Novo Programa Nuclear?

Assuntos em discussão: Marinha do Brasil e marinhas estrangeiras, forças de superfície e submarinas, aviação naval e tecnologia naval.

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luis F. Silva
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#391 Mensagem por luis F. Silva » Ter Dez 04, 2007 2:21 am

capsantanna escreveu:
Se vierem escoltas de 6.000 t, poderiam operar os Merlin sem problema algum.


Não necessáriamente. Pode ser um projecto que contemple apenas helicópteros com um máximo de 10 tons. como por exemplo o NH 90.




cumprimentos.

Luis Filipe Silva

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#392 Mensagem por Luís Henrique » Ter Dez 04, 2007 6:43 pm

luis F. Silva escreveu:Immortal Horgh escreveu:
Com certeza se for possível uma padronização com o Merlin seria excelente, só não sei se eles poderiam ser usados nas Niterói.

Em nenhuma fragata ou corveta da MB. Só no A 12, nos NDD, e no Mattoso Maia.


E nas novas escoltas da MB... :wink:




Su-35BM - 4ª++ Geração.
Simplesmente um GRANDE caça.
luis F. Silva
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#393 Mensagem por luis F. Silva » Ter Dez 04, 2007 7:22 pm

Luis henrique escreveu:
E nas novas escoltas da MB...

Eu referia-me mesmo às novas escoltas.
Quais são?
que armamento têm?
quais os sensores?
E a componente aérea?




cumprimentos.

Luis Filipe Silva

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#394 Mensagem por Tigershark » Ter Dez 04, 2007 7:57 pm

luis F. Silva escreveu:Luis henrique escreveu:
E nas novas escoltas da MB...

Eu referia-me mesmo às novas escoltas.
Quais são?
que armamento têm?
quais os sensores?
E a componente aérea?


Paciência,amigo Luis,todas estas especificações serão detalhadas em breve.

Abs,

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#395 Mensagem por Immortal Horgh » Qua Dez 05, 2007 1:08 am

Tigershark escreveu:
luis F. Silva escreveu:Luis henrique escreveu:
E nas novas escoltas da MB...

Eu referia-me mesmo às novas escoltas.
Quais são?
que armamento têm?
quais os sensores?
E a componente aérea?


Paciência,amigo Luis,todas estas especificações serão detalhadas em breve.

Abs,

Tigershark


Só para aguçar ainda mais a imaginação da moçada: estas escoltas terão orientação AA ou ASW?

[ ]s




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#396 Mensagem por Marino » Dom Dez 09, 2007 10:47 am

É, mais uma entrevista do Sr Othon, que não gosta de ser chamado de Almirante:

Entrevista - OTHON LUIZ PINHEIRO DA SILVA" Angra 3 vai custar R$ 7 bilhões"

Rodrigo Camarão



Othon Luiz Pinheiro da Silva chegou a vice-almirante do corpo de engenheiros navais, o maior posto para oficiais engenheiros. Mesmo assim, nos corredores da Eletronuclear, estatal que comanda, diz-se que ele não gosta de ser chamado de almirante. Basta presidente. Pois o presidente da estatal responsável pelo programa nuclear brasileiro é um dos maiores especialistas em energia nuclear do país, participou do projeto de construção de um submarino nuclear entre 1979 e 1994. Não é à toa que se sente à vontade quando o assunto é Angra 3. Acha que, se o país não aumentar seu portifólio de fontes de energia, corre o risco de atrasar o crescimento.



Nesta semana, o senhor esteve com o representante da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) na sede das Indústrias Nucleares Brasileiras (INB). Como foi o encontro?

Fui convidado. A INB produz o combustível nuclear. Eles extraem o urânio e produzem o concentrado, conhecido no mundo todo como yellow cake. O urânio na natureza é uma pedra comum. É encontrado misturado a outros elementos. Tem apenas partículas alfa, muito pouco radioativas. A INB tira da mina, concentra, purifica e manda para o Canadá, onde é transformado num gás, o hexafluoreto de urânio. De lá, segue para a Urenco, empresa holandesa que faz o enriquecimento. O elemento combustível só é feito quando essa substância volta para a INB. Fica parecendo pó de café. Depois, é prensado e colocado em tubos de zircaloy. Todo esse processo dura um ano.



O Brasil não poderia fazer essas etapas executadas no exterior?

O Brasil tem tecnologia para enriquecer e transformar em gás, mas não tem o equipamento. Só três países no mundo têm tecnologia e reservas de urânio: Rússia, Estados Unidos e Brasil. Outros países, como França, Alemanha e Holanda, têm a tecnologia, mas não as reservas. O Brasil é a sexta maior reserva do mundo e ainda há indicações de que temos muito mais urânio a descobrir. A INB está justamente construindo a máquina para enriquecer o urânio e atender uma parte das usinas nucleares. Isso que foi visto pela AIEA.



O senhor é favorável à construção da bomba atômica?

Não temos problemas de rivalidade com outros países. Isso não agregaria nada e ainda poderia criar o desbalanceamento político na região. Nosso urânio é apenas para gerar energia. O petróleo não. Você faz um chinelo havaianas com petróleo, mas não com urânio.



Na matriz energética brasileira, quanto a energia nuclear representa?

A geração elétrica brasileira é única no mundo. Em 2006, 91,9% da fonte de energia foram hídricos. Ainda bem, porque a fonte é limpa, barata e renovável. A prioridade tem que ser a água. No sistema interligado nacional, a complementação térmica é de 8% em média. Isso significa que todo ano precisamos de, no mínimo, 7% da energia produzidos pelas térmicas. A energia nuclear sozinha responde por 40% desses 7%, ou algo em torno de 3%, mais que o gás natural, o carvão e os outros derivados de petróleo.



A energia hídrica depende de fatores externos.

Eletricidade é um consumismo. Tem que produzir, estocar, transportar e distribuir. É como um sapato. Ou vocês estoca o couro ou o sapato pronto. Com a eletricidade, você só consegue estocar o couro, antes de produzir. O estoque é feito em forma de água, nas barragens. No início do século passado, tínhamos a maior hidrelétrica do mundo em Rio Claro. Servia para abastecer os bondes e tinha boa capacidade de estocagem. Do Paraná até o Nordeste, acima da Serra do Mar, temos 90 mil MW instalados e com capacidade de estocagem. A partir da década de 80, motorizamos mais, construímos mais máquinas, mas quase não aumentou a capacidade de estocagem. Aumenta a produção mas continua estocando o mesmo.



Cresce a chance de as hidrelétricas não darem conta?

Sim. É necessário ter térmicas como segurança, mas para trabalharem o mínimo possível. São como válvulas que o homem abre mais ou menos para compensar a quantidade de chuvas e as variações da natureza. A capacidade de estocar energia nas barragens, que já foi de dois anos, caiu para 5,8 meses em 2003. Um sistema hídrico que se auto-regule para enfrentar um ano seco como o de 2001, quando houve o apagão, necessita, no mínimo, de cinco meses de energia armazenada.



Dentre as térmicas, a nuclear apresenta mais vantagens?

Na energia nuclear, o investimento inicial é maior, mas o custo do KWh produzido é menor. Ela acaba ficando mais barata que as outras térmicas. Mas, como no caso das hidrelétricas, não podem trabalhar sozinhas. Precisamos de um mix de opções. Não podemos ter só a geração nuclear, nem desprezá-la. Antes do Campo de Tupi, se juntássemos toda a reserva de gás natural e de óleo combustível, não teríamos tanta energia quanto a proporcionada pelo urânio. Pode ser que ainda encontremos um campo de Tupi nuclear. Mas, ainda assim, é uma energia muito mais concentrada. Para ter idéia, um quilo de lenha, produz 1kWh de eletricidade. A mesma quantidade de carvão, 3 kWh, com óleo, 4 kWh. Um quilo de urânio produz 50.000 kWh. Com urânio enriquecido, a produção vai a 6 milhões de kWh.



O que falta para as obras de Angra 3 começarem?

Começam no primeiro semestre do ano que vem. Ainda falta a licença ambiental do Ibama. Fizemos quatro audiências públicas, a última dia 26 de novembro, no Rio. Outras três foram feitas em junho, em Angra dos Reis, Paraty e Rio Claro. Depois da licença ambiental, vem a licença do Conselho Nacional de Energia Nuclear, que só pode sair depois da aprovação do Ibama.



Os ambientalistas sempre foram contra as usinas. Essa posição mudou?

O antinuclearismo ambientalista é influenciado por série de mitos. Do risco, da catástrofe. É energia limpa, com sistemas de segurança redundantes, independentes e fisicamente separados, em condições de prevenir acidentes. Na situação improvável de perda de controle do reator em operação, sistemas entram automaticamente em ação. Cerca de 95% das substâncias radioativas são gerados no funcionamento do reator, na fissão nuclear do combustível. O volume dos rejeitos é muito menor em comparação com outros tipos de geração.



A construção das usinas do Rio Madeira ainda mantém a necessidade da energia nuclear?

A matriz energética funciona da mesma forma que um fundo de ações. O corretor tem que maximizar a rentabilidade e diminuir o risco. O mesmo acontece com a energia. Precisamos ter um portfólio para garantir a modicidade tarifária e segurança do sistema. Para conseguir o menor preço com mais segurança de abastecimento, a estratégia é diversificação. Juntas, as duas usinas do Rio Madeira têm a capacidade de gerar 7.000 kWh, mas o fator de utilização é menor.



Como?

O fator de utilização de uma usina é a relação entre a energia que gera com a que poderia gerar se funcionasse continuamente. Na hidrelétrica, o fator de utilização é da ordem de 55%. Portanto, uma usina que tem capacidade para 7 mil kMW, gera, efetivamente, uns 4 mil kMW. Na eólica, 15% a 20%. Com a biomassa, que gera energia por meio do bagaço de cana, o índice é 40% a 45%. Elas dependem da natureza. Nas térmicas, o homem tem controle sobre o fator de utilização. Quando é necessário acionar uma termelétrica para funcionar pouco, até 5% de fator de utilização, o diesel e o óleo combustível são imbatíveis. De 5% a 70%, o gás natural passa a ser mais barato. Mas isso depende do preço. Se o gás estiver a R$ 7 por milhão de BTUs, vale a pena. Mas o gás natural, com esse preço incerto, amplia a competitividade da energia nuclear. Somente Angra 1 e Angra 2 respondem por 3,11% da matriz energética nacional. O fator de utilização gira em torno de 80%. Angra 3 vai produzir 1.350 kWh, com fator de utilização de 90%. O custo para implantar a usina é maior, mas o combustível é mais barato. A térmica nuclear é mais rentável quando utilizada continuamente.



Quanto custará Angra 3 e em quanto tempo ficará pronta?

Serão necessários investimentos da ordem de R$ 7 bilhões, e um prazo de construção de 66 meses. Um total de US$ 750 milhões em equipamentos já foi comprado.



Isso é um investimento, já que o crescimento do país depende da geração de energia, não é?

Caso o Brasil queira crescer, precisamos de energia e infra-estrutura de transportes. O Plano Decenal de Energia Elétrica de 2006 a 2015 prevê a construção de diversas usinas térmicas de complementação energética. A indispensável participação do carvão e da energia nuclear deve considerar, no entanto, aspectos econômicos e ambientais. Existe espaço para usinas de biomassa, que podem contribuir significativamente para a regulação do sistema por sua produção se concentrar no período seco do ano, quando os níveis dos reservatórios estão mais baixos. Só que a disponibilidade está limitada às terras cultiváveis. Não seria recomendável contar com expressivas contribuições do petróleo e do gás natural, seja pela limitada disponibilidade, seja pela prioridade de seu uso. Gás natural é prioritário para uso indústrial e para transporte, nos veículos.




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#397 Mensagem por Vinicius Pimenta » Dom Dez 09, 2007 11:11 am

Marino, qual o seu conceito sobre o Sr. Othon-que-não-gosta-de-ser-chamado-de-almirante?




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#398 Mensagem por Marino » Dom Dez 09, 2007 11:29 am

Vinicius Pimenta escreveu:Marino, qual o seu conceito sobre o Sr. Othon-que-não-gosta-de-ser-chamado-de-almirante?

Já escrevi sobre isso uma vez.
Ele é Engenheiro Naval, especializado em Energia Nuclear.
Desta maneira, nunca cursou as Escolas de Altos Estudos Militares, nunca estudou Estratégia, nunca "empurrou água", como dizemos na Esquadra.
Quando os recursos oficiais minguaram para o programa nuclear, e a MB fez um esforço imenso para manter o projeto vivo, em estado vegetativo mas vivo, ele começou a criticar todo e qualquer gasto que não fosse em sua área. Criticou a compra das Greenhalgh, dizendo que eram sucata, o que o Alte Woodward desmentiu, ao publicar no Times um artigo contra a venda, criticou a retomada da aviação de asa fiza, um projeto de gerações e vital para a sobrevivência da MB em alto-mar, chegando a um ponto que saiu da Marinha.
Saiu e cuspiu no prato que comeu por toda a vida, na Instituição que o formou, que o enviou para o exterior para se formar em energia nuclear, que o fez almirante, com "a" pequeno mesmo. Emite opiniões estratégicas sem a menor base, sem o menor fundamento, tendo sido respondido por Almirantes de verdade.
Seu conceito estratégico era uma Marinha de Subs nucleares e patrulhas. Está lembrando algo que tenha lido por aqui recentemente?
Aqui uma das resposta que ele recebeu:
http://www.naval.com.br/biblio/uma_resp/opinia08.htm
Forte abraço.




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#399 Mensagem por Marino » Seg Dez 10, 2007 1:36 pm

O Leonam deve ter dito o que era controle do mar ao Engenheiro Othon.

Da Folha:
TENDÊNCIAS/DEBATES
Atenção ao uso da retórica antinuclear
Não se consegue elaborar nenhum cenário para os próximos 50 anos sem significativa participação da fonte nuclear
Othon Luiz P. da Silva e Leonam dos S. Guimarães

O DESENVOLVIMENTO da tecnologia nuclear foi iniciado durante a Segunda Guerra Mundial, focado, dadas as circunstâncias históricas, na produção de artefatos explosivos. A humanidade conheceu essa tecnologia de forma traumática, após os holocaustos de Hiroshima e Nagasaki.

Na década seguinte, o general Eisenhower, então presidente dos EUA, mudou o curso da história, lançando o programa Átomos para a Paz, direcionando a tecnologia nuclear para usos pacíficos, especialmente a geração de energia elétrica. Passados 60 anos, somente oito países são reconhecidos como possuidores de armas nucleares. Todos os respectivos programas precederam ou foram desenvolvidos independentemente da geração elétrica nuclear, que nunca foi causa ou caminho de acesso à bomba.

Não existe possibilidade de que o renascente problema da proliferação nuclear possa ser resolvido pelo abandono das usinas nucleares. A solução reside no fato de não existir Estado de direito Democrático proliferante há mais de 40 anos. Brasil e Nova Zelândia, além de serem democracias, são os únicos países nos quais as armas nucleares também são proscritas pela própria Constituição.

Hoje, 30 países possuem algumas das 439 usinas elétricas nucleares em operação, atendendo 16% das necessidades globais de eletricidade. Mais de 30 usinas nucleares se encontram em construção, dentre elas Olkiluoto, na Finlândia, e Flamanville, na França, enquanto cerca de outras 80 já estão planejadas, entre elas, Angra 3, no Brasil, e Atucha 2, na Argentina. Apesar de poucas unidades terem sido construídas durante os anos 70 e 80, as usinas nucleares existentes estão produzindo mais eletricidade. O aumento na geração nos últimos cinco anos equivale a 30 novas usinas e foi obtido pela repotencialização e melhoria do desempenho das unidades existentes.

Dezesseis países dependem da energia nuclear para produzir mais de um quarto de suas necessidades de eletricidade. França e Lituânia obtêm cerca de três quartos de sua energia elétrica da fonte nuclear, enquanto Bélgica, Bulgária, Hungria, Eslováquia, Coréia do Sul, Suécia, Suíça, Eslovênia e Ucrânia, mais de um terço.

Japão, Alemanha e Finlândia geram mais de um quarto de sua energia elétrica da fonte nuclear, enquanto os EUA geram cerca de um quinto. No Brasil, a fonte nuclear foi a segunda maior geradora de eletricidade em 2006, superando o gás natural. As usinas Angra 1 e Angra 2 atenderam 41% da indispensável complementação térmica do Sistema Interligado Nacional, no qual a fonte hídrica, limpa, barata e renovável, é largamente majoritária, fornecendo 91% do total gerado.

Além das usinas nucleares para geração elétrica, existem mais de 280 reatores de pesquisa operando em 56 países. Eles têm muitos usos além da pesquisa: produção de isótopos para usos médicos e industriais. No Brasil, estão em operação quatro reatores de pesquisa e há um em construção.

Apesar de não ser proscrito pelo Tratado de Não-Proliferação Nuclear, do qual o Brasil é signatário, o uso de reatores para propulsão naval é restrito, por razões tecnológicas, às maiores Marinhas mundiais: Estados Unidos, Rússia, China, França e Grã-Bretanha.

Mais de 220 reatores equipam 150 navios nucleares em operação. Eles geram energia para submarinos e porta-aviões, que desempenham os papéis fundamentais das forças navais de, respectivamente, negação do uso do mar a eventuais oponentes e controle de áreas marítimas. Índia, Coréia do Sul e Brasil desenvolvem programas para também aceder a esse uso legítimo da tecnologia nuclear.

Baseado nos princípios do desenvolvimento sustentável, as mais recentes análises, inclusive do próprio IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, na sigla em inglês), não conseguem elaborar nenhum cenário para os próximos 50 anos em que não haja uma significativa participação da fonte nuclear para atender as demandas de geração de energia concentrada em larga escala, ao lado das renováveis, para atender as necessidades dispersas em pequena escala.

A alternativa a isso seria exaurir os combustíveis fósseis, aumentando brutalmente a emissão de gases de efeito estufa, ou negar as aspirações de melhoria de qualidade de vida para bilhões de pessoas da geração de nossos netos.

OTHON LUIZ PINHEIRO DA SILVA, 68, engenheiro naval, mecânico e nuclear, é diretor-presidente da Eletronuclear. Foi fundador e responsável pelo Programa de Desenvolvimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para Submarinos da Marinha.
LEONAM DOS SANTOS GUIMARÃES, 47, mestre em engenharia nuclear pela Universidade de Paris (França) e doutor em engenharia naval pela USP, é assistente da presidência da Eletronuclear.




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#400 Mensagem por Marino » Sáb Dez 15, 2007 9:37 am

Do ESP:

Marinha planeja frota nuclear

Programa não se limita a um único submarino, mas total só será decidido após entrega da primeira unidade

Roberto Godoy

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha “depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos”, afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

Moura Neto sustenta que “só depois que o projeto estiver suficientemente consolidado será possível tratar da produção e, à luz dos fatores condicionantes, dimensionar a nova classe”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto “essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico”. Para ele, não dá para pensar em proteção “exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites”. Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, “a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica”.

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos; o periscópio, por exemplo.

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar do desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por 100 tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo.

O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias. “Para reduzir o stress decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana”, afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers. Isso não significa muito. Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema. Outro cuidado: cardápio variado, comida saborosa e de qualidade, servida dia e noite.

Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.

O complexo de edifícios da base será todo coberto para escapar do olho dos satélites militares. O prédio da doca funcionará com berços flutuantes e diques de drenagem - as embarcações serão movimentadas para dentro e para fora com auxílio da água do mar. Sempre rapidamente, quase sempre durante a noite, ao amanhecer, ao cair da tarde ou quando houver neblina. Recursos mínimos para reduzir - mas não evitar - a observação eletrônica.

Tudo isso - da divisão do ambiente ao compartimento onde ficará o reator, o centro de combate e até a nova base - está pronto, em escala, no discreto pavilhão M, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), no campus da USP. Ali há maquetes de engenharia que vêm sendo periodicamente atualizadas desde os anos 80, quando o programa, então considerado secreto, teve início.

O material destina-se aos ensaios de projeto do arranjo interno do submarino, com todos os componentes. Uma bancada isolada mostra o conjunto propulsor. E, ao fundo, uma seção de acrílico em grande proporção, permite estudar a distribuição dos dispositivos que compõem parte da unidade de vapor de alta pressão. Os músculos da máquina.

SEGREDOS

Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.

O Túnel de Cavitação, o laboratório de testes, terá de ser construído no Centro Aramar, em Iperó, região de Sorocaba - um tanque, monitorado eletronicamente, de 400 metros de comprimento com 7,5 metros de profundidade. “Para isso não se encontram parceiros internacionais”, comenta o almirante Carlos Bezerril, o diretor-geral do Centro Tecnológico.

Bezerril estima que a Marinha esteja no nível 40 do conhecimento tecnológico exigido para a construção de submarinos nucleares, tendo o patamar 100 como sendo o momento da entrega do navio, “graças ao avanço obtido no domínio completo do ciclo do combustível e da propulsão, com execução de um protótipo, pronto em Aramar”. Para construir submarinos nucleares o programa prevê que haja, antes, um modelo convencional como forma de dominar os processos de fabricação - do casco em aço especial até a montagem dos equipamentos.
===============================================

Da Zero Hora:

Defesa

Marinha planeja frota nuclear até 2020

Programa para construção de submarinos terá R$ 130 milhões anuais

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha "depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos", afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto "essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico". Para ele, não dá para pensar em proteção "exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites".

Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, "a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica".

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos.

Embarcação pode abrigar cem tripulantes

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar pelo desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por cem tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo. O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias.

- Para reduzir o estresse decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana - afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers.

Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema.




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#401 Mensagem por Marino » Sáb Dez 15, 2007 9:54 am

Marino escreveu:Do ESP:

Marinha planeja frota nuclear

Programa não se limita a um único submarino, mas total só será decidido após entrega da primeira unidade

Roberto Godoy

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha “depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos”, afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

Moura Neto sustenta que “só depois que o projeto estiver suficientemente consolidado será possível tratar da produção e, à luz dos fatores condicionantes, dimensionar a nova classe”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto “essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico”. Para ele, não dá para pensar em proteção “exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites”. Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, “a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica”.

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos; o periscópio, por exemplo.

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar do desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por 100 tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo.

O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias. “Para reduzir o stress decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana”, afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers. Isso não significa muito. Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema. Outro cuidado: cardápio variado, comida saborosa e de qualidade, servida dia e noite.

Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.

O complexo de edifícios da base será todo coberto para escapar do olho dos satélites militares. O prédio da doca funcionará com berços flutuantes e diques de drenagem - as embarcações serão movimentadas para dentro e para fora com auxílio da água do mar. Sempre rapidamente, quase sempre durante a noite, ao amanhecer, ao cair da tarde ou quando houver neblina. Recursos mínimos para reduzir - mas não evitar - a observação eletrônica.

Tudo isso - da divisão do ambiente ao compartimento onde ficará o reator, o centro de combate e até a nova base - está pronto, em escala, no discreto pavilhão M, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), no campus da USP. Ali há maquetes de engenharia que vêm sendo periodicamente atualizadas desde os anos 80, quando o programa, então considerado secreto, teve início.

O material destina-se aos ensaios de projeto do arranjo interno do submarino, com todos os componentes. Uma bancada isolada mostra o conjunto propulsor. E, ao fundo, uma seção de acrílico em grande proporção, permite estudar a distribuição dos dispositivos que compõem parte da unidade de vapor de alta pressão. Os músculos da máquina.

SEGREDOS

Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.

O Túnel de Cavitação, o laboratório de testes, terá de ser construído no Centro Aramar, em Iperó, região de Sorocaba - um tanque, monitorado eletronicamente, de 400 metros de comprimento com 7,5 metros de profundidade. “Para isso não se encontram parceiros internacionais”, comenta o almirante Carlos Bezerril, o diretor-geral do Centro Tecnológico.

Bezerril estima que a Marinha esteja no nível 40 do conhecimento tecnológico exigido para a construção de submarinos nucleares, tendo o patamar 100 como sendo o momento da entrega do navio, “graças ao avanço obtido no domínio completo do ciclo do combustível e da propulsão, com execução de um protótipo, pronto em Aramar”. Para construir submarinos nucleares o programa prevê que haja, antes, um modelo convencional como forma de dominar os processos de fabricação - do casco em aço especial até a montagem dos equipamentos.
===============================================

Da Zero Hora:

Defesa

Marinha planeja frota nuclear até 2020

Programa para construção de submarinos terá R$ 130 milhões anuais

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha "depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos", afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto "essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico". Para ele, não dá para pensar em proteção "exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites".

Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, "a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica".

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos.

Embarcação pode abrigar cem tripulantes

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar pelo desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por cem tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo. O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias.

- Para reduzir o estresse decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana - afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers.

Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema.

Orestes, que tal mandar seu artigo ao Godoy e ao editor da Zero Hora?
Peça para eles duas coisas.
A primeira é constatar quais países dispõem de satélite geoestacionário que podem acompanhar on-time 24 hs a movimentação de uma força naval.
A segunda, com a certa resposta de que satélites comerciais podem fazer este monitoramento, mesmo não sendo geoestacionários, é para fazerem uma conta que qualquer criança de segundo grau, talvez primário, pode fazer:
Vamos supor que uma força naval ande a 22 nós, velocidade normal para qualquer navio mercante ou militar. Também vamos supor que o satélite demore 20 horas para completar sua revolução terrestre (chuto este valor pois não sei quantas vezes um satélite comercial faz a volta na terra por dia, além de também não saber quantos satélites comerciais monitoram o Atlântico Sul - fora os brasileiros/chineses). Neste período, quanto teria andado a força naval?
Resposta: 440 milhas. Estaria MUITO LONGE do ponto de detecção inicial. Sabendo a mesma os períodos de observação dos satélites, é claro que na janela de observação adotaria um rumo e velocidade que não levasse a nenhuma conclusão de seu objetivo. Quando o satélite começasse a procurar no ponto futuro calculado, IRIA ACHAR ÁGUA.
Isto é influência da visão tecnológica americana, de que satélites safam tudo.
Mas se esquecem de que podem ser derrubados, como provou o "frisson" após o teste de armas anti-satélite chinesas. E aí, acabou comunicações, network centric warfare, C2, etc.
Se o NJ e o MG se preocupam tanto com modernidade, deveriam criar um projeto, com as empresas de mísseis brasileiras, de construir uma arma anti-satélite.
Então, todos os gatos passariam a ser pardos, como dizemos na MB durante o período noturno das ações.




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#402 Mensagem por Tigershark » Sáb Dez 15, 2007 10:33 am

Perfeito,amigo Marino,mas desconfio que a Inteligentsia Brasileira iria criar a arma anti-satélite para ser disparadas de submarinos......




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#403 Mensagem por Corsário01 » Sáb Dez 15, 2007 10:36 am

Tigershark escreveu:Perfeito,amigo Marino,mas desconfio que a Inteligentsia Brasileira iria criar a arma anti-satélite para ser disparadas de submarinos......


Ou, em se tratando de NJ, MG e LPA ( Lulinha Paz e Amor), só seriam usados em ocasiões especiais com nas festas Juninas!!! :lol:

Tamo FÚ !!!!!




Abraços,

Padilha
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#404 Mensagem por Immortal Horgh » Sáb Dez 15, 2007 3:31 pm

Marino escreveu:
Marino escreveu:Do ESP:

Marinha planeja frota nuclear

Programa não se limita a um único submarino, mas total só será decidido após entrega da primeira unidade

Roberto Godoy

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha “depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos”, afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

Moura Neto sustenta que “só depois que o projeto estiver suficientemente consolidado será possível tratar da produção e, à luz dos fatores condicionantes, dimensionar a nova classe”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto “essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico”. Para ele, não dá para pensar em proteção “exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites”. Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, “a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica”.

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos; o periscópio, por exemplo.

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar do desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por 100 tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo.

O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias. “Para reduzir o stress decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana”, afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers. Isso não significa muito. Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema. Outro cuidado: cardápio variado, comida saborosa e de qualidade, servida dia e noite.

Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.

O complexo de edifícios da base será todo coberto para escapar do olho dos satélites militares. O prédio da doca funcionará com berços flutuantes e diques de drenagem - as embarcações serão movimentadas para dentro e para fora com auxílio da água do mar. Sempre rapidamente, quase sempre durante a noite, ao amanhecer, ao cair da tarde ou quando houver neblina. Recursos mínimos para reduzir - mas não evitar - a observação eletrônica.

Tudo isso - da divisão do ambiente ao compartimento onde ficará o reator, o centro de combate e até a nova base - está pronto, em escala, no discreto pavilhão M, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), no campus da USP. Ali há maquetes de engenharia que vêm sendo periodicamente atualizadas desde os anos 80, quando o programa, então considerado secreto, teve início.

O material destina-se aos ensaios de projeto do arranjo interno do submarino, com todos os componentes. Uma bancada isolada mostra o conjunto propulsor. E, ao fundo, uma seção de acrílico em grande proporção, permite estudar a distribuição dos dispositivos que compõem parte da unidade de vapor de alta pressão. Os músculos da máquina.

SEGREDOS

Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.

O Túnel de Cavitação, o laboratório de testes, terá de ser construído no Centro Aramar, em Iperó, região de Sorocaba - um tanque, monitorado eletronicamente, de 400 metros de comprimento com 7,5 metros de profundidade. “Para isso não se encontram parceiros internacionais”, comenta o almirante Carlos Bezerril, o diretor-geral do Centro Tecnológico.

Bezerril estima que a Marinha esteja no nível 40 do conhecimento tecnológico exigido para a construção de submarinos nucleares, tendo o patamar 100 como sendo o momento da entrega do navio, “graças ao avanço obtido no domínio completo do ciclo do combustível e da propulsão, com execução de um protótipo, pronto em Aramar”. Para construir submarinos nucleares o programa prevê que haja, antes, um modelo convencional como forma de dominar os processos de fabricação - do casco em aço especial até a montagem dos equipamentos.
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Da Zero Hora:

Defesa

Marinha planeja frota nuclear até 2020

Programa para construção de submarinos terá R$ 130 milhões anuais

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha "depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos", afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto "essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico". Para ele, não dá para pensar em proteção "exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites".

Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, "a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica".

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos.

Embarcação pode abrigar cem tripulantes

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar pelo desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por cem tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo. O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias.

- Para reduzir o estresse decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana - afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers.

Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema.

Orestes, que tal mandar seu artigo ao Godoy e ao editor da Zero Hora?
Peça para eles duas coisas.
A primeira é constatar quais países dispõem de satélite geoestacionário que podem acompanhar on-time 24 hs a movimentação de uma força naval.
A segunda, com a certa resposta de que satélites comerciais podem fazer este monitoramento, mesmo não sendo geoestacionários, é para fazerem uma conta que qualquer criança de segundo grau, talvez primário, pode fazer:
Vamos supor que uma força naval ande a 22 nós, velocidade normal para qualquer navio mercante ou militar. Também vamos supor que o satélite demore 20 horas para completar sua revolução terrestre (chuto este valor pois não sei quantas vezes um satélite comercial faz a volta na terra por dia, além de também não saber quantos satélites comerciais monitoram o Atlântico Sul - fora os brasileiros/chineses). Neste período, quanto teria andado a força naval?
Resposta: 440 milhas. Estaria MUITO LONGE do ponto de detecção inicial. Sabendo a mesma os períodos de observação dos satélites, é claro que na janela de observação adotaria um rumo e velocidade que não levasse a nenhuma conclusão de seu objetivo. Quando o satélite começasse a procurar no ponto futuro calculado, IRIA ACHAR ÁGUA.
Isto é influência da visão tecnológica americana, de que satélites safam tudo.
Mas se esquecem de que podem ser derrubados, como provou o "frisson" após o teste de armas anti-satélite chinesas. E aí, acabou comunicações, network centric warfare, C2, etc.
Se o NJ e o MG se preocupam tanto com modernidade, deveriam criar um projeto, com as empresas de mísseis brasileiras, de construir uma arma anti-satélite.
Então, todos os gatos passariam a ser pardos, como dizemos na MB durante o período noturno das ações.


Marino, se por acaso agora depois do plano de defesa definido e tivermos realmente uma orientação mais estratégica e projeção de poder, com gastos militares realmente condizentes com o tamanho de nosso país, você acha que poderíamos vislumbrar não só submarinos nucleares mas também porta-aviões nucleares? À meu ver isso é projeção de poder.


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#405 Mensagem por Marino » Sáb Dez 15, 2007 5:21 pm

Immortal Horgh escreveu:
Marino escreveu:
Marino escreveu:Do ESP:

Marinha planeja frota nuclear

Programa não se limita a um único submarino, mas total só será decidido após entrega da primeira unidade

Roberto Godoy

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha “depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos”, afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

Moura Neto sustenta que “só depois que o projeto estiver suficientemente consolidado será possível tratar da produção e, à luz dos fatores condicionantes, dimensionar a nova classe”.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto “essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico”. Para ele, não dá para pensar em proteção “exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites”. Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, “a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica”.

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos; o periscópio, por exemplo.

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar do desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por 100 tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo.

O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias. “Para reduzir o stress decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana”, afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers. Isso não significa muito. Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema. Outro cuidado: cardápio variado, comida saborosa e de qualidade, servida dia e noite.

Esses gigantes vão operar a partir de uma nova base naval, que tem grande chance de ser instalada no litoral de São Paulo, ao norte de São Sebastião. Alí, no bolsão de águas calmas e profundas, onde a topografia da costa é pouco acidentada, os navios atômicos, protegidos por baterias de mísseis antiaéreos, seriam preparados para cumprir missões permanentes de patrulha. Também estariam próximos do parque industrial paulista e de um estaleiro especial que deve surgir em Sepetiba, no litoral sul do Rio, para construir os submarinos. Nos dois locais, as áreas envolvidas pertencem à União.

O complexo de edifícios da base será todo coberto para escapar do olho dos satélites militares. O prédio da doca funcionará com berços flutuantes e diques de drenagem - as embarcações serão movimentadas para dentro e para fora com auxílio da água do mar. Sempre rapidamente, quase sempre durante a noite, ao amanhecer, ao cair da tarde ou quando houver neblina. Recursos mínimos para reduzir - mas não evitar - a observação eletrônica.

Tudo isso - da divisão do ambiente ao compartimento onde ficará o reator, o centro de combate e até a nova base - está pronto, em escala, no discreto pavilhão M, do Centro Tecnológico da Marinha em São Paulo (CTMSP), no campus da USP. Ali há maquetes de engenharia que vêm sendo periodicamente atualizadas desde os anos 80, quando o programa, então considerado secreto, teve início.

O material destina-se aos ensaios de projeto do arranjo interno do submarino, com todos os componentes. Uma bancada isolada mostra o conjunto propulsor. E, ao fundo, uma seção de acrílico em grande proporção, permite estudar a distribuição dos dispositivos que compõem parte da unidade de vapor de alta pressão. Os músculos da máquina.

SEGREDOS

Há também vários segredos. O maior deles, ligado ao projeto, é o da tecnologia do eixo que leva movimento à enorme hélice destinada a movimentar o navio. O maior problema nessa área é limitar ruído e vibração. Empregando um conceito derivado da construção de ultracentrífugas nacionais, empregadas no enriquecimento do urânio usado como combustível de reatores, o eixo de 80 metros será magnético, funcionando sem barulho e, melhor ainda, sem atrito entre as partes móveis.

O Túnel de Cavitação, o laboratório de testes, terá de ser construído no Centro Aramar, em Iperó, região de Sorocaba - um tanque, monitorado eletronicamente, de 400 metros de comprimento com 7,5 metros de profundidade. “Para isso não se encontram parceiros internacionais”, comenta o almirante Carlos Bezerril, o diretor-geral do Centro Tecnológico.

Bezerril estima que a Marinha esteja no nível 40 do conhecimento tecnológico exigido para a construção de submarinos nucleares, tendo o patamar 100 como sendo o momento da entrega do navio, “graças ao avanço obtido no domínio completo do ciclo do combustível e da propulsão, com execução de um protótipo, pronto em Aramar”. Para construir submarinos nucleares o programa prevê que haja, antes, um modelo convencional como forma de dominar os processos de fabricação - do casco em aço especial até a montagem dos equipamentos.
===============================================

Da Zero Hora:

Defesa

Marinha planeja frota nuclear até 2020

Programa para construção de submarinos terá R$ 130 milhões anuais

O programa de desenvolvimento do submarino nuclear brasileiro não se esgota em um só navio. O plano prevê, sim, uma frota mínima a longo prazo - mas o número de navios só será decidido pelo Comando da Marinha "depois que a primeira unidade estiver pronta, exaustivamente testada, e estudados todos os aperfeiçoamentos que serão introduzidos", afirma o almirante Júlio de Moura Neto, comandante da Força.

A previsão é de que o submarino inicial entre em operação em 12 anos, por volta de 2020, ao custo estimado de R$ 2,04 bilhões. A partir de 2008, o projeto nuclear da Marinha vai receber R$ 130 milhões ao ano.

O ministro da Defesa, Nelson Jobim, acha o projeto "essencial à garantia da riqueza nacional que se encontra no Atlântico". Para ele, não dá para pensar em proteção "exclusivamente com navios de superfície, plataformas de fácil localização por meio de satélites".

Jobim lembra que, antes da embarcação de propulsão atômica, "a esquadra terá de construir submarinos convencionais, de propulsão diesel-elétrica".

A frota nuclear será formada por navios de 96 metros, 4 mil toneladas de deslocamento submerso e 17,8 metros de altura máxima - o equivalente a um prédio de sete andares, no ponto onde fica a vela, a torre que abriga antenas e os sistemas óticos.

Embarcação pode abrigar cem tripulantes

Para os engenheiros navais brasileiros, trata-se de aprender todo um novo conceito, a começar pelo desenho. O quadro de bordo do submarino nuclear será formado por cem tripulantes, acomodados em um tubo de aço de 9,80 metros de diâmetro. Dentro dele dividirão o limitado espaço com equipamentos e os sistemas - rede elétrica, condutos hidráulicos, computadores, torpedos, mísseis e, claro, um reator nuclear ativo. O tempo de permanência sob a água é indefinido, calculado em ciclos de 30 dias.

- Para reduzir o estresse decorrente do confinamento, os especialistas procuram dar ao arranjo interno do navio referências da dimensão humana - afirma o projetista inglês Nigel Desmond, dos estaleiros Vickers.

Na embarcação pretendida pelo Brasil, o efeito será percebido nos beliches, levemente mais amplos que os estreitos modelos adotados nos submarinos convencionais, menores e mais leves, ou no refeitório, também usado como cinema.

Orestes, que tal mandar seu artigo ao Godoy e ao editor da Zero Hora?
Peça para eles duas coisas.
A primeira é constatar quais países dispõem de satélite geoestacionário que podem acompanhar on-time 24 hs a movimentação de uma força naval.
A segunda, com a certa resposta de que satélites comerciais podem fazer este monitoramento, mesmo não sendo geoestacionários, é para fazerem uma conta que qualquer criança de segundo grau, talvez primário, pode fazer:
Vamos supor que uma força naval ande a 22 nós, velocidade normal para qualquer navio mercante ou militar. Também vamos supor que o satélite demore 20 horas para completar sua revolução terrestre (chuto este valor pois não sei quantas vezes um satélite comercial faz a volta na terra por dia, além de também não saber quantos satélites comerciais monitoram o Atlântico Sul - fora os brasileiros/chineses). Neste período, quanto teria andado a força naval?
Resposta: 440 milhas. Estaria MUITO LONGE do ponto de detecção inicial. Sabendo a mesma os períodos de observação dos satélites, é claro que na janela de observação adotaria um rumo e velocidade que não levasse a nenhuma conclusão de seu objetivo. Quando o satélite começasse a procurar no ponto futuro calculado, IRIA ACHAR ÁGUA.
Isto é influência da visão tecnológica americana, de que satélites safam tudo.
Mas se esquecem de que podem ser derrubados, como provou o "frisson" após o teste de armas anti-satélite chinesas. E aí, acabou comunicações, network centric warfare, C2, etc.
Se o NJ e o MG se preocupam tanto com modernidade, deveriam criar um projeto, com as empresas de mísseis brasileiras, de construir uma arma anti-satélite.
Então, todos os gatos passariam a ser pardos, como dizemos na MB durante o período noturno das ações.


Marino, se por acaso agora depois do plano de defesa definido e tivermos realmente uma orientação mais estratégica e projeção de poder, com gastos militares realmente condizentes com o tamanho de nosso país, você acha que poderíamos vislumbrar não só submarinos nucleares mas também porta-aviões nucleares? À meu ver isso é projeção de poder.


[ ]s

Não vejo em horizonte próximo um navio nuclear.
Já li alguns artigos em que era defendido a utilização do primeiro reator em um navio, que podia ser um PA, tendo em vista não existir limitação de espaço, facilitando a vida de projetistas e o teste real do reator.
Mas politicamente não acredito nesta opção, pois seria um recado "muito forte" e nosso governo não tem aquilo roxo.




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