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http://ultimahora.publico.clix.pt/notic ... id=1345817Eleições presidenciais
Intolerância racial volta a ensombrar campanha nos EUA
13.10.2008 - 10h56 Rita Siza, Washington
O congressista e histórico líder do movimento dos direitos cívicos John Lewis acusou a campanha do republicano John McCain de estar a "plantar as sementes do ódio e da divisão" e a potenciar a intolerância e violência racial, com uma série de insinuações que pintam o seu adversário democrata Barack Obama como "diferente" do resto dos americanos.
"Como alguém que foi vítima de ódio e violência durante a campanha pelos direitos cívicos, não posso deixar de ficar profundamente perturbado com o tom negativo da campanha McCain-Sarah Palin. Aquilo a que estou a assistir lembra-me muito um período particularmente destrutivo da história americana", disse John Lewis, evocando os momentos mais duros da luta da população afro-americana pelo direito ao voto.
O congressista foi ainda mais longe e comparou o comportamento da dupla republicana ao do antigo governador do Alabama George Wallace, um segregacionista cuja agitação levou ao bombardeamento de uma igreja de Birmingham e à morte de quatro meninas em 1963. "Wallace nunca disparou uma arma, mas criou as condições que encorajaram ataques contra inocentes que simplesmente queriam exercer os seus direitos constitucionais. (...) O senador McCain e a governadora Palin estão a brincar com o fogo, e, se não tiverem cuidado, vão criar uma fogueira que nos pode consumir a todos", sublinhou.
McCain reagiu de imediato considerando as declarações de Lewis "chocantes e muito para além do razoável"; Lewis esclareceu depois que a sua intenção não era comparar o senador do Arizona a Wallace.
Retórica odiosa
Num comunicado, a campanha de Obama distanciou-se da comparação com Wallace, dizendo não acreditar que o senador McCain e as suas críticas possam ser equiparadas às políticas do governador do Alabama. "Mas Lewis teve razão em condenar alguma da retórica odiosa usada pela campanha", considerou o porta-voz do senador democrata, Bill Burton.
Depois de uma semana francamente negativa, em que a mensagem da candidatura republicana se circunscreveu ao ataque directo ao carácter de Obama, o senador do Arizona começou a inverter o discurso, vendo-se mesmo forçado a defender o democrata perante algumas críticas dos seus apoiantes. "Tenho de vos lembrar que o senador Obama é um homem decente e de família, e que vocês não deviam ter medo dele", disse, arrancando assobios.
Muitos comentadores republicanos, e alguns conselheiros, manifestaram a sua preocupação com o rumo da campanha: nos comícios de McCain e Palin, eram frequentes os insultos e ameaças a Obama. Mas já não são só estas referências que preocupam os conservadores - começam a aparecer críticas à "instabilidade" da campanha de McCain e à falta de uma mensagem clara que permita contrariar a liderança de Obama nas sondagens.
O premiado escritor Khaled Hosseini publicou um texto no jornal The Washington Post intitulado "McCain e Palin estão a brincar com o fogo", onde ataca como "totalmente inconsciente" a recusa de McCain em condenar os gritos de "traidor" e "terrorista" e os apelos de "matem-no" que se ouvem nos seus comícios. "Nem uma única vez o senador ou a sua companheira se preocuparam em admoestar as pessoas que gritavam estas palavras obscenas e potencialmente perigosas. Será a inacção equivalente ao consentimento?"
Depois de ter feito uma declaração ao país sobre a raça, ainda na fase das primárias, Obama tem evitado falar do assunto. A sua candidatura tem constantemente desvalorizado as referências ao racismo e intolerância contra o candidato por causa da sua cor. "Esse é um assunto que não me faz perder sono", comentou o director da campanha, David Axelrod.
Uma série de sondagens e outros estudos parecem desmentir a existência de um "efeito Bradley" nos números que dão a liderança ao democrata (ver texto ao lado). Mas no Ohio e Pensilvânia, talvez os mais importantes estados indecisos, os porta-vozes de Obama não têm tido papas na língua ao mencionar o racismo como principal razão das resistências dos eleitores. "A raça é a única razão por que a população do vale [Mahoning Valley] não vota por Obama", garantiu o congressista estadual do Ohio Thomas Letson, num comentário denunciado pela campanha republicana e condenado pelos conselheiros de Obama.
http://dn.sapo.pt/2008/10/13/internacio ... itori.htmlPorque é que os democratas não cantam vitória?
HUGO COELHO
Campanha americana. Obama está mais perto que nunca de se tornar no primeiro afro-americano a chegar à Casa Branca. Mas, a 22 dias das eleições, perto pode ser pouco. A guerra pelos votos continua dura nos estados indecisos e a dupla McCain-Palin lançou uma nova ofensiva. E há o preconceito racista que pode surpreender no próprio dia da eleição
Antes de mais, a crise. Depois, a impopularidade de George W. Bush, o cansaço de McCain, as gafes de Palin. O próprio Obama e as suas propostas, porque não? As causas são várias e discutíveis. Mas o resultado aparece claro: quando faltam cerca de três semanas para a eleição presidencial, Barack Obama está destacado na frente da corrida para a Casa Branca.
O democrata lidera nas sondagens nacionais vários pontos à frente do seu adversário John McCain (7,5, segundo uma média de sondagens) e puxou para o seu lado vários estados considerados tradicionais redutos republicanos. Até agora Obama está bem posicionado para ver eleitos 277 delegados democratas - mais sete do que os 270 necessários para chegar à Casa Branca - enquanto McCain tem 158 delegados quase assegurados. Por atribuir, segundo as sondagens, estão ainda os 103 delegados dos nove estados com maioria indecisa, onde os candidatos aparecem empatados.
Face a estes resultados, e ao momento favorável de Obama, vários democratas anunciaram na semana passada que estava a desenhar-se uma vantagem esmagadora. Mas os seus gritos de vitória não tiveram eco: nem entre os comentadores políticos nem entre os próprios altos conselheiros democratas que sabem existir uma diferença entre o "estar à beira da vitória" e o "tornar-se o próximo inquilino da Casa Branca". Afinal de contas, faltam 22 dias para o escrutínio de 4 de Novembro e até lá ainda há tempo e espaço para uma reviravolta.
McCain sabe disso e deu um novo rumo à sua campanha. Pressionado pelos apoiantes que dão sinais de descontentamento, o a equipa de McCain endureceu os ataques contra Obama. Sarah Palin acusou-o de colaborar com terroristas e vários membros do partido publicitam, falsamente, as suas ligações ao Islão. Os republicanos aguardam pelos frutos da sua estratégia mas há quem diga que o plano pode ser contraproducente.
Porém, o maior factor de indefinição é a raça ou, como é chamado, o efeito Bradley. O tema tem sido abordado por comentadores americanos que falam da cor de pele de Obama como a "bomba inexplorada da campanha". Segundo os analistas, se Obama não chegar à eleição com uma vantagem clara existe a possibilidade de ser derrotado pelo preconceito, que esteve escondido das sondagens mas pode reaparecer na cabina de voto. O "efeito Bradley" recebeu o nome do afro-americano Thomas Bradley, que em 1982 foi derrotado na eleição para governador da Califórnia, apesar de surgir na frente de todas as sondagens.|
Eleições nos Estados Unidos
Obama perde dois pontos de vantagem em relação a McCain
Obama tem agora 48% das preferências entre os possíveis eleitores contra 44% de McCain.
[ Última actualização às 09:38 do dia 13/10/2008 ]
O democrata Barack Obama perdeu dois pontos de vantagem, de domingo para segunda-feira, em relação ao republicano John McCain. Uma sondagem da Reuters/C-SPAN/Zogby atribui a Obama uma vantagem de quatro pontos sobre McCain. No domingo, as sondagens atribuíam uma vantagem de seis pontos ao democrata.
Obama tem agora 48% das preferências entre os possíveis eleitores contra 44% de McCain. A sondagem diária nacional tem uma margem de erro de 2,9 pontos percentuais.
-10-13 09:38 / http://www.tvi.iol.pt/informacao/noticia
http://www.realclearpolitics.com/epolls ... html#pollsPoll Date Sample Obama (D) McCain (R) Spread
RCP Average 10/03 - 10/12 -- 50.0 42.9 Obama +7.1
Reuters/CSpan/Zogby Tracking 10/10 - 10/12 1207 LV 48 44 Obama +4
ABC News/Wash Post 10/08 - 10/11 766 LV 53 43 Obama +10
Gallup Tracking 10/09 - 10/11 2286 LV 50.5 45.5 Obama +5
Rasmussen Tracking 10/09 - 10/11 3000 LV 51 45 Obama +6
Hotline/FD Tracking 10/09 - 10/11 814 LV 49 41 Obama +8
GW/Battleground Tracking 10/07 - 10/12 800 LV 51 43 Obama +8
FOX News 10/08 - 10/09 900 RV 46 39 Obama +7
Newsweek 10/08 - 10/09 1035 RV 52 41 Obama +11
Time 10/03 - 10/06 1053 LV 50 44 Obama +6
NBC News/Wall St. Jrnl 10/04 - 10/05 658 RV 49 43 Obama +6
P44 escreveu:deviam deixar a decisão para os tugas
e por isso 92% vota Obama