Fábio Machado escreveu: Sex Abr 11, 2025 1:49 pm
Não é verdade que empresas chinesesas fornecem equipamento militar "na qualidade que você quer". A qualidade dos equipamentos chineses é a qualidade que eles conseguem oferecer. Há tempos sabemos que produtos "tipo exportação" chinesas não são confiaveis. Há tempos sabemos das reclamações dos clientes de armas chinesas que abundam a midia especializada. Comprar deles é não saber exatamente o que se esta comprando. Enfim, só o fato de eles mesmos não comprarem os produtos que eles exportam é um indicativo do problema.
Tens que olhar a diferença entre os clientes tradicionais chineses e as ffaa's do Brasil, que mal ou bem, sabem discernir se um produto obedece ou não, se atende ou não, seus próprios requisitos. E neste aspecto, o que eles ofereceram para nós até aqui foi aceito pelo exército como sendo capaz de atender ao que a instituição dispôs do ponto de vista técnico, comercial, financeiro e industrial, além de outras garantias solicitadas. Do contrário eles não teriam se dado o trabalho de participar das concorrências para os bldos e outros materiais que houveram até aqui.
Uma coisa é o que a mídia diz, outra diferente é o que ocorre de fato nos bastidores e no palco central das concorrências mundo afora. Aliás, as exportações de armas chinesas tem se pautado historicamente por serem em sua grande maioria, senão na totalidade, negócios governo a governo, que é onde eles tem uma mais que reconhecida capacidade de barganhar com o mundo todo.
A indústria chinesa de defesa, como em qualquer outro país do mundo, atende a dois padrões: o de exportação e o mercado doméstico, que tem critérios e valores de referência diferentes em relação ao produto final. Ninguém neste mundo vende para outrem seus melhores produtos e sistemas de defesa no mesmo nível de proficiência e qualidade que usa para si. Isto é uma condição característica do mercado de defesa. E os chineses não seriam diferentes.
Fato é que eles ainda estão aprendendo aos trancos e barrancos que por aqui, do ponto de vista puramente técnico, os produtos deles não se criam somente levando em consideração tal aspecto e as necessidades militares do país, que são muitas. E como defesa é um assunto político em última instância, goste-se ou não disso, se eles quiserem vender seus produtos, além de convencer os militares de que são capazes de atender seus requisitos, também tem de convencer mais ainda os governos de plantão, e a claque política tupiniquim, que não dá valor nenhum ao tema defesa, a não ser quando isto lhe diz respeito aos próprios bolsos e interesses. Neste sentido, eles tem muito mais chances de conseguir algo por aqui conversando nos bastidores de Brasília do que com os militares. O exemplo da VBCOAP SR está aí para todo mundo ver.