Paulo Henrique Amorim se explica a Boris Casoy
Por Mariana Ghirello
Um acordo judicial entre o apresentador Paulo Henrique Amorim e o jornalista Boris Casoy colocou fim à queixa-crime movida contra o autor do blog Conversa Afiada, que publicou reportagem em que ligava o nome do jornalista ao Comando de Caça aos Comunistas (CCC), grupo conhecido por atuações violentas contra opositores da ditadura militar. Neste domingo (13/12), o site publicou a retratação. O acordo foi homologado pelo Juizado Especial Criminal de São Paulo.
Amorim esclarece na publicação que não chamou Casoy de torturador, e complementou dizendo que não poderia dizer isso a respeito dele. "Disse numa sequência de posts sobre a instalação de um Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, que aqueles que se opunham à instalação faziam o papel de defender quem defende a tortura", explica trecho da retratação.
Em relação à participação de Boris Casoy no CCC, Amorim diz que reproduziu uma reportagem da revista Cruzeiro e se comprometeu não mais fazer a ligação. "Assim sendo, reitero, agora, que o Sr. Casoy nega que tenha pertencido ao CCC. E, portanto, não voltarei a fazer essa ligação", finaliza. Casoy foi representado em juízo pelos advogados Carlos Eduardo Regina.
Em setembro do ano passado, o apresentador de televisão Paulo Henrique Amorim também teve de se retratar, em seu blog, por afirmações feitas contra o criminalista Alberto Zacharias Toron. O advogado também apresentou queixa-crime por considerar falsos e ofensivos posts publicados. PHA preferiu se retratar a enfrentar a ação.
Amorim também foi condenado a pagar indenização por danos morais no valor de R$ 30 mil para o diretor de jornalismo da TV Globo, Ali Ahamad Kamel. Duas reportagens publicadas no Conversa Fiada diziam que Kamel foi racista no livro Não Somos Racistas – Uma reação aos que querem nos transformar numa nação bicolor. Paulo Henrique Amorim escreveu: "Racista é o Ali Kamel" e "Ali Kamel, aquele que escreveu um livro racista para dizer que não há racismo no Brasil".
O apresentador é réu ainda em processos abertos pela TV Bandeirantes e pelo jornalista Fausto Macedo.
Leia a retratação.
Conforme Acordo Judicial homologado pelo MM Juízo do Juizado Especial Criminal do Foro Central da Comarca da Capital – SP nos autos da queixa-crime no. 050.10.041378-1 proposta por Boris Casoy em face de recente post aqui do Conversa Afiada que menciona o jornalista Boris Casoy, passo a fazer os seguintes esclarecimentos:
1) Sobre o título do post.
Não disse nem poderia dizer que o Sr Casoy foi ou é torturador. Apenas, disse numa sequência de posts sobre a instalação de um Conselho de Defesa dos Direitos Humanos, que aqueles que se opunham à instalação faziam o papel de defender quem defende a tortura. O que está longe de significar que o Sr Casoy pudesse longinquamente ser um torturador ou defensor de torturadores.
2) Sobre a expressão “fúria fascista”.
“Fascista”, aí, não é substantivo, mas adjetivo. Portanto, o que eu quis dizer é que o Sr Casoy defendia suas idéias com “fúria”. O que não é bom nem mau. Mas, entendo perfeitamente que ele se sinta ofendido com o emprego do “fascista” como adjetivo. O que também me incomodaria, embora não considerasse motivo para abrir uma ação criminal. Porém, em respeito à reação deste reputado jornalista, retiro, aqui, a expressão. Até porque não considero que ele seja fascista.
3) Sobre a filiação ao CCC, Comando de Caça aos Comunistas
O post reproduziu reportagem da revista “Cruzeiro”, que relaciona o Sr Casoy como membro do CCC. Eu ignorava que Sr. Casoy desde sempre tivesse desmentido essa filiação – tendo conhecimento desse desmentido apenas posteriormente à publicação do post, conforme foi reiterado na audiência de conciliação. Assim sendo, reitero, agora, que o Sr. Casoy nega que tenha pertencido ao CCC. E, portanto, não voltarei a fazer essa ligação. Comprometo-me a publicar tais esclarecimentos no site Conversa Afiada, com o mesmo destaque.
Paulo Henrique Amorim
http://www.conjur.com.br/2010-dez-13/po ... que-amorim