. O bicho é cego que dói, estão até usando binóculo em Rafales (Afeganistão). Agora você apela para a antena do radar do Rafale, imaginando que os franceses são maravilhosos e possuem tecnologia o bastante para fazer uma antena pequena e com as mesmas capacidades de uma antena moderna e maior.
Pergunto: será que os franceses têm tal capacidade/tecnologia??? Acho que não mesmo. Explico, se tivessem, o RBE-2 teria um alcance divulgado muito maior do que vemos por aí. Mas eles estariam usando as tais tecnologias novas no AESA! Será??? E por que este radar/antena não fica prontos? Respondo: estão com sérios problemas, projeto não maduro e estável, tecnologia não dominada ainda, mas nada impede que consigam um dia (quando???).
Sua frase: "o RADAR ESTÁ DEIXANDO DE SER O SENSOR PRIMÁRIO DOS CAÇAS". Meu comentário: sem comentário, melhor avisar isso para o resto do mundo, até para os americanos que ainda insistem em fazer radares cada vez mais potentes.
Olha a historinha da mãe que dizia que só o seu filho marchava corretamente no desfile, estando todos os outros marchando fora do ritmo!!!
Abraços cordiais,
Orestes