EUA
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Re: EUA
Um beijo (e uma reunião calorosa) e o ódio entre União Europeia e EUA passou a “amor”
Um princípio de acordo sobre as taxas alfandegárias entre União Europeia e EUA, uma sala envolta numa onda calorosa e um beijo de Juncker. EUA e UE passaram a adorar-se, depois da guerra, diz Trump.
“Obviamente, a União Europeia e os Estados Unidos da América adoram-se“. Donald Trump não resistiu e, depois da reunião com Jean-Claude Juncker que ditou um princípio de acordo sobre o conflito comercial entre Washington e Bruxelas, escreveu uma série de tweets, entre os quais um com a fotografia de um beijo que Juncker lhe deu na Casa Branca (é habitual os homens cumprimentarem-se com um beijo em países como o Luxemburgo). As duas frentes do conflito afinal já se “adoram”, segundo Trump, que há uma semana na Escócia chamava “inimigo à União Europeia”.
Ao todo foram seis os tweets sobre o acordo com Juncker que o presidente dos EUA escreveu na rede social a que recorre com frequência. Trump diz ter sentido um ambiente “caloroso” na sala onde se reuniu com o presidente da Comissão Europeia e onde ambos chegaram a um acordo sobre as taxas alfandegárias. Foi tudo muito rápido e a conferência de imprensa anunciada de surpresa, depois de apenas duas horas de reunião entre os dois líderes políticos. Para trás ficam declarações de guerra bem recentes, como a que Trump fez ainda há uma semana, numa entrevista à CBS, referindo-se à União Europeia como “um inimigo” pelo que fazia com os Estados Unidos precisamente neste capítulo do comércio, onde agora já se pode ler a palavra “amor”.
“Foi uma ótima reunião”, descreveu Trump, referindo-se ao “forte entendimento” que considera ter saído da reunião onde diz ter havido “calor e sentimento”. Tanto que “rapidamente” se deu “um avanço” que “ninguém achava possível”. “É ótimo que a relação com a União Europeia esteja outra vez sobre rodas”, conclui Trump num outro tweet: “Foi um grande dia para um comércio livre e justo”.
As relações comerciais entre os dois países estavam tensas devido às taxas alfandegárias impostas por Washington às importações de aço e alumínio (que contou com retaliação da parte europeia), mas também devido à ameaça do presidente norte-americano de aplicar uma taxa que poderia chegar a 20% sobre as importações de carros e componentes, caso a União Europeia não eliminasse as taxas e barreiras que coloca às empresas norte-americanas.
A guerra parecer te acabado — pelo menos por agora — em amor, embora não tanto como Trump poderia ter pensado, a julgar pelo momento sublinhado por uma repórter do Politico, também no Twitter. Depois da conferência de imprensa conjunta, Trump tenta amparar Juncker a subir três degraus, mas o presidente da Comissão Europeia — que ainda recentemente aceitou a ajuda do primeiro-ministro português durante uma “uma crise particularmente dolorosa de ciática”– rejeita-lhe a mão.
https://observador.pt/2018/07/26/um-bei ... ou-a-amor/
Um princípio de acordo sobre as taxas alfandegárias entre União Europeia e EUA, uma sala envolta numa onda calorosa e um beijo de Juncker. EUA e UE passaram a adorar-se, depois da guerra, diz Trump.
“Obviamente, a União Europeia e os Estados Unidos da América adoram-se“. Donald Trump não resistiu e, depois da reunião com Jean-Claude Juncker que ditou um princípio de acordo sobre o conflito comercial entre Washington e Bruxelas, escreveu uma série de tweets, entre os quais um com a fotografia de um beijo que Juncker lhe deu na Casa Branca (é habitual os homens cumprimentarem-se com um beijo em países como o Luxemburgo). As duas frentes do conflito afinal já se “adoram”, segundo Trump, que há uma semana na Escócia chamava “inimigo à União Europeia”.
Ao todo foram seis os tweets sobre o acordo com Juncker que o presidente dos EUA escreveu na rede social a que recorre com frequência. Trump diz ter sentido um ambiente “caloroso” na sala onde se reuniu com o presidente da Comissão Europeia e onde ambos chegaram a um acordo sobre as taxas alfandegárias. Foi tudo muito rápido e a conferência de imprensa anunciada de surpresa, depois de apenas duas horas de reunião entre os dois líderes políticos. Para trás ficam declarações de guerra bem recentes, como a que Trump fez ainda há uma semana, numa entrevista à CBS, referindo-se à União Europeia como “um inimigo” pelo que fazia com os Estados Unidos precisamente neste capítulo do comércio, onde agora já se pode ler a palavra “amor”.
“Foi uma ótima reunião”, descreveu Trump, referindo-se ao “forte entendimento” que considera ter saído da reunião onde diz ter havido “calor e sentimento”. Tanto que “rapidamente” se deu “um avanço” que “ninguém achava possível”. “É ótimo que a relação com a União Europeia esteja outra vez sobre rodas”, conclui Trump num outro tweet: “Foi um grande dia para um comércio livre e justo”.
As relações comerciais entre os dois países estavam tensas devido às taxas alfandegárias impostas por Washington às importações de aço e alumínio (que contou com retaliação da parte europeia), mas também devido à ameaça do presidente norte-americano de aplicar uma taxa que poderia chegar a 20% sobre as importações de carros e componentes, caso a União Europeia não eliminasse as taxas e barreiras que coloca às empresas norte-americanas.
A guerra parecer te acabado — pelo menos por agora — em amor, embora não tanto como Trump poderia ter pensado, a julgar pelo momento sublinhado por uma repórter do Politico, também no Twitter. Depois da conferência de imprensa conjunta, Trump tenta amparar Juncker a subir três degraus, mas o presidente da Comissão Europeia — que ainda recentemente aceitou a ajuda do primeiro-ministro português durante uma “uma crise particularmente dolorosa de ciática”– rejeita-lhe a mão.
https://observador.pt/2018/07/26/um-bei ... ou-a-amor/
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Re: EUA
Já foi um "saco de pancada", agora Michael Cohen parte para o ataque a Trump
Disse que por Trump se punha à frente de uma bala. Acreditava que a admiração e a amizade eram mútuas. Quando ficou em apuros, pediu-lhe a mão. Agora sente-se traído e ninguém sabe que danos podem os segredos que tem para contar ao FBI podem fazer ao Presidente dos EUA.
PHILIP RUCKER
Na última década, Michael Cohen foi o advogado pessoal de Donald Trump e o seu homem de mão. Era um ardente subordinado, executando todos os desejos da celebridade para quem trabalhava na ânsia de receber elogios e afecto. Disse que se punha à frente de uma bala por Trump, e mesmo quando o Presidente não lhe deu um cargo na Casa Branca, continuou a devotar-lhe uma lealdade eterna.
Mas até no mundo de Trump a eternidade tem os seus limites.
Ao divulgar as gravações que fez às escondidas de conversas com Trump sobre a compra dos direitos de divulgação de uma história sobre um caso extramatrimonial com uma modelo da Playboy, Cohen tomou a decisão definitiva de romper os laços com o seu cliente de longa data. A jogada sublinha a deterioração da relação entre Cohen e Trump, e cria preocupação na Casa Branca sobre a possibilidade de que o antigo advogado — sob investigação devido a suspeitas de irregularidades ligadas ao financiamento da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016 — possa passar segredos sobre o Presidente ao FBI.
Nos quase quatro meses que passaram desde que a polícia federal (FBI) fez buscas nos escritórios, casa e quarto de hotel do advogado, Cohen esperou por um telefonema ou outro sinal de apoio da parte de Trump, que nunca chegou, e sentiu-se ferido e abandonado. De acordo com os seus próximos, Cohen ficou frustrado quando Trump começou a falar nele no passado, entrando em pânico no mês passado quando pensou que o Presidente já não queria saber dele e ficando furioso quando o novo advogado de Trump, “Rudy” Giuliani, contradisse algumas das suas declarações.
Na hora mais difícil de Cohen, disse um dos seus colaboradores, Trump “estava a abandoná-lo às feras”.
O resultado é o estado de guerra aberta entre o advogado e o seu antigo cliente. Cohen decidiu passar de defensor acérrimo de Trump a paladino da verdade, não querendo saber das possíveis ramificações políticas ou legais para o Presidente, diz Davis, um dos advogados de defesa de Cohen.
“Ele teve que carregar no botão de ‘apagar’”, disse Davis numa entrevista. “Teve que dizer que respeita o FBI. Teve que dizer que acredita nos serviços secretos quando dizem que a Rússia interferiu nas eleições. Teve que dizer que as reuniões na Trump Tower foram, na melhor das hipóteses, um erro de cálculo. No final, ele teve que dizer ‘Não vou ser mais o saco de pancada’ que disse ser quando proferiu a frase ‘Ponho-me à frente de uma bala...”
As decisões de Cohen parecem ser mais motivadas por se sentir ofendido com a indiferença do Presidente e pelo sentimento de traição — a que se junta o peso financeiro do processo em que é visado, conduzido por procuradores federais —, do que por uma estratégia legal que o ajude.
A surpresa
Na terça-feira, a divulgação das gravações entre Trump-Cohen apanhou de surpresa os advogados de acusação do caso de Cohen, disseram fontes próximas do processo. Advogados e detectives que, de momento ou no passado interrogaram Cohen — alguém visto como preparado para conseguir um acordo judicial — questionaram por que razão decidiu tornar público material que pode vir a ser considerado prova. Por norma, este tipo de jogada irrita os investigadores e torna os acordos mais difíceis, disseram as mesmas fontes.
No processo de investigação às finanças da campanha, os investigadores federais mostraram interesse em perceber que interacções tinha o advogado com a campanha, incluindo o seu papel na resolução de acusações sobre comportamento impróprio feitas por várias mulheres. Também estão a tentar perceber se além de Cohen alguém tinha conhecimento de dois casos, o de Stormy Daniels e o de Karen McDougal, antes de eles aparecerem nas notícias e relatórios.
Ao abrigo do mandado de busca, e segundo uma fonte próxima do processo, os investigadores pediram a Cohen para entregar dados sobre comunicações entre os dois, ou entre o advogado e membros da campanha, sobre a gravação de 2005 feita pelo programa “Access Hollywood” em que Trump diz que agarra determinadas partes do corpo feminino.
Dentro da Casa Branca, Trump ficou furioso com a divulgação da conversa com Cohen, feita em Setembro de 2016, sobre financiar o acordo que McDougal tinha feito com a American Media Inc. (dona do National Enquirer) para vender a história de um suposto caso que teve durante dez meses com Trump; a história nunca foi publicada.
O Presidente está zangado por o seu advogado ter gravado conversas entre os dois, mas já sabia antes da semana passada que a gravação existia, disseram fontes próximas de Trump. “Que espécie de advogado grava o seu cliente?”, perguntou Trump no Twitter. “Uma tristeza”.
O Governo apreendeu mais de cem gravações de conversas entre Cohen e outras pessoas que falam de assuntos que podem estar relacionados com Trump e os seus negócios, disseram duas pessoas que conhecem as gravações. Tudo indica que Cohen fez algumas das gravações no iPhone — sem dizer a ninguém que as estava a gravar. Uma parte significativa são gravações feitas sub-repticiamente a jornalistas que se encontraram com ele para falar de Trump durante a campanha e depois da eleição, disseram as duas fontes.
A voz de Trump está em várias gravações, mas apenas em trechos — sobretudo quando devolve chamadas de Cohen ou quando deixa mensagem no voicemail a pedir para o advogado lhe ligar. A única agravação em que Trump e Cohen têm aquilo a que se pode chamar conversa é a divulgada na terça-feira, segundo estas duas fontes.
“Michael Cohen tinha o hábito de usar o telefone para gravar conversas em vez de tomar notas”, disse Davis, o seu advogado. “Nunca foi sua intenção usá-las e certamente nunca quis enganar ninguém”.
Os conselheiros de Trump estão a debater, em privado, se pedem uma intervenção ao tribunal que tem o caso sobre esta fuga indiscriminada das gravações para os media, ou se divulgam eles material que descrevem como desfavorável a Cohen, contaram aliados do Presidente.
Trump tem pedido a consultores de fora da Casa Branca informações sobre os negócios de Cohen e sobre o seu trabalho para outros clientes. O Presidente considera Cohen um vira-casacas que se aproveitou da sua associação com Trump, disseram alguns próximos. Um deles explicou o pensamento de Trump sobre o que está a acontecer: “Quem é que este tipo pensa que é para me trair? Se não fosse eu ele não era ninguém”.
Outro problema que preocupa Trump é o impacto das revelações no seu casamento, uma vez que as acusações de infidelidade têm feito títulos nos media, explicou um operacional do Partido Republicano que tem contacto frequente com a Casa Branca. O alegado caso com McDougal aconteceu pouco depois do terceiro casamento, com Melania, e do nascimento do filho de ambos, Barron, em 2006.
Stephanie Grisham, a porta-voz da primeira-dama, emitiu um comunicado a dizer que “é um bocado disparatado” que os jornalistas se preocupem com o facto de ela poder ter “ouvido a gravação nos noticiários” e que devia dar atenção a outros assuntos, por exemplo o bullying, um dos temas a que Melania se tem dedicado.
Receio na Casa Branca
Na órbita política de Trump, os seus aliados estão preocupados com a possibilidade de Cohen ter em seu poder outros dados que possam prejudicar o Presidente — e se os vai usar, como parece agora provável, ou altamente provável.
“O sentimento generalizado dentro e fora do edifício é que se houver mais alguma coisa, este é o homem que sabe, e agora vai contar tudo”, disse um operacional próximo da Casa Branca.
A equipa legal de Trump considera esta jogada de Cohen inexplicável pois diz que a divulgação das gravações não compromete o Presidente — questionam qual o seu objectivo.
Alguns dos mais acérrimos apoiantes de Trump acreditam que ao ter contratado Lanny Davis, um democrata amigo e conselheiro de Bill e Hillary Clinton há décadas, Cohen traiu o Presidente. Em Fevereiro, Hillary asssitiu à festa de lançamento do livro de Davis The Unmaking of the President 2016: How FBI Director James Comey Cost Hillary Clinton the Presidency (qualquer coisa como “Desmontar as eleições de 2016: como o director do FBI James Comey impediu a eleição de Hillary Clinton").
Na quarta-feira de manhã, os assessores e os aliados de Trump trocaram mensagens comentando a relação Cohen-Davis, e os apresentadores do "Fox and Friends", o programa matinal pró-Trump da Fox News, criticaram duramente Cohen.
“Todos achamos que ele está a ser usado por Lanny, que tem uma vendetta,” disse o antigo conselheiro de Trump Sam Nunberg, que trabalhou durante anos com Cohen.
Giuliani, o antigo presidente da câmara de Nova Iorque que é agora um dos advogados pessoais de Trump, tem estado a “bater” em Cohen por — como disse num tweet de quarta-feira — “revelar informação em segredo de justiça falsa e informações confidenciais”. “Que falta de ética.”
Um homem sozinho
Davis disse que Cohen se sente isolado, que está “em sofrimento” e que “se vê como um homem sozinho contra o Presidente dos Estados Unidos, Rudy Giuliani e toda a Administração”.
O desentendimento de Cohen com Trump pode torná-lo no herói acidental de um movimento de resistência. Davis lembrou que na quarta-feira, depois de ter sido entrevistado na ABC, atravessou a Pennsylvania Station, em Nova Iorque, e as pessoas aplaudiram-no, deram-lhe palmadas nas costas e disseram “Diga por favor a Michael Cohen ‘Obrigada por dizer a verdade’. Subitamente, Michael Cohen é uma esperança para milhões de pessoas”.
Com o mandado de busca de 9 de Abril, Cohen descobriu que era alvo de uma investigação federal por fraude bancária e por suspeita de violação da lei do financiamento das campanhas devido ao seu papel informal na campanha de Trump. Agentes do FBI estavam a escrutinar se tinha mentido em documentos bancários ou se tinha com ele provas de que inflaccionou o valor do seu negócio de táxis para conseguir financiamentos maiores. O advogado disse aos amigos que esperava ser preso no início do Verão.
Logo a seguir às buscas, Cohen manifestou interesse em falar directamente com Trump, mas repetidas vezes e tenazmente os advogados bloquearam-lhe o acesso, para não parecer que estavam a combinar dar a mesma versão da história. Os advogados de Trump disseram que o Presidente corria o risco político de ser acusado de estar a comparar notas com uma testemunha que tinha informação embaraçosa sobre ele.
Trump telefonou a Cohen quatro dias depois das buscas, falaram muito brevemente, como noticiou The New York Times, mas nunca mais falaram.
Em Junho, Cohen recebeu o que considerou um sinal de que Trump lhe tinha voltado as costas, segundo uma testemunha. Depois das buscas, a Trump Organization e Cohen combinaram que as empresas de Trump pagariam uma parte dos custos legais relativos ao trabalho feito para apurar que documentos apreendidos estavam protegidos pelo sigilo profissional e que não deviam ser dados aos investigadores.
Porém, alguns meses depois, a Trump Organization não quis pagar e queixou-se dos honorários invulgarmente elevados facturados pela firma de advogados de Cohen — o caso continua em disputa. E Cohen queixou-se aos amigos sobre as suas contas com advogados que eram cada vez mais altas e disse-lhes que receava estar a ser posto fora do mundo de Trump.
Alguns argumentam que Cohen estava a tentar arrancar de Trump o compromisso de que receberia um perdão presidencial caso enfrentasse acusações criminais. Mas Davis disse em entrevistas que o seu cliente não está à procura de um perdão, e Giuliani disse ao The Washington Post na terça-feira à noite que falar nisso “era totalmente inapropriado neste momento”.
Na década que esteve ao serviço de Trump — primeiro como advogado da Trump Organization e depois como advogado pessoal do magnata do imobiliário —, Cohen mostrou a sua lealdade. Em parte devido à natureza do trabalho que fazia para Trump, que não foi o de um consultor jurídico normal. Cohen descreveu o seu trabalho como o de facilitador, alguém que faz desaparecer os problemas.
Mas o respeito e a dedicação não eram mútuos, segundo Tim O’Brien, autor da biografia Trump Nation (Nação Trump). “Ele sempre tratou Michael como um cãozinho, alguém que fazia coisas por ele, mas nunca o considerou um dos seus pares nem nunca o tratou com respeito”, disse O’Brien. “Estamos sempre com a sensação de que Michael estava a tentar fazer o pater familias feliz, e que Trump estava sempre a gritar-lhe ordens”.
A lealdade de Cohen a Trump começou a esmorecer nos últimos meses ao sentir-se negligenciado pelo seu amo de há muitos anos.
Na semana passada, Cohen convidou o reverendo Al Sharpton, um defensor dos direitos civis que tem andado às turras com Trump, para um pequeno-almoço no hotel Regency, onde tem estado. Cohen escolheu uma mesa no meio da sala deste restaurante onde se vai para se ver e ser visto, lembrou Sharpton.
“Ele está completamente contra ele”, disse Sharpton. “Ficou claro para mim, depois da nossa conversa, que Michael se sente traído. Não parava de repetir: ‘Vou fazer o que está certo para este país’. Estava claramente a dizer-me que já não faz parte do grupo de Trump”. Acrescentou: "Ele foi ferido e agora está amargurado. Disse-me: ‘Veja bem o que eu estou a passar. Porquê eu? Ninguém me está a ajudar’”.
https://www.publico.pt/2018/07/27/mundo ... mp-1839225
Disse que por Trump se punha à frente de uma bala. Acreditava que a admiração e a amizade eram mútuas. Quando ficou em apuros, pediu-lhe a mão. Agora sente-se traído e ninguém sabe que danos podem os segredos que tem para contar ao FBI podem fazer ao Presidente dos EUA.
PHILIP RUCKER
Na última década, Michael Cohen foi o advogado pessoal de Donald Trump e o seu homem de mão. Era um ardente subordinado, executando todos os desejos da celebridade para quem trabalhava na ânsia de receber elogios e afecto. Disse que se punha à frente de uma bala por Trump, e mesmo quando o Presidente não lhe deu um cargo na Casa Branca, continuou a devotar-lhe uma lealdade eterna.
Mas até no mundo de Trump a eternidade tem os seus limites.
Ao divulgar as gravações que fez às escondidas de conversas com Trump sobre a compra dos direitos de divulgação de uma história sobre um caso extramatrimonial com uma modelo da Playboy, Cohen tomou a decisão definitiva de romper os laços com o seu cliente de longa data. A jogada sublinha a deterioração da relação entre Cohen e Trump, e cria preocupação na Casa Branca sobre a possibilidade de que o antigo advogado — sob investigação devido a suspeitas de irregularidades ligadas ao financiamento da campanha eleitoral de Donald Trump em 2016 — possa passar segredos sobre o Presidente ao FBI.
Nos quase quatro meses que passaram desde que a polícia federal (FBI) fez buscas nos escritórios, casa e quarto de hotel do advogado, Cohen esperou por um telefonema ou outro sinal de apoio da parte de Trump, que nunca chegou, e sentiu-se ferido e abandonado. De acordo com os seus próximos, Cohen ficou frustrado quando Trump começou a falar nele no passado, entrando em pânico no mês passado quando pensou que o Presidente já não queria saber dele e ficando furioso quando o novo advogado de Trump, “Rudy” Giuliani, contradisse algumas das suas declarações.
Na hora mais difícil de Cohen, disse um dos seus colaboradores, Trump “estava a abandoná-lo às feras”.
O resultado é o estado de guerra aberta entre o advogado e o seu antigo cliente. Cohen decidiu passar de defensor acérrimo de Trump a paladino da verdade, não querendo saber das possíveis ramificações políticas ou legais para o Presidente, diz Davis, um dos advogados de defesa de Cohen.
“Ele teve que carregar no botão de ‘apagar’”, disse Davis numa entrevista. “Teve que dizer que respeita o FBI. Teve que dizer que acredita nos serviços secretos quando dizem que a Rússia interferiu nas eleições. Teve que dizer que as reuniões na Trump Tower foram, na melhor das hipóteses, um erro de cálculo. No final, ele teve que dizer ‘Não vou ser mais o saco de pancada’ que disse ser quando proferiu a frase ‘Ponho-me à frente de uma bala...”
As decisões de Cohen parecem ser mais motivadas por se sentir ofendido com a indiferença do Presidente e pelo sentimento de traição — a que se junta o peso financeiro do processo em que é visado, conduzido por procuradores federais —, do que por uma estratégia legal que o ajude.
A surpresa
Na terça-feira, a divulgação das gravações entre Trump-Cohen apanhou de surpresa os advogados de acusação do caso de Cohen, disseram fontes próximas do processo. Advogados e detectives que, de momento ou no passado interrogaram Cohen — alguém visto como preparado para conseguir um acordo judicial — questionaram por que razão decidiu tornar público material que pode vir a ser considerado prova. Por norma, este tipo de jogada irrita os investigadores e torna os acordos mais difíceis, disseram as mesmas fontes.
No processo de investigação às finanças da campanha, os investigadores federais mostraram interesse em perceber que interacções tinha o advogado com a campanha, incluindo o seu papel na resolução de acusações sobre comportamento impróprio feitas por várias mulheres. Também estão a tentar perceber se além de Cohen alguém tinha conhecimento de dois casos, o de Stormy Daniels e o de Karen McDougal, antes de eles aparecerem nas notícias e relatórios.
Ao abrigo do mandado de busca, e segundo uma fonte próxima do processo, os investigadores pediram a Cohen para entregar dados sobre comunicações entre os dois, ou entre o advogado e membros da campanha, sobre a gravação de 2005 feita pelo programa “Access Hollywood” em que Trump diz que agarra determinadas partes do corpo feminino.
Dentro da Casa Branca, Trump ficou furioso com a divulgação da conversa com Cohen, feita em Setembro de 2016, sobre financiar o acordo que McDougal tinha feito com a American Media Inc. (dona do National Enquirer) para vender a história de um suposto caso que teve durante dez meses com Trump; a história nunca foi publicada.
O Presidente está zangado por o seu advogado ter gravado conversas entre os dois, mas já sabia antes da semana passada que a gravação existia, disseram fontes próximas de Trump. “Que espécie de advogado grava o seu cliente?”, perguntou Trump no Twitter. “Uma tristeza”.
O Governo apreendeu mais de cem gravações de conversas entre Cohen e outras pessoas que falam de assuntos que podem estar relacionados com Trump e os seus negócios, disseram duas pessoas que conhecem as gravações. Tudo indica que Cohen fez algumas das gravações no iPhone — sem dizer a ninguém que as estava a gravar. Uma parte significativa são gravações feitas sub-repticiamente a jornalistas que se encontraram com ele para falar de Trump durante a campanha e depois da eleição, disseram as duas fontes.
A voz de Trump está em várias gravações, mas apenas em trechos — sobretudo quando devolve chamadas de Cohen ou quando deixa mensagem no voicemail a pedir para o advogado lhe ligar. A única agravação em que Trump e Cohen têm aquilo a que se pode chamar conversa é a divulgada na terça-feira, segundo estas duas fontes.
“Michael Cohen tinha o hábito de usar o telefone para gravar conversas em vez de tomar notas”, disse Davis, o seu advogado. “Nunca foi sua intenção usá-las e certamente nunca quis enganar ninguém”.
Os conselheiros de Trump estão a debater, em privado, se pedem uma intervenção ao tribunal que tem o caso sobre esta fuga indiscriminada das gravações para os media, ou se divulgam eles material que descrevem como desfavorável a Cohen, contaram aliados do Presidente.
Trump tem pedido a consultores de fora da Casa Branca informações sobre os negócios de Cohen e sobre o seu trabalho para outros clientes. O Presidente considera Cohen um vira-casacas que se aproveitou da sua associação com Trump, disseram alguns próximos. Um deles explicou o pensamento de Trump sobre o que está a acontecer: “Quem é que este tipo pensa que é para me trair? Se não fosse eu ele não era ninguém”.
Outro problema que preocupa Trump é o impacto das revelações no seu casamento, uma vez que as acusações de infidelidade têm feito títulos nos media, explicou um operacional do Partido Republicano que tem contacto frequente com a Casa Branca. O alegado caso com McDougal aconteceu pouco depois do terceiro casamento, com Melania, e do nascimento do filho de ambos, Barron, em 2006.
Stephanie Grisham, a porta-voz da primeira-dama, emitiu um comunicado a dizer que “é um bocado disparatado” que os jornalistas se preocupem com o facto de ela poder ter “ouvido a gravação nos noticiários” e que devia dar atenção a outros assuntos, por exemplo o bullying, um dos temas a que Melania se tem dedicado.
Receio na Casa Branca
Na órbita política de Trump, os seus aliados estão preocupados com a possibilidade de Cohen ter em seu poder outros dados que possam prejudicar o Presidente — e se os vai usar, como parece agora provável, ou altamente provável.
“O sentimento generalizado dentro e fora do edifício é que se houver mais alguma coisa, este é o homem que sabe, e agora vai contar tudo”, disse um operacional próximo da Casa Branca.
A equipa legal de Trump considera esta jogada de Cohen inexplicável pois diz que a divulgação das gravações não compromete o Presidente — questionam qual o seu objectivo.
Alguns dos mais acérrimos apoiantes de Trump acreditam que ao ter contratado Lanny Davis, um democrata amigo e conselheiro de Bill e Hillary Clinton há décadas, Cohen traiu o Presidente. Em Fevereiro, Hillary asssitiu à festa de lançamento do livro de Davis The Unmaking of the President 2016: How FBI Director James Comey Cost Hillary Clinton the Presidency (qualquer coisa como “Desmontar as eleições de 2016: como o director do FBI James Comey impediu a eleição de Hillary Clinton").
Na quarta-feira de manhã, os assessores e os aliados de Trump trocaram mensagens comentando a relação Cohen-Davis, e os apresentadores do "Fox and Friends", o programa matinal pró-Trump da Fox News, criticaram duramente Cohen.
“Todos achamos que ele está a ser usado por Lanny, que tem uma vendetta,” disse o antigo conselheiro de Trump Sam Nunberg, que trabalhou durante anos com Cohen.
Giuliani, o antigo presidente da câmara de Nova Iorque que é agora um dos advogados pessoais de Trump, tem estado a “bater” em Cohen por — como disse num tweet de quarta-feira — “revelar informação em segredo de justiça falsa e informações confidenciais”. “Que falta de ética.”
Um homem sozinho
Davis disse que Cohen se sente isolado, que está “em sofrimento” e que “se vê como um homem sozinho contra o Presidente dos Estados Unidos, Rudy Giuliani e toda a Administração”.
O desentendimento de Cohen com Trump pode torná-lo no herói acidental de um movimento de resistência. Davis lembrou que na quarta-feira, depois de ter sido entrevistado na ABC, atravessou a Pennsylvania Station, em Nova Iorque, e as pessoas aplaudiram-no, deram-lhe palmadas nas costas e disseram “Diga por favor a Michael Cohen ‘Obrigada por dizer a verdade’. Subitamente, Michael Cohen é uma esperança para milhões de pessoas”.
Com o mandado de busca de 9 de Abril, Cohen descobriu que era alvo de uma investigação federal por fraude bancária e por suspeita de violação da lei do financiamento das campanhas devido ao seu papel informal na campanha de Trump. Agentes do FBI estavam a escrutinar se tinha mentido em documentos bancários ou se tinha com ele provas de que inflaccionou o valor do seu negócio de táxis para conseguir financiamentos maiores. O advogado disse aos amigos que esperava ser preso no início do Verão.
Logo a seguir às buscas, Cohen manifestou interesse em falar directamente com Trump, mas repetidas vezes e tenazmente os advogados bloquearam-lhe o acesso, para não parecer que estavam a combinar dar a mesma versão da história. Os advogados de Trump disseram que o Presidente corria o risco político de ser acusado de estar a comparar notas com uma testemunha que tinha informação embaraçosa sobre ele.
Trump telefonou a Cohen quatro dias depois das buscas, falaram muito brevemente, como noticiou The New York Times, mas nunca mais falaram.
Em Junho, Cohen recebeu o que considerou um sinal de que Trump lhe tinha voltado as costas, segundo uma testemunha. Depois das buscas, a Trump Organization e Cohen combinaram que as empresas de Trump pagariam uma parte dos custos legais relativos ao trabalho feito para apurar que documentos apreendidos estavam protegidos pelo sigilo profissional e que não deviam ser dados aos investigadores.
Porém, alguns meses depois, a Trump Organization não quis pagar e queixou-se dos honorários invulgarmente elevados facturados pela firma de advogados de Cohen — o caso continua em disputa. E Cohen queixou-se aos amigos sobre as suas contas com advogados que eram cada vez mais altas e disse-lhes que receava estar a ser posto fora do mundo de Trump.
Alguns argumentam que Cohen estava a tentar arrancar de Trump o compromisso de que receberia um perdão presidencial caso enfrentasse acusações criminais. Mas Davis disse em entrevistas que o seu cliente não está à procura de um perdão, e Giuliani disse ao The Washington Post na terça-feira à noite que falar nisso “era totalmente inapropriado neste momento”.
Na década que esteve ao serviço de Trump — primeiro como advogado da Trump Organization e depois como advogado pessoal do magnata do imobiliário —, Cohen mostrou a sua lealdade. Em parte devido à natureza do trabalho que fazia para Trump, que não foi o de um consultor jurídico normal. Cohen descreveu o seu trabalho como o de facilitador, alguém que faz desaparecer os problemas.
Mas o respeito e a dedicação não eram mútuos, segundo Tim O’Brien, autor da biografia Trump Nation (Nação Trump). “Ele sempre tratou Michael como um cãozinho, alguém que fazia coisas por ele, mas nunca o considerou um dos seus pares nem nunca o tratou com respeito”, disse O’Brien. “Estamos sempre com a sensação de que Michael estava a tentar fazer o pater familias feliz, e que Trump estava sempre a gritar-lhe ordens”.
A lealdade de Cohen a Trump começou a esmorecer nos últimos meses ao sentir-se negligenciado pelo seu amo de há muitos anos.
Na semana passada, Cohen convidou o reverendo Al Sharpton, um defensor dos direitos civis que tem andado às turras com Trump, para um pequeno-almoço no hotel Regency, onde tem estado. Cohen escolheu uma mesa no meio da sala deste restaurante onde se vai para se ver e ser visto, lembrou Sharpton.
“Ele está completamente contra ele”, disse Sharpton. “Ficou claro para mim, depois da nossa conversa, que Michael se sente traído. Não parava de repetir: ‘Vou fazer o que está certo para este país’. Estava claramente a dizer-me que já não faz parte do grupo de Trump”. Acrescentou: "Ele foi ferido e agora está amargurado. Disse-me: ‘Veja bem o que eu estou a passar. Porquê eu? Ninguém me está a ajudar’”.
https://www.publico.pt/2018/07/27/mundo ... mp-1839225
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Re: EUA
A "guerra comercial" não aconteceu e morreu antes de começar. Porque o governo Trump descobriu que elevar tarifas implicam em retaliações dos parceiros, produção norte-americana não consegue suprir o mercado interno, tem como efeito aumento de custo de produção e dos preços dos finais. O padrão de comércio exterior norte-americano que importa componentes e bens intermediários, exporta bens finais e serviços foi ignorado.
É o caso das tarifas e restrições sobre aço. Isso vai sumir porque as empresas norte-americanas não conseguem abastecer o mercado interno, os preços dispararam e todo mundo que usa aço está reclamando. Além de ter uma avalanche de retaliações contra produtos agrícolas e bens finais que os EUA exportam e tem grande impacto sobre o emprego e estrutura produtiva. Ainda que o aumento de custos e preços não chegou ao consumidor norte-americano, assim como desemprego em setores exportadores. O resultado é que primeiro amenizaram para Coreia, México e Brasil. Agora ampliam as bondades para UE e logo volta como era antes da guerra. Depois de todo o teatro o governo Trump vai declara vitória.
Abaixo o efeito colateral sobre o setor agrícola que perdeu muitos contratos devido a reação dos prejudicados pelas tarifas sobre aço. A solução do governo é dar subsídio. É só o primeiro de uma série de outras medidas com maior custo fiscal. Os US$ 12 bi na verdade são bem maiores e só o começo. A motivação é que o setor agrícola gera emprego em áreas do interior e com muitos eleitores que não gostariam de descobrir que foram prejudicados.
É o caso das tarifas e restrições sobre aço. Isso vai sumir porque as empresas norte-americanas não conseguem abastecer o mercado interno, os preços dispararam e todo mundo que usa aço está reclamando. Além de ter uma avalanche de retaliações contra produtos agrícolas e bens finais que os EUA exportam e tem grande impacto sobre o emprego e estrutura produtiva. Ainda que o aumento de custos e preços não chegou ao consumidor norte-americano, assim como desemprego em setores exportadores. O resultado é que primeiro amenizaram para Coreia, México e Brasil. Agora ampliam as bondades para UE e logo volta como era antes da guerra. Depois de todo o teatro o governo Trump vai declara vitória.
Abaixo o efeito colateral sobre o setor agrícola que perdeu muitos contratos devido a reação dos prejudicados pelas tarifas sobre aço. A solução do governo é dar subsídio. É só o primeiro de uma série de outras medidas com maior custo fiscal. Os US$ 12 bi na verdade são bem maiores e só o começo. A motivação é que o setor agrícola gera emprego em áreas do interior e com muitos eleitores que não gostariam de descobrir que foram prejudicados.
Querem saber como termina? Lembre do Brasil da Dilma. A política é bem similar. As coisas pareciam muito bem até idos de 2013/14. Falar o contrário era ser pessimista. Depois veio a maior recessão e desemprego das últimas décadas.Subsidies Won’t Fix the Permanent Damage Trump’s Tariffs Have Done to America’s Farmers
On Tuesday, the Trump administration announced a $12 billion relief package for American farmers to compensate them for the damage done by the tariffs President Trump has imposed. The administration is dodging several bullets with how it designed the program, but there is a fundamental irony here: using taxpayers’ money to compensate people for a problem the administration created.
With this program, no additional legislation or Congressional approval is required. It uses existing programs under the umbrella of the Commodity Credit Corporation (CCC), which helps farmers deal with the consequences of crop cycles and unexpected weather disasters. In addition, the program appears to fit within the limitations of U.S. agriculture subsidies maintained by the World Trade Organization, which should forestall litigation there, or at least allow the U.S. to prevail if challenged.
However, this is a distortion of the CCC’s purpose. It also appears that if all $12 billion is spent, it will more than double the CCC’s annual outlay. It would still be within the borrowing ceiling, but could limit funds needed for other purposes, like responding to weather disasters or non-trade-related price declines.
In addition, while the program may survive WTO litigation, it could still face retaliation from foreign countries arguing that the payments are subsidies, which would give our farmers an advantage in the marketplace. That’s a stretch, but the president has already moved the trading system into a world where neither reality nor rules matter, so we should not be surprised when other countries respond in kind.
And let’s not forget that this is a short-term measure to deal with what is likely to be a long-term problem. The program is intended to deal with the current crop year, and there is no intention at this point to extend it. This is probably based on the president’s view that if you hit people hard enough with tariffs, they’ll fold, give him what he wants, and he can remove the tariffs and restore farmers’ overseas markets. But any farmer who exports will tell you that is simply wrong. Foreign markets are painstakingly developed, relationship-based, and, once lost, cannot simply be restored by flicking a switch and turning off the tariffs. The damage done so far is going to last far beyond the current crop year and may well be permanent.
Even if those markets could be restored if the tariffs were removed, there is not much evidence to suggest they’re going away anytime soon. So far, there is not much in the president’s win column on trade. NAFTA talks are stalled; Chinese talks are currently non-existent; and the only negotiation he’s completed—with Korea—may unravel over the threat of additional auto tariffs. That means we are in this for the long haul with likely permanent consequences.
Farmers are making clear this is not what they want. They want free trade and open markets. A cynic would say they’ll probably complain and take the money anyway, but they won’t be happy about it, which means the president may not get the political bump he is hoping for.
The irony of this remains inescapable. The president created this problem. The solution to a bad policy is to remove the policy. Instead, he is compounding the error by adding another bad policy on top of the first, and sending the bill to the nation’s taxpayers—a bill that is likely to extend beyond the first year. It also raises, again, the irony of the Republican Party’s position. It has long stood for free trade, free markets, fiscal conservatism, and reduced government spending. Yet here it is supporting a president who has abandoned all those principles. Historians will debate whether the party has lost its mind or its soul—or both.
William Reinsch holds the Scholl Chair in International Business at the Center for Strategic and International Studies in Washington, D.C. He is also a trade expert on the podcast The Trade Guys.
http://fortune.com/2018/07/25/12-billio ... p-tariffs/
- Sterrius
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Re: EUA
"Our trade deficit ballooned to $817 billion," Donald Trump said during a speech to steelworkers in Granite City, Illinois, yesterday. "Think of that. We lost $817 billion a year over the last number of years in trade. In other words, if we didn't trade, we'd save a hell of a lot of money."
Gemas para a posteridade.
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Re: EUA
Se produzir a própria comida, fazer a própria casa, roupas e utensílios, carpir os nossos lotes todos economizaríamos muito dinheiro. E todos seriam muito pobres porque a produtividade iria despescar junto com a renda e qualidade dos bens e serviços.
A lógica é a mesma para dizer que comércio internacional é um gasto sem retorno. Pensando assim faz sentido guerra comercial. Já que se zerar o comércio os EUA iriam explodir em crescimento e emprego. Mas se pensar no eleitor médio ele vai comprar essa ideia. E por cá vários repetem a mesma história. Bem menos do que até idos da década de 1980 e 1990, mas são bem populares e lobistas infiltrados na estrutura de governo.
A lógica é a mesma para dizer que comércio internacional é um gasto sem retorno. Pensando assim faz sentido guerra comercial. Já que se zerar o comércio os EUA iriam explodir em crescimento e emprego. Mas se pensar no eleitor médio ele vai comprar essa ideia. E por cá vários repetem a mesma história. Bem menos do que até idos da década de 1980 e 1990, mas são bem populares e lobistas infiltrados na estrutura de governo.
- Túlio
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Re: EUA
Enquanto isso, bem quietinha, a Rússia vende mais de USD 80B em treasuries. Se a China segue o exemplo, quanto querem apostar que acaba estourando EM NÓS?
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: EUA
vai estourar cedo ou tarde. O Crescimento da divida americana é insustentável no ritmo de aumento de gastos que eles fazem.
Russia ta sendo é experta de estocar ouro.
Daqui 1 ou 2 décadas os EUA viram o novo japão. Em que se os juros passarem de X% eles entram em default, se ficar abaixo de X% ninguém compra pq é perder dinheiro.
Russia ta sendo é experta de estocar ouro.
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Re: EUA
Pode ser, mais de momento levo 4 décadas escutando essa afirmação, e ela nunca chega a suceder.
Pelo menos o amigo Trump esta tentando diminuir o enorme deficit comercial que eles tem, sobretudo com China, já era hora.
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Re: EUA
Nunca chegou pq atacaram o problema, mas o patamar de hoje não da espaço para repetir o que foi feito em 2008.
E agora eu vejo nos 2 partidos uma vontade por gastos cada vez maiores e pouca preocupação com conter despesas.
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Re: EUA
Sterrius escreveu: ↑Qua Ago 01, 2018 9:00 amNunca chegou pq atacaram o problema, mas o patamar de hoje não da espaço para repetir o que foi feito em 2008.
E agora eu vejo nos 2 partidos uma vontade por gastos cada vez maiores e pouca preocupação com conter despesas.
E o deficit comercial não é um problema pros EUA.
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Re: EUA
Sterrius escreveu: ↑Ter Jul 31, 2018 3:02 pm vai estourar cedo ou tarde. O Crescimento da divida americana é insustentável no ritmo de aumento de gastos que eles fazem.
(...)
Daqui 1 ou 2 décadas os EUA viram o novo japão. Em que se os juros passarem de X% eles entram em default, se ficar abaixo de X% ninguém compra pq é perder dinheiro.
Cuidado com aquilo que desejas, pode acabar acontecendo (véio e sábio adágio).
Um default ou mesmo grande encolhimento da economia dos EUA ia levar a nossa barranco abaixo tão depressa e com tanta força que não ia sobrar muito o que recuperar e muito menos gente para fazer isso...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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Re: EUA
Não é meu desejo o mal a nenhum país, povo ou individuo (Até nossos políticos horrorosos eu não desejo mal, apenas que saiam do caminho ^^). Apenas estou relatando que se o caminho for mantido o resultado é esse.
Eu sou um mero espectador.
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Re: EUA
Cupincha véio, o que a gente fala e o que a gente mostra raramente são a mesma coisa. Isso não quer dizer nada, vale o Regulamento e este não nos manda ser "politicamente correctos". Basta ter Respeito, e isso não me lembro de te ver em falta.
Assim, apenas dei um toque, tipo "vai que acontece o que desejas", tri?
Lembro-te que aqui no DB não é crime AMAR nem ODIAR os EUA ou Rússia ou seja lá quem for, basta não bater em Colega...
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P. Sullivan (Margin Call, 2011)
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