Legalização da maconha

[felipexion]

Pessoal,

A maconha destrói neurônios? Alguns dos meus velhos amigos, e muito deles geniais, fumaram maconha a adolescência inteira e hoje continuam acima da média e bastante produtivos. Um deles faz doutorado em filosofia da matemática na Califórnia por meio de uma bolsa paga pelo governo americano. Não preciso citar aqui os inúmeros gênios do pensamento humano que foram usuários da cannabis sativa.Sds.

Aí está um dos problemas.
Lembramos apenas daquilo que se destaca entre uma multidão. É a mesma que ocorre com a expectativa de vida. FUlano diz: "me avô comeu de tudo, fumou trocentos cigarros por dia e bebia toda semana e viveu 80 anos". Mas fulano esquece de que a expectativa de vida da população na época beirava os 60 anos, que o uso do cigarro diminui o tempo de vida (é fato comprovado em laboratório e em estudos epidemiológicos), que uma má alimentação e o uso excessivo do álcool também contribuem com a diminuição do tempo de vida. Viveu até os 80? Viveu, não sei sob que condições, se teve qualidade de vida, se terminou os seus dias com saúde, lúcido, orientado. Mas sei que é uma excessão a regra e que não pode ser tomado como padrão para a população.

[soultrain]

Como já referi aqui, estou inclinado para a legalização das drogas leves, mas não tenho uma convicção forte ainda.

Quem fala em repressão do consumo de drogas leves e não fala sequer na proibição do álcool, é demagogia barata.

O Álcool tem muito mais impacto no corpo e mente de crianças, ceifa muito mais vidas e destrói muito mais famílias. Quando refiro muitas, é um abismo de diferença mesmo.

No entanto há álcool à venda em todo o lugar, publicidade na Tv, Jornais etc. Patrocinam até seleções nacionais de futebol etc.

Guerra,

Obviamente que executar qualquer função perigosa, como conduzir, sobre efeito de qualquer substância que altera o seu poder de decisão, deve ser proibido, até com medicamentos prescritos pelo médico, sobre isso não há discussão.

[[]]'s

[tflash]

Eu acho que as drogas leves por si não não tem malefícios suficientes para serem proibidas. O grande problema é elas terem servido como veiculo de entrada para outras dependências.

A dependência em si começa com uma carência psicológica que só consegue ser colmatada pela droga (temos casos parecidos com comida, etc.)
Como os canais de distribuição são semelhantes, existe o risco do traficante introduzir outras drogas mais lucrativas ao consumidor. A legalização não ajuda muito mas a despenalização do consumo sim e eu já postei muito sobre isso.

Ao contrário da Holanda que tem legislação que não aplica, em Portugal existe legislação que penaliza o trafico mas não penaliza o consumo. Um consumidor que seja apanhado com drogas (que são sempre substâncias ilicitas) é encaminhado para o tratamento.

Isto por um lado trás o consumidor para dentro da lei e da sociedade mas afasta-o do traficante que está fora da lei. Se a venda for despenalizada, a oferta aumenta assim como o tal risco do uso do produto pelo tal vicio mental (que é diferente do vicio fisico, mas é grave na mesma.)

Neste momento somos um "case study" já que caiu imenso o número de novos consumidores.

[Brasileiro]

Se a venda for despenalizada, a oferta aumenta assim como o tal risco do uso do produto pelo tal vicio mental (que é diferente do vicio fisico, mas é grave na mesma.)

Neste momento somos um "case study" já que caiu imenso o número de novos consumidores.

Isso é não é legalização, mas liberação do tráfico.

Legalizar não é o mesmo que despenalizar a venda. Remédios de tarja preta são legalizados, mas isso não quer dizer que eu possa vendê-los a torto e a direito. Mesma coisa o álcool, em que existem regras (como a venda apenas para maiores de 18 anos e longe das escolas e rodovias) e taxações vinculadas.

O aumento da oferta não vai ser maior do que o da demanda se o mercado for legalizado. Só mesmo com muitas pesquisas de campo e estatísticas para poder comprovar mesmo se há tantas pessoas assim que com a legalização passariam a consumir maconha, ou seja, se a demanda aumentaria significativamente ou não.

O grande problema é elas terem servido como veiculo de entrada para outras dependências.

Qualquer coisa pode ser porta de entrada para uma pessoa com problemas emocionais, se você proíbe uma coisa, ele, inevitavelmente, procurará outra substância para se sentir melhor. Para essas pessoas a solução só é possível com tratamento/terapia.


abraços]

[rodrigo]

Mais um capítulo, vai dar inclusive para aproveitar os argumentos da marcha da capital. Os maconheiros vão tentar a marcha mesmo contra a ordem judicial (já são contra a lei de forma intrínseca), e a PM vai descer a borracha. Vão dizer que houve excesso e blá-blá-blá. Será que a bancada evangélica vai ter que entrar em cena e bater com o p.. na mesa, como fez com a Dilma?

Justiça proíbe Marcha da Maconha em Campinas (SP)

A Justiça proibiu nesta quarta-feira a realização da Marcha da Maconha em Campinas (93 km de SP). A manifestação está marcada para sábado (28).

Na decisão, o juiz Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho, da 5ª vara criminal de Campinas, diz que não cabe a ele julgar sobre a pretensão de descriminalização da maconha, mas sim "analisar e, eventualmente, coibir práticas que encontram moldura em tipos penais incriminadores e que nada têm a ver com a pretensão salutar de ver alterada legislação penal".

A marcha da maconha em São Paulo também foi proibida, um dia antes de acontecer. O evento estava marcado para o último sábado (21). Sem poder fazer alusão à maconha, os manifestantes saíram em passeata em nome da liberdade de expressão.

A Polícia Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para tentar dispersar o ato, que bloqueou a avenida Paulista. Dois policiais militares foram afastados ontem (25) sob suspeita de terem cometido abusos na confusão.

Imagens da TV Folha mostram a violência da polícia. Um repórter foi atingido por jatos de spray de pimenta por um PM e por uma agente da Guarda Civil Metropolitana. A agente da GCM ainda atacou o repórter --que portava crachá-- com um golpe de cassetete.

A PM atribuiu a reação à necessidade de cumprir a ordem judicial que proibiu o ato.

Os integrantes da marcha prometem novo manifesto no sábado, contra a repressão policial, no vão do Masp (Museu de Arte de São Paulo).

http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/ ... s-sp.shtml

[Brasileiro]

Na decisão, o juiz Maurício Henrique Guimarães Pereira Filho, da 5ª vara criminal de Campinas, diz que não cabe a ele julgar sobre a pretensão de descriminalização da maconha, mas sim "analisar e, eventualmente, coibir práticas que encontram moldura em tipos penais incriminadores e que nada têm a ver com a pretensão salutar de ver alterada legislação penal".

Se alguém entendeu alguma coisa desse parágrafo, favor....

Parece que nem ele mesmo sabe bem porque mandou proibir. A resposta curta e grossa seria um "porque eu não quero".
Ou seja, o cara tem um reizinho na barriga.

E a marcha vai acontecer e o pau vai comer de novo. Mas e daí, todo mundo sabe que isso também faz parte do processo de transição.


abraços]

[tflash]

Se a venda for despenalizada, a oferta aumenta assim como o tal risco do uso do produto pelo tal vicio mental (que é diferente do vicio fisico, mas é grave na mesma.)

Neste momento somos um "case study" já que caiu imenso o número de novos consumidores.

Isso é não é legalização, mas liberação do tráfico.

Legalizar não é o mesmo que despenalizar a venda. Remédios de tarja preta são legalizados, mas isso não quer dizer que eu possa vendê-los a torto e a direito. Mesma coisa o álcool, em que existem regras (como a venda apenas para maiores de 18 anos e longe das escolas e rodovias) e taxações vinculadas.

O aumento da oferta não vai ser maior do que o da demanda se o mercado for legalizado. Só mesmo com muitas pesquisas de campo e estatísticas para poder comprovar mesmo se há tantas pessoas assim que com a legalização passariam a consumir maconha, ou seja, se a demanda aumentaria significativamente ou não.

O grande problema é elas terem servido como veiculo de entrada para outras dependências.

Qualquer coisa pode ser porta de entrada para uma pessoa com problemas emocionais, se você proíbe uma coisa, ele, inevitavelmente, procurará outra substância para se sentir melhor. Para essas pessoas a solução só é possível com tratamento/terapia.


abraços]

Por isso é que eu lanço o alerta para olharem para o exemplo português. Muitos países como os EUA estão a analisar. Eu tenho experiência em voluntariado nessa área e penso que o colega não entendeu a afirmação completa. A diferença entre as drogas leves e outras coisas é que as drogas leves tem os mesmos canais de distribuição das drogas pesadas.

Eu não acredito na erradicação do consumo das drogas mas o sistema no mundo que demonstrou um grande decréscimo no consumo de drogas pesadas foi o Português. Na minha opinião é porque mantém um equilíbrio, sem sancionar muito nem ir ao ponto de tornar legal. Consumir droga em Portugal, hoje é quase a mesma coisa que estacionar um carro num sitio indevido. Vender, armazenar, etc. é crime.

[marcelo bahia]

O cara era viciado em videogame e maconha. Até que um dia jogou o baseado e fumou o videogame!

Sds.

[rodrigo]

A diferença entre as drogas leves e outras coisas é que as drogas leves tem os mesmos canais de distribuição das drogas pesadas.

Não seria a semelhança? Esse é outro ponto a ser tratado, a possível liberação da maconha e a continuidade da proibição dos outros entorpecentes não traria benefício nenhum à sociedade, só aos maconheiros, que poderiam fumar onde e quando desejassem sem temer repressão.

[tflash]

Não é o que acontece aqui. Por um lado como continua a ser uma substância proibida, continua a ser combatido o tráfico e não existem lugares de venda livre o que dificulta a obtenção por outro não se anda atrás do consumidor que não é marginalizado e associado aos traficantes. Conseguiu-se com sucesso separar consumidor de traficante.

Atenção que por cá, mesmo uma pequena quantidade de cocaína não o leva preso. O estado obriga a pessoa a procurar tratamento que normalmente é metadona administrada por pessoal médico em lugares próprios com a vantagem da pessoa viciada não ter que pagar a droga. Isso é uma grande ajuda no combate ao tráfico tanto que a grande maioria das apreensões de droga em Portugal é de droga que vai para outros países da Europa.

[kekosam]

Cara... drogas leves... pesadas... libera tudo duma vez... lembrando que nenhuma pesa mais que um garrafão de 4,5 litros de vinho ou cachaça...

[tflash]

Mas por incrível que pareça, aqui não é crime consumir qualquer droga incluindo o vinho a não ser que você esteja ao volante.

[Slotrop]

Somente descriminalizar o consumo não corta a ligação entre o consumidor e o traficante, isso não resolve o problema de que maconha pode ser porta de entrada para outras drogas por que todas são compradas do mesmo fornecedor.


Queria entender o ódio que muita gente tem pelo que chamam de "maconheiros".

[Brasileiro]

O estado obriga a pessoa a procurar tratamento que normalmente é metadona administrada por pessoal médico em lugares próprios com a vantagem da pessoa viciada não ter que pagar a droga.

Eu não tenho certeza de que quem fuma maconha realmente precisa tomar remédio. Aliás, eu acretido que é uma minoria aqueles que fumam para 'afogar as mágoas' ou cronicamente. O uso, na maior parte dos casos me parece que é recreacional e dispensa tratamento. Essa obrigação me parece mais um resquício daquilo que um dia já foi a penalização do uso, uma pequena 'lembrança' pra dizer que ainda há alguma consequência penal, mesmo que "simbólica".

Somente descriminalizar o consumo não corta a ligação entre o consumidor e o traficante, isso não resolve o problema de que maconha pode ser porta de entrada para outras drogas por que todas são compradas do mesmo fornecedor.

Exatamente. Essa ligação, pior de tudo, é financeira. A legalização é por enquanto a única medida que cortaria o elo entre o usuário e o traficante, já que este último não seria mais necessário.


abraços]

[tflash]

Só que a legalização, como é de facto na Holanda, aumenta o consumo e tem influência no aumento da criminalidade.