LeandroGCard escreveu:JL escreveu:Ou seja para desespero dos almirantes eu sou o cara que defende uma grande guarda costeira com aviação naval, uma pequena força oceânica de superfície e uma boa arma submarina. Sem Nae, sem muitos meios anfíbios, sem fragatas de 1 bilhão de dólares.
Acho que não entendi.
Como se pode ter "uma pequena força oceânica de superfície" sem ter pelo menos algumas "fragatas de 1 bilhão de dólares"? Mesmo as fragatas mais "simplesinhas" hoje não vão ficar muito mais baratas do que isso. Ou você se refere a ter as CV-3 (ou algo equivalente) como os maiores navios de combate de superfície da MB?
Leandro G. Card
Vou tentar explicar, não é tarefa fácil, porque tenho que traduzir os pensamentos em palavras.
Primeiramente a minha concepção rompe com o pensamento naval tradicional, muito vigente na nossa Marinha, esta doutrina é formada pela experiência histórica do emprego das forças navais nos últimos conflitos, desta forma fico desvinculado de conceber a marinha em qualquer molde tradicional.
Segundo ponto: A minha visão é totalmente defensiva, ou seja, a preocupação principal é com a Zona de Exploração Econômica, em duas vertentes:
A primeira a vigilância e segurança deste território marítimo ou seja uma grande guarda costeira que o pessoal costuma a ter repugnância, claro que com concepções mais modernas como um grande sistema integrado de vigilância e sensoriamento integrado, incluindo tecnologias como os Veículos Aéreos Não Tripulados os quais creio se adaptariam muito bem a vigiar o mar territorial.
A segunda vertente a visa a dissuasão e neste ponto, considero que somente grandes esquadras podem vir até aqui, então aposto primeiro na arma submarina a qual costumo a dividir em duas a formada por submarinos de porte oceânico como os que estão em foco no momento nas principais concorrências, ou seja navios como o Type 214 – 216, Scorpene, Barracuda etc. E como estes barcos são caríssimos e o mar é muito grande, com extensão enorme, gosto muito da ideia de ter submarinos menores de menor custo e em maior número como uma espécie de peão no tabuleiro naval. Unidades como os antigos Type 206 alemão ou o Toti italiano ou até menor como os submarinos norte coreanos. Penso que estes barcos poderiam ser construídos com projeto nacional, usando a tecnologia agregada com a construção das unidades maiores e certamente pela sua dispersão no nosso litoral seriam uma dor de cabeça para qualquer frota que se aventura-se por aqui. Atuariam próximo ao litoral nas águas rasas, como elementos de tocaia.
Completo a capacidade de dissuasão com aeronaves de ataque com algum sistema de armas no estado da arte e com a artilharia de costa como goleiro do sistema. Não esquecendo da guerra de minas, que já foi provado pela experiência norte americana no Golfo Pérsico, que é uma das melhores armas na relação custo benefício contra uma marinha invasora.
Agora indo para o núcleo oceânico
Mas existem outras hipóteses de conflito e de emprego, em que o esquema acima exposto não poderia atender, são missões em tempo de paz como Haiti, Líbano etc. São escoltas de navios de carga pelo Atlântico Sul ou a rara possibilidade de confronto naval entre países sul americanos. Então é necessário ter algumas fragatas e para que elas sejam oceânicas precisam do apoio de um navio de reabastecimento, o qual também deveria prover apoios de reabastecer com sólidos, como víveres e munições e também rebocadores oceânicos.
Claro que o número seria mínimo, considerando a premissa de três navios para se ter um sempre em operação, tendo em vista manutenção etc. Assim nesta lógica para se ter sempre três fragatas necessitamos de 09 navios. Sendo este o número básico.
Realmente, levando em conta a verba sempre escassa, ter fragatas de 1 bilhão de dólares, seria algo difícil, pois os navios prioridade nesta marinha imaginada seriam os submarinos oceânicos e não as fragatas, pois o seu emprego é secundário nesta concepção, que repito é defensiva e visa a segurança e dissuasão do mar territorial.
Então o patamar de modernidade deste núcleo oceânico fica fixado pelos meios existentes nesta região do oceano Atlântico, assim os melhores meios aqui são as fragatas sul africanas Classe Valour, então diria que elas seriam o top neste contexto, os outro navio é a classe Almirante Padilla, também de origem alemã e muito menor que equipa a Colômbia, temos também as Meko 360 e as corvetas Meko 140 da Argentina. Ou seja, hoje precisáriamos que estas 09 fragatas estivessem com um poder de combate semelhante. Assim são navios com menor custo que as FREMM por exemplo.
Concluindo
Por último, fazendo um acréscimo que antes de ter fragatas mais custosas gostaria de mobiliar o núcleo oceânico com um navio de multi emprego, com melhores capacidades de emprego de aeronaves, leia-se helicópteros. Talvez uma versão menor do Juan Carlos I ou do Mistral. Um navio que permitira múltiplas missões incluindo resgate humanitário, apoio a ações da ONU etc. O qual poderia ser provido com sistemas de defesa, cito o exemplo de uma versão do italiano San Giorgio encomendado pela Argélia o qual terá o sistema ASTER. Assim o sistema que falta nas fragatas poderiam ser acrescidos neste navio de maior porte ou seja helicópteros anti submarino pesados e sistema antiaéreo de defesa de área, ficando as fragatas apenas com a defesa de ponto. Este navio aproveitando os meios de observação aérea também poderia receber um míssil anti navio de maiores prestações como o Brahmos. Seria um aproveitamento ao máximo do casco maior. Uma
espécie de cruzador, o qual seria a nau-capitânia.
Repito este navio seria um acréscimo se os outros patamares fossem atingidos e ele não substitui de maneira nenhuma um Nae, apenas é a tentativa de conciliar em um só meio as funções de servir de base para helicópteros pesados e de ter uma plataforma de armas como mísseis de longo alcance, a fim de complementar as fragatas que tem menor poder de fogo.
Claro que nada impede, que alcançado a missão primordial da segurança e defesa da zona exclusiva e havendo verba, não possamos ter fragatas mais poderosas no núcleo oceânico.
Bem é apenas uma concepção pessoal, como tudo tem vantagens e desvantagens, como pode ver não existe menção a caças embarcados ou a meios anfíbios e forças de fuzileiros navais.