Página 25 de 27

Re: OTAN

Enviado: Seg Mar 03, 2025 7:36 pm
por FCarvalho
Túlio escreveu: Seg Mar 03, 2025 7:19 pm
Para não mencionar que não se deve esperar grande disponibilidade de caças usados de segunda ou terceira mão; Gripen e Rafale ainda devem dar um caldo, apesar do ponto crítico que mencionaste, a DA, faltando apenas ter acrescentado que os mísseis parecem bem melhores que seus operadores e ninguém parece ter IFF ou acreditar nas informações que ele transmite, pois tanto russos quanto ucranianos abatem até seus próprios aviões, incluindo AWACS pela Rússia, MiG-29 e até F-16 pela Ucrânia (o primeiro F-16 abatido lá).
Agora imagines Rafale, Gripen, Viper e Typhoon esvoaçando pela Ucrânia, na mira deste tipo particularmente sanguinário de DA, e pilotados por homens cuja maior experiência de combate REAL é tacar bomba ou míssil de USD 1M num mendigo de chinelo de dedo com um AK na mão, e cuja DA mais "perigosa" que teve de enfrentar foi ZU-23 mirado a olho em carroceria de Hilux ou alguma versão surplus do Strela...[/Justificar
Eu tenho cá para mim, que além da questão da disponibilidade dos caças e da logística, o principal fator a se ter em mente é justamente essa falta de experiência real a apoiar as ações.
Uma coisa é operar em atividades de treinamento com toda a segurança do mundo, bem outra é se haver com inimigo real que não obedece às regras de engajamento e nem qualquer outra típicas destes exercícios, e ainda atira de volta. Não há tempo para se aprender. Ou dá certo de primeira, ou se morre tentando. Esta é uma situação que definitivamente não atrai as melhores recepção no mundo civilizado europeu. Não do populacho que, via de regra, é quem morreria tentando, enquanto seus líderes fazem planos mirabolantes para si mesmos.
Tudo bem que quanto mais a gente soa na paz, menos se sangra na guerra, mas os romanos não tinham que se preocupar tanto com seus inimigos externos, além dos muitos desafetos que já tinham dentro do próprio império. E treinamento real nunca faltou a eles.
Não é o caso da parte europeia da OTAN. E isso irá custar bem caro.

Re: OTAN

Enviado: Seg Mar 03, 2025 8:27 pm
por Túlio
FCarvalho escreveu: Seg Mar 03, 2025 7:36 pm
Eu tenho cá para mim, que além da questão da disponibilidade dos caças e da logística, o principal fator a se ter em mente é justamente essa falta de experiência real a apoiar as ações.
Uma coisa é operar em atividades de treinamento com toda a segurança do mundo, bem outra é se haver com inimigo real que não obedece às regras de engajamento e nem qualquer outra típicas destes exercícios, e atira atira de volta. Não há tempo para se aprender. Ou dá certo de primeira, ou se morre tentando. Esta é uma situação que definitivamente não atrai as melhores recepção no mundo civilizado europeu. Não do populacho que, via de regra, é quem morreria tentando, enquanto seus líderes fazem planos mirabolantes para si mesmos.
Tudo bem que quanto mais a gente soa na paz, menos se sangra na guerra, mas os romanos não tinham que se preocupar tanto com seus inimigos externos, além dos muitos desafetos que já tinham dentro do próprio império. E treinamento real nunca faltou a eles.
Não é o caso da parte europeia da OTAN. E isso irá custar bem caro.
Continuo a achar que é só charla de bolicho, essa "gente" tá indo muito bem tiranizando seu próprio povo, pra que arriscar ir além? Sem América não há OTAN, então ficam nessas "rebeldias" pra ver se o Zé se assusta e volta atrás.

Uma curiosidade: notaste o paralelo dos tempos finais das "vacas gordas", quando mesmo com o estado cada vez mais hipertrofiado e gastador, tanto lá quanto cá era Programa de Defesa pra todo lado? Daí veio 2008 e o pessoal ficou meio que no "ora veja" mas, entrada a década seguinte, o tutu para engordar a porca buRRocrática continuou normal mas o da Defesa começou a encolher cada vez mais?

E que agora, com as tales de vacas já praticamente só pele e osso, voltam (lá) a falar em expansões fabulosas de gastos militares? Com quê? Vão tirar dinheiro de onde, do fiofó? Aqui pelo menos os caras nem escondem mais, nessa de "gópi" vão aproveitando pra ir podando as FA até se tornarem inócuas e, portanto, de baixíssimo custo.

E dá pra cortar mais, no meu tempo (1981) o soldo do "reco" do SMO era bem menos de 01 SM, só botar de volta neste valor; é fechar as academias militares (AMAN, AFA, etc) por uns anos, com a desculpa de "refazer os currículos até expungir todo o conteúdo antidemocrático" e aí a tesoura pega de verdade, porque caro não é o praça mas o oficial; quanto menos praças, menos oficiais são necessários, e à medida que forem saindo, uns por desgosto, outros por reforma e outros presos como "golpistas", enxutas as forças estarão.

E se a Venezuela invadir RR só precisa pedir socorro aos EUA, que é exatamente o que o EUROTANISTÃO fará, caso resolva se fresquear demais pro lado dos russos e começar a levar pé-de-ouvido. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:

Re: OTAN

Enviado: Ter Mar 04, 2025 7:20 pm
por FCarvalho
Túlio escreveu: Seg Mar 03, 2025 8:27 pm
Continuo a achar que é só charla de bolicho, essa "gente" tá indo muito bem tiranizando seu próprio povo, pra que arriscar ir além? Sem América não há OTAN, então ficam nessas "rebeldias" pra ver se o Zé se assusta e volta atrás.
Uma curiosidade: notaste o paralelo dos tempos finais das "vacas gordas", quando mesmo com o estado cada vez mais hipertrofiado e gastador, tanto lá quanto cá era Programa de Defesa pra todo lado? Daí veio 2008 e o pessoal ficou meio que no "ora veja" mas, entrada a década seguinte, o tutu para engordar a porca buRRocrática continuou normal mas o da Defesa começou a encolher cada vez mais?
E que agora, com as tales de vacas já praticamente só pele e osso, voltam (lá) a falar em expansões fabulosas de gastos militares? Com quê? Vão tirar dinheiro de onde, do fiofó? Aqui pelo menos os caras nem escondem mais, nessa de "gópi" vão aproveitando pra ir podando as FA até se tornarem inócuas e, portanto, de baixíssimo custo.
E dá pra cortar mais, no meu tempo (1981) o soldo do "reco" do SMO era bem menos de 01 SM, só botar de volta neste valor; é fechar as academias militares (AMAN, AFA, etc) por uns anos, com a desculpa de "refazer os currículos até expungir todo o conteúdo antidemocrático" e aí a tesoura pega de verdade, porque caro não é o praça mas o oficial; quanto menos praças, menos oficiais são necessários, e à medida que forem saindo, uns por desgosto, outros por reforma e outros presos como "golpistas", enxutas as forças estarão.
E se a Venezuela invadir RR só precisa pedir socorro aos EUA, que é exatamente o que o EUROTANISTÃO fará, caso resolva se fresquear demais pro lado dos russos e começar a levar pé-de-ouvido. :twisted: :twisted: :twisted: :twisted:
Curiosamente, é histórico que sempre que há tempos ruins em termos econômicos e sociais, e por tabela, a coisa cheira mal aos políticos, a melhor desculpa para fazer o populacho se entreter é com guerras, inimigos externos, ameaças internas, e assim vamos. Até que tudo passa, e voltamos ao normal da inanição popular e aos ativismos politiqueiros de sempre.
No Brasil isso não pega porque os militares são sempre os primeiros suspeitos de qualquer tentativa de desestabilizar o status quo politico interno e ameaçar o coronelismo reinante até nos cafundós do judas país a fora.
Mas sempre tem alguma coisa que se possa fazer, tendo em vista que cortar verba da defesa sempre tem o apoio ou a indiferença populacho.
Mas enfim, com tudo isso que acontece mundo afora, é de se presumir que nós cá vamos passar mais uma vez impolutos por tudo isso.

Re: OTAN

Enviado: Ter Mar 04, 2025 7:36 pm
por Túlio
FCarvalho escreveu: Ter Mar 04, 2025 7:20 pm
(...)os militares são sempre os primeiros suspeitos de qualquer tentativa de (...) ameaçar o coronelismo reinante até nos cafundós do judas país a fora.
Que eu saiba eles de certa forma o criaram, "coroné" era um cargo honorífico da falecida guarda nacional dos Pedros e sobrevive até hoje nas PMs, onde Cel é o cargo máximo.

Re: OTAN

Enviado: Ter Mar 04, 2025 8:21 pm
por akivrx78
A verdade sobre os assuntos estrangeiros que aqueles que criticam facilmente a "resposta fria" da administração Trump à Ucrânia não sabem
3/5 (qua) 5:02 distribuição

Toyo Keizai Online
O governo Trump decidiu adotar uma postura fria em relação à Ucrânia. Há muito discurso crítico no Japão, mas o ex-diplomata Kameyama desdenha tais opiniões. (Foto: UPI/Aflo)

O encontro entre o presidente Donald Trump e o presidente Volodymyr Zelenskyy na Casa Branca em 28 de fevereiro terminou em uma discussão acalorada e de forma chocante, com a assinatura de um acordo planejado sobre direitos de recursos minerais sendo cancelada.

Além disso, em 3 de março, o governo Trump anunciou que suspenderia temporariamente a ajuda militar à Ucrânia. Esta série de eventos causou grande agitação na Ucrânia e nos países europeus.

Mesmo em nosso país, há vozes críticas sendo ouvidas contra a resposta fria do governo Trump. Mas, historicamente, a resposta do presidente Trump não é necessariamente incomum.

■ Duas tradições diplomáticas na América

Muitos japoneses acreditam que "a América sempre foi a polícia do mundo". Mas, na realidade, existem duas tradições diplomáticas distintas.

Um é o conservadorismo, representado pela Doutrina Monroe. Isso é isolacionismo, uma tentativa de evitar ficar preso nos atoleiros políticos do "velho mundo", isto é, a Europa. A outra é uma política externa que lidera a "ordem mundial liberal" que surgiu no século XX, e os chamados "neoconservadores" também pertencem a essa tendência.

A versão do "América em Primeiro Lugar" do presidente Trump é, na verdade, parte do conservadorismo americano tradicional.

Enquanto isso, a Europa criticou o presidente Trump por seu encontro com o presidente Zelenskyy e demonstrou solidariedade à Ucrânia. Há razões para isso que são específicas da Europa. Esse é o frágil ambiente de segurança da Europa.

A Europa é uma comunidade multiétnica, multicultural e multilíngue, e nenhuma outra região passou por tantas guerras quanto a Europa. Como resultado de duas guerras mundiais, uma Europa devastada formou um sistema de segurança com forte envolvimento dos EUA.

Essa é a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

No entanto, foram países europeus como a Grã-Bretanha que conseguiram que os Estados Unidos, que estavam relutantes em se envolver na Europa, se envolvessem na OTAN. Alguns, como George Kennan, um diplomata americano conhecido por arquitetar a política de contenção da União Soviética, achavam intolerável que potências ocidentais estivessem tentando arrastar os Estados Unidos para a defesa da Europa Ocidental.

Em outras palavras, a essência da estrutura da "Guerra Fria", que durou quase meio século, foi a estrutura na qual a Europa Ocidental, temendo a ameaça militar da União Soviética, buscou a ajuda dos Estados Unidos para combater o poderoso poder militar da União Soviética.

Aliás, até o estabelecimento da estrutura da "Guerra Fria", os Estados Unidos e a Rússia (União Soviética) historicamente tiveram um relacionamento relativamente bom. Se eles não estivessem tão presos à ideologia, suas esferas de influência e interesses não teriam entrado em conflito.

■É intencional não dizer nada de ruim sobre Putin?

O presidente Trump agora está tentando mudar fundamentalmente a natureza das relações entre os Estados Unidos, a Europa e a Rússia. O presidente Trump parece ser amigável com a Rússia não porque esteja sendo coagido pelo presidente Vladimir Putin. Alcançar um cessar-fogo é uma medida para aliviar a ansiedade europeia sobre a ameaça russa e, em última análise, para se retirar da segurança europeia. Se você pensar dessa maneira, faz sentido.

Enquanto a Europa quer mais uma vez atrair os Estados Unidos para o conflito com a Rússia, que lembra a Guerra Fria, a América de Trump busca um retorno à Doutrina Monroe. Ele quer se concentrar na prosperidade de seu país sem se envolver nos problemas do "velho mundo".

Ao mesmo tempo, eles provavelmente esperam neutralizar a unidade sino-russa por meio da reconciliação com a Rússia. É por isso que o presidente Trump está pedindo um cessar-fogo e não falando mal do presidente Putin.

Aliás, esta não é a primeira vez que os Estados Unidos revertem o curso dessa maneira. É bem sabido que, em 1971, o presidente Richard Nixon, também conservador, tentou melhorar as relações com a China ignorando seu aliado, o Japão, em uma atitude conhecida como "Choque Nixon".

O objetivo naquela época era acabar com a Guerra do Vietnã, retirar as tropas americanas do Vietnã e controlar a União Soviética melhorando as relações com a China. Isso não se sobrepõe às ações do governo Trump em relação à Ucrânia? No entanto, em contraste, eles agora estão tentando melhorar as relações com a Rússia para controlar a China.

No Japão, após a cúpula EUA-Ucrania, houve críticas de que os Estados Unidos estão longe de ser uma "grande nação" e que o presidente Trump está sendo manipulado pelo presidente Putin. A psicologia por trás dessas críticas é provavelmente um desejo dos Estados Unidos de proteger camaradas mais fracos, como Japão e Ucrânia.

Em outras palavras, o argumento é que os Estados Unidos deveriam gastar dinheiro e poder militar em seus aliados. Devo dizer que esse é um sentimento muito ingênuo.

Hans Morgenthau, um cientista político germano-americano, aconselha: "Não fique à mercê de aliados mais fracos". O presidente Trump parece estar seguindo esse conselho.

Você é livre para criticar o trumpismo, mas o Japão, que depende dos Estados Unidos para sua segurança, não está imune a esse problema. Antes de tudo, é necessário entender a posição política do presidente Trump e considerar como responder.

■ A Rússia não é o único país com problemas

Ainda assim, há muitas pessoas que acham que "Rússia invasora" é ultrajante. Isso é verdade, mas o importante é que "a Rússia não é o único problema".

Grandes potências poderosas, incluindo os Estados Unidos e a China, são todas tirânicas à sua maneira, o que é um problema. Portanto, gostaria de examinar o seguinte discurso que está sendo repetido na Europa, nos Estados Unidos e no Japão em relação à Rússia e à Ucrânia.

Putin é um "ditador" e as liberdades estão sendo suprimidas na Rússia
A Rússia é um agressor segundo o direito internacional
A Rússia está planejando uma maior expansão territorial, então se não apoiarmos a Ucrânia e impedirmos a Rússia, algo terrível acontecerá.
Os Estados Unidos têm a obrigação de apoiar a Ucrânia porque protegê-la é necessário para proteger a democracia livre.
Um cessar-fogo agora beneficiaria a Rússia, o que seria injusto (a justiça não seria feita)

Primeiro, sobre se o presidente Putin é um ditador, ele foi legitimamente eleito de acordo com a lei russa, e seu índice de aprovação era extremamente alto, 88% em fevereiro. 73% dos russos dizem que as coisas estão caminhando na direção certa na Rússia.

Alguns suspeitam que o povo russo tem medo do regime de Putin e, portanto, não pode dizer a verdade, mas isso é um exagero. A organização que publica os resultados dessas pesquisas é registrada como "agente estrangeiro" pelo governo russo.

A próxima questão é se a Rússia é uma nação agressora segundo o direito internacional. Parece uma boa ideia, mas as coisas não são tão simples assim. Isso ocorre porque a soberania nacional é considerada sacrossanta e inviolável, mas ao mesmo tempo existem valores conflitantes como a humanidade, o direito à autodefesa e o direito à autodeterminação.

A lógica da Rússia é a seguinte: Pouco antes de sua invasão militar, a Rússia reconheceu a independência das cidades de Donetsk e Luhansk na região de Donbas e concluiu um tratado de assistência mútua "de estado para estado". Com base nisso, diz-se que a Rússia lançou uma operação militar na Ucrânia para exercer seu direito de autodefesa coletiva e cumprir sua obrigação de prestar assistência.

Além disso, o país alega que a anexação de quatro regiões, incluindo Donbas, foi resultado de um referendo e é uma expressão do direito do povo à autodeterminação. Certamente houve casos no passado em que regiões ganharam independência das nações às quais pertenciam. Um excelente exemplo é a independência do Kosovo da Sérvia.

Aliás, a OTAN também interveio militarmente no Kosovo por razões "humanitárias" e apoia a independência do Kosovo. É realmente uma relação paralela com o conflito em Donbas. A Rússia se opõe à independência do Kosovo.

Em nosso país, há preocupações de que as pessoas estejam facilmente comparando a Ucrânia ao Japão e que Hokkaido possa ser anexada como a Crimeia. Entretanto, como as circunstâncias e os contextos são completamente diferentes, tratá-los como iguais só levará a argumentos imprecisos e sem sentido.

■O desejo de expansão territorial é propaganda europeia?

Terceiro, a Rússia está buscando mais expansão territorial? A Rússia provavelmente estaria bem ciente da impraticabilidade disso. Isso ocorre porque nenhum país tem poder nacional para ocupar e governar a Polônia ou os países bálticos.

Essa também é uma preocupação desnecessária. Na verdade, se você conhece a história da Guerra Fria, pode até ver isso como propaganda europeia para manter os Estados Unidos envolvidos na segurança europeia.

Quarto, se proteger a Ucrânia significa proteger a democracia liberal é puramente teórico.

Em primeiro lugar, a Ucrânia é uma nação e a democracia liberal é uma ideologia política. Elas não são a mesma coisa. É apenas retórica.

E o importante é que a Ucrânia não está lutando pela democracia liberal, ela está lutando para recuperar seu território. Defender o próprio território é um dever do Estado, mas é dever da Ucrânia, não de nenhum outro Estado. Devemos lembrar também que o Estado tem o dever de proteger seus cidadãos.

■ Agora é o momento para uma “política internacional realista”

Por fim, alguns argumentam que um cessar-fogo agora seria injusto porque seria resolvido em favor da Rússia, e temos que concordar. Isso deixou a Ucrânia desesperadamente buscando qualquer coisa que lhe desse uma vantagem nas negociações. Ainda assim, neste ponto, não há nada que possa ser feito.

Se os Acordos de Minsk tivessem sido implementados antes da invasão, a região de Donbass teria permanecido uma região autônoma dentro da Ucrânia. Se um cessar-fogo tivesse sido acordado imediatamente após a invasão de 2022, as regiões de Zaporozhye e Kherson teriam permanecido parte da Ucrânia. E agora, muito foi sacrificado a ponto de nenhum dos lados poder recuar.

O presidente Trump criticou o presidente Zelensky, dizendo: "O presidente Zelensky está jogando um jogo de cartas com a Terceira Guerra Mundial em jogo", e isso acerta em cheio. Porque a Ucrânia não pode enfrentar a Rússia sozinha.

Infelizmente, a Ucrânia já se tornou um campo de batalha e foi destruída, então não há muito mais a perder se uma guerra entre a OTAN e a Rússia eclodisse. Mas a Europa será destruída. Portanto, eu me arriscaria a dizer que apoiar e agir de acordo com as demandas da Ucrânia é extremamente perigoso.

Nunca houve um momento em que o realismo, em vez do heroísmo, fosse mais necessário na política internacional. Para um realista, a afirmação do presidente Trump não é absurda.

Fornecer armas à Ucrânia equivale a continuar a guerra. Se a apoiarmos por 10 anos, a guerra durará 10 anos; se a apoiarmos por 20 anos, ela durará 20 anos. Nessa situação, cabe a nós aplaudir o presidente Zelensky por sua coragem em não se esquivar do presidente Trump e expressar suas opiniões, mas de uma forma irresponsável.

O povo ucraniano queria ver o presidente Zelensky expressar sua opinião? Ou eles queriam ver o acordo se concretizar? Os líderes ucranianos não devem esquecer que mais da metade do povo ucraniano tem esperança na restauração da paz, mesmo que isso signifique desistir de recuperar territórios.

A Europa está atualmente em uma situação muito perigosa. Um movimento errado pode levar a uma guerra com a Rússia envolvendo toda a Europa.

É perigoso insistir em ser "corajoso". Gostaria que você relembrasse a opinião pública no Japão antes e durante a guerra, e as críticas ao governo feitas pela população após o fim da Guerra Russo-Japonesa.

■A guerra deve terminar no momento certo

Durante a Guerra Russo-Japonesa, o Ministro das Relações Exteriores Komura Jutaro, que não conseguiu obter reparações e, em vez disso, assinou o Tratado de Portsmouth, foi severamente criticado pelo público por ser fraco. Mas o que teria acontecido se as negociações tivessem fracassado e a guerra tivesse continuado?

Não consigo imaginar que poderíamos ter conseguido melhores condições. O Japão pode ter perdido. Se uma guerra eclodir, ela deve ser interrompida no momento certo. Essa deveria ser a sabedoria do realismo político.

No entanto, desta vez, a confiança entre o presidente Trump e o presidente Zelensky foi decisivamente prejudicada, e o plano de paz do governo Trump (paz entre o presidente Putin e o presidente Zelensky) foi frustrado.

Em primeiro lugar, o presidente Putin não tem intenção de negociar um cessar-fogo com o presidente Zelenskyy, então o plano de paz do governo Trump provavelmente será uma versão que não inclui o presidente Zelenskyy.

O primeiro-ministro Shigeru Ishiba disse sobre a reunião: "Não ficaremos do lado dos Estados Unidos ou da Ucrânia". Essa resposta mostra que o governo está rápido em perceber as mudanças nos Estados Unidos. Espero que o governo japonês conduza o navio com cuidado, com um olhar para o panorama geral.

Yoji Kameyama: Escritor e ex-diplomata
https://news.yahoo.co.jp/articles/10bf2 ... f4b?page=6

Re: OTAN

Enviado: Qua Mar 05, 2025 10:46 pm
por FCarvalho
Túlio escreveu: Ter Mar 04, 2025 7:36 pm
FCarvalho escreveu: Ter Mar 04, 2025 7:20 pm (...)os militares são sempre os primeiros suspeitos de qualquer tentativa de (...) ameaçar o coronelismo reinante até nos cafundós do judas país a fora.
Que eu saiba eles de certa forma o criaram, "coroné" era um cargo honorífico da falecida guarda nacional dos Pedros e sobrevive até hoje nas PMs, onde Cel é o cargo máximo.
É aquilo. Quem pariu Inês que agora embale. :?

Re: OTAN

Enviado: Qua Mar 05, 2025 10:50 pm
por FCarvalho
akivrx78 escreveu: Ter Mar 04, 2025 8:21 pm
A verdade sobre os assuntos estrangeiros que aqueles que criticam facilmente a "resposta fria" da administração Trump à Ucrânia não sabem
3/5 (qua) 5:02 distribuição

Toyo Keizai Online
O governo Trump decidiu adotar uma postura fria em relação à Ucrânia. Há muito discurso crítico no Japão, mas o ex-diplomata Kameyama desdenha tais opiniões. (Foto: UPI/Aflo)
Yoji Kameyama: Escritor e ex-diplomata
https://news.yahoo.co.jp/articles/10bf2 ... f4b?page=6
Como de diz por aí, pimenta nos olhos dos outros é refresco.
O Japão que o diga.

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 12:38 pm
por akivrx78

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 12:44 pm
por akivrx78

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 2:59 pm
por Suetham
akivrx78 escreveu: Qui Mar 06, 2025 12:44 pm
Pra fazer isso, a França tem que se utilizar de um documento vinculativo para que possa defender aliados, pois não há isso na atual doutrina francesa. A interpretação fica a qualquer um interpretar e pode gerar discussões sobre o emprego.

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 3:28 pm
por Suetham
Acho que o pessoal está desiquilibrando muito a situação para a OTAN europeia. Vou ter que me dedicar a fazer forçadamente o papel de advogado da OTAN aqui.

Em um eventual conflito da Europa contra a Rússia, retirando algumas possibilidades duvidosas que aconteceriam no continente europeu, voltado especificamente para a simulação de força militar, a Europa sobrevive (se excluir uma troca nuclear) em um hipotético conflito contra a Rússia, mas isso não significa em hipótese alguma que a Europa também possa vencer/derrotar a Rússia, porque isso poderá depender de outras circunstâncias que vão além do escopo do assunto debatido aqui.

Vamos a parte do Poder Aéreo e suas comparações. Os planos cumulativos russos para a produção de aeronaves para o período de 2010 a 2020 foram os seguintes:
:arrow: Aprox. 80-120 Su-25 modernizados - aeronaves fabricadas no final dos anos 80/início dos anos 90
:arrow: Aprox. 80-120 MiG-31 modernizados - aeronave fabricada entre 1990-1994
:arrow: Aprox. 128 novas aeronaves Su-35 fabricadas após 2010
:arrow: Aprox. 90 novos Su-30SM e 20 novos Su-30M2 - aeronaves fabricadas após 2010
:arrow: Aprox. 122 novas aeronaves Su-34 fabricadas após 2010

Atualmente os planos de modernização são os seguintes:
:arrow: Todos Su-30SM serão modernizados para o padrão SM2, que envolve radar, aviônicos e motores do Su-35
:arrow: Todos Su-34 serão modernizados para o padrão M e 76 novos Su-34M serão produzidos até 2027
:arrow: 76 Su-57 serão produzidos até 2028

Agora com relação à distribuição das forças:
Imagem
Esse é um mapa não atualizado de 2021. Preto são unidades de aviação, excluindo aviação estratégica (LRA). Vermelho são unidades de mísseis. Aviação de longo alcance não estão incluídas na listagem abaixo:

:arrow: Distrito Militar Oriental:
11th Air and Air Defence Forces Army
303rd Composite Aviation Division -
22nd Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões MiG-31BM (24), 1 Esquadrão Su-35S (12), 4 Su-27SM, 2 Su-30SM e 4 Su-30M2
23rd Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-35S (24), 4 Su-30SM e 2 Su-30M2
120th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-30SM (24)
277th Bomber Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-34 (26)
18th Assault Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-25SM (24) e 6 Su-25UB
266th Assault Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-25SM (24) e 6 Su-25UB
799th Reconnaissance Aviation Squadron - 1 Esquadrão Su-24MR (12)

Frota do Pacífico
865th Fighter Aviation Regiment - 1 Esquadrão MiG-31BS (12)

Em termos de DAAe:
1 Brigada S-300V4 (38th)
6 Regimentos S-400 (1529th, 1530th, 1724th, 1532nd, 1533rd e 589th)
1 Regimento S-300PS (1723rd)

:arrow: Distrito Militar Ocidental:
6th Air and Air Defence Forces Army
105th Aviation Division -
159th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-35S (24) e 2 Su-27UB
790th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões MiG-31 (19 MiG-31BSM e 5 MiG-31BM), 6 Su-35S e 1 Esquadrão Su-27 (10 Su-27SM e 2 Su-27UB)
14th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-30SM (24), 1 Esquadrão MiG-29SMT (14) e 4 MiG-29UBM
47th Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-34 (24)
4th Reconnaissance Aviation Squadron - 1 Esquadrão Su-24MR (12)

Frota do Báltico
689th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-27 (18 Su-27SM e 4 Su-27UB)
4th Naval Attack Aviation Regiment - 1 Esquadrão Su-30SM (8) e 1 Esquadrão Su-24 (10 Su-24M e 4 Su-24MR)

Em termos de DAAe:
7 Regimentos S-400 (1488th, 1489th, 1490th, 500th, 1544th, 183rd e 1545th)
2 Regimentos S-300PM2 (108th e 42nd)

:arrow: Distrito Militar do Sul:
4th Guards Air and Air Defence Forces Army
1st Composite Aviation Division -
31st Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-30SM (20) e 8 MiG-29/UB
3rd Composite Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-27SM3 (24) e 8 Su-30M2
559th Bomber Aviation Regiment - 3 Esquadrões Su-34 (36)
368th Assault Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-25 (23 Su-25SM e 1 Su-25M3)
4th Composite Aviation Division -
11th Composite Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-24 (12 Su-24M e 12 Su-24MR)
960th Assault Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-25SM (26) e 2 Su-25UB
27th Composite Aviation Division -
38th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões Su-27 (13 Su-27SM, 2 Su-27UB e 11 Su-27) e 6 Su-30M2
37th Composite Aviation Regiment - 1 Esquadrão Su-24 (6 Su-24M e 6 Su-24MR) e 1 Esquadrão Su-25 (13 Su-25SM e 1 Su-25UB)
3624th Air Base - 1 Esquadrão MiG-29/Su-30 (12)

Frota do Mar Negro -
43rd Naval Regiment - 1 Esquadrão Su-30SM (12), 1 Esquadrão Su-24 (13 Su-24M e 4 Su-24MR)

Em termos de DAAe:
1 Regimento S-300V4
3 Regimentos S-400 (12th, 18th e 1537th)
1 Regimento S-350 (1721st)
1 Regimento S-300PM (1536th)

:arrow: Distrito Militar Central:
14th Air and Air Defence Forces Army
21st Composite Aviation Division -
712th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões MiG-31BM (21) e 5 MiG-31BSM
764th Fighter Aviation Regiment - 2 Esquadrões MiG-31BM/BSM (24)
2nd Bomber Aviation Regiment - 1 Esquadrão Su-24MR (12) e 2 Esquadrões Su-34 (24)
999th Aviation Base - 1 Esquadrão Su-25SM (7), 5 Su-25SM3 e 2 Su-25UB

Em termos de DAAe:
1 Brigada S-300V4 (28th)
3 Regimentos S-400 (185th, 511th e 590th)
1 Regimento S-300PS (568th)
2 Regimentos S-300P (388th e 24th)
1 Regimento S-300PM (1534th)

:arrow: Distrito Militar do Norte (Frota do Norte):
45th Air and Air Defense Army
Frota do Norte -
279th Fighter Aviation Regiment - 1 Esquadrão Su-33 (18), - Su-30SM e 5 Su-25UTG
100th Fighter Aviation Regiment - 1 Esquadrão MiG-29KR (19) e 4 MiG-29KUB
174th Aviation Regiment - 2 Esquadrões MiG-31BM (20)
98th Mixed Aviation - 1 Esquadrão Su-24MR (12) e 1 Esquadrão Su-24M (13)

Em termos de DAAe:
3 Regimentos S-400 (33rd, 531st e 1528th)
1 Regimento S-300PS (414th)
1 Regimento S-300PM (583rd)

Os principais tipos de unidades parecem ser:
:arrow: Esquadrão de interceptadores em um regimento de caça: MiG-31BSM (atualmente os modelos BS/BM estão sendo modernizados).
:arrow: Esquadrão de caça em um regimento de caça: Su-35S (atualmente, alguns operam Su-27SM e Su-27SM3).
:arrow: Esquadrão multifuncional em um regimento de caça ou ataque: Su-30SM (atualmente, alguns operam Su-24M).
:arrow: Esquadrão de ataque em um regimento de bombardeiros: Su-34 (atualmente, alguns operam Su-24M).
:arrow: Esquadrão de reconhecimento e guerra eletrônica em um regimento: Su-24MR (a ser substituído pelo Su-34M).
:arrow: Esquadrão de ataque em um regimento de ataque: Su-25SM3 (atualmente, opera o Su-25SM).

Nas tabelas, deve-se assumir que o número pretendido de aeronaves de combate dos tipos mencionados acima é de 12 a 13 por esquadrão. As aeronaves Su-30M2 servem como unidades de treinamento, assim como alguns Su-30SM. Isso resulta em três tipos de distritos militares em termos de composição da força aérea:
:arrow: Dois distritos defensivos, nos quais a Rússia adota uma postura estratégica defensiva — Ocidental e Oriental —, compostos por:
Um regimento de interceptadores reforçado por um esquadrão de caças (2x MiG-31BSM e 1x Su-35).
Um regimento de caças (Su-35).
Um regimento multifuncional (Su-30SM).
Um regimento de bombardeiros (Su-34M).
Um esquadrão de reconhecimento e guerra eletrônica (Su-34M).
:arrow: Um distrito ofensivo, no qual a Rússia busca manter a iniciativa estratégica — Sul —, com uma estrutura semelhante aos distritos defensivos, mas com um número maior de unidades de bombardeiros e ataque.
:arrow: Dois distritos de patrulha, nos quais a Rússia assume o controle do espaço aéreo — Central e Norte —, compostos por:
Um regimento de interceptadores (MiG-31).
Um regimento de bombardeiros e aviões de reconhecimento (Su-34M).

O grande número de Su-25 no Distrito Oriental pode ser enganoso. Essas unidades estão posicionadas ali porque os Su-25 do Distrito Sul podem ser facilmente deslocados para o centro ou oeste, se necessário, devido às distâncias envolvidas.

Distritos Militares: O - Oeste, S - Sul, N - Norte, C - Centro e L - Leste
Tipo (vermelho) - Tecnologia dos anos 70-80, obsoleta e ultrapassada, perde para o F-16C/Mirage 2000-5
Tipo (negrito) - Tecnologia dos anos 80-90, obsoleto mas funcional, corresponde ao F-16C mas perde para o F-15C/EF-2000 Tr 2-3/Rafale F3R
Tipo (azul) - Tecnologia dos anos 90-00, capaz de corresponder a 4-4.5ª ger, perde para F-22A ou F-35A

:arrow: Interceptador -
130 MiG-31BM/BSM (O: 24, N: 20, C: 50, L: 36)

:arrow: Superioridade Aérea -
45 Su-27SM3/UB (O: 8, S: 37)
45 Su-27SM (O: 28, S: 13, L: 4)
18 Su-33 (N: 18)
49 MiG-29K/SMT (O: 18, S: 8, N: 23)

:arrow: Multifunção (superioridade aérea + ataque ao solo) -
72 Su-35S (O: 36, L: 36)
126 Su-30SM/M2 (O: 32, S: 58, L: 36)

:arrow: Bombardeiro tático/reconhecimento -
122 Su-34 (O: 24, S: 36, C: 36, L: 26)
152 Su-24M/MR (O: 26, S: 53, N: 25, C: 36, L: 12)

:arrow: CAS -
145 Su-25SM/SM3 (S: 66, N: 5, C: 14, L: 60)

O 4th Centre for Combat Employment and Retraining of Personnel e o 185th Centre for Combat Application and Combat Training for the Air Force possuem um pequeno número de aeronaves de cada tipo.
:arrow: Um total de 111 Su-35S foi entregue à VKS até o final de 2023, mas nem todos foram colocados em serviço.
:arrow: O número de MiG-31 em serviço regular é reduzido.
:arrow: O Su-30M2 em operação não possui potencial de combate significativo e é utilizado como aeronave de treinamento, substituindo o Su-27UB.
:arrow: Os modelos MiG-29A/SMT e o antigo Su-27P estão listados como em serviço, mas encontram-se na reserva, com seu estado técnico desconhecido.
:arrow: O Su-34 é tecnicamente capaz de combate além do alcance visual (BVR), mas apenas a partir de 2020 os pilotos passaram a incluir isso em seu treinamento.
:arrow: O Su-57 foi omitido devido à falta de informações disponíveis.

Também devem ser considerados ativos multiplicadores. AEW:
9-13 A-50/U

Reabastecimento aéreo:
18 Il-78M

Não irei fazer o cálculo das perdas confirmadas do VKS na Ucrânia, porque ainda não confio totalmente em fontes abertas, não teria o tempo necessário para avaliar cada caso de aeronave do VKS abatido, mas se você considerar tais números de implantações, diminuir as perdas confirmadas de aeronaves abatidas, adicionando no cálculo a produção de novas aeronaves que provavelmente ainda não foram entregues, o número ainda poderá ser menor nominalmente em termos de disponibilidade para o emprego em uma guerra contra a OTAN, mesmo que a guerra acabasse agora.

Uma outra coisa a ser avaliado, quaisquer perdas devido ao desgaste precisam ser estimadas por meio de comparação com outros conflitos, mas é plausível esperar que 20-30% das aeronaves fiquem indisponíveis devido à manutenção de longo prazo após três anos de uso contínuo. Combinado com perdas de combate, isso reduziria os números disponíveis.

Estimar o número de aeronaves disponíveis, considerando a manutenção de curto prazo (taxa de capacidade de missão), é uma tarefa difícil. No entanto, supondo uma taxa de 50-60%, que corresponde à média dos países da OTAN, esse fator pode ser desconsiderado. O número de pilotos disponíveis também é difícil de estimar. Ainda mais desafiador é determinar quantos pilotos receberam treinamento suficiente em táticas modernas, algo que era impossível antes da introdução dos modelos Su-30SM, Su-35S e Su-34. Não é possível treinar táticas modernas em um Su-27 equipado com mísseis SARH e um radar limitado a rastrear apenas um único alvo.

Esta é a tabela de entregas com projeção para 2030:
:arrow: MiG-29SMT - última entrega em 2016: 42 unidades
:arrow: MiG-31BM - 130 unidades
:arrow: Su-27SM/SM3 - última entrega em 2019: 24 unidades
:arrow: Su-35S - última entrega em 2024: 128 unidades (50+)
:arrow: Su-30M2 - última entrega em 2016: 20 unidades
:arrow: Su-30SM - última entrega em 2019: 92 unidades
:arrow: Su-57 - última entrega em 2024: 22-29 unidades
:arrow: Su-34 - última entrega em 2024: 136-148 unidades
:arrow: Su-25SM/SM3 - última entrega em 2020: 136 unidades

O treinamento de combate moderno na VKS era impossível antes de 2012-2013, o que implica que, inicialmente, os instrutores precisaram adquirir experiência antes de treinar o restante dos pilotos. Esse foi o principal objetivo da campanha na Síria. Isso também significa que os pilotos da VKS não estão suficientemente treinados, enquanto na OTAN o treinamento em táticas modernas é padrão desde os anos 2000. Não se deve interpretar isso como se todos os pilotos da OTAN fossem plenamente capacitados, mas sim que os pilotos treinados pela OTAN estão totalmente familiarizados com táticas modernas, enquanto os pilotos da VKS dominam as táticas russas/soviéticas e dependem de habilidades individuais para competir com seus oponentes. Assim, a OTAN possui uma vantagem decisiva em termos de competência.

Isso explica o desempenho inicialmente desastroso da VKS na Ucrânia:
:arrow: Os pilotos dispõem de aeronaves mais modernas (e mais capazes que as da Ucrânia), mas ainda utilizam táticas obsoletas, pois não houve tempo suficiente para desenvolver estratégias adequadas.
:arrow: O sistema logístico da VKS é pouco conhecido e pode estar operando no limite ou próximo de um colapso crítico, já que a Rússia nunca dominou a sustentação de operações aéreas com essa intensidade e duração, sendo possivelmente forçada a improvisar.
:arrow: A Rússia tem capacidade limitada para mobilizar recursos de outros distritos devido à insuficiência de reabastecimento aéreo e à falta de treinamento específico para isso.

Em um hipotético conflito com a OTAN:
:arrow: Com aproximadamente 80-100 Su-35S, 130 MiG-31, 70 Su-30SM e 80 Su-34 distribuídos por todos os distritos militares, a VKS possui números insuficientes. Polônia, República Tcheca e Dinamarca, juntas, operam cerca de 100 caças. Finlândia e Suécia, agora parte da OTAN, também contam com aproximadamente 100 caças. Reino Unido, França e Alemanha, por sua vez, superariam em disponibilidade o que a VKS poderia mobilizar.
:arrow: A única preocupação significativa seria a defesa antiaérea (DAAe). Isso era um problema antes de fevereiro de 2022, mas, após três anos de guerra, suas capacidades podem estar bem compreendidas, graças à coleta de informações e dados relevantes sobre as operações russas.
:arrow: Quanto à destruição de bases aéreas, a Rússia não demonstrou capacidade ou habilidade para neutralizar bases aéreas ucranianas, assim como não possui expertise em SEAD/DEAD. Eles dispõem de munições suficientes apenas para um único ataque. Já os ativos da OTAN operariam a partir da Europa Ocidental, a mais de 1.000 km de distância, apoiados por aviões de reabastecimento aéreo, conforme a doutrina atual.
:arrow: A OTAN vem se preparando para esse cenário desde 2014. A Rússia, por outro lado, não treinou para isso e focou em operações psicológicas. Essas táticas não funcionaram contra a Ucrânia e não funcionarão contra a OTAN.

No total, os russos terão:
:arrow: Aprox. 126 MiG-31BSM
:arrow: Aprox. 90 Su-30SM
:arrow: Aprox. 128 (ou mais) Su-35S
:arrow: Aprox. 198 Su-34M
:arrow: Aprox. 108 Su-25SM3
Destes, apenas o MiG-31 e o Su-25 têm vida útil limitada da fuselagem e estão sendo modernizados para servir até 2030. Não há muito espaço para mais 5ª geração e isso não se encaixa exatamente na doutrina de combate aéreo russa até agora. Talvez depois de 2030, mas não nesta década.

Isso nos leva à 5ª geração, que já está presente. Não sei ao certo qual será o destino dos Su-57, e parece que os próprios russos ainda estão confusos sobre isso. Em termos de números, duas soluções lógicas se destacam:
:arrow: Alguns Su-30SM serão transferidos para unidades de ataque — especialmente para a Aviação Naval — e os Su-57 serão destinados a missões de caça nessa área, aproveitando sua maior capacidade de controle aéreo, superior até mesmo ao Su-30, que funciona como um mini-AWACS. Isso deve se tornar mais evidente no Distrito Sul.
:arrow: Alguns MiG-31BSM serão retirados para a reserva, e os Su-57 reforçarão as unidades de interceptação. Essa possibilidade se baseia nos testes realizados com o Su-57 em uma das bases do MiG-31 e é consistente com alguns dos perfis de missão compartilhados entre o Su-57 e o MiG-31.
:arrow: A aquisição de 76 aeronaves implica 72 unidades distribuídas em três regimentos, mais 4 reservadas para testes e treinamento. Esses três regimentos poderiam ser divididos em seis esquadrões dentro de regimentos mistos. No entanto, os Distritos Leste, Oeste e Sul demandariam um regimento equivalente em termos de quantidade. O Distrito Norte, por sua vez, não parece necessitar dos Su-57, já que as condições atmosféricas exigem uma aeronave mais robusta (como o MiG-31), e o Distrito Central provavelmente não se tornará uma área de alta ameaça na próxima década.

Quanto ao potencial futuro:

Note que a Rússia tomou uma decisão consciente de continuar o desenvolvimento da família Su-27 e descontinuar os MiG-29. Essa escolha não reflete uma preferência por uma empresa ou escritório de design, mas sim por capacidades específicas. A Rússia precisa de aviões grandes, pois eles oferecem maior alcance e capacidade de carga útil. O território russo é imenso. O Su-34, por exemplo, tem um raio de combate entre 1.000 e 2.000 km, dependendo da carga útil. O Su-30 e o Su-35 possuem um raio de combate de 1.200 a 1.500 km em configuração ar-ar. O MiG-31 permanece em serviço porque combina um raio de combate semelhante com a capacidade de cruzeiro acima de Mach 2. Tudo isso gira em torno da necessidade de controlar e proteger o espaço aéreo, negando manobras ao inimigo. Uma aeronave como o F-35, por ser muito pequena, não atenderia a essa demanda. Isso implicaria a necessidade de mais unidades, e, como elas são caras e difíceis de produzir, essa opção simplesmente não é viável para a Rússia. Os componentes mais caros de uma aeronave de 5ª geração têm um custo marginalmente maior em um modelo grande em comparação com um pequeno.

Por isso, não estou convencido de que a Rússia desenvolverá uma aeronave de 5ª geração menor, a menos que seja para missões de ataque de curto alcance ou para exportação. Para missões de ataque, a Rússia poderia se beneficiar mais de artilharia de longo alcance ou foguetes. Já para exportação, isso poderia desempenhar um papel significativo na estratégia de longo prazo. Se conseguirem produzir um equivalente de 5ª geração mais barato, poderiam competir não apenas com os Estados Unidos, mas também, potencialmente, com a China.

Minha conclusão é que, em um futuro dominado pela rivalidade entre EUA e China, a Rússia desempenhará um papel semelhante ao da França durante a rivalidade EUA-URSS. Se você conhece as ações dos franceses nesse período, entende o que quero dizer. Desde que mantenham suas armas nucleares, capacidade espacial e outros meios estratégicos de dissuasão em áreas menos sensíveis (como inteligência, cibernética e operações especiais), essa será, sem dúvida, a abordagem mais viável para um jogo bem-sucedido de longo prazo no século XXI. Qualquer outro caminho os levaria a sucumbir sob a pressão de oponentes mais fortes, seja a leste (China/EUA) ou a oeste (EUA/Europa).

Sobre a força nominal (pulverizado) da Europa, você pode ver aqui e averiguar que a Europa é muito fraca em facilitadores críticos a qual depende inteiramente dos EUA:

União Europeia Lança Plano de €800 Bilhões para Fortalecer Defesa
https://www.bruegel.org/analysis/defend ... hat-needed
Defending Europe without the US: first estimates of what is needed
https://www.iiss.org/online-analysis/mi ... ependence/
Europe’s air of dependence
https://ecfr.eu/publication/defending-e ... s-america/
Defending Europe with less America
Imagem
Principais sistemas de combate
Imagem
Facilitadores críticos

Sem dúvida, a OTAN depende da coordenação dos americanos para prover as capacidades de multiplicação de forças que só os EUA conseguem fornecer, entretanto, a Europa em si é plenamente capaz de se contrapor aos russos sem a presença e assistência americana. Claro, a Europa se encontra com vários problemas como estoque de munição baixo, falta de DAAe em amplitude, reabastecedores, aeronaves de carga, ativos ISR, satélites e outras coisas a mais, mas esse é exatamente o caso da Rússia contra a Ucrânia que não teria nem 10% do que a Europa poderia gerar no campo de batalha para se opor aos russos. Dessa natureza, dificilmente a Europa poderia replicar uma Tempestade no Deserto, mas também não seria um peso completamente morto, mas a vitória em si contra os russos é no mínimo questionável sem a presença e assistência americana.

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 6:04 pm
por Suetham
https://www.csis.org/analysis/can-franc ... r-umbrella
Can France and the United Kingdom Replace the U.S. Nuclear Umbrella?

Re: OTAN

Enviado: Qui Mar 06, 2025 7:03 pm
por Suetham

A Turquia apoia por motivos próprios, eles querem a saída americana do OM, o que é bastante difícil de acontecer por causa de Israel.

Re: OTAN

Enviado: Sex Mar 07, 2025 4:26 pm
por Suetham
https://www.telegraph.co.uk/us/politics ... f-germany/
Donald Trump considers pulling troops out of Germany

It is understood that the president is considering redeploying personnel to Hungary, which has maintained a close relationship with Russia

Donald Trump is considering withdrawing 35,000 US troops from Germany and redeploying them to Eastern Europe. This move could worsen relations between the US and Europe. Trump is frustrated with Europe, believing it is “pushing for war.” There are around 160,000 US personnel stationed outside the US, with many in Germany. A national security spokesman stated that troop redeployment is always under consideration.

Additionally, Hungary's Prime Minister Viktor Orbán vetoed a commitment to support Ukraine while maintaining a close relationship with Russia. Trump’s plans involve aligning troop positions with NATO countries that meet defense spending goals, addressing his concerns about financial burdens on the US.

Re: OTAN

Enviado: Sex Mar 07, 2025 6:04 pm
por akivrx78
Mais de 40% dos especialistas preveem que a Terceira Guerra Mundial eclodirá até 2035...
Guerras nucleares e espaciais também no horizonte

3/7 (sex) 19:20 distribuição

Newsweek Japão
De acordo com uma pesquisa com 357 especialistas, 62% dos entrevistados disseram que "o mundo estará pior em 10 anos do que está agora". Cerca de metade dos especialistas prevê que o mundo será dividido em dois campos: EUA e China.

[De Londres] A ascensão da China e o declínio dos Estados Unidos são as razões pelas quais o presidente dos EUA, Donald Trump, está correndo para negociar a paz na Ucrânia, chegando até a ameaçar o presidente Volodymyr Zelensky. A criação de uma nova ordem mundial significaria destruir a ordem mundial pós-Segunda Guerra Mundial, tornando a instabilidade global inevitável.

Entre o final de novembro e o início de dezembro do ano passado, quando Trump foi declarado vencedor da eleição presidencial, o Centro Scowcroft de Estudos Estratégicos e de Segurança do Atlantic Council, um think tank dos EUA, perguntou a 357 estrategistas internacionais e analistas de futuro do mundo todo como eles achavam que o mundo mudaria até 2035.

62% dos entrevistados preveem que o mundo está pior do que é agora, enquanto 38% acham que está melhor. Trump acusou Zelensky de "apostar na Terceira Guerra Mundial", enquanto 40,5% previram que uma nova guerra mundial eclodiria dentro de uma década.

■ A competição estratégica EUA-China torna-se mais perigosa

Há um ano, quase um quarto dos entrevistados disse que a guerra entre grandes potências era a maior ameaça à prosperidade global. O ex-funcionário do Departamento de Estado dos EUA, Philip Zelikoff, estimou a probabilidade de uma guerra mundial em 20-30 por cento e alertou que o "período de maior perigo" pode ocorrer dentro de um a três anos.

A Terceira Guerra Mundial envolveria um conflito multifacetado entre grandes potências e envolveria o uso de armas nucleares, possivelmente até mesmo se estendendo ao espaço sideral. Quarenta e oito por cento (63% dos que previram a Terceira Guerra Mundial) esperavam que pelo menos uma potência usasse armas nucleares na próxima década.

45% esperam um conflito militar direto no espaço nos próximos 10 anos (60% dos que previram a Terceira Guerra Mundial). 28% citaram a guerra entre grandes potências como a maior ameaça à prosperidade global. Muitos expressaram preocupação de que a competição estratégica e as tensões geopolíticas entre os Estados Unidos e a China pudessem se transformar em uma situação mais perigosa.

■ “Conflito militar direto entre a Rússia e a OTAN”: 45%

As pessoas agora estão significativamente mais propensas a esperar um conflito militar por Taiwan do que há um ano. Existe a possibilidade de os Estados Unidos apoiarem Taiwan e se oporem à China. 65% previram que a China tentaria retomar Taiwan à força nos próximos 10 anos. Entre aqueles que previram a Terceira Guerra Mundial, 79% disseram isso.

O conflito EUA-China não é o único que pode levar a um conflito entre grandes potências. Quarenta e cinco por cento achavam que havia a possibilidade de um conflito militar direto entre a Rússia e a OTAN na próxima década. Esse foi um aumento significativo em relação aos 29% da pesquisa realizada há um ano. 69% dos entrevistados previram a Terceira Guerra Mundial.

Quase metade dos entrevistados vê China, Rússia, Irã e Coreia do Norte como aliados formais na próxima década. 47% acreditam que até 2035 o mundo estará dividido entre EUA e China. 46% acreditam que um novo eixo será formado com Rússia, Irã, China e Coreia do Norte como aliados formais.

■Israel e Irã entrarão em guerra

O Irã é o país com maior probabilidade de se tornar uma nova potência nuclear, mas 88% dos entrevistados acreditam que pelo menos um país adquirirá armas nucleares na próxima década. 73% acreditam que o Irã se tornará uma potência nuclear na próxima década. Mais de um terço esperava uma guerra direta entre Israel e o Irã.

Em uma pesquisa realizada há um ano, um quarto dos entrevistados disse que a Coreia do Sul adquiriria armas nucleares, mas desta vez essa porcentagem saltou para 40%. O número de pessoas que esperam que o Japão, o único país que foi atacado com armas nucleares, possua armas nucleares aumentou de 19% para 29%. 48% esperavam que armas nucleares fossem usadas nos próximos 10 anos.

71% dos entrevistados acreditam que os Estados Unidos continuarão a ter superioridade militar daqui a 10 anos. No entanto, apenas uma minoria de pessoas disse que os Estados Unidos são superiores nas áreas de economia, cultura e diplomacia, com apenas 49% dizendo que são superiores em poder econômico. Em comparação com a pesquisa realizada há um ano, o número de pessoas que disseram que os Estados Unidos mantinham sua superioridade diminuiu em todas as áreas.

https://news.yahoo.co.jp/articles/6cec0 ... 3ded7dbd52