Fórum Defesa Brasil

Carlos Mathias escreveu:Então não é? Mas sabemos que esse acordo dos helis foi um acerto entre políticos, então não é de se espantar que surjam certas nuances meio negras nessa história.

Agora é torcer para que esse índice suba, né?

Caro Carlos,

Eu nem diria torcer, mas exigir mesmo que isso aconteça. Caso contrário, será um "Vale a pena ver denovo".


Abraços,

Wesley

Andei pensando, e depois que o Orestes escreveu algumas coisas, me parece que é apenas questão do melhor momento e de retirar um certo estorvo do caminho.

09/09/2008 - 17h59
Aeronáutica assina em novembro compra de 51 helicópteros EC-725 nacionais

O Comando da Aeronáutica assina, em novembro, contrato de compra de 51 helicópteros EC-725 da empresa brasileira Helibrás, no custo estimado de US$ 1 bilhão. Cada uma das três Forças Armadas receberá 17 helicópteros.

Na segunda-feira (dia 8), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) reuniu representantes do setor aeronáutico para apresentar o programa de industrialização. O evento teve a participação do Chefe do Estado-Maior da Aeronáutica, Paulo Roberto Röhrig de Britto.

No encontro, que reuniu empresários, autoridades civis e militares, o ministro de Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior (Mdic), Miguel Jorge, ressaltou que fortalecer esta indústria é importante e fundamental para o País. A empresa está transferindo tecnologia francesa para a nacionalização da produção desta aeronave.

De acordo com o programa, a Helibrás deverá investir cerca de 400 a 500 milhões de dólares (cerca de 692 a 865 milhões de reais). A meta é que até 2010 sejam entregues três unidades do EC 725.
Fonte: FIESP e Agência Brasil

http://www.fab.mil.br/portal/capa/index.php?mostra=1338

Adorei os extensos estudos técnicos que embasaram a decisão de que cada força necessitará de 17 aparelhos, hahahahha

Mas esses 17 aparelhos para cada força são as compras iniciais, né ? Depois, as compras podem ser maiores.

Uma coisa é certa. Nós sempre reclamamos da falta de compras conjuntas entre as Forças Armadas. Quando há, reclamamos também. O EC-725 é um excelente vetor. Pode ser que haja algum melhor do ponto de vista técnico? Sim, pode ser. Mas o que está em jogo é custo/benefício. O governo decidiu - e a nova PND vai endossar - que a transferência de tecnologia e a produção sob licença é um dos objetivos a serem alcançados quando falamos de compras externas. E está sendo feito, gostemos ou não. Não vou entrar no mérito se isso favorece pessoalmente Fulano ou Ciclano, mas o fato é que a compra dessas aeronaves será de extrema valia para as Forças Armadas brasileiras.

É sabido que as três Forças precisam muito de aeronaves do tipo. A encomenda inicial - sim, pode haver mais (penso até que deva haver) - é bastante expressiva. Se todas precisam de mais que 17 helicópteros (sabemos), a divisão igualitária de um primeiro lote me pareceu a melhor opção.

Vinicius,

Concordo plenamente, mas acho que a indignacao de alguns colegas, se deve ao fato da pseudo tranferencia de tecnologia, com o consequente índice de nacionalizacao.

Nao sei se o acionista privado ou o gonerno de Minas venderam sua participacao na Helibras. Se de fato isto ocorreu, que tranferencia de tecnologia é essa?

E o esquilo???

Agora se transferencia de tecnologia for transferencia de linha de montagem de matriz para filial ai a coisa é de fato muito "preta"

sds

Até chega a ser engraçado ver de longe, desculpem mas tentem perceber-me:

"O T-6 estava na cara que ganhava do Super-Tucano, foi uma compra politica, se fosse técnica..."

"Mas o EC-765 foi uma compra politica, se fosse técnica..."

Reparem que a avaliação técnica pode ser super objectiva, mas os critérios dessa mesma avaliação...

Não conheço compras técnicas, a partir do momento que x, y e z cumprem os requisitos a compra é sempre estratégica, politica, ou outro nome que lhe queiram dar, porque um vector que seja perfeito técnicamente, pode não ser o perfeito para o país ou para a própria força num todo.

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soultrain escreveu:Até chega a ser engraçado ver de longe, desculpem mas tentem perceber-me:

"O T-6 estava na cara que ganhava do Super-Tucano, foi uma compra politica, se fosse técnica..."

"Mas o EC-765 foi uma compra politica, se fosse técnica..."

Reparem que a avaliação técnica pode ser super objectiva, mas os critérios dessa mesma avaliação...

Não conheço compras técnicas, a partir do momento que x, y e z cumprem os requisitos a compra é sempre estratégica, politica, ou outro nome que lhe queiram dar, porque um vector que seja perfeito técnicamente, pode não ser o perfeito para o país ou para a própria força num todo.

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Perfeito!

Isso vai muito mais da conveniência política do que por análise técnica.

O que explica, por exemplo, a "divisão" do pacote entre Rússia e França com MI-35 e EC-725.

Entendi sua linha de raciocinio Soutrain, mas apesar de x, y, z cumprirem os requisitos, os custos de aquisicao nao sao os mesmos.....no meu entender, os interesses ocultos foram o x da questao.
Fabricacao aqui significa transferencia de tecnologia....para a opiniao publica

sds

Quando não compram reclamam, quando compram tb reclamam, quando compram e produzem(ou montam) localmente tb reclamam... Eu estaria faceiro mesmo se fosse uma compra de prateleira nesta quantidade. Precisamos menos "debates" e mais ações antes que tenhamos que operar estilingues para nos defender.

É um custo ou um investimento? É que na defesa existem diversos tipos de investimento, que necessáriamente não são custos.

Por exemplo:

X é estrategicamente melhor que Y, então o que X custa a mais, não é um custo, mas um investimento para ser estrategicamente melhor.

X não é necessáriamente mais "caro" que Y.

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brisa escreveu:Vinicius,

Concordo plenamente, mas acho que a indignacao de alguns colegas, se deve ao fato da pseudo tranferencia de tecnologia, com o consequente índice de nacionalizacao.

Nao sei se o acionista privado ou o gonerno de Minas venderam sua participacao na Helibras. Se de fato isto ocorreu, que tranferencia de tecnologia é essa?

E o esquilo???

Agora se transferencia de tecnologia for transferencia de linha de montagem de matriz para filial ai a coisa é de fato muito "preta"

sds

Concordo com isso tudo. Fui o primeiro que levantou as críticas a essa compra. Na verdade, não à compra eu si, mas a falta de opção. Na minha "crônica", eu dizia que as críticas deveriam ser feitas ao País, que ignorou a área de asas rotativas, se acomodando na Helibras, que de brasileira tinha muito pouco. Não temos nenhuma empresa nacional com competência para produzir helicópteros além da Helibras (montar, seria um termo mais adequado). Sendo assim, dos males, o menor.

Devo lembrar que a indústria aeronáutica vai muito além da fabricante/montadora. Há um sem número de empresas fornecedoras, assim como na indústria automobilística. A VW, Fiat, GM, projetam e montam seus veículos. As peças dos carros, porém, são produziadas por outras empresas. Então o X da questão da transferência de tecnologia, não é ajudar a própria subsidiária, é transferir tecnologia para que empresas brasileiras do ramo aeronáutico possam se qualificar para tornarem-se fornecedoras de equipamentos para helicópteros, elevando assim o índice de nacionalização das aeronaves montadas no país. Isso gera desenvolvimento, renda, empregos. Assim, quem sabe um dia, não possamos ter uma Embraer dos helicópteros, projetando e montando suas aeronaves no país. Com peças nacionais.

Acho o EC 725 um excelente vetor.

Agora, o "extrategicamente melhor" no caso da Helibras (transferencia de tecnologia) é que nao da para engolir.

Agora se isto for para acalmar a plebe e evitar chiadeiras....bom tirem suas conclusoes.

Continuo achando que a mudanca da linha de producao de pai para filho, nao implica em nenhuma transferencia de tecnologia.

Porque o governo nao falou em golden share com a Helibras???

Como falei, toda compra de armas é POLÍTICA, antes de tudo, assim a chiadeira é apenas de perdedores, nada mais.

Ganhou quem ofereceu o que estamos querendo, qual seja, construção local com transferência de tecnologia.

Não existe uma empresa nacional de Helos, porque não foi criada uma estatal. A EMBRAER só existe porque era estatal. Só existe 02 grandes tipos de empresas de transformação no Brasil, estatais ou ex-estatais e multis. Agora, tentar atribuir isso ao EC-725 ou a Helibras é manobra de perdedor, chorem em outro lugar.

Se alguém acha que fabricar 50% aqui é pouco, diz isso porque não conhece a realidade industrial do Brasil, e do mundo moderno. Queria 100%, mas sei o quanto isso é complexo no mundo atual.

Assim, parem de travestir argumentos e opiniões pessoais como se fossem fatos. Os fatos indicam transferência de linha de montagem, com transferência de tecnologia e índice de nacionalização, inclusive com adaptações feitas aqui, como a aviônica por exemplo.

Outra coisa convenientemente esquecida, é que a Turbomeca do Brasil, já é o centro de treinamento e reparo da América do Sul, as turbinas dos EC-725 serão as primeiras a serem montadas no Brasil, para um produto aeronáutico em grande escala por uma multinacional. Portanto, está sendo quebrada um barreira importante.

Esqueçam industrial nacional de helo, porque o GOVERNO não vai mais bancar essas coisas, e a iniciativa privada brasileira, essa nunca fez nada de importante no Brasil, e não será agora que vai começar. Não existe porque falar em Ações Golden Share aqui, a Helibras nunca teve participação majoritária do Governo, a Eurocopter sempre foi o maior acionista, e hoje é acionista majoritária da empresa. Porque a parte privada brasileira da CIA, sempre foi vendedora de suas ações.

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