AVIBRAS

Assuntos em discussão: Exército Brasileiro e exércitos estrangeiros, armamentos, equipamentos de exércitos em geral.

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Re: AVIBRAS

#3571 Mensagem por P H » Sáb Fev 08, 2025 7:39 am





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Re: AVIBRAS

#3572 Mensagem por knigh7 » Sáb Fev 08, 2025 4:09 pm

Eu estava assistindo uns vídeos do Caiafa sobre a Avibrás. Ele está mais perdido que cego em tiroteio. Ele foi e voltou umas 4 vezes. Se ele não está sabendo de nada, é melhor não abrir a boca.




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Re: AVIBRAS

#3573 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 08, 2025 5:13 pm

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C4 ISTAR da Avibras.

E nós jogamos tudo isso na lata do lixo ao longo de décadas de omissão, proselitismo institucional-empresarial e muita, mas muita irresponsabilidade mesmo.
As capacidades tecnológicas que a empresa desenvolveu ao longo de anos, simplesmente está perdida, ou vendida, para quem ofereceu mais.
E pensar que tudo isso e mais um pouco poderia estar sendo usado agora nos vários programas estratégicos do EB para a artilharia e outras áreas.
Absurdo e lamentável.




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Re: AVIBRAS

#3574 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 08, 2025 5:26 pm

Lembrei de um dado. Diz-se que a EB possui 44 AV-LMU. Se cada veículo pode lançar 2 mísseis, seriam em princípio 88 unidades apenas para abastecer as lançadoras, sem direito a recarga e reservas táticas e estratégicas. O EB diz teria encomendado 100 unidades do AV-MTC, o que mal dá para equipar as lançadoras que se tem.

Com 18 lançadoras por grupo, são 36 operacionais, o que dá 72 mísseis em demanda, com 28 para recarga e reserva.
Mesmo assim esta centena de mísseis que seriam encomendados não é suficiente para alimentar os dois GMF que se tem hoje.

Se levarmos a sério o manual do GMF, é obrigatório haver munição suficiente para carga + 2 recargas na própria OM como referencial básico de suprimento. Isso equivale dizer que em um grupo a 18 lançadores, seriam necessários cerca de 108 unidades do AV-MTC. Se considerarmos as reservas táticas das OM de logística, podemos presumir ao menos mais 2x a 3x esse número em mísseis a disposição. Ou seja, cada GMF do exército tem capacidade para gerar de 2 a 3 vezes o número de mísseis supostamente encomendado. Se multiplicarmos por 2 GMF, bom, a demanda primária do EB, conforme seus próprios manuais é de quase meio milhar de AV-MTC, para começar.

Alguma chance, por mais rasa que seja, de um dia o EB chegar a dispor das quantidades efetivas que seus regulamentos determinam para o míssil da Avibras :?:




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Re: AVIBRAS

#3575 Mensagem por gabriel219 » Sáb Fev 08, 2025 6:32 pm

knigh7 escreveu: Sáb Fev 08, 2025 4:09 pm Eu estava assistindo uns vídeos do Caiafa sobre a Avibrás. Ele está mais perdido que cego em tiroteio. Ele foi e voltou umas 4 vezes. Se ele não está sabendo de nada, é melhor não abrir a boca.
Mas o Caiafa raramente sabe de alguma coisa. Informação boa mesmo é com level C e Oficiais Superiores, coisa que ele nunca teve relacionamento bom.




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Re: AVIBRAS

#3576 Mensagem por FCarvalho » Ter Fev 11, 2025 12:33 pm



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Re: AVIBRAS

#3577 Mensagem por P H » Sáb Fev 15, 2025 4:07 pm

Anão Estratégico: O Caso do Tupã da Avibras e os Impactos da Falta de Visão Estratégica

Ricardo Fan 14 de fevereiro de 2025

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O colapso da Avibras e o abandono do projeto do obuseiro autopropulsado Tupã não são eventos isolados, mas sim parte de um padrão recorrente que expõe a fragilidade da política industrial e a incapacidade de consolidar a Base Industrial de Defesa (BID) como um vetor estratégico de soberania nacional. A falta de visão de longo prazo, a inconsistência de investimentos e a dependência excessiva de fornecedores estrangeiros perpetuam uma postura subalterna, na qual o Brasil abre mão da autonomia tecnológica em setores vitais.

Mais uma vez, o país age como um anão estratégico, renunciando ao desenvolvimento de soluções próprias e preferindo importar tecnologias, ao invés de fortalecer sua capacidade industrial e projetar poder de forma autônoma. A história do Tupã e da Avibras ilustra esse paradoxo nacional: um projeto promissor e uma empresa com legado e expertise são descartados em favor de soluções estrangeiras, comprometendo a independência tecnológica e colocando em risco a própria segurança do país.

Reportagem disponível em: https://www.defesanet.com.br/terrestre/ ... trategica/




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Re: AVIBRAS

#3578 Mensagem por P H » Sáb Fev 15, 2025 4:10 pm

Déjà Vu da Falta de Visão Estratégica: O Caso da Avibras e o Risco para a Indústria de Defesa Nacional

Ricardo Fan 10 de fevereiro de 2025


Rui Martins da Mota (Martins Mota) – Veterano das Forças Especiais do Exército Brasileiro

A possível venda da Avibras Indústria Aeroespacial para a empresa saudita Black Storm Military Industries levanta preocupações estratégicas sobre o futuro da Base Industrial de Defesa (BID) do Brasil. A BID é essencial para a soberania nacional, pois congrega empresas responsáveis pelo desenvolvimento e produção de equipamentos e tecnologias estratégicas para a defesa do país.

Se essa venda se concretizar, o Brasil poderá repetir os erros do passado, como a falência da Engesa, resultando na perda de uma empresa vital para a segurança nacional e para o avanço tecnológico do setor de defesa.

Artigo disponível em: https://www.defesanet.com.br/terrestre/ ... -nacional/




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Re: AVIBRAS

#3579 Mensagem por FCarvalho » Sáb Fev 15, 2025 4:40 pm

O projeto do Tupã nada mais era do que o CAESAR sobra a plataforma da Avibras, com o emprego, segundo franceses e marketeiros da empresa brasileira, de C2 e outros sistemas de apoio da Avibras.

Em sendo isso, o ATMOS, poderia ser um Tupã 2.0 uma vez que a plataforma atual do sistema brasileiro é feito sobre o mesmo chassi Tatra T-815-7 sobre o qual nos foi oferecido o obuseiro israelense. Com a vantagem de que poderia, também, lançar mão dos sistemas C2 e outros da empresa brasileira, ou mesmo integrar o modelo israelense através da ARES e\ou Elbit, com a participação da Avibras.

A nacionalização destes sistemas também poderia ser arbitrada igualmente, com o total domínio da engenharia aqui por pessoal brasileiro em todas estas empresas. A logística obviamente seria toda, ou quase toda, nacional, como aventado nos ROB da VBC OAP SR.

Enfim, dispor de um obuseiro AP SR "nacional" sobre a plataforma do ASTROS é mera questão de escolha e decisão. A quantidade de empresas que hoje oferecem tal possibilidade no mercado é enorme. E muitas a meu ver se dispõe a integrar seus produtos com os veículos e sistemas da Avibras. Se ela ainda estiver viva, claro.

Mas, o EB não quis se dar o trabalho de saber, ou tentar viabilizar, esta alternativa. Já bastou a (má) experiência com os ASTROS, Foguetes, AV-MTC, etc e por aí vai.

Aliás, se bem me lembro, uma empresa do Paraná ou Santa Catarina, chegou a oferecer a produção nacional do T-5 da Denel, com a nacionalização de praticamente tudo do obuseiro, desde munição até o veículo base, também um TATRA, que à época se aventava a instalação de uma fábrica da empresa naquele estado. Mas ele nem chegou a passar da fase inicial do processo, dado os requisitos para lá de restritivos do exército. Azar o nosso.




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Re: AVIBRAS

#3580 Mensagem por dersonmig » Dom Fev 16, 2025 11:25 am

Do ponto de vista estratégico e mercadológico buscar um parceiro como a África do Sul sobretudo a Denel que tem bons projetos (só não tem dinheiro) seria mais proveitoso para o Brasil e sua BID que buscar alternativas com parceiros Americanos, europeus ou Israelenses. No caso do Tupã ser equipado com o sistema T-5 da Denel acredti que seria melhor do ponto de vista de mercado sem riscos de embargos que outras alternativas.




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Re: AVIBRAS

#3581 Mensagem por FCarvalho » Seg Fev 17, 2025 4:15 pm

dersonmig escreveu: Dom Fev 16, 2025 11:25 am Do ponto de vista estratégico e mercadológico buscar um parceiro como a África do Sul sobretudo a Denel que tem bons projetos (só não tem dinheiro) seria mais proveitoso para o Brasil e sua BID que buscar alternativas com parceiros Americanos, europeus ou Israelenses. No caso do Tupã ser equipado com o sistema T-5 da Denel acredti que seria melhor do ponto de vista de mercado sem riscos de embargos que outras alternativas.
Na época, a empresa que ofereceu o T-5, pelo que saiu nas mídias, todos os insumos eram baseados no tal ITAR free, além de nacionalização dos sistemas. O obuseiro da Denel até hoje está disponível para quem quiser, nas versões AR e AP.
Se a empresa tivesse feito uma parceria, ou mesmo oferecido ao EB a possibilidade de montar o T-5 sobre o veículo da Avibras, aproveitando o conhecimento, produtos e soluções da empresa, talvez tivesse mais sorte, disponde um argumento mais forte ainda do que a nacionalização do produto e logística.
Mas parece que os militares não gostam mesmo da ideia de sair da caixinha em que sempre estiveram enfurnados, e simplesmente não aceitam qualquer alternativa fora do eixo USA-Europa, como se o resto do mundo não existisse ou não tivesse respostas à altura da sua mediocridade. E como governo nenhum não manda nada nos projetos da defesa, a começar pelo próprio MD.




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