Leandro G. CardRealidade “invisível
4 de setembro de 2012 | 9h45
José Paulo Kupfer - Estadão
Não há mais muitas dúvidas de que a economia brasileira se encontra numa etapa de transição. É só observar a curva do crescimento econômico trimestral para visualizar esse fato. O nível de atividades está saindo de um ciclo de baixa, relativamente longo, que começou no primeiro trimestre de 2010 e se estendeu até o primeiro trimestre de 2012. Agora, parece ter iniciado um movimento de reversão, de moderada intensidade e chances de se prolongar por algum tempo.
É justamente neste momento peculiar que a economia doméstica está sendo sacudida por estímulos fiscais e monetários de variada abrangência e intensidade. Alguns, como as reduções de IPI para bens duráveis e material de construção, são de fôlego mais curto e caráter conjuntural. Mas, outros, como a redução dos juros básicos e a desvalorização cambial, são de natureza mais estrutural e com potencial para revirar alguns modelos de produção construídos exatamente para tirar vantagem de juros altos ou câmbio valorizado.
Os juros básicos vêm sendo derrubados há um ano, já acumularam cortes de cinco pontos porcentuais e, mesmo que ocorram repiques em futuro próximo, dissemina-se a convicção de que uma taxa real inferior a 3% ao ano veio para ficar. Do mesmo modo, a taxa de câmbio, pouco acima de R$ 1,50 por dólar também há um ano, parece ter encontrado, com a ajuda de intervenções do Banco Central, um ponto de ancoragem em torno de R$ 2 por dólar.
São mudanças com óbvio impacto nas cadeias de produção, ainda não detectadas com nitidez pela maior parte dos sismógrafos econômicos. Até porque alguns desses equipamentos não foram ainda calibrados para captar as novidades.
Sistemas de medição fora do ponto podem induzir analistas a considerar como erros de diagnóstico, que levariam a resultados negativos, o que pode ser o começo de um promissor novo tempo. Fenômeno semelhante ocorreu com o fim do descontrole inflacionário e as profundas mudanças advindas do Plano Real.
É natural que, numa primeira etapa, como no Plano Real e a inflação, a reversão do ambiente de juros altos e câmbio valorizado produza choques e perdas. A economista Zeina Latif, experiente analista de conjuntura, recentemente, chamou a atenção para o fato de que a indústria tem perdido com a redução dos juros. Parece um contrassenso, mas faz todo o sentido.
Sim, historicamente, para se defender dos juros altos, o setor trabalha com caixa elevado, muito acima do padrão internacional. Trata-se de uma defesa para compensar, com ganhos em aplicações financeiras, os custos de produção inflados pelos altos juros. Com juros mais normais, no entanto, é de se supor que, aos poucos, as fábricas aproveitarão os custos menores para se reorganizar e buscar eficiência no que de fato produzem.
Não está sendo diferente com os impactos de um câmbio mais desvalorizado. Empresas com dívidas antes “baratas” em dólar têm sido negativamente afetadas. Idem para as que passaram a importar mais do que seria conveniente, relaxando na eficiência e produtividade internas, para aproveitar os preços “baixos” dos importados. Mesmo aquelas empresas que não podem escapar de importações terão, com o tempo, de reequilibrar os processos produtivos, podendo aproveitar oportunidades que, fatalmente, se abrirão no mercado doméstico.
Até os bancos, campeões de rentabilidade com os juros altos, diante das perdas dos últimos trimestres, já descobriram que não é mais possível viver na sombra e na água fresca dos certificados de depósito interbancários (CDI), e na zona de conforto exclusiva dos papéis de renda fixa flutuante. A novíssima palavra de ordem no setor, com a redução de margens e receitas, é eficiência – o que, pelo menos nas comparações internacionais, sempre faltou às instituições brasileiras.
A defasagem de tempo entre a adoção das medidas e a disseminação de seus efeitos pela economia conspira contra os impacientes. Reconhecer que a economia brasileira encontra-se numa etapa de transição é, nas atuais circunstâncias, parte relevante do roteiro para análises mais sintonizadas com a realidade “invisível” do momento e, principalmente, para projetar com mais probabilidade de acerto o futuro de médio prazo.
MOMENTO ATUAL DA ECONOMIA BRASILEIRA
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Artigo interessante.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Muito pelo contrário, esta deveria ser a posição conservadora, radical é querer levar o Brasil para a frente com políticas econômicas tipo "jabuticaba", que só se praticam por aqui, como juros astronômicos ad-infinitum.Bourne escreveu: Crescer pouco em 2011 e 2012 não é necessariamente ruim. Desde que representa uma mudança estrutural para aprimorar a estrutura produtiva, dando mais competitividade internacional e nacional.
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Nesse meio tenho algumas ideias doidas restringir o investimento em serviços que foquem o mercado interno como redes de lojas, restringir crédito para consumo, focar em criar produtos competitivos com mais tecnologia e valor agregado, limitar os financiamento de investimentos no exterior por instituições públicas. É melhor desistir por que vão me chamar de radical.
Um ponto me deixou curioso, como você imagina impulsionar a criação de produtos mais competitivos aqui se a grande maioria das empresas que poderiam fazê-lo são estrangeiras e não tem nenhum interesse nisso, muito pelo contrário, e o empresariado nacional nem mesmo sonha em exportar de forma consistente? Isso aliás leva a outro ponto, de que adianta limitar os investimentos públicos no exterior se o BNDES cotinuar a emprestar dinheiro subsidiado e os governos estaduais continuarem reduzindo impostos para filiais de multinacionais instaladas aqui?
Imagino que o governo que você menciona seja o do FHC, não? Tudo já deveria ter sido feito "lá atrás", e o tempo perdido já está em pelo menos duas décadas.marcelo l. escreveu:Isso deveria ter sido feito no começo do governo e não aquele plano econômico sem sentido, agora é correr atrás do tempo perdido.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não, a crítica foi para o atual governo que fez um plano para pensar...começou a se mover graças ao banco central que começou a diminuir os juros, fez medidas pontuais para os setores que tem poder de gogó e agora lança um plano de privatização. É muito pouco Leandro tanto que o único índice que melhoramos em competitividade foi em informações bancárias, eu tenho certeza que o governo que eu votei e as pessoas que eu conheço que estão lá tem capacidade de fazer bem mais.LeandroGCard escreveu:Imagino que o governo que você menciona seja o do FHC, não? Tudo já deveria ter sido feito "lá atrás", e o tempo perdido já está em pelo menos duas décadas.
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"If the people who marched actually voted, we wouldn’t have to march in the first place".
"(Poor) countries are poor because those who have power make choices that create poverty".
ubi solitudinem faciunt pacem appellant
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tá certo, entendi e até concordo.marcelo l. escreveu:Não, a crítica foi para o atual governo que fez um plano para pensar...começou a se mover graças ao banco central que começou a diminuir os juros, fez medidas pontuais para os setores que tem poder de gogó e agora lança um plano de privatização. É muito pouco Leandro tanto que o único índice que melhoramos em competitividade foi em informações bancárias, eu tenho certeza que o governo que eu votei e as pessoas que eu conheço que estão lá tem capacidade de fazer bem mais.LeandroGCard escreveu:Imagino que o governo que você menciona seja o do FHC, não? Tudo já deveria ter sido feito "lá atrás", e o tempo perdido já está em pelo menos duas décadas.
Leandro G. Card
Mas isso não muda o fato de que as mesmas medidas que esperamos ver hoje já poderiam e deveriam ter sido aplicadas logo após a introdução do plano real, lá no início do governo FHC. Algumas delas inclusive eram até complementos esperados ao plano, como a desburocratização, a racionalização dos impostos e uma política industrial de verdade. Mas acharam mais fácil implementar o Consenso de Washington e esperar que o mercado sozinho resolvesse o resto...
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Hoje pelo menos se percebeu que o mercado sozinho não vai resolver nada, muito pelo contrário. Mas agora falta competência para atuar em complementação e não contra ele.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Sei lá, diria que estamos no ponto de pagar para ver. Aliás, PAGAR já estamos fazendo há muito, vamos esperar que finalmente chegue o momento de VER! Há muitas iniciativas que me parecem benéficas em andamento (outras parecem faltar, por exemplo, o volta do ensino secundário com viés profissionalizante, como era ao tempo do regime militar. Para os mais novinhos terem uma idéia de como era, à época em que cursei o secundário, hoje EM, nos mudávamos muito em razão da profissão de meu hoje falecido Pai. Bueno, cursei pedaços de Auxiliar de Laboratório de Análises Químicas, Auxiliar de Contabilidade, Técnico em Contabilidade e Tradutor e Intérprete (Inglês)). E havia muito mais cursos à disposição, vários com frequência obrigatória às partes práticas no SENAI. Era uma "herança bendita" que foi, ao menos a meu ver, CRIMINOSAMENTE destruída pelos que vieram depois, de Sarney a Lula. Da Presidente Dilma ainda não dá para falar, eis que em exercício de mandato. Pelo que vi dela aqui no RS, pode ser que se ligue, pois é pessoa que ENXERGA, SABE e não deixa que lhe ponham ANTOLHOS.
Mas creio que passa necessariamente por aí, formar mão de obra de alta capacidade. Sem isso, não adianta investir bilhões e bilhões em incentivos nas indústrias, racionalizar/reduzir impostos, desonerar a cadeia produtiva como um todo, pois o principal vai continuar em falta:A MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA! Sem isso vamos ter que torcer para que Portugal quebre de vez para podermos importar a população Portuguesa...
E la nave va...![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
Mas creio que passa necessariamente por aí, formar mão de obra de alta capacidade. Sem isso, não adianta investir bilhões e bilhões em incentivos nas indústrias, racionalizar/reduzir impostos, desonerar a cadeia produtiva como um todo, pois o principal vai continuar em falta:A MÃO DE OBRA ESPECIALIZADA! Sem isso vamos ter que torcer para que Portugal quebre de vez para podermos importar a população Portuguesa...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
É fundamental. Porém só fica no longo prazo. Não se faz milagre sem estrutura e investimento. E, mesmo que tenha, demora algumas décadas. No curto prazo dá incetivos e vamos embora. Precisa por comida na mesa hoje.
Sem mão de obra especializada não consegue construir nem o puxadinho do lado de casa. Não vai saber levantar as vigas. É simples, mas para quem não conhece pode dar caca. Quando mais produtos e processos inovadores.
Porém quando tu percebe que existem universidades federais renomadas, consideradas centros de estudos e líderes de pesquisas e formação de novos profissionais e pesquisadores, contratando graduando e mestre. Principalmente em áreas ciências exatas e engenharias. nas outras instituições a coisa é mais feia. Assim fica difícil ser otimista.
Importar tugas e outros da periferia europeia é uma ótima opção. O problema é competir com a Alemanha e outros países desenvolvidos. Se bem que mesmo assim, muitos estão vindo.![Cool 8-]](./images/smilies/icon_cool.gif)
Sem mão de obra especializada não consegue construir nem o puxadinho do lado de casa. Não vai saber levantar as vigas. É simples, mas para quem não conhece pode dar caca. Quando mais produtos e processos inovadores.
Porém quando tu percebe que existem universidades federais renomadas, consideradas centros de estudos e líderes de pesquisas e formação de novos profissionais e pesquisadores, contratando graduando e mestre. Principalmente em áreas ciências exatas e engenharias. nas outras instituições a coisa é mais feia. Assim fica difícil ser otimista.
Importar tugas e outros da periferia europeia é uma ótima opção. O problema é competir com a Alemanha e outros países desenvolvidos. Se bem que mesmo assim, muitos estão vindo.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
A droga de importar gente é deixar a nossa de lado. Um País é feito de POVO, não de ESTADO ou MERCADO...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
As Américas e Austrália discordam. Elas foram feitas por imigrantes que acabaram ficando e se incorporando. ![Very Happy :D](./images/smilies/icon_biggrin.gif)
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Mas não havia MERCADO nem ESTADO, não do como os conhecemos hoje, BOURNE, Estado era metrópole e Mercado era o dela...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Não!!! A Grande imigração da Europa para o novo mundo foi no inicio século XIX e começo do século XX. Receber e incorporar imigrantes era normal e incentivado. No pós-1945, a Europa foi invadida por povos de ex-colônias ou buscando oportunidades. A França tem um monte de negão e árabe por algum motivo. Nos EUA, além de imigrantes pobres sem qualificação, eles pegam os tops de todas as áreas para empresas e universidades. Um dos mais famosos Einstein e Von Braun.
Nas eras de metrópole e colônia os meios de transporte eram ruins. Era complicado colonizar o interior do Brasil, EUA, Canada, Argentina, Austrália entre outros. Mesmo oriente médio e Europa Oriental era complicado chegar. Tudo era complicado. O que mudou com o navios a vapor, trens e uso de aço. Uma viagens que demorava meses, passou a levar dias e o risco de ficar pelo caminho também.
Nas eras de metrópole e colônia os meios de transporte eram ruins. Era complicado colonizar o interior do Brasil, EUA, Canada, Argentina, Austrália entre outros. Mesmo oriente médio e Europa Oriental era complicado chegar. Tudo era complicado. O que mudou com o navios a vapor, trens e uso de aço. Uma viagens que demorava meses, passou a levar dias e o risco de ficar pelo caminho também.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Tá brabo de te entender, Bourne: de que época falaste? Porque os EUA se formaram de um jeito, as Austrália de outro e nós de um terceiro. Que diabos de paralelo tentas traçar? Pois como está nem consigo entender a que te referes, tá truncado demais...
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Todas as grandes migrações ocorreram no fim do século XIX e começo do XX. Não é por que o país está lá que está consolidado.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
O Bourne está certo, embora resumindo muito.Túlio escreveu:Tá brabo de te entender, Bourne: de que época falaste? Porque os EUA se formaram de um jeito, as Austrália de outro e nós de um terceiro. Que diabos de paralelo tentas traçar? Pois como está nem consigo entender a que te referes, tá truncado demais...
Do final do século XIX para cá a possibilçidade de migração de mão de obra é uma realidade, e países como EUA. Austrália e Argentina se aproveitaram muito dela. Mesmo o Brasil, era um antes das levas de imigrantes europeus do início do século XX e outro depois. A oportunidade está novamente aberta, principalmente para países como o Brasil, que tem cultura ocidental e são bastante abertos aos imigrantes, que podem se sentir em casa.
Depois, com o tempo, formamos os nossos profissionais nativos, até porque a formação de engenheiros e técnicos especializados apenas começa com o diploma acadêmico ou de pós-graduação, sem o conhecimento da tecnologia aplicada que só se vê nas empresas esta formação acadêmica é praticamente inútil, e é este conhecimento aplicado que perdemos nas últimas décadas (o pouco que chegamos a ter). Vejo isso no meu dia-à-dia, a situação está terrível e não vai ter investimento em escolas que melhore isso.
Leandro G. Card.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Países como Austrália, Canadá e Nova Zelândia possuem programas de imigração seletivos baseados nas suas necessidades de mão-de-obra qualificada. São sistemas geralmente baseados na qualificação dos candidatos à imigração. Geralmente as carreiras técnicas (engenharias, geologia, TIC, etc) são as que obtém maior pontuação.LeandroGCard escreveu:O Bourne está certo, embora resumindo muito.Túlio escreveu:Tá brabo de te entender, Bourne: de que época falaste? Porque os EUA se formaram de um jeito, as Austrália de outro e nós de um terceiro. Que diabos de paralelo tentas traçar? Pois como está nem consigo entender a que te referes, tá truncado demais...
Do final do século XIX para cá a possibilçidade de migração de mão de obra é uma realidade, e países como EUA. Austrália e Argentina se aproveitaram muito dela. Mesmo o Brasil, era um antes das levas de imigrantes europeus do início do século XX e outro depois. A oportunidade está novamente aberta, principalmente para países como o Brasil, que tem cultura ocidental e são bastante abertos aos imigrantes, que podem se sentir em casa.
Depois, com o tempo, formamos os nossos profissionais nativos, até porque a formação de engenheiros e técnicos especializados apenas começa com o diploma acadêmico ou de pós-graduação, sem o conhecimento da tecnologia aplicada que só se vê nas empresas esta formação acadêmica é praticamente inútil, e é este conhecimento aplicado que perdemos nas últimas décadas (o pouco que chegamos a ter). Vejo isso no meu dia-à-dia, a situação está terrível e não vai ter investimento em escolas que melhore isso.
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Dessa forma, esses países conseguem suprir carências de mão-de-obra qualificada a custo praticamente zero e em prazos curtíssimos. Os países que não conseguem reter essa mão-de-obra qualificada e a perdem para outros, pagam a conta.
Sempre e inevitavelmente, cada um de nós subestima o número de indivíduos estúpidos que circulam pelo mundo.
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Re: É O MELHOR MOMENTO DA HISTÓRIA DA ECONOMIA BRASILEIRA
Migrações em massa são coisas recentes. A América e Austrália foram formadas assim.LeandroGCard escreveu:O Bourne está certo, embora resumindo muito.Túlio escreveu:Tá brabo de te entender, Bourne: de que época falaste? Porque os EUA se formaram de um jeito, as Austrália de outro e nós de um terceiro. Que diabos de paralelo tentas traçar? Pois como está nem consigo entender a que te referes, tá truncado demais...
Do final do século XIX para cá a possibilçidade de migração de mão de obra é uma realidade, e países como EUA. Austrália e Argentina se aproveitaram muito dela. Mesmo o Brasil, era um antes das levas de imigrantes europeus do início do século XX e outro depois. A oportunidade está novamente aberta, principalmente para países como o Brasil, que tem cultura ocidental e são bastante abertos aos imigrantes, que podem se sentir em casa.
Leandro G. Card.
Normalmente parece que os EUA é filho da Inglaterra e tudo joga tudo no mesmo saco do anglo-saxão. O que não é verdade. A construção da nação foi no século XIX com a influência dos povos da Irlanda, Escócia, França, Alemanha, Nórdicos e Europa oriental. Se estivesse procurando uma forma de enriquecer, se tornar industrial e fazendeiro era melhor opção. Esses imigrantes foram os mesmos que tiveram seus filhos e netos lutando na Primeira e Segunda Guerras Mundiais pelos EUA. E seus descendentes continuam lá. Hoje eles não tem vergonha de ir atrás de cérebros no mundo todo.
As instituições e costumes também formam importados. Em economia, a visão predominante dos é uma transfusão da visão alemã, tanto os norte-americanos estudavam na Alemanha como traziam os professores. Isto é, a visão de economia deles era e é mais próxima do alemão interventor Friedrich List do que liberal Adam Smith. Em outras áreas ocorreram coisas semelhantes. A influência francesa e germânica é muito forte.
Países como Argentina, Brasil, Chile e México eram o destino mais latinos de Portugal, Espanha e Itália. Incluindo também os alemães e Europa Oriental. Eles se inseriram e transformaram a sociedade. Sem a imigração a maioria do DB não seria brasileiro.
Esse movimento continua e vai continuar acontecendo. Sem problemas e será benéfico no futuro. É a vantagem de viver em um país de imigrantes.