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Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jun 12, 2018 8:52 pm
por FCarvalho
Sim, concordo. Mas é fato de que a depender dos interesses em jogo dos nossos fornecedores, qualquer linha de abastecimento pode ser literalmente cortada antes mesmo de qualquer tentativa de negociação. É aí já viu.

É sempre bom lembrar que países não tem amigos, mas interesses comuns. E neste aspecto o Brasil nunca teve boa memória e menos ainda maturidade. Em todos os sentidos.

Não defendo fazer tudo aqui, mas um equilíbrio impositivo entre compras de oportunidade e desenvolvimento nacional. Mas do jeito que as coisas são, este é um assunto cada vez mais longe de chegar a bom termo.

Abs

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jun 12, 2018 8:58 pm
por gabriel219
Mas Flávio, não tem o que fazer.

Não temos como desenvolver um CC até 2025 sem quebrar o programa Guarani e muito menos desenvolver um Heli de ataque. Mesmo que desenvolvamos, pode ter certeza que 70% das peças serão importadas, ai não adianta nada.

É um tiro no pé.

Hoje é coisa usada modernizada ou nada, não tem pra onde fugir.

Aliás é extremamente difícil entrarmos em conflitos de interesses com EUA e Alemanha para cortarem suprimentos de algum desses equipamentos que citei.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jun 12, 2018 10:09 pm
por Fábio Machado
FCarvalho escreveu: Ter Jun 12, 2018 8:52 pm Sim, concordo. Mas é fato de que a depender dos interesses em jogo dos nossos fornecedores, qualquer linha de abastecimento pode ser literalmente cortada antes mesmo de qualquer tentativa de negociação. É aí já viu.

É sempre bom lembrar que países não tem amigos, mas interesses comuns. E neste aspecto o Brasil nunca teve boa memória e menos ainda maturidade. Em todos os sentidos.

Não defendo fazer tudo aqui, mas um equilíbrio impositivo entre compras de oportunidade e desenvolvimento nacional. Mas do jeito que as coisas são, este é um assunto cada vez mais longe de chegar a bom termo.

Abs
Eu comungo com a sua posição, desenvolvimento de uma industria de defesa não é um luxo, mas uma questão de segurança nacional. Este é um setor que sofre uma forte interferência política, tanto por motivos geopolíticos como por questões locais. Lembremos que quando o Brasil se decidiu pelo Gripen houveram vozes no parlamento sueco questionando a venda com argumento da carência de nosso país em áreas sociais. Essa arrogância primeiro mundista vem se tornando comum, de modo que existem cada vez mais pressões para suprimir a venda de armas a países de terceiro mundo ou com problemas de direitos humanos. Não nos esqueçamos que os alemães se recusaram vender 200 leopard 2a7+ para a Arabia Saudita, grande aliada da OTAN no oriente médio.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jun 12, 2018 10:30 pm
por gabriel219
Me apresentem um plano factível de renovação da artilharia, helicópteros de ataque e de blindados nacionais, que não custe tanto ao ponto de parar os demais programas e eu concordo em não fazer compra de oportunidade.

Claro, tem que ser 100% nacional, não adianta ser 70%, pois 30% sendo boicotado já é o suficiente pra deixar aquartelado.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Qua Jun 13, 2018 12:37 pm
por FCarvalho
gabriel219 escreveu: Ter Jun 12, 2018 10:30 pm Me apresentem um plano factível de renovação da artilharia, helicópteros de ataque e de blindados nacionais, que não custe tanto ao ponto de parar os demais programas e eu concordo em não fazer compra de oportunidade.
Claro, tem que ser 100% nacional, não adianta ser 70%, pois 30% sendo boicotado já é o suficiente pra deixar aquartelado.
Olá Gabriel.

Vamos colocar assim, o atual PAED, em revisão, tem sido bem enxuto comparativamente à versão anterior, de modo que quantitativamente ele é bem inferior em demandas. Na verdade, está bem abaixo do que realmente necessitamos. Por outro lado é mais condizente com a falta de importância do assunto defesa no Brasil.

Existe legislação federal que determina investimentos mínimos na BID a partir de projetos das ffaa's, desde que o produto desejado esteja disponível aqui na mesma qualidade desejada pelos requisitos impostos. Na falta desta, a importação é o caminho. Nos países desenvolvidos existe leis análogas a estas que visam proteger e privilegiar suas próprias industrias e centros de desenvolvimento e pesquisa. No Brasil, infelizmente, se tornou apenas mais uma dentre as milhares feitas apenas para fazer constar, ao contrário do que acontece nos países que levam a sério a sua defesa.

Para ser bem resumido, temos como fazer com que o investimento na BID seja feito sem onerar outros setores que são tão ou mais importantes quanto a defesa. Isso é mera questão de contabilidade financeira e tanto o MD quanto o GF sabem como equilibrar isso. Fontes de recursos não faltam, Falta mesmo é vontade e interesse.

Falando em artilharia, por exemplo, há anos discutimos aqui a forma como ela vem sendo tratada, e tenho repetido o porque disso várias vezes nesse tópico, ou seja, artilharia não sobe morro e nem faz Aciso. Ou ao menos não subia ou fazia. Pelo que sei, agora tem de fazer e subir.... :roll:

Neste sentido, com a pressão cada vez maior dos artilheiros por alguma solução em seu campo, houve a oportunidade de buscar soluções, primeiro na forma do novo obuseiro AP sobre rodas. A partir deste modelo, viu-se quais eram os modelos disponíveis no mercado, custos e condições de negócio. Claro, visando um futuro mais a frente. Da mesma forma, já há tempos o EB tem interesse velado pelo M-777, embora sem condições de obter um número destes obuseiros em quantidade adequada vide nossas limitações orçamentárias de sempre. Mas isso não impediu que outros alternativas fossem observadas e avaliadas.

E é aí que começam os nossos problemas. Como disse em post anterior, toda vez que nos desviamos dos fornecedores tradicionais de material de defesa, indo na direção de russos e chineses, para citar apenas estes dois, há outros também, do nada começaram a aparecer ofertas de material que até outro dia nunca haviam sido sequer oferecidos ou disponibilizados para nós. Entram nessa conta M-1 Abrams, AH-1W, M-198 e outros. Tudo porque houve um interesse concreto de parte do EB em verificar fontes alternativas às tradicionais. Isso não tem nada a ver com as relações entre as ffaa' de lá e de cá, mas com geopolítica. Não interessa, e nunca interessou, aos nossos vizinhos do norte que alcançássemos um patamar de autonomia e independência indesejável para eles, principalmente do ponto de vista militar, incluindo aí a BID e o setor nuclear, cibernético e aeroespacial. É conhecida de todos aqui as investidas dos americanos, e indiretamente de europeus, influenciados/precionados por estes, sobre todo e qualquer projeto de P&D relativo a defesa no Brasil.

Visto isso, podemos constatar que de um certo angulo a participação de nossos próprios militares no sentido de manter esse círculo vicioso.

Mas e que alternativas temo?

Há várias engavetadas no MD, ou barradas simplesmente, hora pelo MF, hora pela secretaria civil da presidência da república. E como nunca tivemos um MD realmente interessado em modificar o status quo, assim vamos.

Para não me tornar prolixo, é só procurar no site do MD a quantidade de projetos e programas que estão parados ou esperando verba até para começar.

Mas deixo um exemplo do que poderia ser feito de prático: a concentração no MD da gestão de projetos de P&D ligados à defesa. Um segundo, a concentração no MD da gestão das verbas para a defesa. Os comandos militares exerceriam apenas função executiva. E três, fazer com que a legislação sobre defesa seja obedecida na prática.

Afora isso, a MB tem como obter recursos a partir de várias fontes relativas ao uso e exploração da nossa ZEE. Igualmente a FAB pode obter recursos a partir das atividades aeronáuticas do país. E por fim, o EB tem uma miríade de fontes que podem ser exploradas a partir de atividades dentro do território nacional.

Este é um expediente antigo e já bem conhecido de vários países. Inclusive vizinhos nossos de AS.

Falta-nos portanto conseguir um governo responsável e um MD realmente conhecedor dos problemas da área e com efetiva vontade de resolvê-los.

Dinheiro não é problema. Isso nós temos até de sobra sendo desperdiçado e roubado desde sempre.

abs.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Qua Jul 04, 2018 9:35 am
por akivrx78
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Foi construído 5 protótipos para testes.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Qua Jul 04, 2018 11:50 am
por gabriel219
Bom, precisa ter a capacidade de ser aerotransportado como todos os demais veículos de combate das Brigadas Guarani.

Creio que dificilmente seja, principalmente pela altura de 3,4 metros (KC-390 tem altura máxima de 2,9 metros).

Se o EB pensar em adquirir M777A2 um dia, sua versão de 52 calibres - M777ER - seria uma opção para um 155 mm AP, só ficaria faltando um sistema de carregamento semi-automático/automático. Isso tudo num chassi Mk6 seria perfeito.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jul 10, 2018 10:44 pm
por FCarvalho
Alguém sabe de alguma novidade sobre a suposta doação dos M-198 e Light Gun para o EB.
Está confirmado ou vai ficar pra outro dia?

ps: um radar de contra bateria é uma necessidade reconhecida há tempos. O que o EB pensa e/ou está fazendo a despeito?

Abs

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Ter Jul 10, 2018 11:19 pm
por gabriel219
FCarvalho escreveu: Ter Jul 10, 2018 10:44 pm Alguém sabe de alguma novidade sobre a suposta doação dos M-198 e Light Gun para o EB.
Está confirmado ou vai ficar pra outro dia?

ps: um radar de contra bateria é uma necessidade reconhecida há tempos. O que o EB pensa e/ou está fazendo a despeito?

Abs
Pelo visto vão vim, mas falta separar o dindin. O HEMMT era uma necessidade maior, talvez venham em pacotão.

A Imbel pretende assinar nos próximos meses um acordo com a Norinco para fabricar novas munições 155 mm. O que dizem internamente é para o M109A5+ e para o M198.

Se o EB for esperto, também vai atrás de fazer uma imitação das cargas MACS. Com ela o M198 dispara Excallibur, sem falar da maior eficiência.

Sem dúvidas que a Norinco deve ter algo do tipo e o portfólio de munições deles é excelente. Dizem que serve em qualquer peça 155 mm, então vai ser um ganho enorme pro EB:
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Conhecendo os Chineses, devem ser cópias das munições Americanas.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Qua Jul 11, 2018 3:35 am
por gabriel219
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Falando em MACS, parece que os Chineses copiaram também. Essa imagem sugere isso, que seriam essas cargas do lado direito.

Se isso e as munições funcionarem em nossos M109A5+ e futuros M198 (a atualização eletrônica pode ser feita pela Imbel com o Gênesis), teremos um salto gigantesco na arma de Artilharia e nos colocará na vantaguarda na AL por muito tempo.


M198"M" e M109A5+, utilizando MACS Flango, novas munições 155 mm (aumentando o alcance entre 22 km-50 km, utilizando Excallibur ou mesmo M1156 PGK); Astros Mk6 com MCT-300, SS 40 G e SS 150 G, além de reviver o FOG-MPM (agora contando também com RF Link e EO/IR terminal, tal como Spike NLOS porém com 60 km de alcance ou mais); e até Armadillo, se caso for adquirir para tropas leves, podendo utilizar o FOG-MPM, SS 40 G e foguetes 70 mm, quem sabe até GATR...

Se tudo sair como o planejado, nós teremos uma baita artilharia solo-solo nos próximos anos, algo sem comparações neste continente.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Qua Jul 11, 2018 9:12 am
por FCarvalho
Bom, são muitos planos para poucos recursos. Conquanto, os chineses tem tecnologia e produtos que mesmo sendo cópias de modelos ocidentais, via de regra hoje não deixam a desejar em qualidade e efetividade. E tudo por preços acessíveis em relação aos nossos fornecedores tradicionais.
Na verdade, tirando o ranço ideológico a parte, a busca por novos produtos e parceiros no campo militar deve ser um objetivo a ser buscado permanentemente.
Principalmente em relação à países em desenvolvimento e não alinhados.
Com certeza sair do quadrado de sempre vai ser uma tarefa dura, quase hercúlea, mas possível.
Esse contato da Imbel com a norinco pode ser o indicativo de um bom primeiro passo.

Abs

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Dom Jul 15, 2018 3:14 am
por knigh7
FCarvalho escreveu: Ter Jul 10, 2018 10:44 pm Alguém sabe de alguma novidade sobre a suposta doação dos M-198 e Light Gun para o EB.
Está confirmado ou vai ficar pra outro dia?

ps: um radar de contra bateria é uma necessidade reconhecida há tempos. O que o EB pensa e/ou está fazendo a despeito?

Abs
Olha, não é bom vc ter esperança com assianturas de contratos que se tem de dar um downpayment para o início da entrada em vigor (como é o caso das vendas via FMS).

Pelo PLOA para 2019 encaminhado pelo Executivo e piorado até agora com o Congresso (aumento de gasto para despesas obrigatórias e proposições que derrubam a arrecadação), dificultando mais os investimentos e despesas de custeio, nós não vamos ter capacidade de pagar os contratos da área de Defesa que já fizemos.

Evidentemente, valores muito baixos, como é o caso de doação sem modernização, o MD vai acabar conseguindo levar a cabo a assinatura de contratos. Mas no geral, vai ser muito difícil vermos contratos assinados por aí.

Faço uma ressalva quanto ao projeto Classe Tamandaré, que pelo aporte dos R$1 bilhão neste ano para a Emgepron oriundo do Fundo da Marinha Mercante. Este vai ser assinado e será executado no próximo ano.

2019 vai ser um dos um dos piores anos para a Defesa.

(É bom a gente botar as barbas de molho e tomar cervejas para relaxar...até chegar 2020).

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Dom Jul 15, 2018 11:08 am
por sarto
Ja existe pessoal do EB fazendo escolha dos tubos. Informacao repassada por jornalista de T&D, a uma pergunta que fiz no Face.

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Dom Jul 15, 2018 11:42 am
por FCarvalho
knigh7 escreveu: Dom Jul 15, 2018 3:14 am
FCarvalho escreveu: Ter Jul 10, 2018 10:44 pm Alguém sabe de alguma novidade sobre a suposta doação dos M-198 e Light Gun para o EB.
Está confirmado ou vai ficar pra outro dia?
ps: um radar de contra bateria é uma necessidade reconhecida há tempos. O que o EB pensa e/ou está fazendo a despeito?
Abs
Olha, não é bom vc ter esperança com assianturas de contratos que se tem de dar um downpayment para o início da entrada em vigor (como é o caso das vendas via FMS).
Pelo PLOA para 2019 encaminhado pelo Executivo e piorado até agora com o Congresso (aumento de gasto para despesas obrigatórias e proposições que derrubam a arrecadação), dificultando mais os investimentos e despesas de custeio, nós não vamos ter capacidade de pagar os contratos da área de Defesa que já fizemos.
Evidentemente, valores muito baixos, como é o caso de doação sem modernização, o MD vai acabar conseguindo levar a cabo a assinatura de contratos. Mas no geral, vai ser muito difícil vermos contratos assinados por aí.
Faço uma ressalva quanto ao projeto Classe Tamandaré, que pelo aporte dos R$1 bilhão neste ano para a Emgepron oriundo do Fundo da Marinha Mercante. Este vai ser assinado e será executado no próximo ano.
2019 vai ser um dos um dos piores anos para a Defesa.
(É bom a gente botar as barbas de molho e tomar cervejas para relaxar...até chegar 2020).
Todo ano é a mesma merda com o PLOA. Pior ainda em ano eleitoral. Os fdp de Brasília olhando o próprio bolso e interesses e o resto que se f...
Mas espero que no caso dos M-198 saia alguma coisa já que se trata de doação de material excedente. Não há modernização nem nada. Só o preço do transporte é burocracia. Já no caso dos M-109A5, acho que será atingido em cheio.
Nem espero nada sobre Light Gun, porque esses não existem em quantidade tão grande que justifique a sua doação.
Já podemos nos dar por satisfeitos.

Abs

Re: ARTILHARIA DA F TERRESTRE

Enviado: Dom Jul 15, 2018 11:49 am
por FCarvalho
sarto escreveu: Dom Jul 15, 2018 11:08 am Ja existe pessoal do EB fazendo escolha dos tubos. Informacao repassada por jornalista de T&D, a uma pergunta que fiz no Face.
Como se trata de material usado e estocados há tempos, existe a necessidade de verificar as condições em que estão. Até porque, a maioria destes obuseiros não sabe o que é ação há pelo menos uns vinte anos.
Além disso, devem ter sido utilizados até o osso, no caso dos mais antigos.
Os modelos mais recentes do M-198 foram produzidos em 1992. Quem sabe com alguma sorte a gente consegue colocar as mãos nestes, menos usados.

Abs