[quote="Bourne"]Senhores,
No pré-1964, o Brasil era um barril de pólvora. Volta e meia tinha desordem civis, enfrentamento de tropos estaduais e guerrilheiros, bombardeio em cidades como no Rio de Janeiro e São Paulo. Por exemplo, nos anos 1920 teve bombardeio de artilharia no bairro do Brás em São Paulo. Durante a segunda guerra mundial se esperava enfrentar guerra de fato, possivelmente vindo da argentina. E, durante os anos 1960 e começo dos 1960, era falado abertamente de guerra civil em grande proporções.
Só se acalmou durante o governo militar que impôs novas estruturas institucionais e política para evitar conflitos. Tanto que uma das primeiras medidas do governo militar foi transformas as forças militares estaduais em assessórios do exercito, seguido por cortar a liberdade de endividamento e de criar estruturas locais que não fossem autorizadas por Brasília. E um dos temores da redemocratização é que os conflitos regionais voltassem a emergir e até chegar algo como Iugoslávia.
Isso não é delírio. O Brasil era extremamente belicista. A estória de que o Brasil não tem terremoto, possui um povo pacifico e acolhedor é parte da propaganda da ditadura militar.
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A parte do bombardeio a São Paulo
[quote]São Paulo deve ser destruída: a história do bombardeio à capital paulista na revolta de 1924
Livro do jornalista Moacir Assunção descreve como ocorreu o conflito e reconstitui a história de personagens que viveram de perto o drama desse bombardeio
“A cidade de São Paulo foi praticamente destruída com a revolta que ocorreu em julho de 1924. Os bairros da Mooca, Brás, Belém e Cambuci foram os mais atingidos pelo bombardeio, muitos abandonaram suas casas e deixaram São Paulo num êxodo de quase metade da população. Os que não conseguiram se refugiar, sobreviveram nos porões. Foi um morticínio terrível na cidade, a maior batalha em solo urbano, no Brasil e certamente na América Latina”.
Desse modo o jornalista Moacir Assunção descreve o bombardeio da cidade de São Paulo durante a Revolta de 1924 - também chamada de Revolução Esquecida -, quando o governo do presidente Arthur Bernardes cercou a capital paulista com a artilharia pesada do Exército, atacando principalmente fábricas e bairros proletários.
No programa Livros, da UNIVESP TV, Assunção fala sobre a Revolta de 1924, objeto do mestrado que fez na Universidade de São Paulo e tema do livro São Paulo deve ser destruída (Editora Record, 2015). A obra tem foco nas histórias dos civis moradores da cidade que viveram aquele momento sem saber o que estava acontecendo.
A Revolta Paulista de 1924 foi a segunda rebelião tenentista, promovida por jovens tenentes do exército contra o governo federal. A primeira havia ocorrido dois anos antes, no Rio de Janeiro. “Esse movimento reformista pretendia republicanizar o Brasil, isto é, promover uma série de reformas estruturais no país, como: aumento da federalização, diminuição de impostos, respeito aos militares e voto secreto”, esclarece Assunção.
O plano dos tenentistas era tomar São Paulo, como primeira etapa de um plano para derrubar o governo do presidente Arthur Bernardes. “Dominaram a cidade naquele momento e conseguiram tomar os principais quarteis e alguns pontos estratégicos - a Estação da Luz, a coletoria fiscal, o Banco do Brasil, entre outros”, conta.
A tentativa fracassou diante da resposta rápida do Governo Federal que não aceitou negociar com os revoltosos e bombardeou a cidade sem trégua - provocando um grande número de mortes entre os civis.
Marcas de obuses na chaminé da antiga Usina de Força, (Bairro da Luz, São Paulo), um alvo na Revolução de 1924.
Wingate