Ilya, e agora??????????
Do Áreamilitar:
Rússia pediu clemência a Hitler em 1941
Entrevista, demonstra verdade ocultada
05.05.2010
Durante dezenas de anos, a grande história patriótica do estado comunista russo defendeu que o povo russo sob o comando de José Estaline, enfrentou orgulhosamente e de peito aberto o ataque da Alemanha nazista que começou em 22 de Junho de 1941.
Mais, a imprensa russa, mesmo depois do período de desestalinização iniciado por Nikita Krutchev, manteve muitos dos factos sobre o conflito ocultos da opinião pública.
Ainda recentemente foram feitas novas divulgações sobre o assassinato de dezenas de milhares de prisioneiros polacos às mãos dos dirigentes comunistas soviéticos, factos que foram negados até muito recentemente.
Nesta quarta-feira, aquela que é talvez a mais negada, a mais guardada e a mais secreta das verdades inconvenientes do período soviético foi abalada após a divulgação de uma entrevista com o Marechal Georgi Zhukov, herói da União Soviética, e ministro da defesa da URSS no período que se seguiu à morte de Estaline.
A Rússia pediu clemência a Hitler
Nos meses iniciais do conflito, em Setembro de 1941, perante a enormidade das perdas soviéticas, depois da derrota na batalha de Smolensk e da grande catástrofe do cerco de Kiev, os dirigentes soviéticos contactaram a Alemanha através do embaixador da Bulgária na capital soviética.
O embaixador búlgaro deveria aproximar-se dos alemães e perguntar quais eram as condições para uma possível rendição da URSS e quais seriam as concessões que seria necessário fazer a Hitler em troca da Paz e da manutenção do regime comunista.
Entre as possibilidades, estava a concessão de toda a Ucrânia, dos Estados do Bálticos, da Bielorússia e do Causaso aos alemães, em troca da paz.
Negação
Estes factos foram sempre negados pelos soviéticos e mais tarde pelos russos, os quais sempre admitiram as grandes dificuldades e as terríveis perdas sofridas, mas nunca reconheceram que a União Soviética suplicou a Hitler por um tratado de Paz, oferecendo aos nazistas grande parte do seu território europeu.
Nos últimos dias, e pela primeira vez, foi transmitida por uma televisão da Rússia uma entrevista gravada em 1966 com o Marechal Georgi Zhukov, o principal estratega ofensivo soviético durante a guerra.
Na entrevista, as afirmações de Zhukov confirmam que os generais soviéticos estavam convencidos de que era impossível impedir as tropas alemãs de tomar Mozhaisk, aproximando-se assim da capital soviética de forma irreversível.
A entrevista foi proibida e as declarações de Zhukov censuradas porque elas constituem na prática uma admissão de que os rumores sobre o derrotismo entre os generais soviéticos levaram a que Estaline tivesse tentado até Novembro de 1941 contactar os alemães para pedir a paz a troco de grandes concessões.
Também recentemente, foi tornada pública documentação em forma de programas de televisão sobre a II guerra mundial, que pela primeira vez incluíram entrevistas não censuradas com participantes e familiares vivos de cidadãos soviéticos que levaram a que se formasse uma ideia muito diferente sobre os meses de 1941 em que a Rússia esteve à beira do fim.
Sabe-se por exemplo, que ao contrário do que foi sempre veiculado pela imprensa soviética, o ditador Estaline preparou-se para abandonar a capital no seu luxuoso comboio (trem) privado e nunca teve qualquer intenção de «lutar de armas na mão» para defender Moscovo.
Pânico em Londres e Washington
Os serviços secretos ingleses na capital soviética transmitiram notícias sobre a tentativa de Estaline para negociar a rendição com Hitler e os britânicos entraram em pânico. A possibilidade de rendição da União Soviética daria inevitavelmente à Alemanha o acesso a recursos virtualmente inesgotáveis em combustíveis e minérios que tornariam impossível a derrota dos nazis e pior ainda, abririam caminho aos alemães numa rota directa para que estes atingissem a Índia.
Churchill e Roosevelt desenvolveram todos os esforços para garantir que a União Soviética não capitulasse, tentando dar garantias de auxilio para que estes se mantivessem na guerra.
A intenção soviética de se render, influiu directamente na decisão norte-americana de apressar as negociações de um pacote de auxílio de emergência.
Esse pacote de auxilio começou a ser negociado entre russos e americanos mais ou menos na mesma data de Setembro de 1941, em que o ditador soviético pedia clemência a Hitler. O acordo entre americanos e soviéticos seria assinado em 1 de Outubro desse ano e o auxilio aliado começaria a chegar através dos portos de Murmansk e Vladivostok. Ainda que Estaline estivesse disposto a prostrar-se perante Hitler oferecendo-lhe a Rússia, este nunca respondeu ao pedido de clemência dos comunistas russos, o que em última instância viria a demonstrar-se um erro do ponto de vista estratégico.