Página 258 de 1185

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:38 pm
por WalterGaudério
Túlio escreveu:
Não devem ter dado bola para o artigo porque está em Inglês, vai então em Português (e não é Googlada à Francoorp... :twisted: )



A cooperação Sul-Africano-Brasileira em mísseis superfície-ar ainda é possível

Por: Keith Campbell
10 de dezembro de 2010



As conversações continuam entre a Marinha do Brasil e a empresa estatal de mísseis da África do Sul, Denel Dynamics, sobre o desenvolvimento conjunto da proposta do SAM naval Umkhonto-R de médio alcance guiado por radar. A Marinha do Brasil tem, no entanto, duas condições para a participação no projeto.

Primeiro, deve haver um amplo acordo de governo para governo, incluindo garantias mútuas, para reger o programa. Acredita-se que este ainda precisa ser aprovado pelo governo Sul-Africano.

Em segundo lugar, a Marinha Sul Africana (SAN) deve comprometer-se também em comprar o Umkhonto-R. Atualmente, a SAN opera a versão original do míssil, o Umkhonto-IR de curto alcance. Uma versão melhorada do Umkhonto-IR, com um alcance algo maior, foi adquirida pela Marinha da Finlândia (que será, ao que parece, também comprado pela SAN). Sabe-se que a SAN está interessada em uma versão de maior alcance do Umkhonto mas não está claro se esse interesse é focado em uma versão melhorada do Umkhonto-IR ou já no Umkhonto-R.

A Marinha brasileira está à procura de um SAM de médio alcance (30 km ou mais) que poderia mais tarde ser desenvolvido para conseguir um alcance significativamente maior e que seria usado para armar a sua próxima geração de fragatas. O interesse da Marinha em cooperação com a África do Sul tem sido bastante estimulado pelo sucesso do A-Darter no programa de AAMs, sendo desenvolvido e financiados numa base 50:50 entre África do Sul (Denel Dynamics) e Brasil (FAB e três empresas brasileiras). A Marinha do Brasil já selecionou duas empresas brasileiras para participar do programa, que deve ir adiante (aqui não me pareceu claro se ele se refere ao SAM ou ao AAM).

Ao contrário da Força Aérea Brasileira no programa A-Darter, a Marinha do Brasil vai ter um papel pouco ativo no processo de desenvolvimento de mísseis, deixando isso para as empresas selecionadas. Isso ocorre porque expertises técnicas e de engenharia da Marinha já estão fortemente comprometidas com a sua prioridade estratégica - a ampliação de sua força de submarinos, incluindo a construção de uma base de submarinos totalmente nova e estaleiro de construção de submarinos, a aquisição de quatro unidades novas do Francês Scorpene, uma classe de submarinos convencionais a serem construídos no Brasil (exceto o primeiro) e o desenvolvimento de submarinos nucleares. O objetivo a longo prazo é que o Brasil tenha uma frota de quatro submarinos nucleares e dez convencionais. (A mídia brasileira relata que o objetivo seria de seis submarinos nucleares e vinte convencionais lá por 2047).

O programa de fragatas é uma segunda prioridade estratégica e envolverá a aquisição de seis navios oceânicos de grande porte. Estes também serão construídas no Brasil exceto, provavelmente, o primeiro da classe. Desde já a concorrência por este contrato é acirrada entre França, Alemanha, Itália, Coréia do Sul e Reino Unido, com mais países propensos a participar.

A Marinha do Brasil gostaria de dotar estes navios com um sistema de mísseis sobre o qual ela tivesse o controle total, não apenas acesso completo (e compartilhamento do desenvolvimento) dos códigos-fonte de software. Isso aumentaria a independência estratégica da Marinha - e do País.

A SAN e da Marinha do Brasil já participaram juntos em dois exercícios navais multinacionais nos últimos meses. Em setembro, houve o bem sucedido Exercício IbsaMar II, que também envolveu a Índia e que teve lugar em águas sul-Africanas, enquanto outubro viu o VIII Atlasur, envolvendo também a Argentina e o Uruguai, em águas Argentinas.
Agora sim a coisa pode avançar, pois nos primeiros contatos a coisa estava sendo tocada apenas como uma proposta técnico/comercial, e não com o necessário comprometimento comercial.

Tomara que avancemos em mais esta área.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:43 pm
por Túlio
As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!

POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:51 pm
por Bender
A Marinha do Brasil gostaria de dotar estes navios com um sistema de mísseis sobre o qual ela tivesse o controle total, não apenas acesso completo (e compartilhamento do desenvolvimento) dos códigos-fonte de software. Isso aumentaria a independência estratégica da Marinha - e do País.
Isso é bom de ser grifado,pois muitos ainda tem dúvidas sobre a intenção e objetivo de todo esse movimento atual das FAs,este tipo de firmeza de postura é que provocará tanto o investimento,quanto o desenvolvimento de P&D e C&T que todos aqui neste forum são unânimes em afirmar como sendo o mais importante e fundamental para o país.

A abelha necessita de muitas flores com pólen por perto para formar a colméia,e esta de muitas abelhas trabalhando para fazer mél em abundância. :wink:

SDS.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 9:57 pm
por sapao
Túlio escreveu:As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!

POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!
Em cooperação para acelerar o processo Tulio, como haviamos falado.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:04 pm
por WalterGaudério
sapao escreveu:
Túlio escreveu:As implicações são ululantes para quem ler bem: GUIAGEM POR RADAR! DESENVOLVIMENTO DE HARD & SOFT PARA ISSO!

POWS, ninguém está vendo? Que empresas a MB escolheu? Podemos estar a caminho de um ulterior desenvolvimento de um BVR e a indiada aí se fresqueando porque "este sistema ESTRANGEIRO é que é bão", "não, aquele outro ESTRANGEIRO é que é tri", "necas, aquele mais outro ESTRANGEIRO sim é que nos garante as pontas", É SODAS!
Em cooperação para acelerar o processo Tulio, como haviamos falado.

E é justamente daí que pode aparecer o primeiro míssil BVR nacional...

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:05 pm
por Túlio
O contexto era - e é - outro mas tá valendo. Eu falava lá de um CLOS/ACLOS de alcance médio-curto (menos de 20 km), aqui falamos de um ARH de alcance médio-longo (mais de 30 km). Mas, como disse, tá valendo, cupincha! :D :D :D :D

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:13 pm
por sapao
Exato, não importa a cor do gato desde ele pegue o rato!

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:19 pm
por Túlio
sapao escreveu:Exato, não importa a cor do gato desde ele pegue o rato!

Ainda mais um gato capaz de pular tão mais longe, POWS!!! :wink: 8-]

Temo é pela parte Sul-Africana, a crise pegou eles em cheio; se a Força Aérea deles vai dispor ano que vem de cerca de DEZ horas de voo para cada Gripen - alegadamente baratíssimo de voar - por que teria a sua Marinha mais recursos garantidos? Lembremos que uma das exigências da MB é de que eles também comprem e usem o míssil - muito certo, a meu ver...

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:30 pm
por sapao
Vamos esperar e torcer então,
abraço

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Seg Dez 13, 2010 10:34 pm
por Túlio
Se o Site já estivesse novamente operacional isso seria uma baita notícia para postar, POWS!!!

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Ter Dez 14, 2010 12:26 am
por Junker
Que empresas a MB escolheu?
No A-Darter são a Mectron/Opto Eletrônica/Avibras. Como será um míssil guiado por radar e não IR, seria seguro especular ( :lol: ) que, caso fosse adiante a parceria, seriam Mectron e Avibras sem a Opto.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Ter Dez 14, 2010 3:44 pm
por WalterGaudério
Junker escreveu:
Que empresas a MB escolheu?
No A-Darter são a Mectron/Opto Eletrônica/Avibras. Como será um míssil guiado por radar e não IR, seria seguro especular ( :lol: ) que, caso fosse adiante a parceria, seriam Mectron e Avibras sem a Opto.

Well, seria isso mesmo. Talvez com uma participação da Aeroeletrônica. No que diz respeito ao seeker, acho que a MECTRON está mais do que qualificada para absorver tecnologia, vide o case MAR-1.

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Ter Dez 14, 2010 4:43 pm
por Túlio
Mas por óbvio teria de ser a MECTRON, mal temos mercado para UMA empresa do tipo, imaginem se o conhecimento se fosse pulverizando, no fim ninguém saberia nada direito e acabaríamos na mesma... 8-]

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Ter Dez 14, 2010 4:49 pm
por Brasileiro
Mas tem outras empresas que também manjam, que é a Omnisys (vai fazer o seeker do MAN-1 e o MAGE Defensor) e a Orbisat.

Devemos lembrar que, apesar de a Mectron poder ser a contratada principal, nós sabemos que ela não carrega o piano sozinha, ela por sua vez também contrata serviços de outras empresas igualmente competentes.


abraços]

Re: Programa de Reaparelhamento da Marinha

Enviado: Ter Dez 14, 2010 5:12 pm
por thelmo rodrigues
Amigos,acabei de extrair parte de uma matéria do Blog do nosso a migo Pepê. Muita coisa intereressantíssima lá. Atenção para a parte que fala da MB:


BRICs

A estratégia brasileira no governo Dilma também priorizaria as relações com os países do chamado BRIC, formado por países com grandes contingentes populacionais, grandes recursos naturais e acelerado crescimento econômico: Brasil, Rússia, Índia e China. O Itamaraty acredita no potencial do bloco, hoje limitado a consultas, para reinstalar uma ordem global multipolar. Para isso, aposta na institucionalização do grupo para que uma ação coordenada possa ser possível.

Para o Brasil, o peso do grupo está abaixo de suas potencialidades políticas, econômicas e militares. Dentro desses aspectos, o Itamaraty acredita que pode ampliar as relações com a Rússia, que poderia se tornar um parceiro tecnológico, e a China, ampliando os intercâmbios comerciais e a pauta de exportação.

Para isso seria importante ultrapassar contenciosos, como o da exportação de carnes para a Rússia, reduzidos com bases em barreiras fito sanitárias que o Brasil considera injustas. Uma área de intercâmbio com Moscou, que Brasília considera prioritária, seria a de material de defesa.

As autoridades militares brasileiras queixam-se da pouca vontade russa em disponibilizar tecnologia militar. “Queremos ser parceiros, não clientes”, reclamou uma vez o ministro da Defesa, Nelson Jobim. “Os russos oferecem excelentes produtos de prateleira, mas não se dispõem a ceder tecnologia, ao contrário dos franceses”, complementou.

Com base nesse argumento, a Sukhoi foi desclassificada na concorrência F-X2 que visa o reequipamento da aviação de caça brasileira. O primeiro lote, de 36 aviões, será seguido de mais 84 aparelhos, o que torna o programa o segundo maior do mundo, atrás apenas do MMRCA que visa a compra de 134 aparelhos para a Força Aérea da Índia.

Apesar disso, no momento, os dois países negociam os direitos de fabricação dos mísseis Igla-S, a compra de três baterias de mísseis antiaéreos TOR M2, cada uma no valor de US$ 320 milhões, e de 18 helicópteros de ataque Mil Mi-35M para o Exército, ao custo unitário de US$ 30 milhões, que se somariam a 12 unidades do mesmo modelo adquiridas pela Força Aérea Brasileira (FAB) para combate ao narcotráfico.

A Marinha, por sua vez, estuda a adoção de mísseis antinavio BRAHMOS para equipar suas futuras fragatas de 6.500 toneladas e submarinos convencionais e atômicos. O BRAHMOS é um projeto conjunto entre a Rússia e a Índia, envolvendo as empresas Defence Research and Development Organisation (DRDO), indiana, e a NPO Mashinostroyenia, russa, e se insere na priorização das relações com os BRIC.

Até o momento, a Índia é o único membro dos BRIC que mantém um intercâmbio militar efetivo com o Brasil. Manobras militares anuais são realizadas entre os dois países e as Forças Armadas sul-africanas, dentro do previsto pelo acordo de cooperação firmado entre Índia, Brasil e a África do Sul, o chamado IBAS.

Hoje, as relações entre as forças militares brasileiras e russas são praticamente inexistentes e poderiam ser ampliados no campo de formação de tropas especializadas em manutenção e imposição de paz. O bom desempenho das forças brasileiras no Haiti mostram a qualidade do treinamento feito em um centro específico no Rio de Janeiro.