FIGHTERCOM escreveu:Petry,Petry escreveu: Mas é obrigatório fazer a especialização da Embraer?
EU acredito que dá para delegar determinados campos a centros de pesquisas de universidades brasileiras.
Um exemplo é a Digicon (empresa gaúcha), que participou do AMX e hoje produz peças para todos os Airbus, inclusive A-380. Sua base de engenheiros são todos da UFRGS e PUCRS.
A AEL tem crescido muito garimpando engenheiros na UFRGS e PUCRS, mandando parte para Israel e outros não.
Ainda tem a Aeromot e uma que esqueci o nome que faz retrofit para conversão de aeronaves em UTI.
Com certeza dá para decentralizar determinados tópicos e fazer uma parceria entre as empresas e as universidades para desenvolver algo e depois juntar num projeto. Existem diversas outras universidades de excelência.
Depende. Se você está acabando de concluir o curso de graduação e deseja entrar na Embraer, a resposta é sim! Hoje o PEE é a porta de entrada para a Embraer. Caso contrário, você precisa ser um profissional altamente qualificado e ex-empregado da Airbus/ Boeing.
Quando citei o caso da Embraer, não foi para propor que a mesma centralize todo o desenvolvimento de um caça. O intuito era demonstrar como este processo é demorado e caro. Se a Embraer, com toda a sua capacidade, está formando uma média de 100 profissionais por ano, como a Digicon e a AEL poderiam fazer melhor? Simplesmente não dá.
O ideal seria descentralizar as atividades, como você bem colocou, tendo várias empresas e centros de pesquisa envolvidos. Desta forma, os riscos seriam mínimos para cada parte. Além disso, na falta de um membro, as atividades poderiam ser facilmente absorvidas pelos demais. Porém, quem irá pagar esta conta? Não dá para ficar esperando somente pelo Governo Federal. Já para as empresas precisa ser atrativo, caso contrário elas não investem um centavo sequer. O problema é que nesse setor, o nosso histórico é de mais baixos do que altos, fazendo com que os empresários fiquem receosos.
Att.,
Wesley
Eu fiz o processo do PEE e fui eliminado na última fase, escolhi como primeira opção Manufatura e eles não escolheram nenhum desta área por aqui. Me fizeram optar por 6 linhas profissionais sendo que só escolheriam de acordo com a demanda da Embraer. Essas 6 linhas não suportam o desenvolvimento de um caça, necessitando de outras fontes geradoras de conhecimento.
Citem a Digicon por eu ter conhecido a empresa e visitei todas as máquinas de produzem peças aeronáuticas. Essa produção é o lado positivo que já pagou todo o investimento feito no AMX.
Citei a AEL porque é um exemplo de área que a Embraer não precisaria desenvolver no seu interior. O conhecimento da AEL não é só para aeronaves, existe diversos frutos que geraram produtos para o mercado civil, como até rastreamento de veículo. Se não me engano, o satélite nacional recem desenvolvido foi uma parceria da AEL com universitarios locais.
Eu acredito que, principalmente as universidades públicas, tem o dever de desenvolver conhecimentos científicos para o desenvolvimento nacional. O Governo deveria atribuir às universidades metas de desenvolvimento, que nem na China. Um colega engenheiro chinês que tive o prazer de conhecer pessoalmente, teve o tema de seu mestrada "escolhido" pelo "governo local". No brasil vemos algo bem tímido, como bolsas para o desenvolvimento de determinados assuntos. O GF deve criar um ambiente propício para a união dos centros universitários com as empresas locais e em troca, estes centros gerarem conhecimentos em determinadas áreas estipuladas pelo governo.
Fico imaginando se cada região pudesse focar em determiada área, não só na aviação, mas que atendesse todas as lacunas do parque industrial brasileiro, seria um baita passo.
Concordo contigo que isso não deve partir somente das empresas, pois para isso, deve haver um ambiente onde haja retorno financeiro para essas empresas. O GF vai ter que bancar, e se isso tivesse acontecido em 1994, poderíamos estar colhendo belos frutos. Cada ano que passa, mais tempo de pesquisas foram deixado de lado.