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Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:38 pm
por WalterGaudério
Túlio escreveu:Não devem ter dado bola para o artigo porque está em Inglês, vai então em Português (e não é Googlada à Francoorp...
)
A cooperação Sul-Africano-Brasileira em mísseis superfície-ar ainda é possível
Por: Keith Campbell
10 de dezembro de 2010
As conversações continuam entre a Marinha do Brasil e a empresa estatal de mísseis da África do Sul, Denel Dynamics, sobre o desenvolvimento conjunto da proposta do SAM naval Umkhonto-R de médio alcance guiado por radar. A Marinha do Brasil tem, no entanto, duas condições para a participação no projeto.
Primeiro, deve haver um amplo acordo de governo para governo, incluindo garantias mútuas, para reger o programa. Acredita-se que este ainda precisa ser aprovado pelo governo Sul-Africano.
Em segundo lugar,
a Marinha Sul Africana (SAN) deve comprometer-se também em comprar o Umkhonto-R. Atualmente, a SAN opera a versão original do míssil, o Umkhonto-IR de curto alcance. Uma versão melhorada do Umkhonto-IR, com um alcance algo maior, foi adquirida pela Marinha da Finlândia (que será, ao que parece, também comprado pela SAN). Sabe-se que a SAN está interessada em uma versão de maior alcance do Umkhonto mas não está claro se esse interesse é focado em uma versão melhorada do Umkhonto-IR ou já no Umkhonto-R.
A Marinha brasileira está à procura de um SAM de médio alcance (30 km ou mais) que poderia mais tarde ser desenvolvido para conseguir um alcance significativamente maior e que seria usado para armar a sua próxima geração de fragatas. O interesse da Marinha em cooperação com a África do Sul tem sido bastante estimulado pelo sucesso do A-Darter no programa de AAMs, sendo desenvolvido e financiados numa base 50:50 entre África do Sul (Denel Dynamics) e Brasil (FAB e três empresas brasileiras). A Marinha do Brasil já selecionou duas empresas brasileiras para participar do programa, que deve ir adiante (
aqui não me pareceu claro se ele se refere ao SAM ou ao AAM).
Ao contrário da Força Aérea Brasileira no programa A-Darter, a Marinha do Brasil vai ter um papel pouco ativo no processo de desenvolvimento de mísseis, deixando isso para as empresas selecionadas. Isso ocorre porque expertises técnicas e de engenharia da Marinha já estão fortemente comprometidas com a sua prioridade estratégica - a ampliação de sua força de submarinos, incluindo a construção de uma base de submarinos totalmente nova e estaleiro de construção de submarinos, a aquisição de quatro unidades novas do Francês Scorpene, uma classe de submarinos convencionais a serem construídos no Brasil (exceto o primeiro) e o desenvolvimento de submarinos nucleares. O objetivo a longo prazo é que o Brasil tenha uma frota de quatro submarinos nucleares e dez convencionais. (A mídia brasileira relata que o objetivo seria de seis submarinos nucleares e vinte convencionais lá por 2047).
O programa de fragatas é uma segunda prioridade estratégica e envolverá a aquisição de seis navios oceânicos de grande porte. Estes também serão construídas no Brasil exceto, provavelmente, o primeiro da classe. Desde já a concorrência por este contrato é acirrada entre França, Alemanha, Itália, Coréia do Sul e Reino Unido, com mais países propensos a participar.
A Marinha do Brasil gostaria de dotar estes navios com um sistema de mísseis sobre o qual ela tivesse o controle total, não apenas acesso completo (e compartilhamento do desenvolvimento) dos códigos-fonte de software. Isso aumentaria a independência estratégica da Marinha - e do País.
A SAN e da Marinha do Brasil já participaram juntos em dois exercícios navais multinacionais nos últimos meses. Em setembro, houve o bem sucedido Exercício IbsaMar II, que também envolveu a Índia e que teve lugar em águas sul-Africanas, enquanto outubro viu o VIII Atlasur, envolvendo também a Argentina e o Uruguai, em águas Argentinas.
Agora sim a coisa pode avançar, pois nos primeiros contatos a coisa estava sendo tocada apenas como uma proposta técnico/comercial, e não com o necessário comprometimento comercial.
Tomara que avancemos em mais esta área.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:43 pm
por Túlio
As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!
POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:51 pm
por Bender
A Marinha do Brasil gostaria de dotar estes navios com um sistema de mísseis sobre o qual ela tivesse o controle total, não apenas acesso completo (e compartilhamento do desenvolvimento) dos códigos-fonte de software. Isso aumentaria a independência estratégica da Marinha - e do País.
Isso é bom de ser grifado,pois muitos ainda tem dúvidas sobre a intenção e objetivo de todo esse movimento atual das FAs,este tipo de firmeza de postura é que provocará tanto o investimento,quanto o desenvolvimento de P&D e C&T que todos aqui neste forum são unânimes em afirmar como sendo o mais importante e fundamental para o país.
A abelha necessita de muitas flores com pólen por perto para formar a colméia,e esta de muitas abelhas trabalhando para fazer mél em abundância.
SDS.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:57 pm
por sapao
Túlio escreveu:As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!
POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!
Em cooperação para acelerar o processo Tulio, como haviamos falado.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:04 pm
por WalterGaudério
sapao escreveu:Túlio escreveu:As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!
POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!
Em cooperação para acelerar o processo Tulio, como haviamos falado.
E é justamente daí que pode aparecer o primeiro míssil BVR nacional...
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:05 pm
por Túlio
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:13 pm
por sapao
Exato, não importa a cor do gato desde ele pegue o rato!
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:19 pm
por Túlio
sapao escreveu:Exato, não importa a cor do gato desde ele pegue o rato!
Ainda mais um gato capaz de pular tão mais longe, POWS!!!
Temo é pela parte Sul-Africana, a crise pegou eles em cheio; se a Força Aérea deles vai dispor ano que vem de cerca de DEZ horas de voo para cada Gripen - alegadamente baratíssimo de voar - por que teria a sua Marinha mais recursos garantidos? Lembremos que uma das exigências da MB é de que eles também comprem e usem o míssil - muito certo, a meu ver...
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:30 pm
por sapao
Vamos esperar e torcer então,
abraço
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:34 pm
por Túlio
Se o Site já estivesse novamente operacional isso seria uma baita notícia para postar, POWS!!!
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Dez 14, 2010 12:26 am
por Junker
Que empresas a MB escolheu?
No A-Darter são a Mectron/Opto Eletrônica/Avibras. Como será um míssil guiado por radar e não IR, seria seguro especular (
) que, caso fosse adiante a parceria, seriam Mectron e Avibras sem a Opto.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Dez 14, 2010 3:44 pm
por WalterGaudério
Junker escreveu:Que empresas a MB escolheu?
No A-Darter são a Mectron/Opto Eletrônica/Avibras. Como será um míssil guiado por radar e não IR, seria seguro especular (
) que, caso fosse adiante a parceria, seriam Mectron e Avibras sem a Opto.
Well, seria isso mesmo. Talvez com uma participação da Aeroeletrônica. No que diz respeito ao seeker, acho que a MECTRON está mais do que qualificada para absorver tecnologia, vide o
case MAR-1.
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Dez 14, 2010 4:43 pm
por Túlio
Mas por óbvio teria de ser a MECTRON, mal temos mercado para UMA empresa do tipo, imaginem se o conhecimento se fosse pulverizando, no fim ninguém saberia nada direito e acabaríamos na mesma...
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Dez 14, 2010 4:49 pm
por Brasileiro
Mas tem outras empresas que também manjam, que é a Omnisys (vai fazer o seeker do MAN-1 e o MAGE Defensor) e a Orbisat.
Devemos lembrar que, apesar de a Mectron poder ser a contratada principal, nós sabemos que ela não carrega o piano sozinha, ela por sua vez também contrata serviços de outras empresas igualmente competentes.
abraços]
Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha
Enviado: Ter Dez 14, 2010 5:12 pm
por thelmo rodrigues
Amigos,acabei de extrair parte de uma matéria do Blog do nosso a migo Pepê. Muita coisa intereressantíssima lá. Atenção para a parte que fala da MB:
BRICs
A estratégia brasileira no governo Dilma também priorizaria as relações com os países do chamado BRIC, formado por países com grandes contingentes populacionais, grandes recursos naturais e acelerado crescimento econômico: Brasil, Rússia, Índia e China. O Itamaraty acredita no potencial do bloco, hoje limitado a consultas, para reinstalar uma ordem global multipolar. Para isso, aposta na institucionalização do grupo para que uma ação coordenada possa ser possível.
Para o Brasil, o peso do grupo está abaixo de suas potencialidades políticas, econômicas e militares. Dentro desses aspectos, o Itamaraty acredita que pode ampliar as relações com a Rússia, que poderia se tornar um parceiro tecnológico, e a China, ampliando os intercâmbios comerciais e a pauta de exportação.
Para isso seria importante ultrapassar contenciosos, como o da exportação de carnes para a Rússia, reduzidos com bases em barreiras fito sanitárias que o Brasil considera injustas. Uma área de intercâmbio com Moscou, que Brasília considera prioritária, seria a de material de defesa.
As autoridades militares brasileiras queixam-se da pouca vontade russa em disponibilizar tecnologia militar. “Queremos ser parceiros, não clientes”, reclamou uma vez o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Os russos oferecem excelentes produtos de prateleira, mas não se dispõem a ceder tecnologia, ao contrário dos franceses”, complementou.
Com base nesse argumento, a Sukhoi foi desclassificada na concorrência F-X2 que visa o reequipamento da aviação de caça brasileira. O primeiro lote, de 36 aviões, será seguido de mais 84 aparelhos, o que torna o programa o segundo maior do mundo, atrás apenas do MMRCA que visa a compra de 134 aparelhos para a Força Aérea da Índia.
Apesar disso, no momento, os dois países negociam os direitos de fabricação dos mísseis Igla-S, a compra de três baterias de mísseis antiaéreos TOR M2, cada uma no valor de US$ 320 milhões, e de 18 helicópteros de ataque Mil Mi-35M para o Exército, ao custo unitário de US$ 30 milhões, que se somariam a 12 unidades do mesmo modelo adquiridas pela Força Aérea Brasileira (FAB) para combate ao narcotráfico.
A Marinha, por sua vez, estuda a adoção de mísseis antinavio BRAHMOS para equipar suas futuras fragatas de 6.500 toneladas e submarinos convencionais e atômicos. O BRAHMOS é um projeto conjunto entre a Rússia e a Índia, envolvendo as empresas Defence Research and Development Organisation (DRDO), indiana, e a NPO Mashinostroyenia, russa, e se insere na priorização das relações com os BRIC.
Até o momento, a Índia é o único membro dos BRIC que mantém um intercâmbio militar efetivo com o Brasil. Manobras militares anuais são realizadas entre os dois países e as Forças Armadas sul-africanas, dentro do previsto pelo acordo de cooperação firmado entre Índia, Brasil e a África do Sul, o chamado IBAS.
Hoje, as relações entre as forças militares brasileiras e russas são praticamente inexistentes e poderiam ser ampliados no campo de formação de tropas especializadas em manutenção e imposição de paz. O bom desempenho das forças brasileiras no Haiti mostram a qualidade do treinamento feito em um centro específico no Rio de Janeiro.