WalterGaudério escreveu:Discordo de vc Leandro.
Me envolvi diretamente em projetos de equipamentos submersíveis para a PETROBRAS, que aliás não tem tanta adoração por nacionalizar as coisas, só o fazendo sob o ferro quente do GF. O que tínhamos em termos de capacidade em 2001, foi maturado em projetos "risíveis" a partir de 2003 até 2009, e a partir daí, sim, começamos s nos livrar de dependência externa para vários equipamentos. Posso citar BOPs, projetados pela PETROBRAS hoje em dia, projeto que tem minha participação inclusive como gerente de especificações técnicas até 2010. Não faríamos isso sem expertise em pelo menos 3 técnicas de projeto, e 9 anteprojetos(inclusive 3 mal-sucedidos).
Sobre o parágrafo grifado só posso dizer que houve condicionantes para isso.
Gostaria de discorrer sobre os desdobramentos do MAN-1. Mas não posso.
sds
Walter, o caso é que já temos expertise no desenvolvimento de mísseis e similares no Brasil, Piranha, MSS-1, MAR-1 e SKMB já estão em final de desenvolvimento ou em produção, e estamos participando do A-Darter além de estarmos desenvolvendo os foguetes da família V. E temos uma Embraer capaz apoiar como consultora ou mesmo contratante principal para integrar todos os sistemas, então não seria como começar do zero agora sem absolutamente nenhuma experiência prévia. O importante seria o gerenciamento do correto para aproveitar todos estas experiências existentes, e não ignorá-las e criar um novo programa parelelo desde o princípio novamente.
Além disso, no próprio desenvolvimento do MAN-1 com as especificações escolhidas existem também riscos, que podem ter sido reduzidos com alguma participação da MDBA mas não eliminados de todo. Aliás, por tudo o que foi noticiado as especificações não foram definidas porque poderíamos contar com a ajuda da MDBA no projeto, ele já estava andando mesmo antes dela aceitar participar como consultora, então os riscos foram assumidos de qualquer forma, independentemente das especificações. Ter escolhido especificações diferentes não mudaria isso, e aliás seria irrelevante, pois se tudo correr como se espera e as novas fragatas de 6.000 ton saírem mesmo o MAN-1 naval sequer será o principal míssil anti-navio lançado de superfície da MB, este será o que quer que venha com os novos barcos, então se o MAN-1 não ficar perfeito e tivermos que esperar pelo MAN-2 isso terá importância menor, o que permitiria que se corresse algum risco. Mas se ele usasse especificações mais atuais e desse certo poderíamos evitar adquirir outro míssil de prateleira junto com os novos navios, e até pensar em exportações que facilitassem a manutenção de um programa de melhorias contínuas do projeto, algo que a demanda da MB apenas dificilmente permitirá.
Não tenho como saber quais foram todos os motivos que levaram à escolha de produzir algo para os navios antigos ao invés dos novos, não tenho nenhuma informação "de dentro" e só posso inferir que foi receio de faltarem recursos tanto financeiros quanto humanos para desenvolver e produzir o sistema completo, incluindo míssil e lançadores (além é claro do receio de que sequer venham a existir navios novos afinal). Mas a menos que todas as informações divulgadas na mídia e aqui mesmo no DB sejam falsas a questão foi mesmo permitir que os navios atuais recebessem o MAN-1 no lugar dos MM-40 sem modificações, e uma decisão assim amarra todo o projeto, a menos que fosse possível criar alguma revolução tecnológica, aí sim algo que o Brasil não terá tão cedo condições de fazer, se é que terá algum dia. Pelas informações que tenho não dá para concluir outra coisa.
Leandro G. Card