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Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 1:42 pm
por pt
Nenhum país do mundo antes e hoje pode se dar ao luxo de se fechar sem sofrer consequencias de curto e longo prazo.

China e Japão estão ae pra provar isso. Japão principalmente que teve 250 anos de isolamento (1600 até 1850) com apenas leve contato garantido pelos holandeses. È o exemplo mais perfeito do que acontece a um país fechado principalmente pq a epoca foi muito bem documentada.
Não me fiz perceber:
Um país fechado é um país que aumenta brutalmente as suas taxas de importação para proteger a economia interna e para forçar o crescimento do emprego.
O comércio entre os vários estados dentro dos Estado Unidos é fortíssimo. A dimensão do mercado interno é enorme e a América tem capacidade para produzir praticamente de tudo e muito de tudo e garantir a concorrência entre empresas no mercado interno.

No inicio do século XX, quem vendia carros, aviões, ou o que quer que fosse para a América ?
Eles produziam tudo. Não estavam isolados do mundo, apenas tinham uma economia que era totalmente autosuficiente.

Hoje isso implicaria uma crise durante um periodo de transição. Para a América seria mau, mas para o resto do mundo, a falta da américa seria uma catástrofe.

- Queda do dolar
- Aumento dos preços das importações
- Aumento das taxas de importação - Aumento ainda maior dos preços das importações.

Para os americanos, o único verdadeiro problema chama-se petróleo.
O americano aceita ficar sem McDonalds, mas não aceita ficar sem gasolina no carro.

Durante a guerra, os americanos fizeram esforços titânicos, trabalhavam 12 a 16 horas por dia, aumentaram a produção de uma forma brutal, com o objectivo de ganhar a guerra.
Mas não houve nenhum truque e trapaça que não tivessem utilizado para conseguir mais uns litros de gasolina. :mrgreen:

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 2:01 pm
por Túlio
Sei não, há mais commodities. Por exemplo, sua tecnologia agropecuária é catastrófica de tão obsoleta. Há muitos minerais que não existem em solo ianque, como o nióbio. Sua tecnologia na produção de aço também não pode ser descrita como modelo. Há muitos gargalos em uma economia que optou pelo chamado 'pós-industrial'...

Por exemplo, tirando os subsídios o seu incipiente agribusiness morre de inanição, ao menos em grande parte...

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 3:14 pm
por pt
Num situação como a que descrevi, evidentemente que haveria problemas.
Afinal o que aconteceu durante a grande depressão, quando muitos agricultores tiverem que entregar as suas propriedades ?

O sistema conforme o considerei, não exclui o Canadá. Nunca podemos esquecer isto, o Canadá estará sempre ligado aos EUA.
Um não pode passar sem o outro. São economias complementares, absolutamente ligadas por muitos cordões umbilicais
O que os americanos não encontrarem em solo americano ou do Canadá, têm dinheiro para comprar.
Já era assim no inicio do século XX.

Se o modelo pos-industrial falir, que remédio terão eles que não mudar de vida?

O que afirmo é que ao contrario da esmagadora maioria dos países do planeta, a América do Norte resolve o problema sozinha.

Por isso, decretar a falência da América, é apenas sonho húmido. Absolutamente nada mais que isso.
Muitos americanos percebem isto.
O problema é que muitos americanos, sabendo disto, não querem nem ouvir falar do período de choque, que poderia levar anos.

Ninguém quer pensar em choques, porque eles geram instabilidade.
O que aconteceria à maioria dos países do mundo sem os americanos ?
A ideia de que as ligações sul-sul e entre a China e os restantes países de maiores dimensões, os chamados BRIC, mais a União Europeia e o Japão podem substituir os Estados Unidos, é puro delirio.

Uma crise americana, fará cair a Europa e o Japão.
Sem Europa e Japão para comprarem os produtos chineses, a China entra em crise.
Com a China em crise, nenhum dos países emergentes que conte com o mercado chinês vai vender nada para eles que não seja comida e petróleo (e olhe lá, porque com crise, os preços das matérias primas podem cair).


Depois há o problema político da China.
As democracias enfrentam sempre melhor as crises que as ditaduras.
A abertura económica chinesa criou uma classe média que aceita o crescimento, gosta dele e agradece aos comunistas ter ficado mais rica.
Mas quando o crescimento chinês emperrar, o que essa crescente classe média vai fazer ?
Voltar ao campo para cultivar arroz ?

Não me parece :?

Um aumento de 5% do desemprego na China, representa grosso-modo 80 a 100 milhões de pessoas sem ter que comer. Eles não têm sistema de segurança social, e a economia chinesa funciona sem rede.
O partido, como no passado o imperador, tem uma única forma de resolver o problema: A força.

Mas uma convulsão na China ajudará a economia do país ?
O que tem feito mover a China é a estabilidade política.

Rezemos todos para que os malucos na América se entendam.
Estamos todos dependentes deles.

Um dias, as coisas mudarão.
MAs nós, enquanto vivermos, teremos que conviver com uma América que influencia directa ou indirectamente as nossas vidas.
Queiramos ou não !

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 3:58 pm
por rodrigo
O que afirmo é que ao contrario da esmagadora maioria dos países do planeta, a América do Norte resolve o problema sozinha.
Acredito que essa realidade seja o maior perigo do resultado dessa negociação do Obama com os republicanos. Os americanos podem se fechar, ficar quase autosuficentes, comprar barato lá fora o que restasse do comércio global falido e em casos extremos buscar militarmente o que lhes for negado através da via pacífica. Nessa última hipótese, adivinhem quem seria uma vítima ideal?

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 6:13 pm
por pt
Os americanos já passaram por ondas isolacionistas no passado, mas não tinham a importância que hoje têm.
Os extremistas que não gostam do estado, também são em muitos casos contrários à presença americana no estrangeiro.

Com o Canadá, o conjunto norte-americano tem 19.8 milhões de km quadrados.
Só as reservas de petroleo betuminoso do Canadá (após extracção) permitem manter o consumo actual durante mais de um século.

Recentemente a China controlava 99% do mercado de «terras raras».
Quando os preços começaram a aumentar por causa da procura chinesa, as minas americanas voltaram a operar.
Os chineses têm 35% das reservas conhecidas, os americanos 13%, mas há estimativas que afirmam que o Canadá poderá ter mais reservas desses minérios que a China.

Ou seja: Os americanos compravam aos chineses por ser mais barato. Quando o preço aumenta, rapidamente eles investiram na reactivação das minas e já voltaram a produzir.

Se a América seguir este procedimento em imensos outros campos, eles podem reactivar a produção deles.
Isto implica alterações profundas da sociedade americana.
Mas há algum país que consiga mudar tanto em tão pouco tempo quanto a América ?

É nessa América que os Tea-Party da vida estão a pensar.
Uma América pouco regulada pelo Estado, onde se espera que os pequenos e médios negócios voltem a produzir produtos que os americanos podem produzir, mas que não produzem porque outros produzem mais barato.

Há uma américa que não está preocupada com os ratings da Moody's e que quer que o Dolar baixe de valor, se os chineses não aumentarem o valor do Yuan.
Uma américa que não gosta do poder de Wall Street e acha que quem está falido, tem que assumir as consequências e que quem está doente tem que pagar a conta do médico, em vez de usar dinheiro dos impostos.

Que ninguém confunda o Establishment que esteve muito ligado aos neo-conservadores, com esta vaga do Tea-Party.
São gente diferente.
Noutro país estariam em partidos diferentes e degladiavam-se como inimigos de morte.

Depois há o poder politico do chamado Bible Belt, mas ainda aqui, há divisões e divisões muito sérias que precisavam de um fórum inteiro para discutir.

Não podemos reduzir a América a ideias simplistas e malucas de decadência inevitável.

Se for decadência a sério para a América, que rezemos nós.
Não haverá China que nos salve, porque a China está ligada à economia americana e especialmente à sua parte da dívida americana.

Quem contar com a China, pense nela para vender comida.
Aí o Brasil está por cima da carne seca, porque tem a única coisa que eles querem: Soja e carne !
Mas esqueçam a venda do que quer que seja de mais tecnológico.
A Russia também está relativamente protegida, porque para os chineses a Russia é uma enorme mina para metais e petróleo, mas apenas para isso.

Se a economia chinesa entrar em declinio, ou simplesmente crescer pouco, as compras dos chineses vão baixar.

Nessa altura, talvez os chineses voltem a fazer o que faziam no passado:

Enviar navios de mercadorias, dizer que não querem a guerra, apenas querem vender coisas, e ao mesmo tempo mostrar os canhões e os mísseis.

E se as coisas correrem mal na América, não haverá US Navy para meter medo aos chineses.


É comprar ou comprar.

Os americanos já passaram por ondas isolacionistas no passado, mas não tinham a importância que hoje têm.
Os extremistas que não gostam do estado, também são em muitos casos contrários à presença americana no estrangeiro.

Com o Canadá, o conjunto norte-americano tem 19.8 milhões de km quadrados.
Só as reservas de petroleo betuminoso do Canadá (após extracção) permitem manter o consumo actual durante mais de um século.

Recentemente a China controlava 99% do mercado de «terras raras».
Quando os preços começaram a aumentar por causa da procura chinesa, as minas americanas voltaram a operar.
Os chineses têm 35% das reservas conhecidas, os americanos 13%, mas há estimativas que afirmam que o Canadá poderá ter mais reservas desses minérios que a China.

Ou seja: Os americanos compravam aos chineses por ser mais barato. Quando o preço aumenta, rapidamente eles investiram na reactivação das minas e já voltaram a produzir.

Se a América seguir este procedimento em imensos outros campos, eles podem reactivar a produção deles.
Isto implica alterações profundas da sociedade americana.
Mas há algum país que consiga mudar tanto em tão pouco tempo quanto a América ?

É nessa América que os Tea-Party da vida estão a pensar.
Uma América pouco regulada pelo Estado, onde se espera que os pequenos e médios negócios voltem a produzir produtos que os americanos podem produzir, mas que não produzem porque outros produzem mais barato.

Há uma américa que não está preocupada com os ratings da Moody's e que quer que o Dolar baixe de valor, se os chineses não aumentarem o valor do Yuan.
Uma américa que não gosta do poder de Wall Street e acha que quem está falido, tem que assumir as consequências e que quem está doente tem que pagar a conta do médico, em vez de usar dinheiro dos impostos.

Que ninguém confunda o Establishment que esteve muito ligado aos neo-conservadores, com esta vaga do Tea-Party.
São gente diferente.
Noutro país estariam em partidos diferentes e degladiavam-se como inimigos de morte.

Depois há o poder politico do chamado Bible Belt, mas ainda aqui, há divisões e divisões muito sérias que precisavam de um fórum inteiro para discutir.

Não podemos reduzir a América a ideias simplistas e malucas de decadência inevitável.

Se for decadência a sério para a América, que rezemos nós.
Não haverá China que nos salve, porque a China está ligada à economia americana e especialmente à sua parte da dívida americana.

Quem contar com a China, pense nela para vender comida.
Aí o Brasil está por cima da carne seca, porque tem a única coisa que eles querem: Soja e carne !
Mas esqueçam a venda do que quer que seja de mais tecnológico.
A Russia também está relativamente protegida, porque para os chineses a Russia é uma enorme mina para metais e petróleo, mas apenas para isso.

Se a economia chinesa entrar em declinio, ou simplesmente crescer pouco, as compras dos chineses vão baixar.

Nessa altura, talvez os chineses voltem a fazer o que faziam no passado:

Enviar navios de mercadorias, dizer que não querem a guerra, apenas querem vender coisas, e ao mesmo tempo mostrar os canhões e os mísseis.

E se as coisas correrem mal na América, não haverá US Navy para meter medo aos chineses.


É comprar ou comprar.

E agora...
Jaijian
Zhi-dao ming tian

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 7:05 pm
por Sterrius
Um país fechado é um país que aumenta brutalmente as suas taxas de importação para proteger a economia interna e para forçar o crescimento do emprego.


Vc esta supondo que isso pode ocorrer sem respostas dos paises que comercializam com os EUA. Essa ação levaria rapido a uma volta ao século XIX onde todos os paises seguiriam as mesmas regras e apenas os paises com forte mercado interno iriam decolar. As coisas não são mais tão simples principalmente quando a economia americana é muito dependente também da exportação. O consumo americano é alimentado por varios fatores, varios deles externos e sem as condições ideias ele cai novamente para niveis iguais a da maioria dos paises sem estas condições.

E nem estou entrando no ponto da importação. Do qual depende varias industrias americanas inclusive as suas proprias forças armadas. Eles teriam reservas para apenas alguns meses em um mundo com commodyties la nas alturas e produtos mais industrializados todos regionalisados devido a mercados fechados.
O comércio entre os vários estados dentro dos Estado Unidos é fortíssimo.


Assim o é na maioria dos paises continentais ou muito populosos. Brasil, Russia, China e India tb tem troca de mercadorias forte entre os estados. Mas dentro de suas realidades.
A dimensão do mercado interno é enorme e a América tem capacidade para produzir praticamente de tudo e muito de tudo e garantir a concorrência entre empresas no mercado interno.


Varias dessas concorrencias existem hoje pq existe o mercado externo onde essas industrias podem correr quando eles sofrem 1 ou sucessivas derrotas no mercado interno.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 7:20 pm
por soultrain
Pt

Há muitos países que conseguem mudar como os EUA nunca mudaram, a Alemanha durante Hitler, após a IIGM, após a queda do muro de Berlim, todos os países do lado de lá da cortina de ferro, especialmente a Rússia, a China e o seu "New Deal", o Japão após a IIGM e até o Brasil durante o mandato de Lula.

Há muitos, muitos exemplos de mudanças drásticas, os seus deuses não têm poderes sobre-humanos.

O Truman, Clinton, Al Gore, Jimmy Carter e muitos outros foram/são Baptistas, a família Bush é Anglicana, mas o GWB é Metodista evangélico. Mas nada do que foi falado é directamente relacionado com o Bible Belt, isso é outro assunto que envolve Democratas e Republicanos.

Você conhece de ler e ver órgãos de comunicação, esse discurso é consentanio. A realidade é que os evangélicos que falo, são conservadores fundamentalistas, desde o inicio do sec XX que o termo fundamentalista é usado para descrever evangélicos internamente. 30% da população americana é evangélica, cerca de 70 a 80M e estão espalhados pelos vários estados, têm uma força surpreendente na Califórnia por exemplo, onde conseguiram alterar a constituição do estado para dizer que o casamento é entre homem e mulher. Foi com o apoio destes que GWB foi eleito e reeleito.


Foram estes evangélicos fundamentalistas com o dizimo dos fieis, que foram ter com o Rupert Murdoch dono da FOX e lhe puseram uma pilha de dinheiro à frente para terem voz, porque quase todos os principais meios de comunicação social eram controlados por Democratas ou Republicanos não fundamentalistas. A verdade é que houve um imenso publico, além daqueles 30%, a verem a FOX.

Foi este um dos factores que permitiu uma pessoa com limitações cognitivas e sociais ser eleito presidente.

Dentro deste movimento cresceu um outro ainda mais radical, a partir dai foi o que já escrevi.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 7:40 pm
por soultrain
E antes que digam que não houve uma grande transformação no Brasil de Lula, escrevo o que ouvi há uns meses de um director de uma das maiores redes de Varejo do Brasil: "pouco tempo após o Lula ter assumido a presidência, nós começamos a receber 1.000.000 de novos consumidores por mês, é uma loucura" ou "antes estávamos voltados para dentro, hoje a ordem do governo é cresçam e vão para fora"

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 8:45 pm
por pt
Vc esta supondo que isso pode ocorrer sem respostas dos países que comercializam com os EUA. Essa ação levaria rapido a uma volta ao século XIX onde todos os paises seguiriam as mesmas regras e apenas os paises com forte mercado interno iriam decolar. As coisas não são mais tão simples principalmente quando a economia americana é muito dependente também da exportação.
Com certeza que a economia americana também é dependente da exportação.
É por isso que a adaptação da economia demoraria anos e é por isso que ninguém quer nem ouvir falar disso.

Mas uma coisa é dizer que a América teria muitos problemas.
Outra coisa é ignorar que a América é o país que mais rapidamente se voltaria a por de pé, porque possui um enorme mercado interno.

A História está cheia de gente que previu a destruição e desaparecimento da América.
Até hoje todos se enganaram.
Não devemos fazer previsões sem ter isso em consideração.

Há muitos países que conseguem mudar como os EUA nunca mudaram, a Alemanha durante Hitler, após a IIGM, após a queda do muro de Berlim, todos os países do lado de lá da cortina de ferro, especialmente a Rússia, a China
Soultrain, tem que me dizer o que é que toma ...

Eu poderia começar por explicar que as mudanças a que você se refere são resultado de guerras brutais e explicar-lhe o que é uma sociedade com principios e regras alterados.

Você na China tem o Imperio do Meio praticamente como estava há mil anos, com a foto do imperador pendurada na porta da cidade proíbida.
Na Russia você continua a ter um Czar. Assassino, criminoso e «justo», como a Russia gosta desde o século XV.
Esses regimes não mudaram porque não deram nunca ao povo a vontade de dizer o que quer.

E É ESSA MUDANÇA QUE CONTA.
NÃO A MUDANÇA IMPOSTA PELO DITADOR OU IMPERADOR DE TURNO.


Quanto aos evangélicos.
Você conhece de ler e ver órgãos de comunicação, esse discurso é consentanio. A realidade é que os evangélicos que falo, são conservadores fundamentalistas, desde o inicio do sec XX que o termo fundamentalista é usado para descrever evangélicos internamente. 30% da população americana é evangélica, cerca de 70 a 80M e estão espalhados pelos vários estados
Os movimentos evangélicos são um problema de todos os países. Apelam ao populismo barato pregado dos templos.

Os evangélicos tanto podem ser de esquerda quanto de direita. A Marina Silva era do Partido dos Verdes e antes era do mesmo partido do Lula da Silva, o PT, esse malvado partido da direita neo-conservadora :mrgreen: .

No Brasil, por exemplo, a candidata que ganhou a eleição teve que enfrentar a candidata evangélica Marina Silva, e por causa disso teve que moderar o discurso sobre o aborto.
E já que fala do casamento de pessoas do mesmo sexo, dé uma olhada na nojeira da TV Record e depois compare com a FOX.
A TV Record é controlada pela igreja IURD.

O falecido vice-presidente José Alencar, pertencia a um partido criado e controlado pelos evangélicos, e apoiado pelo jornalismo miserável da TV Record e era VICE DO LULA.

Segundo a Convenção das Igrejas Baptistas Independentes, no Brasil em 2008, a percentagem de evangélicos era de 24%.
Quase tão grande quanto na América.
A percentagem vai de 11% no Piauí até aos 43% na Roraima, passando por 34% no Rio de Janeiro e Brasilia, 28% em São Paulo e 22% em Minas.

Não misture alhos com bugalhos.
Senão, tem que dizer que o Brasil é a cara cuspida da América do Norte, sem a Sarah Palin, mas com o seu equivalente, o Tiririca.

Eu conheço o Brasil porque tenho familiares na zona sul de São Paulo (que está longe de ser lugar de rico). Conheço o país de viver durante alguns meses.
E o que conheço dos EUA nas mesmíssimas condições, só que no Massachusetts, em Fall River.
Isto não faz de mim nenhum especialista, porque eu não pretendo que por ter estado num lugar, isso me faz dono da verdade e conhecedor absoluto de tudo, mas garanto-lhe que ajuda.

Como ajudaria se você pensasse um pouquinho mais e pelo menos tentasse entender o que está escrito, coisa que evidentemente não tem o hábito de fazer.


PS:
Eu acho que as igrejas fanáticas são uma praga, pelo seu comportamento e pela forma com que se aproveitam das pessoas mais humildes e menos cultas para as sugarem como vampiros.
Mas o comportamento da direita americana, da direita religiosa, e do Tea-Party, não está directamente ligada ao evangelismo de-per-si.
Tocam-se mas são claramente fenómenos diferentes.
O Tea-Party, é Tea-Party, porque existe um movimento dentro dos EUA que é profundamente contrário ao poder central de Washington, não gosta dos políticos tradicionais e é isolacionista.
Receberá apoio dos evangélicos, mas apoia-se nos movimentos religiosos porque eles lhe permitem chegar ao púlpito para fazer passar a mensagem.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 9:53 pm
por Sterrius
Outra coisa é ignorar que a América é o país que mais rapidamente se voltaria a por de pé, porque possui um enorme mercado interno.


Eu apostaria muito mais em um país com economia semi-fechada como Brasil e China se adaptando de novo a um mercado puramente interno que um EUA que tem uma grande economia aberta. O pulo é bem menor quando sua economja ja é fechada e menos pessoas sentiriam os efeitos pois para algumas a vida não mudaria nada.

Economias uma vez abertas encontram dificuldades dificeis de superar como substituir os produtos que exportam a anos. A decisão afeta a todos e torna a mudança custosa d+ a ponto da população não aceitar. Mesmo que seja ruim pro país.
A História está cheia de gente que previu a destruição e desaparecimento da América.
Eu ao menos nao estou prevendo isso, Não consigo ver os EUA se esfarelando tão cedo. Fechar o mercado nao significa a destruição da america, viveriam normalmente e isso qualquer país do mundo que possa produzir sua propria comida consegue. Agora achar que continuariam os tops do mundo e os mais influentes com um mercado fechado é ser ingenuo. E é isso que espero estarmos discutindo.

Se estamos discutindo a viabilidade de um país X funcionar com economia fechada não tem o que discutir. Isso é possivel. Existem exemplos hoje de paises que assim funcionam.
Até hoje todos se enganaram
Muita gente tem muita interpretação para "Destruição e desaparecimento da america". Nem todos interpretam essas palavras literalmente. Pense na inglaterra do século retrasado e da inglaterra atual. Seria o exemplo +proximo.

O declinio do poder americano hoje comparado ao que era com a queda da URSS é evidente. Era uma força artificial que nao pode ser mais repetida sem que o mundo volte para as condições de 45-90.

E cuidado a tentar eternizar paises. Nada criado por humanos é eterno. Nem mesmo esse universo é eterno.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 10:01 pm
por PRick
O pessoal anda vem muito filme catastrofe de roliúde, gente a decadência dos EUA não significa o fim da sociedade americana, como o fim do Império Britânico não foi o fim da Inglaterra, até hoje uma das maiores economias do planeta, o que não veremos mais é os EUA com 50% do PIB mundial, isso acabou.

[]´s

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 10:06 pm
por suntsé
PRick escreveu:O pessoal anda vem muito filme catastrofe de roliúde, gente a decadência dos EUA não significa o fim da sociedade americana, como o fim do Império Britânico não foi o fim da Inglaterra, até hoje uma das maiores economias do planeta, o que não veremos mais é os EUA com 50% do PIB mundial, isso acabou.

[]´s
A minha maior preocupação com isso, é que o povo norte americano se torne politicamente mais radical. Talves essa ascensão do team party e forças politicas mais fundamenta-listas seja resultado do declínio do poderio americano.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qua Jul 27, 2011 10:55 pm
por Penguin
As economias de EUA e Brasil dependem consideravelmente menos de mercados externos para vender seus produtos e serviços do que a China, Índia, Russia ou Alemanha:

Exports of goods and services (% of GDP)
http://data.worldbank.org/indicator/NE.EXP.GNFS.ZS

Comportamento semelhante ocorre com as importações:

Imports of goods and services (% of GDP)
http://data.worldbank.org/indicator/NE.IMP.GNFS.ZS

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qui Jul 28, 2011 8:00 am
por pt
Quando falo na destruição e desaparecimento da América estou a referir-me a quem parece achar que a América vai ser rapidamente substituida por outra potência como força dominante no mundo.
Essa substituição é provavelmente inevitável, mas não será resultado da decadência americana, para sim pela volta à situação de «maior potência» do Império Chinês.

Isso demorará no entanto muito tempo e entre as razões principais da minha argumentação, está a dimensão da América, e do Canadá, que nestes aspectos não se pode encarar de forma distinta.
Com uma população conjunta de quase 350 milhões de pessoas (ricas), com 19 milhões de km quadrados, a dimensão do mercado interno da américa do norte não pode ser comparada com a dimensão da Grã Bretanha.
Nem todos interpretam essas palavras literalmente. Pense na inglaterra do século retrasado e da inglaterra atual. Seria o exemplo +proximo.
Os britânicos, sem imperio, ficaram reduzidos a uma dimensão territorial e demográfica muito menor.
Essa decadência, deve-se especialmente a isso. A Grã Bretanha continuou a ser um país poderoso, mas passou a ser muito dependente do exterior, porque afinal é apenas uma ilhota no noroeste da Europa.

Mas a América não é uma potência imperial. Eles não têm territórios para perder e são um país, mas também são um continente.
Não se pode olhar para a América e utilizar a mesma argumentação utilizada para a decadência das potências coloniais europeias.
Uma potência colonial europeia pode entrar em decadência, mas uma potência continental que não tem territórios para perder onde possam estar minérios importantes e vitais nao decairá da mesma forma.
é Impossível.
É por isso aliás, que o império russo, cuja expansão começou ao mesmo tempo dos outros impérios europeus, não decaiu como os outros: Tinha contiguidade geográfica.

Mas deste ponto de vista, quem tem problemas são Rússia, China e Índia, esses sim têm problemas internos graves, que continuam a dar dor de cabeça. Mesmo com contiguidade geográfica, as etnias continuam lá.
Já o Brasil, dentro dos BRIC é a única excepção ,EXACTAMENTE PORQUE COMO OS EUA não tem os problemas politicos, religiosos e étnicos que os outros países têm e principalmente PODEM VIR A TER.

Existe uma lista quase interminável de razões para explicar que, não é para já que o bloco norte-americano deixará de ser dominante.





Dito isto:
Há realmente gente muito problemática nos Estados Unidos, que eu tenho dificuldade em perceber.

Mas ao mesmo tempo notemos uma coisa:
Um republicano do estado do Massachusetts, é na maioria dos casos mais liberal que um democrata do estado do Alabama.

Os problemas das seitas evangélicas e dos vários movimentos religiosos, são para um europeu, praticamente incompreensíveis e quase anedóticos.
Parece que se está num outro mundo, quando há gente que sequer aceita que existiram dinossauros e que eles andaram no planeta milhões de anos antes do primeiro homem.

Mas na América também existem milhões de pessoas que acham que essa gente é completamente pirada.
E é por isso que colocar os americanos todos no mesmo saco e prever a decadência da américa é disparatado.

Como eu disse anteriormente, se fosse noutro país a América já se tinha separado.
Quando a NASA começou a despedir gente, o Tea-Party e os seus apaniguados lançaram um boato:

« Os chineses estão a contratar os técnicos da NASA »
(isto faz-se introduzindo comentários nos blogs e nas caixas de comentários dos jornais online)

A notícia é completamente disparatada, mas o boato aparentemente pegou em algum lado.
Agora há quem afirme que o Obama acabou com a NASA de propósito para que os know how americano fosse transferido para a China.
Esta gente utiliza todo o tipo de argumento para atacar o actual governo.

E o problema é que há lunáticos que acreditam e esses lunáticos votam.
Está neste momento em curso uma guerra-se-quartel na America, que vai determinar quem vai ganhar as eleições do próximo ano.

É perigoso, é evidente que é, mas a América é assim. Sempre foi.
Eles não querem saber das consequências no exterior.
Eles acreditam que a América pode sobreviver sozinha se for necessário.
E provavelmente até pode (foi assim ao longo de mais de dois terços da sua existência).
O problema, é que isso tem custos tremendos, na América, e ainda mais no resto do mundo.

Re: EUA : Ascensão e queda de uma grande potência

Enviado: Qui Jul 28, 2011 10:53 am
por Penguin
Túlio escreveu:Sei não, há mais commodities. Por exemplo, sua tecnologia agropecuária é catastrófica de tão obsoleta. Há muitos minerais que não existem em solo ianque, como o nióbio. Sua tecnologia na produção de aço também não pode ser descrita como modelo. Há muitos gargalos em uma economia que optou pelo chamado 'pós-industrial'...

Por exemplo, tirando os subsídios o seu incipiente agribusiness morre de inanição, ao menos em grande parte...
Sei não. Os caras produzem 417 milhões de toneladas de grãos anualmente, depois da China com 437 mi/t ano.
World Crop Production Summary:
http://www.fas.usda.gov/psdonline/psdre ... mplateID=2

Os subsídios à agricultura nos EUA chegam a USD 20bi ao ano e estão concentrados majoritariamente nas culturas de milho e algodão. Milho é utilizado principalmente para produção de combustível e para ração animal.

Imagem

A UE gasta aproximadamente EUR 40bi em subsídios diretos a agricultura.

[]s