CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3826 Mensagem por Duka » Dom Jul 27, 2014 11:45 am

Concordo que termos muito a desenvolver em todas as áreas, mas Israel na minha opinião tem o mesmo peso diplomático que qualquer um dos 50 estados americanos. Não tomam qualquer atitude sem a benção de Washington...




Abraços
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3827 Mensagem por Wingate » Dom Jul 27, 2014 12:05 pm

Duka escreveu:Concordo que termos muito a desenvolver em todas as áreas, mas Israel na minha opinião tem o mesmo peso diplomático que qualquer um dos 50 estados americanos. Não tomam qualquer atitude sem a benção de Washington...
De acordo. Mas no que diz respeito ao Brasil, é preciso urgente começar a (usando esse verbo que está na moda, hoje) desconstruir essa maldita imagem de "País do Futebol e do Carnaval", do bonzinho, do engraçado, do boa gente que serve para tudo, menos para ser levado a sério.

Chega!

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3828 Mensagem por Brasileiro » Dom Jul 27, 2014 6:59 pm

Existem em Gaza várias outras facções menores, que também participam do conflito e lançam foguetes e sabe-se que o Hamas tem pouco controle sobre estes grupos.

Agora, para o governo de Israel, é extremamente cômodo debitar todo e qualquer ataque (ou mesmo qualquer assassinato de cidadãos israelenses) ao Hamas. :?




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3829 Mensagem por LeandroGCard » Dom Jul 27, 2014 7:35 pm

Esta é a opção que Israel dá aos palestinos se eles renunciarem à violência. Depois se admiram destes insistirem em manter seus ataques. E nem adianta argumentar que a Faixa de Gaza é assim por conta dos ataques, houve períodos de anos em que não aconteceu nenhum ataque palestino contra Israel, mas a situação em Gaza nunca melhorou.
Gaza: uma distopia moderna

Ficar em silêncio diante da injustiça faz a comunidade global não ser melhor que a multidão na arena de 'Jogos Vorazes'


RANIA, AL-ABDULLAH, GLOBAL VIEWPOINT - O Estado de S.Paulo, 26 Julho 2014

Distopia: substantivo, um lugar imaginário onde pessoas são infelizes e geralmente têm medo, porque não são tratadas com justiça; um futuro desagradável em que pessoas são desumanizadas; um mundo de pesadelo caracterizado por miséria humana, sordidez, opressão, doença e superpopulação.

Tipicamente, as sociedades distópicas são retratadas em romances como Jogos Vorazes e Divergente. Eles nos dão vislumbres de sociedades distorcidas onde justiça e liberdade são suprimidas, a privação é um modo de vida e vidas são dispensáveis. Eles nos pedem para imaginar uma sociedade onde as pessoas são levadas ao limite do que podem suportar - e, com frequência, mortas se não puderem. Mas é apenas ficção, certo? Depois da última página, termina. Errado. A narrativa distópica mais perturbadora de nosso tempo não é uma ficção. É um lugar real com pessoas reais. É Gaza. O lugar mais trágico da Terra, onde as pessoas lutam contra a pobreza, a violência, o preconceito, a intimidação, a fome, a falta de assistência médica, uma vigilância constante, insegurança, privação de artigos de primeira necessidade, desesperança, educação precária, isolamento forçado, desrespeito aos direitos humanos e a dor de perder entes queridos.

Os mais de 1,8 milhão de habitantes de Gaza lutam contra tudo isso, todos os dias. Diante de uma comunidade global, em geral, indiferente. Mulheres, crianças, bebês, idosos. Os que vivem com deficiências. O inocente. Eles lutam contra todas essas injustiças todos os dias porque, nos últimos oito anos, existiram - não "viveram" - sob um cerco imposto pelos israelenses. Um palestino de 17 anos detido numa prisão israelense descreveu a miséria cotidiana dos moradores de Gaza: "É como ser uma sombra de seu próprio corpo, presa ao chão, incapaz de se desprender dele. Você se vê ali deitado, mas não pode insuflar vida na sombra." Simples assim: uma morte lenta.

A menos que se tenha vivido dia após dia em meio ao cerco sufocante e os massacres, é impossível compreender o desespero vivido pelos moradores de Gaza. Não se esqueça: 70% da população de Gaza são refugiados. Não posso querer, apenas com palavras, fazer jus a seus sofrimentos. Tudo que posso oferecer são instantâneos de sua existência. Imagine ser aprisionado numa lasca de terra árida, com meros 40 quilômetros de comprimento e entre 5 e 11 quilômetros de largura. Imagine que seu filho precise de assistência médica urgente, que as clínicas de Gaza não têm como oferecer. Dia após dia, você espera no posto de fronteira sem saber se esse é o dia em que você e seu filho terão permissão de cruzar para buscar a assistência de que precisam. Imagine criar filhos sem acesso a água, com um sistema de esgoto que vaza e eletricidade apenas durante a metade do dia. Ou depender dos pacotes de comida da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) para manter viva sua família. Agora, imagine, o povo de Gaza convive também com bombardeios diários. Mais de um quarto dos mortos nas duas últimas semanas eram crianças: 161. Outras centenas ficaram mutiladas e órfãs. Dezenas de milhares de famílias abaladas e desabrigadas. Imagine estar sentado à mesa de jantar com sua família e ter minutos para deixar o lugar antes de sua casa ser bombardeada. Mísseis a arrasam. Fotos insubstituíveis de seus avós, perdidas. Fotos de seus filhos tiradas quando eles eram jovens, destruídas. Documentos de identificação, perdidos. Sua história pessoal, apagada. Ou imagine tentar salvar vidas num hospital quase sem suprimentos médicos usando apenas instrumentos enferrujados. Seus sapatos grudam no sangue espalhado pelo chão. E, depois, o hospital é bombardeado.

Gaza está traumatizada. Tudo o que os moradores de lá querem é o que cada um de nós quer. A oportunidade de uma vida normal, com dignidade e segurança, e construir um futuro em que seus filhos possam se desenvolver, sonhar e realizar seu potencial. Eles deveriam ter esse direito. Primeiro, é preciso haver um cessar-fogo. Mas essa não é a única solução. Não podemos permitir uma volta ao status quo infernal: a batalha diária pela sobrevivência. E preciso haver, em seguida, um esforço global dedicado a devolver vida às sombras de Gaza. Infraestrutura, consertada. Laços comerciais, restaurados. Escolas, equipadas. Hospitais, renovados. As cicatrizes precisam sarar. A esperança precisa florescer. Mas isso não ocorrerá sem o esforço coletivo da comunidade global. Ela precisa insistir numa vida digna para o povo de Gaza. Cada um de nós pode fazer um pouco. Defender. Despertar consciências. Rejeitar a violência. Doar à UNRWA.

Ficar em silêncio diante dessa injustiça interminável faz a comunidade global não ser melhor que a multidão mastigando amendoim na arena de Jogos Vorazes, se espantando, suspirando, balançando as cabeças a cada novo julgamento e a cada nova morte. Será que vamos nos retrair e ficar como espectadores enquanto os alicerces perversos de uma distopia moderna são assentados diante de nossos olhos? Ou nossa humanidade comum nos unirá e compelirá a agir para ajudar a salvar o povo de Gaza? Ao salvá-los, salvamos a nós mesmos.


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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3830 Mensagem por Clermont » Dom Jul 27, 2014 8:59 pm

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A rainha é um encanto. Mas o discurso dela entra um pouco em contradição com o fato de a Jordânia ser um dos baluartes dos Estados Unidos na região. Os mesmos Estados Unidos que dão um cheque em branco para qualquer abuso israelense contra esses mesmos palestinos da Faixa de Gaza.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3831 Mensagem por Wingate » Dom Jul 27, 2014 9:36 pm

Clermont escreveu:Imagem

A rainha é um encanto. Mas o discurso dela entra um pouco em contradição com o fato de a Jordânia ser um dos baluartes dos Estados Unidos na região. Os mesmos Estados Unidos que dão um cheque em branco para qualquer abuso israelense contra esses mesmos palestinos da Faixa de Gaza.
E, salvo falha de minha memória, os jordanianos tiveram sérios problemas com os palestinos no passado.

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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3832 Mensagem por Adevaldo » Dom Jul 27, 2014 10:54 pm

Clermont escreveu:
Skyway escreveu:Enfim, Israel está fazendo da maneira correta, ou poderia ser feito de um jeito mais "cirúrgico"?
O erro e a imoralidade do ato de Israel não está em métodos táticos e operacionais. Está na política sendo executada. O ataque de Israel é injusto e não-provocado. O Hamas é a vítima e o agressor é o Estado de Israel.

Tudo foi decorrência da manipulação dos fatos relacionados com o bárbaro assassinato de três adolescentes israelenses. As autoridades sabiam que eles já estavam mortos, porém, simularam que tinham sido sequestrados e atribuiram o crime ao Hamas. Com esse pretexto, fizeram batidas em Gaza, com detenções em massa e a matança de vários militantes do Hamas. Isso foi uma ruptura do cessar-fogo que vigorava, e estava sendo respeitado pelos palestinos. O Hamas reagiu com a única arma de que dispõe: foguetes.

Os adolescentes foram assassinados num crime comum, de ódio, por palestinos. Não num crime político determinado por uma ordem do Hamas. Como disse Marechal-do-Ar, é como se um brigadeiro da FAB fosse assassinado por traficantes perto de uma favela do Rio de Janeiro e a FAB resolvesse bombardear a comunidade.

E por quê o governo Netanyahu resolveu proceder assim? A mais sensata opinião é de que trata-se de uma tentativa de enfraquecer o máximo possível o Hamas, depois do sucesso que este obteve ao fazer a paz interna com o Fatah que governa a Margem Ocidental, abrindo a perspectiva para um governo de unidade nacional palestino. União esta que já estava sendo aceita até pelo governo dos Estados Unidos.

Então, do meu ponto de vista, quem age como terrorista é o governo extremista de direita de Netanyahu.

Agora, quanto a posição do governo brasileiro, é o seguinte:

A única finalidade para a diplomacia do Brasil é garantir o bem-estar da nação brasileira. E mais nada. Não é função da diplomacia brasileira vestir um chapéu branco e sair pelo mundo afora, lutando contra a injustiça e contra as forças do mal. Portanto, se está certo para um cidadão individual expressar da forma mais candente possível sua indignação contra a brutalidade e a injustiça das ações governamentais israelenses, o tom de voz a ser utilizado pela diplomacia brasileira deveria ter sido mais comedido. Deveria expressar, sim, sua insatisfação com a atitude israelense, mas não deveria ter se chocado de frente com eles, desta maneira infanto-juvenil e ideológica.

Para o seu bem-estar futuro o Brasil ainda pode precisar, e muito, de Israel e sua tecnologia. Portanto, uma política externa séria e responsável deveria levar isso em consideração.
Sem tirar nem por... No momento que entrou em combate urbano as forças israelenses começaram a ter perdas sensíveis em homens treinados. A brigada Golani foi dizimada e perderam um coronel.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3833 Mensagem por EDSON » Seg Jul 28, 2014 12:27 am

LeandroGCard escreveu:Esta é a opção que Israel dá aos palestinos se eles renunciarem à violência. Depois se admiram destes insistirem em manter seus ataques. E nem adianta argumentar que a Faixa de Gaza é assim por conta dos ataques, houve períodos de anos em que não aconteceu nenhum ataque palestino contra Israel, mas a situação em Gaza nunca melhorou.
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Distopia: substantivo, um lugar imaginário onde pessoas são infelizes e geralmente têm medo, porque não são tratadas com justiça; um futuro desagradável em que pessoas são desumanizadas; um mundo de pesadelo caracterizado por miséria humana, sordidez, opressão, doença e superpopulação.

Tipicamente, as sociedades distópicas são retratadas em romances como Jogos Vorazes e Divergente. Eles nos dão vislumbres de sociedades distorcidas onde justiça e liberdade são suprimidas, a privação é um modo de vida e vidas são dispensáveis. Eles nos pedem para imaginar uma sociedade onde as pessoas são levadas ao limite do que podem suportar - e, com frequência, mortas se não puderem. Mas é apenas ficção, certo? Depois da última página, termina. Errado. A narrativa distópica mais perturbadora de nosso tempo não é uma ficção. É um lugar real com pessoas reais. É Gaza. O lugar mais trágico da Terra, onde as pessoas lutam contra a pobreza, a violência, o preconceito, a intimidação, a fome, a falta de assistência médica, uma vigilância constante, insegurança, privação de artigos de primeira necessidade, desesperança, educação precária, isolamento forçado, desrespeito aos direitos humanos e a dor de perder entes queridos.

Os mais de 1,8 milhão de habitantes de Gaza lutam contra tudo isso, todos os dias. Diante de uma comunidade global, em geral, indiferente. Mulheres, crianças, bebês, idosos. Os que vivem com deficiências. O inocente. Eles lutam contra todas essas injustiças todos os dias porque, nos últimos oito anos, existiram - não "viveram" - sob um cerco imposto pelos israelenses. Um palestino de 17 anos detido numa prisão israelense descreveu a miséria cotidiana dos moradores de Gaza: "É como ser uma sombra de seu próprio corpo, presa ao chão, incapaz de se desprender dele. Você se vê ali deitado, mas não pode insuflar vida na sombra." Simples assim: uma morte lenta.

A menos que se tenha vivido dia após dia em meio ao cerco sufocante e os massacres, é impossível compreender o desespero vivido pelos moradores de Gaza. Não se esqueça: 70% da população de Gaza são refugiados. Não posso querer, apenas com palavras, fazer jus a seus sofrimentos. Tudo que posso oferecer são instantâneos de sua existência. Imagine ser aprisionado numa lasca de terra árida, com meros 40 quilômetros de comprimento e entre 5 e 11 quilômetros de largura. Imagine que seu filho precise de assistência médica urgente, que as clínicas de Gaza não têm como oferecer. Dia após dia, você espera no posto de fronteira sem saber se esse é o dia em que você e seu filho terão permissão de cruzar para buscar a assistência de que precisam. Imagine criar filhos sem acesso a água, com um sistema de esgoto que vaza e eletricidade apenas durante a metade do dia. Ou depender dos pacotes de comida da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês) para manter viva sua família. Agora, imagine, o povo de Gaza convive também com bombardeios diários. Mais de um quarto dos mortos nas duas últimas semanas eram crianças: 161. Outras centenas ficaram mutiladas e órfãs. Dezenas de milhares de famílias abaladas e desabrigadas. Imagine estar sentado à mesa de jantar com sua família e ter minutos para deixar o lugar antes de sua casa ser bombardeada. Mísseis a arrasam. Fotos insubstituíveis de seus avós, perdidas. Fotos de seus filhos tiradas quando eles eram jovens, destruídas. Documentos de identificação, perdidos. Sua história pessoal, apagada. Ou imagine tentar salvar vidas num hospital quase sem suprimentos médicos usando apenas instrumentos enferrujados. Seus sapatos grudam no sangue espalhado pelo chão. E, depois, o hospital é bombardeado.

Gaza está traumatizada. Tudo o que os moradores de lá querem é o que cada um de nós quer. A oportunidade de uma vida normal, com dignidade e segurança, e construir um futuro em que seus filhos possam se desenvolver, sonhar e realizar seu potencial. Eles deveriam ter esse direito. Primeiro, é preciso haver um cessar-fogo. Mas essa não é a única solução. Não podemos permitir uma volta ao status quo infernal: a batalha diária pela sobrevivência. E preciso haver, em seguida, um esforço global dedicado a devolver vida às sombras de Gaza. Infraestrutura, consertada. Laços comerciais, restaurados. Escolas, equipadas. Hospitais, renovados. As cicatrizes precisam sarar. A esperança precisa florescer. Mas isso não ocorrerá sem o esforço coletivo da comunidade global. Ela precisa insistir numa vida digna para o povo de Gaza. Cada um de nós pode fazer um pouco. Defender. Despertar consciências. Rejeitar a violência. Doar à UNRWA.

Ficar em silêncio diante dessa injustiça interminável faz a comunidade global não ser melhor que a multidão mastigando amendoim na arena de Jogos Vorazes, se espantando, suspirando, balançando as cabeças a cada novo julgamento e a cada nova morte. Será que vamos nos retrair e ficar como espectadores enquanto os alicerces perversos de uma distopia moderna são assentados diante de nossos olhos? Ou nossa humanidade comum nos unirá e compelirá a agir para ajudar a salvar o povo de Gaza? Ao salvá-los, salvamos a nós mesmos.


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Neste caso melhor morrer lutando e ser livre do que vivo e preso no carcere eterno.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3834 Mensagem por Sávio Ricardo » Seg Jul 28, 2014 7:44 am

Naval escreveu:Quem tem Padrinho não morre pagão!
Lamentável.


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Abraços.
E a frança como sempre, igual gato: "só fica em cima do muro"




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3835 Mensagem por Clermont » Seg Jul 28, 2014 11:19 am

O rabo israelense continua abanando o cão americano.

Eric Margolis - Lewrockwell.com - 28 de julho de 2014.

NOVA IORQUE - Em 1956, a Grã-Bretanha e a França estavam convencidas de que o carismático líder nacionalista do Egito, Gamal Abdel Nasser, estava ameaçando o que sobrara de seus impérios coloniais africano e do Oriente Médio. Londres rotulava Nasser, "Hitler do Nilo".

Assim, os governos britânico e francês secretamente alistaram Israel para invadir e anexar o Sinai egípcio. As tropas anglo-francesas deveriam tomar a Zona do Canal numa suposta "missão de pacificação", marchar sobre o Cairo e instalar nele um governo fantoche. Israel manteria toda a Península do Sinai.

A infame invasão do Suez transformou-se num humilhante fiasco para os decadentes anglo-franceses: Nasser tornou-se um herói para todo o Terceiro Mundo. Mas Israel agarrou-se tenazmente ao Sinai, proclamando que precisava da península "por segurança".

Quando o presidente dos Estados Unidos, Dwight Eisenhower soube do plano anglo-franco-israelense para agarrar o Canal de Suez e marchar sobre o Cairo, ficou furioso. Ike ordenou que os anglo-franceses saíssem do Egito sob ameaça de ver suas fracas moedas desabarem. Eisenhower disse a Israel para sair do Sinai. Israel saiu.

Esse evento é digno de ser lembrado quando, hoje, observamos o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e seu infeliz secretário de estado, John Kerry, apelar para Israel deixar de massacrar palestinos em Gaza.

O que poderia ser mais patético do que dois dos supostamente mais poderosos homens do mundo, implorando que Israel pare de matar palestinos com armas fornecidas pelos Estados Unidos como os aviões F-16 e os canhões pesados autopropulsados de 155 mm - o que viola o Ato de Exportação de Armamentos dos EUA, embora ninguém em Washington ouse admitir isto? Ou retomando os pagamentos militares para a brutal ditadura militar do Egito manter os palestinos trancafiados no Gueto de Gaza?

Ao invés, Washington está firmemente aumentando os riscos de uma guerra totalmente desnecessária com a Rússia pela Ucrânia, ao armar e financiar as forças militares de Kiev e desfechando uma maciça guerra de propaganda anti-russa. Bem vindos de volta à Guerra Fria. Da última vez, homens de habilidade e personalidade conduziam os assuntos externos americanos; hoje, temos anões.

Como narrei em meu livro, "American Raj - How the US Rules the Mideast,", depois de Israel ser posto para fora do Sinai, em 1956, seus apoiadores americanos determinaram que nenhum presidente dos Estados Unidos, iria, jamais, ser capaz de dar ordens à Israel, novamente.

Depois de cinco décadas de paciente trabalho, o lobby pró-Israel agora dá ao Congresso dos Estados Unidos, suas ordens de marcha sobre o Oriente Mèdio. A mídia nos EUA e Canadá adotaram, em grande medida, a narrativa de Israel sobre o Oriente Médio e Gaza.

Aqui, em Nova Iorque, observando as agências de notícia da TV, qualquer um poderia imaginar que Gaza é um ninho de terroristas dementes ameaçando a própria existência de Israel com "túneis do terror" e "foguetes do terror". O Hamas, que Israel ajudou a criar ao dividir os palestinos, é uma "organização terrorista". As crianças palestinas estão correndo das granadas de artilharia pesada 155 mm israelense, só para manchar o nome de Israel. De modo interessante, uma das melhores fontes de para notícias reais sobre o que está ocorrendo é o excelente jornal de Israel, "Ha'aretz".

Há uma crescente ira em volta do globo com a devastação dos palestinos por Israel, mas os americanos não vêem isso. Enquanto o número de mortos chega aos 1.000, o mundo está clamando por um cessar-fogo imposto e um fim ao cruel sítio de Gaza por Israel e Egito. A América está sendo responsabilizada pelos horrores de Gaza.

Washington deveria ser capaz de exigir que Israel, que está para receber mais de $ 30 bilhões em auxílio americano na próxima década, cesse o fogo e abra os portões de Gaza. De todos os vetos lançados desde 1950 no Conselho de Segurança da ONU, a maioria o foi pelos EUA para proteger Israel da censura.

Pode Washington agir para impor os interesses nacionais da América e de comum humanidade? Provavelmente, não.

Israel de há muito tem programado seus assaltos punitivos em sincronia com o ciclo das eleições americanas. Estamos agora na penumbra da eleição vindoura de novembro na América, e Israel sabe disso. Agora é o momento, na visão de Israel, para reduzir o Hamas à pó e mandar os críticos estrangeiros para o inferno.

De fato, o silêncio e inação do mais amplo mundo árabe e muçulmano com o massacre em Gaza, sugere que os expansionistas do Grande Israel podem estar certos. Cinco milhões e meio de palestinos permanecem, todos estes anos, areia nos olhos do Oriente Médio.




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3836 Mensagem por zela » Seg Jul 28, 2014 11:22 am

Adevaldo escreveu:
Clermont escreveu: O erro e a imoralidade do ato de Israel... Portanto, uma política externa séria e responsável deveria levar isso em consideração.
Sem tirar nem por... No momento que entrou em combate urbano as forças israelenses começaram a ter perdas sensíveis em homens treinados. A brigada Golani foi dizimada e perderam um coronel.
Bem, é um combate urbano. Quem já treinou ou tem alguma noção sabe que, se você for o atacante e o defensor tiver alguma habilidade e equipamento, é melhor ter "alguns" bodybags disponíveis.
Não sei de onde tiraram que a IDF é algum tipo de exército invencível, com super homens. Até agora, na pior das hipóteses, o kill ratio está bem a favor dos israelenses, embora a quantidade de vítimas civis palestinas seja inaceitável. Infelizmente, temo que daqui a 4 -5 anos veremos isso acontecer de novo. E de novo...e de novo...




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3837 Mensagem por GustavoB » Seg Jul 28, 2014 5:18 pm

Ignorem o (mau) português e vejam a versão do colega patrício para os fatos:


Brasil é anão diplomático !

Israel, critica duramente posições brasileiras sobre Gaza
25.07.2014

Depois que os responsáveis brasileiros tomaram uma posição dura, relativamente à continuação dos bombardeamentos levados a cabo por Israel sobre o território de Gaza, a diplomacia de Israel reagiu de forma abrupta e muito pouco diplomática.

Na quinta-feira, Yoel Barnea, o consul de Israel em São Paulo, disse que seu país estava desiludido com o Brasil, porque o movimento Hamas bombardeou Israel com mais de 2000 projeteis de artilharia que eram apontados à toda a população de Israel, mas o Brasil não referiu isso em seu protesto.

Mas ao final do dia, a relação entre os dois países azedou, com uma declaração oficial não do consul mas do próprio governo de Israel, através do porta-voz do ministro das relações exteriores do governo de Tel-Aviv.

Segundo a imprensa de Israel, o responsável disse que esta era uma infeliz demonstração de porque o Brasil é um «anão diplomático».

Nas palavraso da diplomacia de Israel, o relativismo da moralidade brasileira neste aspecto, explica porque o Brasil é um parceiro irrelevante, que contribui para criar problemas e não para encontrar soluções.

O Brasil chamou seu embaixador em Tel Aviv para consultas, em protesto pelo que foi visto como desproporcional uso da força por parte das forças armadas de Israel, contra o movimento terrorista Hamas.

A imprensa de Israel também afirmou que é esperado que outros países da América do Sul sigam o Brasil em suas criticas a Israel, já que se considera que as posições brasileiras acabam influenciando outras na região. Mas não é um "anão diplomático"?

Em declarações à imprensa, um responsável do ministério em Tel Aviv disse que o Brasil pretendia cair nas boas graças dos países árabes e que procura estabelecer uma política de alianças que garanta no futuro um assento permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Ou não.

Embora o reparo tenha rapidamente passado para terceiro plano na imprensa de Israel, no Brasil a resposta do governo de Tel Aviv recebeu mais destaque que a chamada do embaixador brasileiro para consultas.

Diplomacia à deriva

Vários analistas no Brasil, afirmam que a diplomacia de Dilma Roussef está literalmente à deriva. No tempo de Lula, o presidente ainda ouvia o Itamaraty, mas agora Dilma manda notas e não admite sequer sugestões. Analistas da Veja, creio.

Dilma, que tem dificuldade em distinguir Áustria de Austrália, e não sabe apontar um país como a França no mapa, é vista como uma isolacionista, que não tem ideia do que é politica externa. Oooohhhh!!!

Agora aqui, onde reside, de fato, o fulcro do problema: Depois do mundial de Futebol, Dilma recebeu o presidente Putin da Russia e criticou as sanções internacionais contra a Russia por causa da invasão da Ucrânia. Ao mesmo tempo não disse uma palavra sobre a invasão russa, a ocupação de território estrangeiro, nem sobre o controlo de regiões da Ucrânia por organizações terroristas, pagas pelo próprio Putin.,

Na semana passada Dilma ameaçou os portugueses de acabar com a CPLP, comunidade de países de língua portuguesa, se o governo de Lisboa continuasse vetando a entrada da Guiné Equatorial, um país de língua espanhola na organização.
O dirigente da Guiné, acusado de todo o tipo de crime do livrinho, que além disso ainda é conhecido por matar e depois comer seus opositores políticos, conseguiu o apoio fanático de Dilma para entrar na organização.

Dilma, que critica os governos de países democráticos por várias de suas atitudes, apoia vigorosamente o regime ditatorial de Cuba, com dinheiro que retira dos cofres brasileiros e apoia o regime de Nicolas Maduro, o herdeiro político de Hugo Chavez. Seria uma ilegalidade? Poderia testemunhar em juízo?

A dualidade de critérios, levou a diplomacia brasileira para um beco sem saída. Ooohhhh! O Brasil é um pais democrático mas Dilma continuamente alinha ao lado das ditaduras. Por isso o Brasil acaba não tendo qualquer capacidade para influenciar essas ditaduras e perde toda a credibilidade junto das democracias em todo o mundo, acrescentou um comentador em Brasilia. ...decerto daquelas fontes...

http://www.areamilitar.net/noticias/not ... NrNot=1402




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3838 Mensagem por Wingate » Seg Jul 28, 2014 7:24 pm

Esse nome, Yigal (daquele que chamou o Brasil de "anão") não me soava estranho. Agora lembrei!

http://en.wikipedia.org/wiki/Yigal_Amir

Ô nomezinho azarento! :evil:

Wingate




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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3839 Mensagem por Wingate » Seg Jul 28, 2014 8:48 pm

Adevaldo escreveu:
Clermont escreveu: O erro e a imoralidade do ato de Israel não está em métodos táticos e operacionais. Está na política sendo executada. O ataque de Israel é injusto e não-provocado. O Hamas é a vítima e o agressor é o Estado de Israel.

Tudo foi decorrência da manipulação dos fatos relacionados com o bárbaro assassinato de três adolescentes israelenses. As autoridades sabiam que eles já estavam mortos, porém, simularam que tinham sido sequestrados e atribuiram o crime ao Hamas. Com esse pretexto, fizeram batidas em Gaza, com detenções em massa e a matança de vários militantes do Hamas. Isso foi uma ruptura do cessar-fogo que vigorava, e estava sendo respeitado pelos palestinos. O Hamas reagiu com a única arma de que dispõe: foguetes.

Os adolescentes foram assassinados num crime comum, de ódio, por palestinos. Não num crime político determinado por uma ordem do Hamas. Como disse Marechal-do-Ar, é como se um brigadeiro da FAB fosse assassinado por traficantes perto de uma favela do Rio de Janeiro e a FAB resolvesse bombardear a comunidade.

E por quê o governo Netanyahu resolveu proceder assim? A mais sensata opinião é de que trata-se de uma tentativa de enfraquecer o máximo possível o Hamas, depois do sucesso que este obteve ao fazer a paz interna com o Fatah que governa a Margem Ocidental, abrindo a perspectiva para um governo de unidade nacional palestino. União esta que já estava sendo aceita até pelo governo dos Estados Unidos.

Então, do meu ponto de vista, quem age como terrorista é o governo extremista de direita de Netanyahu.

Agora, quanto a posição do governo brasileiro, é o seguinte:

A única finalidade para a diplomacia do Brasil é garantir o bem-estar da nação brasileira. E mais nada. Não é função da diplomacia brasileira vestir um chapéu branco e sair pelo mundo afora, lutando contra a injustiça e contra as forças do mal. Portanto, se está certo para um cidadão individual expressar da forma mais candente possível sua indignação contra a brutalidade e a injustiça das ações governamentais israelenses, o tom de voz a ser utilizado pela diplomacia brasileira deveria ter sido mais comedido. Deveria expressar, sim, sua insatisfação com a atitude israelense, mas não deveria ter se chocado de frente com eles, desta maneira infanto-juvenil e ideológica.

Para o seu bem-estar futuro o Brasil ainda pode precisar, e muito, de Israel e sua tecnologia. Portanto, uma política externa séria e responsável deveria levar isso em consideração.
Sem tirar nem por... No momento que entrou em combate urbano as forças israelenses começaram a ter perdas sensíveis em homens treinados. A brigada Golani foi dizimada e perderam um coronel.
Vendo a topografia do lugar (com aqueles becos, vielas e edifícios destruídos que facilitam a resistência em cenário urbano), não sei porque me vem à memória Canudos, guardadas as devidas proporções de época, lugar, armas, etc.etc.

Wingate




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wagnerm25
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Re: CONFLITO ISRAELO-PALESTINIANO

#3840 Mensagem por wagnerm25 » Seg Jul 28, 2014 9:14 pm

zela escreveu:
Adevaldo escreveu: Sem tirar nem por... No momento que entrou em combate urbano as forças israelenses começaram a ter perdas sensíveis em homens treinados. A brigada Golani foi dizimada e perderam um coronel.
Bem, é um combate urbano. Quem já treinou ou tem alguma noção sabe que, se você for o atacante e o defensor tiver alguma habilidade e equipamento, é melhor ter "alguns" bodybags disponíveis.
Não sei de onde tiraram que a IDF é algum tipo de exército invencível, com super homens. Até agora, na pior das hipóteses, o kill ratio está bem a favor dos israelenses, embora a quantidade de vítimas civis palestinas seja inaceitável. Infelizmente, temo que daqui a 4 -5 anos veremos isso acontecer de novo. E de novo...e de novo...
Bom, o fato é que é gente de chinelos de dedo portando fuzil lutando contra tanques. Basicamente o exército israelense atira em ratos dentro de um barril. Não dá para ter muita idéia de eficiência nesse caso.

A seu favor, diga-se, as forças israelenses já derrotaram EXÉRCITOS árabes no passado.




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