GEOPOLÍTICA

Área destinada para discussão sobre os conflitos do passado, do presente, futuro e missões de paz

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Re: GEOPOLÍTICA

#3826 Mensagem por romeo » Ter Abr 26, 2011 6:08 pm

AlbertoRJ escreveu:BRICS: “Sejamos realistas: estamos exigindo o impossível?”

A terceira reunião de cúpula do BRICS, realizada recentemente na ilha chinesa de Hainan, reaqueceu o interesse pela organização.....

As decisões tomadas nas cúpulas do BRICS em Ekaterinburg, Brasília e Hainan são provas da resolução de seus participantes de afastar-se de modelos ocidentais de desenvolvimento (por exemplo o plano de abandonar o padrão dólar). E talvez cada vez mais. Mas será isso positivo? O mundo afinal segue esse modelo há pelo menos quinhentos anos. De qualquer maneira, é preciso tentar.....

Fonte: Gazeta Russa
http://planobrasil.com/2011/04/24/brics/
É aí que mora o perigo... Onde se acende a cólera dos poderosos.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3827 Mensagem por Bourne » Ter Abr 26, 2011 6:32 pm

O Brasil é ocidental :mrgreen:

De resto brigas pelo poder no cenário internacional foram muito comuns nos últimos 500 anos e nem por isso o ocidente foi abandonado pelos países ocidentais.

Se afastar do dólar é legal para quem são os donos das moedas que o substituem. No fundo tem a ver com poder e business. Para os outros continua a mesma coisa.




candido
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Re: GEOPOLÍTICA

#3828 Mensagem por candido » Ter Abr 26, 2011 7:20 pm

Beronha escreveu:Até eu montaria uma empresa entre as maiores do mundo, tendo por financiador a honesta, pacifica e servil população brasileira!
To falando da petrobras só... :evil:


Ainda bem que você esclareceu que empresa era, sobretudo porque quando falou de servil população brasileira fiquei na dúvida se a referência aludia à Shell, à Exxon (Esso), ou à Texaco.
[005]




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romeo
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Re: GEOPOLÍTICA

#3829 Mensagem por romeo » Qua Abr 27, 2011 1:59 am

Africa Star Wars...

http://translate.googleusercontent.com/ ... zNipDQnjww

Tradução Google.




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Penguin
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Re: GEOPOLÍTICA

#3830 Mensagem por Penguin » Sex Abr 29, 2011 2:26 pm

Ares
A Defense Technology Blog

Europe's Defense Funding: An Inconvenient Truth
Posted by Joe Anselmo at 4/29/2011 7:56 AM CDT

France should be applauded for orchestrating the military campaign to stop Libyan dictator Moammar Gadhafi from butchering his own citizens. And U.S. President Barack Obama should be commended for having his nation take a back seat in the conflict. Libya, a former Italian colony, sits in the European Union’s (EU) back yard.

Unfortunately, just a month into the campaign, the European-led NATO coalition is showing signs of strain, such as a shortage of precision bombs. These problems are probably more a matter of logistics than money. But they also highlight an inconvenient truth: Europe has been underfunding its defense capabilities for more than a decade.

While European politicians delight in making snide comments about the admittedly misguided U.S. invasion of Iraq, the umbrella of security that American forces provide has enabled European countries to shortchange spending on their own weapons systems while preserving generous social welfare programs. According to the World Bank, U.S. military funding is well north of 4% of the nation’s GDP. That percentage is 2.7 in the U.K., 2.4 in France and just 1.4 in Germany, which is sitting out NATO operations in Libya.

“I think there is a disconnect between the diplomatic ambitions of European countries and their military power,” says Antoine Gelain, leader of the aerospace and defense practice at Candesic, a London-based consultancy. “France and the U.K. still see themselves as the kind of countries that are able to bring law and order to renegade regimes. But the reality is they don’t have the means to do that anymore.”

It is little wonder then that European defense contractors see the American market as something of a lifeboat. EADS is aiming to raise its U.S. defense revenues seven-fold by 2020. Finmeccanica and Thales, among others, are all trying to sell more to the Pentagon. And BAE Systems and Cobham now count the U.S. as their largest market. That’s fortuitous, given that the defense budget in their home market, the U.K., is being cut by 8%.

Admittedly, this is a bad time to ask the EU to increase its military spending. The continent is wracked by a debt crisis that threatens to implode several of its interconnected economies. But the U.S. has serious financial problems, too. Washington is borrowing $4 billion a day just to keep the federal government running. While draconian reductions in defense spending are still off the table, sentiment on Capitol Hill has shifted from whether to cut Pentagon funding to how much.

As the U.S. role in global security evolves, it should be able to call upon NATO and other allies to share more of the burden, especially as China flexes its growing military might. If the EU wants to demonstrate that it is a leader in global affairs, instead of a has-been, now is the time. The campaign in Libya, despite its problems, is a good start. But more commitment—and the financial resources to back it up—will have to follow.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3831 Mensagem por Carlos Mathias » Sex Abr 29, 2011 3:21 pm

Abraço de afogado disfarçado de salva vidas.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3832 Mensagem por Paisano » Sáb Abr 30, 2011 2:26 pm

As relações Brasil-OEA estremecidas

Fonte: http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... tremecidas
Enviado por luisnassif, sab, 30/04/2011 - 09:34

Da Folha

Dilma retalia OEA por Belo Monte e suspende recursos

País deixará Comissão de Direitos Humanos e não vai repassar US$ 800 mil em resposta a pedido de suspensão de obras

Brasil já havia suspendido indicação de Paulo Vanucchi para comissão e convocado representante na OEA


DE BRASÍLIA

O governo brasileiro decidiu jogar duro com a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos): deixará o órgão a partir de 2012 e suspendeu, por ordem presidente Dilma Rousseff, o repasse de verba à entidade previsto para este ano, de US$ 800 mil.

A reação do Brasil veio após a comissão pedir, em abril, a interrupção das obras de Belo Monte. O órgão alegou irregularidades no processo de licenciamento ambiental da hidrelétrica de Belo Monte, atendendo a uma medida cautelar de entidades indígenas que questionaram o empreendimento.

Como reação à época, a diplomacia brasileira usou termos fortes e pouco usuais. Chamou a decisão de "precipitada e injustificável" e alegou não ter tido tempo suficiente para se defender.

Irritada com o que considerou interferência indevida, Dilma quis mostrar um posicionamento ainda mais duro: convocou de volta ao país o representante do Brasil na OEA, embaixador Ruy Casaes. Ele, até agora, ainda não recebeu autorização para retomar seu posto em Washington, tampouco sabe quando o terá.

A comissão integra o sistema interamericano de direitos humanos nas Américas. Embora ligada à OEA, é um órgão formalmente independente; não representa países, embora a indicação venha deles. Seus sete membros, entre eles o brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, são eleitos por assembleia-geral.

O Brasil havia apresentado o nome de Paulo Vanucchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, para substituir Pinheiro a partir de janeiro de 2012. A indicação, porém, acabou suspensa em caráter irrevogável.

A relação pode piorar ainda mais. Isso porque a comissão passou a analisar uma nova reclamação de ONGs, que contestam obras no Rio para a Copa-2014 e Olimpíada-2016, eventos caros a Dilma. Quando soube do novo processo, Dilma mandou um recado às lideranças do órgão: se isso for levado adiante, levará o caso à própria OEA, dando contornos de crise real ao caso.

No caso de Belo Monte, o Brasil argumenta que a CIDH concedeu apenas 28 dias para que o governo se explicasse, quando o prazo médio de solicitações semelhantes supera a marca de 100 dias.

Nessa semana, o governo enviou à entidade um relatório de 52 páginas explicando sua atuação no empreendimento junto às comunidades locais. Disse ter ouvido as comunidades indígenas da região e que está atento aos efeitos sociais e ambientais da iniciativa.

(NATUZA NERY)




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Re: GEOPOLÍTICA

#3833 Mensagem por DELTA22 » Sáb Abr 30, 2011 2:43 pm

OEA: a Lei de Anistia e Belo Monte

Enviado por luisnassif, sab, 30/04/2011 - 14:03

Por Jaime Balbino
(Comentário ao post "As relações Brasil-OEA estremecidas")

Há diferenças substanciais nos dois casos.

A lei da anistia foi questiona há tempos na OEA e só chegou lá depois que o nosso STF afirmou sua validade, ignorando a imprescritibilidade dos crimes contra os Direitos Humanos, que por sinal consta na legislação brasileira a partir de nossa submissão à OEA quanto a este tema. Ou seja, o Brasil aceitou as definições e regras de proteção aos Direitos Humanas acordadas na OEA e até adaptou a legislação para segui-las.

Quando a lei da anistia chgou na OEA, tivemos tempo suficiente para nos defender e a decisão final do órgão foi coerente com a legislação internacional e brasileira. Daí nossos aplausos à OEA.

Agora, no caso de Belo Monte, a Comissão de Direitos Humanos da OEA recebeu vária denúnicas de ONGs, acatou a argumentação de uma delas, deu pouquíssimo tempo para a defesa e tomou a decisão em menos de 3 meses. Mais agravente ainda é que o tema passou pelo nosso judiciário sem que todos os méritos fossem apreciados ainda, logo as ONGs "passaram por cima" da jurisprudência brasileira e já fóram direto a um organismo internacional sem força de tribunal.

O objetivo único da decisão da Comissão foi constranger o governo brasileiro, já que ela não tem poderes para impor sua decisão. Razão pela qual deveria ter muitíssimo mais cuidado ao proferi-la.

Esse exagero da Comissão tira sua credibildade (única razão de existir) e dá razão ao país afetado de tomar medidas claras contra o uso político e "desabestalhado" do organismo.

Ou seja, ao invés de pressionar por uma decisão a favor da causa em debate, o exagero afeta a própria credibildiade (e existência) da Comissão.

O consórcio de países que formam a OEA (ou mesmo a ONU ou a UE) NUNCA criariam uma Comissão de Direitos Humanos com poderes absolutos. Isso sempre poderia ser usado contra eles nas inevitáveis decisões dúbias e complexas dos seus governos. Muito menos qualquer país irá aceitar o uso de tais comissões como peça de propaganda para causas que lhes sejam contrárias.

Por isso a Comissão de Direitos Humanos deve agir com muito cuidado e estar muito bem embasada quando faz uma acusação. Não foi caso de Belo Monte, infelizmente. É muito fácil para o Brasil se defender de todas as acusações das ONGs quanto ao trato que foi dado às populações locais. Daí que a decisão da Comissão pode ser afrontada pelo Brasil tão duramente, inclusive com retaliações de grande peso político e simbólico.

No caso da condenção ao Brasil por manter a validade da lei da anistia, apenas o Jobim saiu em defesa do Brasil e mesmo assim não conseguiu apresentar argumentos convincentes contra a decisão da OEA. Teve que apelar para a independência e não-submissão para justificar a decisão da justiça brasileira e sua não-reformulação.

http://www.advivo.com.br/blog/luisnassi ... belo-monte




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Re: GEOPOLÍTICA

#3834 Mensagem por Carlos Mathias » Sáb Abr 30, 2011 2:56 pm

Muito bem, muito bem mesmo! :x
A mulé é danada!!!!! :D




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Re: GEOPOLÍTICA

#3835 Mensagem por DELTA22 » Sáb Abr 30, 2011 3:02 pm

Ainda sobre o tema OEA-Governo Brasileiro-Belo Monte:
Chute no traseiro
Secretário-executivo da Comissão de Direitos Humanos da OEA, Santiago Canton recebeu cartão vermelho esta semana

Ricardo Boechat
Jornalista - Colunista semanal


BELO MONTE
Chute no traseiro


http://content-portal.istoe.com.br/istoeimagens/imagens/mi_21208543004483252.jpg

Secretário-executivo da Comissão de Direitos Humanos da OEA, Santiago Canton recebeu cartão vermelho esta semana. Estava no posto havia dez anos. O argentino foi voz isolada no colegiado contra a recomendação feita ao governo brasileiro, em 5 de abril, para suspender a construção da usina de Belo Monte, no Pará. Sua demissão dias depois parece castigo. E é.

http://www.istoe.com.br/colunas-e-blogs ... DO+BOECHAT




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Re: GEOPOLÍTICA

#3836 Mensagem por Centurião » Sáb Abr 30, 2011 8:07 pm

Carlos Mathias escreveu:Muito bem, muito bem mesmo! :x
A mulé é danada!!!!! :D
Pois é. Mostrou fibra. A resposta tem que ser rápida e dura. É assim que se combate a ingerência nos assuntos internos de outros países.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3837 Mensagem por romeo » Dom Mai 01, 2011 4:33 am

Paul Craig Roberts: EUA, Líbia, China
Enviado por Luiz Lima, sex, 22/04/2011 - 12:21
Autor:  Press TV
Amig@s,

Segue uma entrevista de Paul Craig Roberts à Press TV, do Irã (recolhida aqui e publicada orignalmente aqui). @s amig@s que têm a paciência de ler o que costumo trazer até aqui provavelmente já o conhecem: é uma das vozes mais críticas dos EUA e um colaborador regular do CounterPunch e da Information Clearing House - dois sítios que recomendo sem o menor pudor.

Boa leitura a todos.

 

EUA querem tirar o petróleo líbio à China

16 de Abril de 2011 - A Press TV entrevistou o antigo secretário-adjunto do Tesouro dos EUA na Cidade do Panamá. Este partilhou a sua visão da revolução na Líbia, e por que razão o Presidente dos EUA, Barack Obama precisa de derrubar Kadafi, quando nenhum outro presidente dos EUA o fez.

Press TV: A Rússia criticou a NATO por ir muito para além do mandato da ONU. Uma outra notícia fala de um artigo de opinião que terá sido escrito por Obama, Cameron e Sarkozy, que disseram que “deixar Kadafi no poder seria uma traição irresponsável ao povo líbio”.
Nós sabemos que o mandato não exige mudança de regime e a Administração Obama diz que não estão lá para mudar o regime, mas as coisas parecem agora um pouco diferentes, não é verdade?

Roberts: Pois parecem. Antes de mais nada, note-se que os protestos na Líbia são diferentes dos do Egipto, do Iémen, do Bahrein, ou da Tunísia e a diferença é que aqui se trata de uma rebelião armada.
Há mais diferenças: outra é que estes protestos têm origem no leste da Líbia, onde há petróleo, não na capital. E temos ouvido desde o início relatos fidedignos de acordo com os quais a CIA está envolvida nos protestos, e tem havido um grande número de relatos da imprensa segundo os quais a CIA enviou para a Líbia os seus activos líbios para comandar a rebelião.
Na minha opinião, trata-se de afastar a China do Mediterrâneo. A China tem grandes investimentos em energia e em construção na Líbia. Os chineses apontam para África como uma futura fonte de energia.

Os EUA estão a combater isto organizando o Comando Africano dos EUA (USAC), a que Kadafi recusou juntar-se. Essa é a segunda razão por que os americanos querem mandar Kadafi embora.
E a terceira razão é que a Líbia controla parte da costa mediterrânica, e não está em mãos norte-americanas.

Press TV: Quem são os revolucionários? Os EUA dizem que não sabem com quem estão a lidar, mas considerando que a CIA está no terreno, em contacto com os revolucionários, quem são as pessoas que vão governar a Líbia numa eventual era pós-Kadafi?

Roberts: O facto de a Líbia ser ou não governada por “revolucionários” depende da CIA ganhar; ainda não sabemos. Como você disse anteriormente, a resolução da ONU impõe restrições sobre o que as forças europeias e norte-americanas podem alcançar na Líbia. Eles podem impor uma zona de exclusão aérea, mas não deveriam estar lá, lutando ao lado dos rebeldes.

Mas é claro que a CIA está a fazer isso. Então, estão a violar a resolução da ONU. Se a NATO, que agora representa a “comunidade internacional”, conseguir derrubar Kadafi, o próximo alvo será a Síria, que foi já diabolizada.

Porque é que a Síria é um alvo? Porque os russos têm uma grande base naval na Síria. E esta dá à marinha russa uma presença no Mediterrâneo; os EUA e a NATO não querem isso. Se forem bem sucedidos no derrube de Kadafi, a Síria virá a seguir.

Já estão a responsabilizar o Irão pelo que se passa na Síria e na Líbia. O Irão é um alvo fundamental, porque é um Estado independente que não é um fantoche dos colonialistas ocidentais.

Press TV: Em relação à agenda expansionista do Ocidente, quando o mandato da ONU na Líbia foi debatido no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não o vetou. Certamente que a Rússia deve ter atenção à política expansionista dos EUA, França e Grã-Bretanha.

Roberts: Sim, têm de perceber isso, e o mesmo se aplica à China. É uma ameaça maior para a China, porque ela tem 50 grandes projectos de investimento no leste da Líbia. Então a questão é, porque é que a Rússia e a China se abstêm em vez de vetar e bloquear? Não sabemos a resposta.

Possivelmente, estarão a pensar deixar os americanos avançar até ao limite, ou talvez não tenham tido a intenção de confrontar os EUA com uma tomada de posição militar ou diplomática e ter uma avalanche de propaganda ocidental contra eles. Não sabemos as razões, mas sabemos que se abstiveram porque não concordavam com a política e continuam a criticá-la.

Press TV: Uma parcela considerável dos activos de Kadafi nos EUA foi congelada, assim como em alguns outros países. Sabemos também que os revolucionários da Líbia criaram um banco central, que iniciaram a produção limitada de petróleo e que estão a negociar com empresas dos EUA e doutros países do Ocidente. Temos que colocar a aqui uma questão, nunca vimos uma coisa assim acontecer no meio de uma revolução. Não acha estranho?

Roberts: Sim, é muito estranho e muito sugestivo. Torna a colocar na ordem do dia os relatórios segundo os quais a CIA está na origem da designada revolta e dos protestos e de que está a fomentá-los e a controlá-los de uma maneira que exclui a China dos seus investimentos em petróleo líbio.

Na minha opinião, o que está a acontecer é comparável ao que os EUA e a Grã-Bretanha fizeram ao Japão nos anos 1930. Quando impediram o acesso do Japão ao petróleo, à borracha, aos minerais; foi essa a origem da II Guerra Mundial no Pacífico. E agora norte-americanos e britânicos estão a fazer a mesma coisa à China.

A diferença é que a China tem armas nucleares e também tem uma economia mais forte que os norte-americanos. E assim, estes estão a correr um risco muito elevado, não apenas consigo próprios, mas com o resto do mundo. O mundo inteiro está em jogo com a ganância norte-americana, a arrogância norte-americana; o impulso para a hegemonia norte-americana no mundo está a levá-lo para uma guerra mundial.

Press TV: No contexto da política expansionista dos EUA, até que ponto considera que estes ultrapassarão o mandato da ONU? Iremos ver o exército dos EUA no terreno?

Roberts: É o mais provável; a menos que consigam encontrar uma maneira de derrotar Kadafi sem chegar a esse ponto. Desde Bill Clinton, George W. Bush e agora Obama, que aprendemos que a lei não significa nada para o poder executivo dos EUA. Eles não obedecem às próprias leis, não obedecem ao direito internacional, violam as liberdades civis e enterraram o fundamental do habeas corpus, de que não há crime sem dolo, e o direito do réu a estar legalmente representado.

Não respeitam a lei, portanto não vão dar atenção à ONU. A ONU é uma organização-fantoche dos EUA e Washington irá usá-la como cobertura. Portanto, sim, se não conseguirem correr com Kadafi, irão colocar tropas no terreno; é por isso que temos os franceses e os britânicos envolvidos. Estamos a usar os franceses também noutro ponto de África; usamos os britânicos no Afeganistão. São marionetes.

Estes países não são independentes. Sarkozy não responde perante o povo francês; responde perante Washington. O Primeiro-ministro britânico não responde perante o povo Inglês, mas perante Washington. Estes são os governantes-marionetes de um império, nada têm a ver com seu próprio povo, somos nós quem os põe no poder.

Press TV: Então esses países gostariam de ter as tropas da NATO no terreno?

Roberts: Claro. Eles estão no bolso da CIA. É uma operação da CIA, não um protesto legítimo do povo líbio. É uma rebelião armada que não tem apoio na capital. Está a acontecer no leste, onde está o petróleo, e está apontada à China.

Press TV: Qual crê ser o rumo da situação? Parece haver um desacordo entre os países da NATO, com a Grã-Bretanha e França a quererem reforçar a dinâmica destes ataques aéreos, enquanto os EUA dizem que não, que não há necessidade.

Roberts: O desacordo não é real. É apenas parte do jogo, parte da propaganda. Kadafi governa há 40 anos; vem do tempo de Gamal Abdel Nasser (antes de Anwar Sadat), que queria dar a independência ao Egipto.

Nunca antes Kadafi foi chamado de ditador brutal que tem de ser deposto. Nenhum outro presidente afirmou que Kadafi tinha que sair. Nem mesmo Ronald Reagan, que chegou a bombardear o seu complexo militar. Mas, de repente, tem que se ir embora. Porquê?

Porque está a bloquear o Comando Africano dos EUA, controla parte do Mediterrâneo e deixou a China procurar aí a satisfação das suas necessidades de energia para o futuro. Washington está a tentar enfraquecer o seu principal rival, a China, negando-lhe o acesso à energia. É disso que estamos a falar, uma reacção dos EUA à penetração da China em África.

Se os EUA estivessem preocupados com acções humanitárias, não estariam a matar tanta gente no Afeganistão e no Paquistão com os seus  drones [n. do. t.: aviões militares não tripulados] e ofensivas militares. Os mortos são quase sempre civis. E os EUA estão relutantes em emitir pedidos de desculpas sobre qualquer coisa. Dizem que pensavam que estavam a atingir talibãs ou qualquer outro inimigo fabricado.

Press TV: Quem irá beneficiar de tudo isto, para além dos EUA? O que têm os outros países que cumprirem os desejos dos EUA a ganhar com isso?

Roberts: Estamos a falar apenas dos países da NATO, os estados-fantoche dos EUA. Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha, todos pertencem ao império norte-americano. Temos tropas na Alemanha desde 1945. Estamos a falar de 66 anos de ocupação norte-americana na Alemanha. Os americanos têm bases militares em Itália. Como se pode ser um país independente deste modo? A França foi relativamente independente até Washington pôr Sarkozy no poder.Todos eles fazem o que lhes dissermos.

Washington quer mandar na Rússia, na China, no Irão, em África, e em toda a América do Sul. Washington quer a hegemonia sobre o mundo. É isso que a palavra hegemonia significa. E Washington vai persegui-la a todo custo.

Tradução de André Rodrigues P. Silva




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Re: GEOPOLÍTICA

#3838 Mensagem por pafuncio » Dom Mai 01, 2011 12:10 pm

Post matador, lembro do Gilles Lapouge escrevendo acerca do Sarkô, do seu dinamismo e modernidade "americana".

Perto da Líbia, o Sudão, onde a China investirá bilhões !!!

amplexos.




"Em geral, as instituições políticas nascem empiricamente na Inglaterra, são sistematizadas na França, aplicadas pragmaticamente nos Estados Unidos e esculhambadas no Brasil"
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Re: GEOPOLÍTICA

#3839 Mensagem por Penguin » Ter Mai 03, 2011 5:01 pm

De NY a Islamabad – Índia, e não a Al Qaeda, preocupa Paquistão
por Gustavo Chacra
03.maio.2011 08:54:27

no twitter @gugachacra
Nova York

A Índia, e não a Al Qaeda e o Taleban, preocupam o Paquistão. Para os paquistaneses, Bin Laden pode ter sido um problema, mas não a prioridade geopolítica. O terrorismo é grave para Islamabad. Até a mulher do presidente, Benazir Butho, que, assim como seu pai, governou o país, foi morta em atentado. Mas o que interessa para a população é o conflito com os indianos. E os grupos extremistas sempre foram utilizados pela ISI (serviço de inteligência) nas ações contra os indianos.

O Paquistão integrava a Índia quando o território era dominado pelos britânicos. No processo de independência, comandado Jinnah (muçulmano) e Nehru (hindu) no anos 1940, ficou decidida a partilha. As áreas de maioria islâmica ficariam com os paquistaneses; as majoritariamente hindus, com a Índia. Nesta época, Bangladesh era parte do Paquistão – o país se tornaria independente apenas nos anos 1970.

O problema é que a região da Cashmira, de maioria islâmica, ficou com a Índia. E os paquistaneses sempre reivindicaram este território. Os dois países travaram guerras e, nos anos 1990, conseguiram fabricar bombas atômicas. Apesar de uma maior aproximação atualmente, a rivalidade persiste. Para lutar com os indianos, de maneira indireta, Islamabad usa o terrorismo islâmico.

Depois do 11 de Setembro, os EUA conseguiram o apoio do Paquistão na luta contra o terror. Os paquistaneses colaboraram e foram vítimas do terrorismo. Mas, o tempo todo, Islamabad fez um jogo duplo. Combatia os grupos extremistas enquanto também os apoiava. Era uma tentativa de equilibrar seus interesses geopolíticos na disputa com a Índia com a aliança americana.

No imaginário paquistanês, a Cashmira é deles, não da Índia. Seria uma sensação próxima da dos argentinos em relação às Malvinas (Falklands), da Armênia com parte da Turquia, do Azerbaijão com Nagorno Karabach, dos sírios com as colinas do Golã e de diversos outros conflitos territoriais.

Nestes anos, o Paquistão, que apoiou os americanos, se sentiu traído pelos EUA. As relações de Washington com a Índia se aprofundaram. No ano passado, Obama defendeu a inclusão dos indianos como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. Nem mesmo o Brasil alcançou este objetivo. Em parte, porque os americanos queria dar um recado para a China.
No caso, os EUA não estavam querendo provocar o Paquistão, mas a China. E, no terrorismo, Islamabad tampouco pretende irritar os americanos. O alvo é a Índia. De qualquer maneira, Washington não tem como manter as operações no Afeganistão sem a ajuda dos paquistaneses. Sem esquecer, claro, que o Paquistão é o único país do mundo islâmico com bomba atômica. Curioso que Bin Laden estivesse tão próximo dela.




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Re: GEOPOLÍTICA

#3840 Mensagem por J.Ricardo » Ter Mai 03, 2011 5:44 pm

Acordo de Itaipu pode agilizar decisão paraguaia sobre Venezuela no Mercosul
DE BRASÍLIA

O governo brasileiro espera que o Senado aprove logo o acordo com o Paraguai que triplica o valor pago pelo Brasil para usar a energia de Itaipu não utilizada no país vizinho. O documento foi aprovado no início de abril na Câmara dos Deputados.

O chanceler brasileiro, Antonio Patriota, acredita que a aprovação do acordo pelo congresso brasileiro repercuta na decisão paraguaia de aceitar a entrada da Venezuela no Mercosul.

"Temos muita confiança que consigamos fazer progressos rapidamente", afirmou Patriota sobre o tema, após encontro nesta terça-feira (3) com seu homólogo paraguaio, o ministro Jorge Lara Castro.

Há dois anos, o Brasil aprovou a entrada da Venezuela no bloco e desde então a decisão depende de análise do Congresso do Paraguai. Além do Brasil, Argentina e Uruguai também já ratificaram o ingresso da Venezuela.

O ministro do Paraguai também se mostrou confiante na aprovação do acordo firmado em 2009 entre o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente paraguaio, Fernando Lugo. Para entrar em vigor, entretanto, o texto precisa da aprovação do Parlamento dos dois países.

"Ambos os governos compreendem a importância de cooperar para ir superando as desigualdades e assimetrias", disse Castro. O plenário do senado discute o tema na tarde desta terça-feira.

Marco Aurélio Garcia, assessor de assuntos internacionais do Planalto, também disse estar otimista em relação ao ingresso da Venezuela no Mercosul. "A nossa expectativa é que [a entrada da Venezuela] seja aprovada. Esse é um problema da soberania paraguaia. Nós achamos que isso vai ajudar muito o processo de integração global da região, mesmo entre aqueles países que estão fora do Mercosul".

HONDURAS

Patriota afirmou ainda que conversou com o chanceler paraguaio sobre a anulação, pela Justiça de Honduras, de dois julgamentos referentes ao ex-presidente do país Manuel Zelaya.

"Foram levantados dois processos contra o Manuel Zelaya pelo sistema judiciário hondurenho, e com isso começa a aparecer um pouco de luz no fim do túnel. Esperamos que isso leve a um processo que permita a Honduras ser reincorporado ao convívio regional", afirmou o chanceler brasileiro.

O Brasil não reconhece o atual governo hondurenho, sob o comando de Porfirio
fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/9107 ... osul.shtml

Interessante, quer dizer que o Brasil é que vai pagar o ingresso para a entrada da Venezuela no mercosul, espero que o comércio com a Venezuela cubra os custos desta "bondade" com o Paraguai.




Não temais ímpias falanges,
Que apresentam face hostil,
Vossos peitos, vossos braços,
São muralhas do Brasil!
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