Citação:
Muito obrigado pela resposta.
Não quis qualificá-lo da forma como 'pacifista hipócrita', mas sim o ideal de provar a todo o mundo um pacifismo, apregoado pelas grandes potências, sendo que elas mesmas pouco fazem no sentido de evitar conflitos e diminuição de arsenais nucleares. Lembrando aqui, que submarino nuclear não é arma nuclear, e passa muito, mas muito longe disto, como quis fazer parecer o Greenpeace dias atrás.
Apenas faço algumas observações a respeito da sua resposta citando aqui dois trexos da mesma:
-" jamais afirmei que não é necessário equipar adequadamente as forças armadas": Aqui o senhor parece afirmar que sim, é a favor de equipar adequadamente as forças armadas, dentro de certas condições que sua opinião permitir.
-"me parece equiv ocado utilizar dinheiro público para sustentar uma indústria armamentista.": Indício de contradição. Se é necessário equipar adequadamente as forças armadas, como seria possível fazer isso sem recorrer a uma indústria de defesa consistente? Importando de potências e enriquecendo ainda mais suas poderosas indústrias deixando de gerar emprego e tecnologia (transferíveis à áreia civil) aqui?
Importar equipamentos militares vai totalmente contra qualquer idéia de soberania e desenvolvimento. É importante deixar claro aqui o esforço feito pelo governo e outros institutos (FIESP, Abimde, etc) em se utilizar o termo 'indústria de defesa' ao invés de 'indústria bélica'. Defesa, relativo a defender-se, atitude passiva. Bélico, relativo a provocar guerra/ conflito.
-"há muitas outras maneiras de criar empregos com esses mesmos recursos, sem provocar uma corrida armamentista no continente.": Exato. Porém cada maneira é necessária. Como eu disse, nunca houve país que se desenvolveu socialmente sem que contasse com um sistema defensivo a altura, como diz a END (estratégia nacional de defesa), "capacidade de dizer não". Uma nação que só diz sim, está invariavelmente condenada ao fracasso, pois serve a interesses que não são seus e por isso paga o devido preço. Hoje, 2009, não se vislumbra qualquer possibilidade de conflito, mas não existem quaisquer garantias a longo prazo. Se o Brasil, como país, pretende ocupar sua posição no mundo, sem dúvidas, em algum momento seus interesses se conflitarão com outros, e um sistema defensivo eficaz não só faz a guerra, mas também pode evitá-la.
Me parece ainda tão vulgar falar (você não disse, mas há quem diga) que diplomacia e diálogo é suficiente e que resolve qualquer conflito. A realidade é que quando há interesses em jogo não existem mais palavras. Assistimos nesta década dois conflitos protagonizados pelos EUA e que foram fortemente repudiados, inclusive por potências de todo o tipo e órgãos como AIEA. Nenhuma palavra foi suficiente, pois o interesse era maior. Nada foi capaz de frear o interesse americano, qualquer que fosse. É óbvio que são apenas exemplos, não são apenas os EUA que defendem seus interesses, todo país sem dúvida vai bater o pé quando lhe convir e nisso, ganha quem tiver o maior pé, infelizmente, por mais belas que possam ser as rimas.
Segue abaixo o link da Estratégia Nacional de Defesa:
https://www.defesa.gov.br/eventos_tempo ... tugues.pdf
Tendo em vista que este é o principal e único documento do tipo em nosso país atualmente, não há absolutamente razão alguma para se falar em corrida armamentista, idéia que o documento tenta de todas as formas excluir.
Não há, portanto, nenhuma fonte oficial (somente isso ineteressa, já que estamos falando de fatos e não d e boatos, que também não existem a respeito) suficiente para gerar qualquer tipo de insegurança. Qualquer idéia que proponha algo diferente do que ali ou em outro lugar está documentado, ou através de falas de autoridades se trataria apenas de boato ou achismo, o que convenhamos, não é sério, já que não é embasado.
Lembrando que Venezuela e Chile começaram seus reequipamentos militares bem antes do nosso, com compras de caças, navios e veículos (bem mais modernos do que os nossos, diga-se de passagem) e sem gerar um único emprego ou tecnologia em seus países, tratando-se meramente de importações, coisa completamente diferente do que se propõe na Estratégia Nacional de Defesa, que repete, em frequência quase cansativa a palavra desenvolvimento, o que não poderia ser ignorado.
grande abraço
Raul Pereira Micena